Por Sávio Hackradt
Faltando pouco mais de três meses para as eleições municipais, o processo sucessório de Natal está mais frio do que bunda de pinguim. Sem emoção, sem debate sobre os reais problemas da cidade e sem embate político, a sucessão do prefeito Álvaro Dias vai caminhando a passos de tartaruga. Aqui e acolá aparece um balão de ensaio como fofoca e/ou desejo do autor, mas que não resiste a 24 horas na agenda da sociedade e fica restrito apenas aos círculos mais fechados dos partidos e dos pré-candidatos.
Independentemente da frieza da campanha, o fato é que existem 5 pré-candidaturas postas para o natalense escolher em outubro, e eleger quem vai governar a capital do estado pelos próximos 4 anos, de 2025 a 2028. São elas: O ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD), a deputada federal Natália Bonavides (PT), o deputado federal Paulinho Freire (União Brasil), o ex-deputado federal Rafael Motta (Avante) e Nando Poeta (PSTU).
De fevereiro de 2023 até junho de 2024 foram divulgadas 40 pesquisas sobre as eleições para prefeito em Natal. Em todas elas, o ex-prefeito Carlos Eduardo lidera com folga, com as intenções de votos variando de 38% a 45%, nos diversos cenários que os institutos testaram nos últimos meses. A segunda colocação é disputada entre a deputada federal Natália Bonavides e o deputado federal Paulinho Freire, que mostra um empate técnico na faixa de 13% a 15% das intenções de votos, variando a posição de cada um de acordo com o instituto que fez a pesquisa. Em terceiro lugar aparece o ex-deputado federal Rafael Motta, variando de 5% a 8% de intenções de votos.
Paulinho Freire (União Brasil) foi quem construiu a maior aliança partidária, reunido com o PP, Federação PSDB/Cidadania, PL, Republicanos e Podemos. A segunda maior aliança é de Natália Bonavides (PT), que recebeu o apoio do MDB e da Federação PT/PV/PCdoB. Carlos Eduardo (PSD) fez aliança com a Democracia Cristã. Rafael Motta (Avante) e Nando Poeta (PSTU) correm em faixa própria, sem qualquer aliança partidária.
Entre as pré-candidaturas, Paulinho Freire (União Brasil) fechou a chapa com a vice Joana Guerra (Republicanos), enquanto Nando Poeta (PSTU) fechou com a vice Luciana Lima (PSTU). Natália Bonavides (PT) continua com a vaga da vice aberta, mas a indicação pode ser do MDB do vice-governador Walter Alves. Carlos Eduardo (PSD) também não fechou a chapa, assim como Rafael Motta (Avante).
Nomes para ser vice de Carlos, como Kelps Lima (Solidariedade), Rafael Motta (Avante) e Jacó Jácome (PSD), foram especulados. Carlos Eduardo tem dito que anunciará o seu vice na segunda quinzena de julho. Até lá, muitas especulações e desejos vão surgir e nos resta aguardar.
O eleitor natalense parece não ter embarcado no histerismo da briga Lula X Bolsonaro. Preocupado com os problemas do sistema de saúde, que não funciona, com o transporte público de péssima qualidade, com a falta de emprego e renda, com a baixa qualidade da educação para os seus filhos, entre tantos outros que encontra no decorrer do seu dia a dia, o natalense está calado, aguardando a oportunidade de se manifestar.
A pré-campanha não ofereceu essa oportunidade ao natalense. Nem o São João, com as fogueiras queimando e foguetões subindo aos céus, conseguiu esquentar o clima da pré-campanha. Politicamente, Natal está fria como os polos Norte e Sul, parecendo até que está habitada por pinguins, que adoram o gelo. Quem será que vai tocar fogo no rabo dos pinguins nessa campanha?
Sávio Hackradt é jornalista e consultor político
Série Eleições Municipais 2024
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O jornalista SH ajudou muito o Sr Carlos ALves a deixar Natal como se encontra hoje, segundo ele: péssima para se morar.
Lamentável que não fale nada a respeito das condenações do seu candidato.
Carlos Alves nunca mais.