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domingo - 07/02/2021 - 10:48h

Um ‘craque’ quase consagrado

Por Paulo Menezes

No tempo em que nosso estádio de futebol era na rua Benjamin Constant,  houve uma acirrada disputa do “esporte bretão” entre as equipes do Potiguar e Baraúnas, (Time Macho e Leão do Oeste) já grandes rivais àquela época, mas ainda sem serem conhecidas como protagonistas do chamado clássico  “Potiba”.Bola-murcha

O técnico interino do Potiguar era uma figura muito conhecida em Mossoró de nome João de Seu Né, sapateiro de profissão com especialidade em remontes de chuteiras e bolas de couro. Antes, tinha sido jogador de futebol defendendo as cores do Potiguar na posição de lateral-esquerdo.

Naquele tempo o piso do campo era de areia, sem o tapete verde do gramado e por isso mesmo muito irregular.

A competição se desenvolvia com grande participação dos torcedores, com direito a bandeiras, charangas, fogos e muita animação. Era um dia de festa na cidade.

O jogo permanecia empatado sendo que o time vermelho e branco contava no banco de reservas apenas com o concurso de Lenilton Moreira Maia.

Já ao apagar das luzes, faltando pouco tempo para o apito final, um jogador do Potiguar foi expulso forçando o técnico a introduzir  Lenilton como substituto, já que era o único “artilheiro” disponível.

Por não confiar nas qualidades do atleta, João de Seu Né relutou em fazer a substituição devida, preferindo ficar com um jogador a menos na peleja, mas pressionado pela torcida, mesmo contra sua vontade, eis que o reserva entra em campo na partida decisiva do grande clássico do futebol mossoroense.

No primeiro lance com a participação do estreante, após um cruzamento perfeito, ficou o desportista na pequena área adversária, só ele e o goleiro. Lenilton então “encheu o pé”. Só que ao invés de chutar a bola chutou o chão. A poeira levantou, a vaia comeu no centro e o técnico sem hesitar retirou imediatamente o ‘craque’, optando por ficar com 10 jogadores a correr o risco de infartar.

Foi a última vez que o atleta vestiu a camisa do alvirrubro, deixando frustrados seus amigos e admiradores.

Paulo Menezes é meliponicultor e cronista

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Rocha Neto diz:

    É, Paulo, e sabe que na segunda feira após o desastrado chute do artilheiro foi ser comentado e alguns aborrecimentos a ele entregues, no caixa da Casa Bancária S. Gurgel, aonde Lenilton exercia sua função profissional ao lado do saudoso Luiz Antonio, até o dono da empresa bancária que era Bibiu Gurgel, olhava pra Lenilton e começava a rir sob os inventivos do seu outro funcionário Edílson Moura, qye em anos seguintes foi deputado estadual. Não esquecer a figura de Calizinho, homem sisudo, mais ao olhar pra Lenilton, tinha crise de soluços provocada pelas gargalhadas incontidas.

  2. Paulo Roberto de Menezes diz:

    Verdade amigo. Parece que estou vendo o olhar fulminante de seu Calizinho para Lenilton.

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