• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 28/11/2010 - 12:49h

Vamos acabar com esta folga

O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras.

Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o diabo.

De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela provocação e logo um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou:

— Isso é comigo?

— Pode ser com você também — respondeu o alemão.

Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão.

Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele.

Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos.

O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem para ele ali naquele café.

Levantou-se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez de um francês, depois de um norueguês etc. etc.

Até que, lá do canto do café levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia para perguntar, como os outros:

— Isso é comigo?

O alemão voltou a dizer que podia ser.

Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e… pimba!

O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro.

Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí, madame.

Termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros.

Stanislaw Ponte Preta – pseudônimo de Sérgio Porto – 1923-1968 – Um texto curto, extraído do livro "O Melhor da Crônica Brasileira – 1", José Olympio Editora – Rio de Janeiro, 1997, pág. 71, de um cronista que inundou a vida carioca no século passado, com permanente bom humor e sarcasmo.

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. ze roberto diz:

    Trato é trato!
    Estavam na China,um brasileiro,um argentino e um americano,bebendo na praça,só que na China,como a maioria das coisas boas,isso também é proibido e eles foram presos em “flagrante delito”,daí,foram mandados pra Corte,receberem as suas sentenças.
    Em lá chegando.o Juiz,deu uma enorme bronca e pra começar,mandou fosse dado em cada um,20 chibatadas,só que estava em transição o ano do cão e do rato,pra sorte deles,teriam direito a um pedido.
    Você americano,seu país é capitalista,racista e mais milhões de ISTAS,mas,tradição é tradição e aqui tornou-se lei,qual é o seu desejo,desde que não seja escapar da punição?
    -“Quero que amarrem um travesseiro às minhas costas”,assim foi feito e o “sabido”,levou as chibatadas sobre o travesseiro,lá pela décima chibatada o travesseiro cedeu e o americano,levou as 10 restantes,no lombo limpo.
    Vai argentino,sua vez,seu povo é nojento,arrogante,trapaceiro,mas,o que você deseja?
    “Eu quero dois travesseiros nas minhas costas”
    E assim foi feito e tome chibatadas,só que depois de umas 15,o que aconteceu com o americano se repetiu e o merda do argentino,só levou 5 lapadas sem os traveseiros.
    Ora,ora! você é brasileiro,povo animado,cabreiro,bom de bola,humilde…é,como gosto de vocês,vou lhe conceder 2 pedidos( o argentino aí,já acusou o juiz de “roubo”).
    ” Eu quero levar 100 chibatadas”
    Espantoso! ainda por cima é corajoso,seu pedido será atendido.
    E qual será o seu próximo pedido,já que lhe concedi 2 ?
    “AMARRA O ARGENTINO NAS MINHAS COSTAS”

    PS: Nenhum livro,coisas da Net.

  2. Francisco Rodrigues da Costa diz:

    Olá, Carlos: O brasileiro mirrado, raquítico, só podia ser carioca, cheio de bossa. Se fosse cearense a historinha teria um final diferente. Os da terra alencarina sempre aparece alguém para defendê-los. Veja esta, não é de livro nem da NET: um cearense, no México, fazia parte de uma gang. Um dia, fazendo um “trabalho”, vacilou e, de acordo com as regras, foi levado ao CONSELHO JULGADOR da quadrilha. O pobrezinho do cearense, sentado na testa da mesa, aguardava o veredicto do conselho. Então, o chefe, encapuzado, prepara-se para dar o voto de minerva, pergunta: “Em qual cidade do Ceará tu nasceste”? E o cearense, já conformado com o castigo que ia receber, respondeu timidamente: “Eu sou do Juazeiro do Norte”. E o “todo poderoso” chefão sentencia: “Você estaria fudido se não fosse da terra do meu ‘Padim Cisso'”!
    Moral da história: EM TODO LUGAR DO MUNDO, TEM UM CEARENSE MANDÃO.

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