Recentemente o jornalista Carlos Santos publicou em seu prestigioso blog uma série de artigos sobre o que ele chamou de “o mito Rosalba Ciarlini”, um dos grandes momentos do articulismo político que entre nós tem se limitado a notinhas encomiásticas sem nenhum fundamento analítico.
Pensei, na época, em fazer um registro, mas, envolvido por outros interesses, acabei postergando e esquecendo. Faço-o agora, até porque, por sua qualidade intrínseca, trata-se de matéria que terá sempre interesse em qualquer época, pois, ao escrevê-la com abundância de informações e viés critico, o jornalista Carlos Santos fez história e produziu texto de referência para o futuro e o presente, em matéria de política norte-rio-grandense.
Deu-nos uma aula, Carlos Santos, do que é articulismo político. Sobretudo fica claro que é um gênero que ultrapassa o mero registro dos fatos, mas a busca da essência, como ele o fez ao rastrear, desde a sua origem, o surgimento para a política local da médica Rosalba Ciarlini. Além disso, fez justiça e repôs a verdade tão escamoteada: a senadora, como fenômeno político, é uma criação do jornalista Canindé Queiroz – que depois a repudiou e denegriu de maneira implacável e deselegante até – e não de seu marido, o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, que tem a vaidade de se fazer passar por “estrategista político”, a exemplo de seu primo despirocado Mário Gozado.
Mostrou-nos Carlos Santos, também, que como os demais gêneros o jornalismo político requer conhecimento e familiaridade com a história recente e antiga. Se não a coisa vira mera “crônica mundana” da política, que pode agradar à vaidade das personagens envolvidas e render sinecuras e vantagens ao jornalista, mas não instrui o leitor sobre a realidade nem pode render dividendos para os historiadores.
Sugeri a Carlos que ampliasse a série e a publicasse em livro, pois se trata de um momento culminante do jornalismo político entre nós, que ainda mantém como articulistas escrivãos jurássicos e sem fé como o inefável Vicente Serejo.
Franklin Jorge é jornalista, escritor e crítico literário (AQUI).
Nota do Blog – Irascível e exigente como és, Franklin, sua crítica é um estímulo. Quanto ao livro, há cobrança sua e de incontáveis internautas e amigos. Sim, é possível.
Fico feliz pela repercussão do trabalho que continua com eco, quase um mês depois de publicado neste espaço.
O portal Nominuto (AQUI) e o jornal Na Semana, reproduzem-na – a exemplo do Jornal Central e O Vale do Apodi, além de vários blogs.
* Veja a série completa AQUI.
Caro amigo Carlos, sucesso sempre !!!!
Muito oportuna a lembrança do Franklin Jorge, apenas lembre-se que cesteiro que faz um cesto faz um cento, e aí você se “obriga” a colocar seus conhecimentos sempre em livros.
Sem querer comparar, até porque a distância é quilométrica, veja o que aconteceu com o coroné Sarney com seu maribondos de fogo. Os maribondos nunca ferroaram ninguém, certamente ele, o coroné, desembolsou uma pequena fortuna para ele, e, mandou comprar milhares de exemplares. (rindo muito).