Por Marcos Ferreira
Tudo começou com o escritor David de Medeiros Leite. Àquela época David estava presidente da Companhia de Habitação do Rio Grande do Norte (Cohab/RN). O filho da saudosa senhora Hilda foi quem me apontou a disponibilidade do imóvel situado no Conjunto Walfredo Gurgel, no Alto de São Manoel.
Eu contava com um cargo miúdo na Prefeitura de Mossoró, e fomos (eu, David Leite e o também escritor Clauder Arcanjo) dar uma olhada na casa, que encontramos em escombros. Assim mesmo, com o apoio de David e Clauder, conseguimos tornar aquelas ruínas em algo habitável. Esse, portanto, foi o início.
Depois de vários anos, sempre entremeados de incontáveis apuros, não pude mais realizar nenhum benefício na residência, e esta foi estiolando-se rapidamente. Decorridos cerca de quinze anos, portanto, a situação se agravou. A ponto de eu colocar uma placa de venda, buscando assim adquirir outro imóvel noutro subúrbio mais distante deste município. Ressalto que o Walfredo Gurgel, exceto por alguns problemas estruturais, ainda é um bairro bem familiar, de cadeiras nas calçadas.
Ao saber da placa de venda, meu amigo petroleiro Elias Epaminondas bateu os coturnos e se opôs com veemência à venda de meu endereço. Sim. Eu costumava dizer que não tinha uma casa, mas somente um endereço. A placa de venda foi retirada. Miriam Ferreira, esposa de Elias, elaborou um simples e belo projeto para minha nova habitação e Elias deu início a um mutirão entre nossos amigos.
Agora, extremamente grato, eu me sinto na obrigação de relacionar aqui os nomes daqueles que se sensibilizaram e contribuíram, de maneira relevante, para tornar meu sonho e o projeto de Miriam Ferreira em realidade.
De largada, cito o amigo Clauder Arcanjo, que prontamente se comprometeu em adquirir todas as telhas. A seguir, embora sempre discretos, vêm Túlio Ratto e José Antero dos Santos, responsáveis por grande parte do cimento. Na sequência, em ordem aleatória, vou citando o restante dos nomes. Torço que isso não lhes pareça maçante ou enjoativo, tendo em vista que o nobre leitor sempre espera encontrar neste espaço o mínimo possível de literatura, sobretudo no gênero crônica.
Mas, repito, eis os bons samaritanos em ordem aleatória: Luiza Maria Freire de Medeiros, Raimundo Antonio, Fabrício Caymon, Raimundo César Barbosa, Odemirton Filho, Zilene Medeiros, Dr. Dirceu Lopes, João Bezerra de Castro, Aluísio Barros, Francisco Wanderley, Cristiane Reis, Marconi Amorim.
Acho que isto, com perdão do leitor, não se trata de prestação de contas ou cabotinismo imobiliário. Não é isso. Também não é subserviência, servilismo púbico. Quero apenas, no breve espaço de uma crônica, quiçá duas páginas, exibir, de maneira honesta, minha gratidão a essas pessoas que venho citando. Porque a gente não tem rédeas no instante de fazer determinadas críticas a terceiros, todavia se omite no momento de tornar notório aquilo de bom que lhe foi feito. Aqui eu falo de gratidão. E gratidão não está nem nunca esteve fora de moda. É algo bom a se praticar.
Contei, entre outros, com figuras como Rogério Dias, Flávio Quadrado, Ranniere Ferreira, Sandro Jorge, Jessé de Andrade Alexandria, Alexsandro Lopes Pinto, Laélio Ferreira, André Luís, Carlos Silva, Antonio Alvino, Dr. Lúcio Leopoldino, Francisco Nolasco, Francisco Amaral Campina, Gildemar Condados, Elder Nolasco, Anchieta Albuquerque, além do meu culto Editor Carlos Santos.
Não paramos por aqui. O mutirão prossegue. A velha choupana foi inteiramente demolida e uma nova casa branca (que não é a dos americanos) ergueu-se bela e majestosa sob as mãos dos pedreiros Jailson Batista, Rogério Cordeiro e Wellington Azevedo. “Agora não tem mais volta”, falei comigo mesmo.
