domingo - 11/09/2022 - 11:00h

Um pacto pelo futuro

Por Cicília Maia

As universidades brasileiras passaram por um dos momentos mais difíceis de sua história recente – a pandemia da Covid-19 – com a credibilidade fortalecida. Pesquisa conjunta do Centro de Estudos Sou Ciência e do Instituto Ideia Big Data, divulgada em abril deste ano, mostrou que os cientistas lideraram o ranking de confiança do brasileiro. Quando perguntados sobre qual a fonte de informação mais confiável, 41,6% dos entrevistados apontaram para pesquisadores e cientistas de universidades ou institutos públicos de pesquisa.

Group of hand touching together in circle shape, power of cooperation concept

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Entretanto, o apoio e a confiança popular não se refletiram em investimentos públicos e valorização das instituições. Pelo contrário.

Chegamos em setembro com a notícia da limitação no uso dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), imposta pelo Governo Federal por meio de medida provisória. Entre tantas limitações, mais uma na conta.

Neste cenário, a situação das instituições públicas de ensino superior torna-se ainda mais difícil. Lutando pela regularização de seus calendários, manutenção e ampliação da assistência a estudantes e servidores, e atendimento a demandas essenciais das comunidades, as universidades correm contra o tempo buscando atenuar as consequências provocadas pelo impacto da pandemia em nossas vidas.

Reunidos no VII Fórum Nacional de Reitores e Dirigentes das Universidades Parceiras do Canal Futura, no último dia 26 de agosto, no Rio de Janeiro, representantes de mais de 60 instituições colocaram essa problemática em debate.

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) esteve presente no evento, promovido pelo Canal Futura e pela Fundação Roberto Marinho. Na discussão, o consenso de que a luta pela valorização e respeito à ciência é uma ação conjunta e integrada de todos.

Com o avanço da desigualdade social e da pobreza, os jovens brasileiros estão entre os mais comprometidos. Com quase 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos de idade, o Brasil possui hoje a maior geração de jovens da sua história. O presidente do Conselho Nacional da Juventude do Brasil e coordenador do Atlas da Juventude, Marcus Barão, fez um alerta necessário e que exige nossa reflexão: “Nunca tivemos tantos e tantas jovens compondo nossa população. A forma como lidamos com elas e eles hoje é decisiva para o futuro de todas e todos nós”, disse.

Neste sentido, é preocupação comum das universidades a garantia dos recursos necessários para a ampliação dos mecanismos de permanência para estudantes que passaram a ter sua condição econômica ainda mais vulnerabilizada diante do cenário econômico do país.

Mais do que o acesso ao ensino, é preciso preocupar-se com a permanência dos jovens na universidade e com a criação de caminhos que possibilitem sua empregabilidade, já que a taxa de desemprego é outro desafio grave. Precisamos que a educação seja vista como aliada e não como alvo. Mais que um compromisso com a educação e a juventude, é hora de união de todos em um pacto muito maior pelo nosso futuro.

Cicília Maia é reitora da Universidade do Estado do RN (UERN)

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Categoria(s): Artigo

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