• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
terça-feira - 29/01/2013 - 03:37h
Insensibilidade

Visão do circo e da estupidez

Com boa parte do seu território incluída no que se denomina como “semiárido”, o Rio Grande do Norte convive com outro período de longa estiagem. A seca é uma realidade comum, não uma excepcionalidade, que se diga de antemão.

Essa estiagem, de novo pega o sertanejo e os governantes com as calças curtas. Não  estão preparados para o enfrentamento do problema. Animais de porte, como o gado, pagam com a própria vida. Sofrimento que se repete.

Mesmo diante desse cenário, há pressão popular pela realização de Carnaval. Muitos prefeitos se sentem acuados, temendo revolta popular e desgaste político. Ministério Público cobra lucidez dos governantes, recomendando veto à festa.

Como na velha Roma, o “circo” serve para iludir a massa, distraindo-a em relação a temas importantes, anestesiando-a. Mas se houvesse um pingo de bom senso, o festim seria repensado em nome da vida e da dignidade de seres humanos necessitados.

Diante de tanta insensibilidade, vale lembrar o físico alemão Albert Einstein. Dizia que só conhecia duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas tinha dúvida quanto à primeira. A estupidez lhe parecia realmente sem limites.

Eis uma prova.

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Categoria(s): Administração Pública / Opinião da Coluna do Herzog

Comentários

  1. Inácio Augusto de Almeida diz:

    “Albert Einstein. Dizia que só conhecia duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas tinha dúvida quanto à primeira. A estupidez lhe parecia realmente sem limites.”
    Acredito que por ser Einstein totalmente desligado das coisas materiais tenha se esquecido da DESONESTIDADE.
    Alguém, algum dia, em algum lugar, já teve conhecimento de que um CORRUPTO tenha achado que já FURTOU o suficiente?
    Para os CORRUPTOS é FURTAR, FURTAR e FURTAR.
    Que alguém me mostre um limite para a CORRUPÇÃO.

  2. Inácio Augusto de Almeida diz:

    Tenho a impressão de que ninguém leu o artigo do Professor José Romero Araújo Cardoso.
    Será que não leram?
    Ou será que estão fingindo que não leram.
    Para prevenir tragédias como a de Santa Maria (RS), providências já estão sendo adotadas.
    E para resolver o problema da FOME na Zona Rural de Mossoró?
    O que foi feito até agora?
    Leiam o que está escrito no artigo de conceituadíssimo Professor José Romero Araújo Cardoso:
    “A fome vem imperando em comunidades rurais espalhadas pela região mossoroense.”
    O professor José Romero dá o seu testemunho de que a FOME vem imperando nas comunidades rurais de Mossoró.
    FOME!
    Mais adiante ele afirma:
    “Em São João da Várzea, concentração populacional campesina localizada ás margens da RN-117, caminho para os sertões potiguares e paraibanos, a falta de alimentos vem penalizando seriamente famílias inteiras.”
    FOME!
    E prossegue o respeitado Professor José Romero:
    “No município de Governador Dix-sept Rosado, a fome vem assolando impiedosamente.”
    Neste trecho do artigo ele escreve com todas as letras a palavra FOME.
    Fome!
    E adiante afirma:
    “Crianças famintas são vistas com freqüência, pois se constituem elos frágeis da situação aflitiva que se instala no campo com o recrudescimento da intensa estiagem que assola o semiárido, sobretudo na região polarizada por Mossoró”
    Será que dá para desconhecer este quadro de miséria depois do relato dramático do Professor José Romero Araújo Cardoso?
    Será que dá para continuar de braços cruzados frente a uma calamidade como esta?
    A tragédia de Santa Maria não pode servir de biombo para esconder de todos o que acontece nos arredores de Mossoró.
    O que a Prefeitura de Mossoró fez até agora para pelo menos minorar o sofrimento de mossoroenses que estão passando FOME?
    O que fez até agora a Secretaria de Bem Estar Social?
    Pelo menos algum levantamento da situação foi feito?
    Professor Romero José Romero Araújo Cardoso eu me coloco a sua disposição para irmos a estes locais onde nossos irmãos estão passando FOME e juntos fazermos um levantamento da situação, inclusive documentando a situação de miséria em que se encontram estes mossoroenses para com o apoio da imprensa iniciarmos uma campanha de arrecadação de alimentos.
    Os mossoroenses não se negarão a colaborar.
    O que não pode continuar é esta situação de miséria.
    Caberia aos órgãos de imprensa dar início a esta campanha.
    Porque ainda não fizeram isto só Deus sabe.
    Em Santa Maria morreram 231.
    Na Zona Rural de Mossoró quantos já morreram de FOME?
    E quantos ainda serão necessários morrer para que se faça alguma coisa?
    Ou não estão fazendo nada porque a morte de nordestinos pela mais humilhante de todas as pragas, a FOME, não gera manchetes de tão corriqueira se tornou.
    Será que o flagelo da FOME banalizou-se?
    Atingimos este grau de insensibilidade?

