A celeuma em torno da UTI Neonatal de Mossoró, que não entra em funcionamento, parece estar chegando ao nÃvel do ultraje com uma cidade e região inteiras.
As notÃcias desencontradas produzidas – em boa parte por sinais de má-fé -, terminam por consolidar a tese de que a questão é um misto de politicalha com ausência de espÃrito humanitário.
Na quarta (10), a Casa de Saúde Dix-sept Rosado distribuiu release à imprensa, garantindo a inauguração para a sexta (12) em suas estruturas fÃsicas. Isso não ocorreu. Induziu boa parte da mÃdia, sobretudo da capital, a passar notÃcia inverÃdica e não a retificou.
Nesse Ãnterim, entrevistas do diretor da Dix-sept Rosado, Fábio Ricarte, revelam profunda distância entre fato e realidade.
No release, a manchete é clara: "UTI Neonatal será entregue no próximo dia 12". Ao Jornal de Fato dessa data, a obra salta para outra dimensão: "UTI Neonatal não tem data para funcionar".
No corpo da reportagem, é relatado que Ricarte não permitiu sequer a visita de repórteres ao local da suposta UTI. Já no release, assegura que o promotor da Saúde e da Cidadania, Guglielmo Marconi, teria conhecido a sala na terça (9).
Na verdade, a "UTI" é um espaço de cerca de cinco ou seis metros quadrados, em área contÃgua da ObstetrÃcia, no primeiro andar do prédio da Dix-sept Rosado.
Estranho, é que os equipamentos (ou parte deles) só chegaram na quinta (11). Pelo menos é o que se afirma em matéria no jornal O Mossoroense, domingo (14). O promotor, então, viu o quê?
Ao De Fato, Guglielmo não festejou a iniciativa. Pelo contrário. "A situação já passou de todos os limites". O caso se arrasta desde 2001. Não se sabe quantos são os mortos nesse tempo, pois não há estatÃstica oficial.
O MP promete pedir cumprimento de novo prazo. Enquanto isso, salve-se quem puder. Não se fala em interdição e punição pecuniária contra os responsáveis.
O serviço de alta complexidade sofre pressão para sair do papel e o governo estadual firmou acordo com o Ministério Público há quase dois meses, para em 45 dias aparelhar a Dix-sept Rosado.
No jornal "O mossoroense" do domingo, o diretor Fábio Ricarte voltou à cena.
Na manchete, eis que se afirma que a Dix-sept Rosado "prepara" treinamento para a UTI Neonatal". No De Fato, ele já dissera que seria responsabilidade do Estado e não tinha data para iniciar.
No corpo da matéria em O mossoroense, o gerúndio "preparando" é utilizado com graça: "Estamos preparando o treinamento dessa equipe para que o serviço seja prestado com qualidade".
Como já dito acima, salve-se quem puder.
Caro jornalista Carlos Santos, desculpe a escrita, mas hoje escrevo mas com um coração de um pai. Que devido. A omissão desse bandidos,Que deviam zelar, em vez de locupletar-se com o dinheiro do povo e com a conivência dos semi-deuses um bando de bandidos pagos com dinheiro público salvo raras exeções, acerca da UTI’S Neonatais algumas centenas de “infantes mossoroensses d’agente morrerão nestes anos inberbes”
Leio este blog todos os dias e me identifico com a maneira que o senhor escreve. Parabéns pela dedicação. Sabemos que, não é fácil desenvolver um trabalho alternativo em Mossoró sobretudo quando precisamos confrontar com o poder local. Mesmo assim o senhor não perde a sua identidade.
A uti neo-natal, ainda que seja inaugurada, ja vem tarde, haja vista que Currais Novos um Municipio bem menor ja conta com este serviço há vários anos. A classe politica de nossa regiao precisa se unir para reverter o processo de degradaçao da saúde, que pasmen, conseguiu piorar nos ultimos anos, cito como fato concreto o fechamento dos pequenas unidades de saude municipais e as apamis, inviabilizadas em agosto de 2005 com o corte de 50% das AIHS da regiao oeste, com exceçao do municipio de Alexandria que garantiu na justiça a manutençao de suas AIHS. Algo precisa ser feito.
Meu caro Carlos Santos, não sei porque, agora, essa cobrança pelo serviço de UTI neo… Esse serviço já devia ter sido instalado há muito tempo, e, nesse muito tempo, quantas criança morreram!? O mais absurdo de tudo isso é que o serviço será instalado num serviço privado que, dizem as pessoas mais informadas da sociedade, já recebeu verba e equipamentos para instalar o serviço há alguns anos. Eu mesma já me deparei com um folder da casa de “saúde” Dix-Sept Rosado fazendo propaganda da UTI neo. Aà eu pergunto: será que o buraco não é mais embaixo? É admissÃvel uma cidade do porte de Mossoró não contar com uma maternidade pública? E o que vocês acham de se instalar uma UTI para recém-nascidos num hospital, dito de referência, onde os médicos plantonistas ficam em casa? E os funcionários são coagidos a rezar na mesma cartilha dos proprietários, senão são sumariamente demitidos? Será que essa UTI não iria aumentar em muito a arrecadação desse hospital em serviços prestados ao SUS (recursos esses que ninguém sabe para onde vão)? Pelo que entendi, a falta de um serviço de saúde materno-infantil de vergonha na cidade passa apenas por uma barreira: falta de vontade polÃtica… E os proprietários de Dix-Sept Rosado que não são bestas nem nada se aproveitam dessa falta de gestão para emporcalhar mais ainda a saúde do municÃpio.
A lei 8080/90, que regulamenta o SUS, diz que os serviços privados de saúde poderão participar da rede de assistência à população em caráter complementar. Em Mossoró, em termos de saúde materno-infantil, o serviço privado atua não só como principal mas como único. Dá até pra desconfiar… E é porque Mossoró, nos últimos anos, só tem sido governada por mulher…