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domingo - 21/03/2021 - 07:06h

Um tempo bem ali, no Grande Alto de São Manoel

Por Odemirton Filho 

Não, não se trata de descrever as características do bairro que leva o nome desta crônica. Trata-se, tão somente, de resgatar lembranças da juventude. De um tempo bom. Lembranças de uma cidade tranquila, que ainda respirava o ar do interior.

A avenida presidente Dutra sempre foi movimentada. Em tempos passados não existiam a avenida Leste Oeste e a do Alto da Conceição que, atualmente, dão acesso ao bairro. Não havia lombadas, assim era comum ocorrer acidentes de trânsito, inclusive com vítimas. Noite na avenida presidente dutra, Posto Imperial

Sem dúvida muitos usaram a avenida presidente Dutra aprendendo a dirigir. Se a pessoa soubesse conduzir o veículo entre pedestres, carros, motocicletas, bicicletas e carroças estaria apta para “tirar” a carteira de habilitação. Bateu saudade do meu Fiat 147 com um som roadstar.

Na minha época de mocidade o Posto Imperial foi palco de muitas festas. Como a grana era mais curta, fazíamos uma cota entre os amigos para comprar um litro de rum montilla e beber com coca cola. Tomar uísque Teachers não era pra qualquer um, no máximo um “Odete”. Ô ressaca!

As festas na AABB e ACDP eram de primeira. Por ser Mossoró uma cidade pequena não havia opções, por isso encontrávamos quase todos os amigos e conhecidos por lá.

Terminávamos à farra resenhando na lanchonete de Zecão. Às vezes, íamos lanchar em Alberto do Big Burg ou em Dedé do Sandubar, que ficavam localizados em outros bairros da cidade.

Tinham, também, os jogos escolares no ginásio da AABB. A galera dos colégios ficava com os nervos à flor da pele. Quando jogavam o Abel Coelho e o Diocesano os alunos se exaltavam.

Lembro-me, ainda, da Sorveteria do Juarez que ficava ao lado do antigo Supermercado Pague Menos. À época fez muito sucesso. Ainda sinto o sabor do sorvete de chocolate.

E os ônibus de Belmont? Aqui ou acolá ficavam no “prego”. Para quem usava o transporte público era peleja medonha. Ainda bem que existiam as velhas caronas na subida da ponte.

E o Ferrão? O Paraíso? O leitor, talvez, guarde bons momentos na memória. Mas é melhor deixar quieto né?

São lembranças do grande Alto de São Manoel “das antigas”. De um tempo bom pra danado.

“Até parece que foi ontem minha mocidade”, diria o saudoso rapaz latino-americano.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Lair Solano Vale diz:

    Eitaaaa o Ferrão era bom demais. Só minha namorada, hoje esposa, e o Ferrão me tirava de casa no Domingo à noite.

  2. Raniele Costa diz:

    Bom dia !
    Odemirton você conhece bem essa região do Alto são Manoel, me fez lembrar de tudo que vivi nessa mesma época, parece até que eu andava no seu rastro, pois era os mesmos ambientes que também andava , tempos bons não voltam que boas lembranças festas no Imperial ,AABB, e ACDP essas não se esquece jamais.

  3. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Você nos leva a um mergulho no passado e consegue fazer com que esqueçamos, por momentos, da angústia que a pandemia causa.
    O que seria dos domingos sem estas suas crônicas?

  4. Nogueiea de Dodoca diz:

    Época boa, velhos tempos que não volta mais, só lembranças, parabéns pela crônica.

  5. Vladenilson Duarte diz:

    Boa leitura e uma volta ao passadas das velhas carona na subida da ponte para trabalhar com office-boy na base da Petrobrás e só nas últimas pegava as “latas” velhas de Belmont (risos). Ano de 1988 tempos bons que uma boa leitura nos faz sentir saudades do passado distante! Booom Domingo a todos e cuidem-se!

  6. Sandro Muniz diz:

    Epoca dessas lembranças meu amigo????
    Muito bacana relembra-las, apesar de nao ser da regiao, com toda certeza quem viveu esse tempo, as memórias permanecem “doces “ate hoje .

  7. Mary Costa diz:

    Era bom demais…A cara da turma da ilha, ainda voltavámos a pé pela Dutra, aos sábados a turma da ilha se encontrava após a missa do alto, no famoso Eudinho…Owo tempo bom.

  8. Rocha Neto diz:

    Ô tempo bom amigo Odemirton, quando vc falou Rum Montilla com Coca Cola, deu vontade de arranjar cubo de gelo feito em casa, nossos pais perguntando pra que era aquilo, se a gente iria congelar peixe pra guardar, e não podiamos dizer a verdade se não o sermão começava logo. E quando a gente pegava os sapatos cavalo de aço (era o auge da moda), pronto aí o tempo fechava, pois os mesmos denunciavam que era pra farra.
    No dia seguinte a farra, a cura do porre era outro sermão.
    Qual de nós não pagaria pra roda do tempo girar ao contrário ? Duvidooo!!!
    Amigo, hoje Paulo Menezes se atreveu falar sobre João Fernandes, fui fazer um comentário e quase não concluí de tanto rir.
    Abraços.

  9. Ugmar diz:

    Olá parabéns pela boa memória. Faltou falar de dois comércios importante. Mercadinho Cocada e JB supermercado

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      E da FARMÁCIA DOS POBRES que patrocinava um programa numa emissora de rádio cujo objetivo era angariar alimentos e roupas para pessoas paupérrimas.
      Bons tempos em que o rádio se dedicava a minorar as dificuldades dos mais carentes.
      Hoje incensar políticos é o que interessa. O rádio-empresa chegou para ficar ou para destruir o rádio como já aconteceu com o jornal-empresa.
      Ainda há tempo de salvar o rádio.
      VACINA JÁ!

  10. Edinaldo Calixto diz:

    Tempo bom,deixou saudades, ia e voltava a pé da Iha pro centro e aos Sábados eu vendia Dindin na Silvam Moveis e aos Domingos no Cine Pax, fiz o curso primário na Escola Dinarte Mariz…mto bom.

  11. Edinaldo Calixto diz:

    Tempos de ” A mais bela voz” nas festas de Sta Luzia, com final no Aceu, à noite correndo as ruas do bairro brincando sem medo de assaltos e drogas.

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