Nenhum, respondo.
Princípios de programa social criado no Governo FHC, ajustado na era Lula, o Bolsa Família é um misto de sistema distributivo de renda-mitigador social com moeda eleitoreira. O PT não faz mais nem menos do que sempre fizeram os chamados partidos conservadores, desde a extinta UDN, entre as décadas de 40 e início de 60.
Além de temas periféricos, campanha presidencial baseia seu marketing, de lado a lado, na propagação do medo. Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB) parecem irmãos siameses.
Os dois têm dificuldade de convivência com uma imprensa livre, são pessoas com visão centralizadora e querem um Estado Leviatã.
Em campanha, não passam de fariseus. O que possuem de mais confiável é o próprio nome. No resto, tudo parece postiço, a partir do sorriso forçado que cada um carrega.
O que me tranquiliza, é saber que nenhum tem carisma pessoal como Lula, que apesar dos arroubos e delírios retóricos, é um nome incomum na política nacional. Mito, mas assim mesmo humano e com limites. Não pode tudo.
Seu substituto não terá força para agir como rolo-compressor, com voz messiânica e populismo, impondo sua vontade para os brasileiros e os poderes constituídos. Terá que "baixar a bola".
Esse segundo turno, angustiante para os contendores, ajuda a frear eventuais excessos do eleito (a) adiante. Quem chegar ao Planalto terá um "salto" mais baixo.
O que transporta o Brasil para o status de grande nação, no século XXI, é o binômio "estabilidade-continuidade", graças a um período pavimentado por Itamar Franco ao criar o Plano Real, a presença de Fernando Henrique Cardoso com as bases de uma economia estável e com Lula somando ortodoxia econômica com avanço social.
PT e PSDB satanizam-se mutuamente, mas são parecidos, comem no mesmo vaso. E em certos momentos da história, quase foram parceiros em fusão.
Nas eleições do 2º turno, votarei em um deles sem medo de ser feliz nem por ojeriza a outro. Não caio nesse lugar-comum do maniqueísmo, babaquice manipuladora.
Acredito neste país. Isso me basta.
Lúcido… eis uma análise abstraída de maniqueísmos tão comuns em épocas eleitoreiras.