Por François Silvestre
Quem chega em casa aos setenta/
Vindo do ermo da ida,
Arrastando as armas que pendem da cintura,/
Na ferrugem de todas as perdas,/
Apenas vê as ruínas das paredes/ da velha casa
Que ainda lhe oferece abrigo./
Feita de tristeza? Não. De solidão? Menos ainda./
Há todo um encanto de chegada/ que faz dos setenta/
Uma triste alegria de quem nunca saiu dali/.
Esteve sempre preso nas cinzas amareladas da
Espera. /
E se não esperou chegar/ também não partiu./
Imita o rei dos celtas ante o conquistador romano:/
Joga as armas no chão/ procurando um vencedor inexistente!
François Silvestre é escritor
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