A deputada estadual Micarla de Souza está zanzando em torno da prefeitura, que desde 1988 é controlada pelo wilmismo. Tem condições de chegar lá. Porém não acredito que prospere numa postulação em faixa própria. Sem combustão externa, vai penar.
Reunir as principais forças de oposição, fermentando sua candidatura, é o desafio primordial à parlamentar que vive situação ambígua. É governista, mas pode ser oposição. Depende das exigências do jogo. Difícil, pouco provável – mas não impossível, que ganhe o arrimo da governadora ao projeto pessoal.
Em 2004, Wilma arrumou sua chapa "no tranco", empurrando quem ela queria à sucessão em Natal. Investiu no seu então vice-prefeito e depois prefeito Carlos Eduardo Alves (PSB) e Micarla.
Ambos andaram se engalfinhando com egos inflados e sobreposição de interesses. O acasalamento político feneceu antes do tempo, entre prefeito e vice-prefeita eleitos. Talvez Micarla tenha se precipitado. Saiu batendo asas sem a devida autonomia de vôo, como se existisse "vice-prefeitura".
Os recados de Wilma estão no ar. Quem contrariá-la, investindo em Micarla sem o seu consentimento e endosso, não poderá aguardar contrapartida adiante. Alguém topa o desafio? Os subgrupos dos deputados João Maia (PR) e Robinson Farias (PMN), por exemplo?
A própria deputada ainda é uma incógnita.
É difícil saber se ela está em estágio de larva ou transmutando à fase seguinte, como borboleta. Com amparo da sapiência da biologia, é bom que Micarla de Souza fique alerta.
Esse inseto apesar da metamorfose, costuma ter vida frágil e efêmera, mesmo enchendo a vida de encanto.
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