Com um futebol que uniu pragmatismo e objetividade, a Seleção Brasileira de Futebol ignorou a poderosa Argentina de Messi, Riquelme, Veron e companhia ontem na Venezuela. Detonamos os hermanos, inclusive na porrada.
Batemos a valer. Foi apenas 3 x0. Poderia ter sido mais.
Sempre vi o treinador Dunga como a síntese do vencedor. Programado à superação. Admirável. Calou a boca dos críticos pela segunda vez.
Antes, tratado pejorativamente como símbolo de um período de insucessos, a “Era Dunga”, na condição de treinador da mesma camisa amarela de Pelé, Didi, Garrincha, Zico, Rivelino e tantos outros, mostra que a força é a mesma. Como jogador, em 1994, sobressaiu-se como líder e revelou talento de sobra, sendo campeão ao lado de Bebeto, Romário, Branco e outros menos votados.
Comandando a Seleção de fora, à margem do campo, resgata num ambiente de permanente estrelismo, o culto ao espírito de corpo e à entrega quase sobrenatural a uma causa comum. Mais ainda: reaviva um sentimento que parecia dissipado: o da nacionalidade.
Para ser um selecionado, é fundamental ter orgulho de estar envolto na “canarinha”. A meta precisa ser de todos, nunca o objetivo particular desse ou daquele atleta.
Como jogador, Dunga sempre foi perseverante, determinado, focado, voltado à equipe. Com o resultado desse domingo, na Venezuela, o agora treinador traz mais uma Copa América para o país e dá uma aula de humildade. Mostra às estrelas milionárias como Ronaldo, Ronaldinho e Kaká que eles são muito importantes, porém o conjunto uníssono e sincronizado, pesa muito mais.
Dunga não é o melhor treinador do país. É imberbe na atividade. Entretanto, talvez represente como poucos a necessária encarnação do abstrato e coletivo orgulho nacional, que o futebol personifica. As lições desse jogo não são apenas esportivas e não recaem tão-somente sobre os argentinos.
Cabe uma reflexão pessoal sobre a vida cotidiana de cada um de nós. A vitória do time do Dunga é uma metáfora, símbolo estimulante à quebra de paradigmas de cada um, em seu universo particular.
Como sou brasileiro, com muito orgulho, tenho também que tirar minha casquinha:
“Vaza, hermanos!”
DUNGA CALOU A VOZ DO IDIOTA DO GALVAO BUENO
Vaza HERMANO, você quis dizer? Referindo-se ao vazamento que o Vereador Hermano Morais fez para Renato Dantas sobre os grampos telefônicos que resultaram na explosão (ou implosão) da Câmara Municipal de Natal?