Vamos aos demais: Francinaldo Rafael, Honório de Medeiros, Cid Augusto, Elisabete Stradiotto, Valdemar Siqueira, Ênio Souza, Luzia Praxedes Arcanjo, João Helder Alves Arcanjo, José Anchieta de Oliveira, Afrânio Melo, João Maria Souza da Silva, Antônio Railton, Marquinhos Rebouças, Nilson Rebouças, Jorge Alves, Vanda Maia, Arlete Jácome, Dr. Diego Dantas e Alexandre Miranda. Creio que não esqueci ninguém, isto graças a Natália Maia e às suas planilhas cheias de nomes e números. Também agradeço àqueles que, por um motivo ou outro, não puderam ajudar. Sei que muitos torceram pelo êxito desta empreitada construída graças a várias doações.
Não tenho, pois, o menor embaraço em escrever expondo meu agradecimento a todos esses amigos de primeira e de última hora. Porque a gratidão, repito, faz parte do meu DNA, da minha constituição e personalidade.
Todos são bem-vindos para um cafezinho.
Marcos Ferreira é escritor
Que emoção; cito Chico Buarque. ” São casas simples com cadeiras na calçada, e na fachada escrito em cima que é um lar.”
Pergunto eu: o que é melhor uma resenha toda tarde com cafeína na calçada com crianças jogando com bolas de ‘ meia” ou casa de muro alto?
” Eu fico com a pureza da resposta das crianças.”
Um abraçaço extensivo a Natália.
NR. CADEIRA
Prezado Marconi Amorim,
Você escreve pouco, mas escreve com poeticidade. Muito obrigado pelo gentil comentário. Sempre que o tempo lhe for oportuno, tomemos outro cafezinho numa tarde dessas
Que linda e libertadora é a gratidão! Não há demérito em receber apoio de pessoas que nos amam! Mais do que uma casa nova, você recebeu uma declaração de amor de todas essas pessoas! E como você é querido! Rogo a Deus que continue sendo feliz na sua residência; que não seja só um endereço; que seja o seu lar! Que receba muitas pessoas para um cafezinho. Quem sabe, um dia, eu passe por aí conheça o tão falado Walfredo Gurgel! Parabéns, amigo!!! Felicidade e muita felicidade!!!
Querida amiga Bernadete,
Grato por suas belas palavras. Sua escrita possui tamanha qualidade e concatenação que eu gostaria de vê-la assinando umas crônicas neste espaço. Quem sabe.
Nota do Blog – Você merece reconhecimento ao seu talento incomensurável e uma vida digna. Essa mobilização é uma minúscula demonstração de que podemos muito mais. Esbarro aí esta semana para mais uma rodada de cafés e dessa vez levo bolachas.
Inté!
Fraterno amigo e meu prezado Editor,
Será muito bom que você encontre mesmo um tempinho para repetirmos outra rodada de café e aquele bom papo. Avise com antecedência que talvez dê tempo de Natália fazer um bolo, sem desmerecer suas bolachas.
O que eu ia dizer, meu irmão bem mais velho, Carlos Santos, disse!
Meu caro F MEDEIROS,
Também lhe sou grato por sua presença e estima. Forte abraço e uma ótima tarde para você.
Minha casinha querida! Onde passei parte da minha infância e aprendi tanta coisa com o melhor educador que alguém poderia ter.
Essa outra casa branca também é seu lar, amorzinho.
Muitas saudades de você, minha querida filha.
Quem viveu em morada bem simples, coberta com palhas, emparedada com barro, sabe muito bem o que representa essa transformação. A nova casa apresenta conforto e paz para descansar e recuperar mais energia para novas produções literárias.
Aproveite a transformação que a arquitetura pode proporcionar.
Conheci parte do seu eu belo trabalho com as letras através do meu amigo e também brilhante escritor João Bezerra de Castro.
Grande abraço.
Prezado Raimundo Gilmar,
Conheço muito bem o que é residir em casa de barro e madeira. Grande parte da minha infância foi nesse tipo de moradia.
Forte abraço.
O mais belo exagero do mundo é o sentimento de gratidão.
Meu caro Cesar Amorim
Sua frase é lapidar. Merece ser gravada em quadro e moldura.
Muito obrigado e um grande abraço.
Deus te abençoe, Marcos. Amigos são anjos. Parabéns!
Prezado amigo e escritor Raimundo Antonio,
Que tudo de bom também lhe aconteça em sua jornada na vida e nas letras.
Abraço!
Nossa casa, nosso reino… Para um rapaz latino americano sem dinheiro no banco, o que vale mesmo é ter muitos amigos. E ser grato a estes é sinal de afeto e hombridade. Feliz casa nova poeta e escritor Marcos Ferreira! Abraços.. Vamos combinar um café…
Meu estimado poeta Airton Cilon,
Grato por suas sensíveis e belas palavras. Sim, a casa branca está à sua disposição para nosso cafezinho.
Abraço.