domingo - 18/03/2012 - 03:01h

Uma singela defesa à candidatura própria no PT

Por Antônio Pedro da Costa

Compreendo que neste domingo, 18 de março de 2012, a política municipal de Mossoró terá um acontecimento de destaque, com a prévia do Partido dos Trabalhadores (PT) para decidir sobre a proposta da candidatura própria ou a da coligação com o PSB.

Em que pese o PT ser um partido pequeno no âmbito municipal, até mesmo sem representação na Câmara de Vereadores, a pré-candidatura do professor Josivan Barbosa, reitor da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), representa fato novo e relevante no marasmo que tem se tornado as querelas políticas locais.

Há muito que as candidaturas ditas alternativas não empolgaram as massas e ao povo restou escolher entre um ou outro Rosado, pois a situação e a oposição brigavam nas ruas, no público, mas se encontravam e festejavam as vitórias e as derrotas, tudo ao mesmo tempo, em família.

Desde a primeira eleição após a reforma partidária e o nascimento do Partido dos Trabalhadores, que o PT vem lançando candidatura própria, tendo o Professor Mário Bezerra estreado como candidato a Prefeito de Mossoró, em 1.982. Durante todos esses anos o PT foi tachado de sectário, atrasado, que vinha fazendo o jogo do grupo dominante em detrimento de uma possibilidade de mudança, como argumentavam aqueles que tinham interesse de levar o PT como mais um penduricalho, numa disputa que sempre terminaria dentro da mesma família, seja qual fosse o resultado.

Finalmente em 2.008, o PT local, levado pela conjuntura nacional e estadual, além até da dificuldade de encontrar um candidato disposto a ir à luta naquela oportunidade, resolveu fazer coligação com o PSB e oferecer o candidato a vice-prefeito. O resultado dessa composição, no meu entendimento, foi desastroso para o Partido. Não elegeu representação na Câmara Municipal, teve um relacionamento interno muito difícil durante a campanha, com episódios constrangedores, envolvendo até mesmo o candidato a vice-prefeito, onde não lhe deram importância nas decisões.

Em 2.010, a companhia do PT local já não mais interessava ao grupo Rosado que se diz oposição ao outro segmento da mesma família, em Mossoró. O candidato a senador do PT (Hugo Manso), em que pese haver uma coligação formal com o PSB, foi inclusive impedido de subir no palanque em Mossoró e em outros municípios da região. A deputada federal Sandra Rosado e sua filha, deputada estadual Larissa Rosado, ambas candidatas à reeleição, declararam que não votariam em Hugo Manso para o Senado e mais: não aceitariam a presença do candidato do PT em seu palanque.

Finalmente, em 2.012, posta a possibilidade da candidatura própria do professor Josivan, homem de conduta administrativa testada e comprovada, com um histórico de luta e de superação digno dos vencedores, com condições de grande penetração e de crescimento popular, uma candidatura competitiva, até que se prove o contrário, vem mais uma vez o grupo liderado pela deputada Sandra Rosado, buscando o apoio do PT local, para o projeto de mais uma vez tentar fazer sua filha, Larissa Rosado, prefeita.

Ora, o PT local somente com a candidatura própria terá condições de se levantar e retomar seu projeto de poder municipal, pois a coligação das últimas eleições municipais por pouco não o destruiu por completo. Esse é o meu singelo ponto de vista.

Antonio Pedro da Costa – É advogado e filiado ao PT.

Compartilhe:
Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. José Lima Dias Júnior diz:

    Prezado Carlos Santos,

    Quanto a “querela” existente entre segmentos que compõe o PT local, onde há uma disputa de ideias e de vaidade pessoal entre os filiados, em que um lado procura se aliar ao grupo da deputada federal Sandra Rosado e o outro grupo que luta pela tese da candidatura própria tendo o reitor da Ufersa Josivan Barbosa como pretenso candidato a disputa pela prefeitura. Cabe, aqui, obsevarmos um artigo (PT X DEM E PMDB, ou quem são mesmo os partidos oligárquicos?) da Carta Potiguar e tirar algumas conclusões a cerca deste questionamento:

    “O Partido dos Trabalhadores/RN, conforme tese defendida por um jornal rosalbista, sofreu um processo de centralização que resultou na formação de duas “oligarquias”: a liderada pela deputada federal Fátima Bezerra e o grupo capitaneado pelo deputado estadual Fernando Mineiro. Além da falta de critério conceitual, já que o fato de um partido ter líder(es) não significa automaticamente oligarquia, o raciocínio desrespeita a própria história de formação das agremiações políticas do RN.

    Se oligarquia é o “governo de poucos”, então, se comparado aos demais, o PT é o que menos se enquadra no RN em tal acepção. O partido da estrela vermelha, entre os grandes, é o que tem a maior tradição de realizar prévias, de praticar a participação interna dos seus filiados. Tanto que, dia 18/03, a companheirada irá escolher em Mossoró entre a adesão a candidatura de Larissa Rosado (PSB) ou lançar candidatura própria, apresentando Josivan Barbosa, reitor da UFERSA, como seu representante no pleito municipal/2012. Ora, há duas teses em disputa. E, em que pese toda a pressão e os, as vezes, ânimos acirrados, haverá votação, existirá o combate democrático.

    Mas alguém legitimamente pode argumentar: ocorreram momentos em que determinados rumos foram impostos dentro do PT. Sim, é verdade. Em 2008, ao lançar o nome de Fátima Bezerra como uma decisão vinda lá do “céu”, o PT esqueceu de respeitar sua militância, tanto que a deixou desarticulada e desmotivada. Porém, a exceção tende a confirmar a regra. O fato concreto é que há, majoritariamente, uma prática disseminada de discutir e votar decisões importantes dentro do PT.

    Em contrapartida é possível indagar: quando foi que o DEM e o PMDB produziram prévias? Ouviram os seus militantes? Alguém ainda se lembra das consultas do antigo Movimento Democrático Brasileiro? Elas se processaram, mas foi num período bem, bem, bem distante. E o DEM? Alguma vez aconteceu de José Agripino deixar o processo de escolha dos candidatos para os seus filiados?

    Enquanto, continuando a comparação, o PT faz votação interna para escolher que caminho tomar em Mossoró, Alves (PMDB) e Maia/Rosado (DEM) se sentaram em um confortável restaurante em Brasília, conforme foi amplamente noticiado pela imprensa local, e decidiram, a total revelia dos membros das suas agremiações, quais serão os candidatos nos principais redutos eleitorais do RN e como caminharão daqui para frente.

    Antes, caro leitor, de me taxar de simpatizante do PT, peço que pese todos os argumentos, questione se eu trai a realidade dos fatos narrados e veja quais são os partidos que podem, consistentemente, ser enquadrados como oligárquicos, como o governo de poucos no RN.”

    Att,
    José Lima Dias Júnior

  2. NILDO SILVA diz:

    Muito bom esse artigo. Parabéns Dr. Pedro. É exatamente por esses motivos citados, que eu estou a favor da candidatura própria.

  3. MARCIO GREICK diz:

    tambem concordo que o melhor caminho para o fortalecimento do PT Local seria o partido lançar candidatura Propria e pelo que as pesquisas apontam o melhor nome mesmo é o REITOR JOSIVAN BARBOSA pois pelo que eu estou percebendo ja esta na BOCA DO POVO

  4. Williams Rebouças diz:

    Antonio Pedro você disse tudo em poucas palavras.Parabens.

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2025. Todos os Direitos Reservados.