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      SERÁ QUE NINGUÉM LEU ESTES COMENTÁRIOS?
      E depois vão comungar aos domingos pensando que Deus é um BOBÃO.
      Por que todas as emissoras de rádio não formam um pool para arrecadar alimentos?
      O que estão esperando?
      Pela prefeitura?
      A prefeitura só está preocupada com o carnaval, tanto é verdade que já destinou 400 mil reais para esta festa que não é da preferência da grande maioria dos mossoroenses. Todos sabem que a nossa grande manifestação cultural é o São João.
      A Deputada Larissa Rosado não aparece para liderar nenhum movimento objetivando arrecadar alimentos.
      Ninguém faz nada. Absolutamente nada.
      Será que o Professor José Romero Araújo Cardoso mentiu no seu artigo?
      Alguma coisa precisa ser feita.
      Se permanecermos nesta indiferença até os ratos da fábula do La Fontaine terão nojo de nós.
      Será que Deus irá perdoar nossa omissão?

  3. Angelo diz:

    Estamos em um país onde a inversão de valores predomina, onde a honestidade causa constrangimento para quem a pratica, onde é mais cômodo promover dias de folia e causar meses de descaso. Nos oferecem “Educassão” quando na realidade temos necessidade de Educação.

  4. Rui Nascimento diz:

    Carlos, infelizmente a falta de bom senso se sobressai à lógica, e, as crítica a realização ou não do carnaval em determinadas cidades, depende do lado político de cada um. Um exemplo que vejo está aqui bem próximo de nós, em Upanema, onde o prefeito eleito, Luiz Jairo, já avisou que não haverá carnaval, pelo menos promovido pela prefeitura, o que é mais do que correto, mas por incrível que parece, há quem o critique com veemência por esta decisão.
    Segundo algumas pessoas, os argumentos usados pela prefeitura para não promover o carnaval, e entre estes está a seca, são frágeis. Então pergunto: se uma seca dessas, considerada uma das piores dos últimos cem anos na região de Mossoró, é considerado um argumento frágil para não se promoverem festins populares que agrada uma minoria que pouco se importa com os males que ela está causando, o que mais poderia ser considerado suficientemente trágico? O que mais conscientizaria e convenceria essas pessoas que não conseguem enxergar tal situação como um motivo forte para uso de dinheiro público com promoção de festas, enquanto muitos sertanejos sofrem com os efeitos devastadores da falta de chuvas?
    É necessário que as pessoas entendam que, independentemente de cores partidárias, o sofrimento atinge a todos e, direta ou indiretamente e de uma forma ou de outras todos nós pagamos pelos efeitos maléficos da falta de chuvas. Devemos pensar, primeiramente, que carnaval tem todos os anos, e, o fato de deixar de promovê-lo num período tão difícil como este, não significa que os gestores públicos estejam menosprezando aqueles que gostam da festa, mas sim preservando aqueles que sofrem em ver o dinheiro público patrocinando farras, enquanto a maioria sofre com os horrores dessa tragédia natural.
    Bom senso gente! 2014 virá e com certeza o carnaval estará no calendário. 2013 já chegou e ninguém garante que teremos chuvas para amenizar o sofrimento do sertanejo, já tão castigado pela falta dela (chuva) em 2012, um ano que se foi, mas que jamais será esquecido, pois deixou profundas marcas.

  5. José Walter. diz:

    Fotos
    Ver todas

    José Walter Silva
    há 12 horas
    Carnaval…Entre a Ação, o Discurso a Coerência…

    “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”…

    Se um pai que rouba ou trafica e o faz escondido de seu filho, e caso ele descubra e interrogue seu pai sobre a questão, e o mesmo errado aconselhe seu filho pro bem, diria ser válido, mas para quem escreve sobre certa coisas tem obrigação de ser honesto e coerente naquilo que faz entre suas letras e ações, não posso dizer que sou ambientalista e deixo meu lixo na praia após o ano novo, e nas suas viagens a qualquer, tem coisa que “É ou não é”…

    Eu gosto do Carnaval, a festa popular, o povo em festa na rua, as vezes que meu carnaval ja não existem mais faz anos, virou quadro de paredes e literatura, as micaretas ou seja, os carnavais fora de época nunca me atraíram, tenho ideia de que aquele cordão de isolamento é realmente para isolar socialmente as pessoas, uma festa privada, delimitada, padronizada e pasteurizada para vender abadas e bebidas de uma marca só! Ou seja, tudo menos democracia, sem ela, pra mim não é carnaval.

    Agora passamos por período difícil em meu querido nordeste, vejo muitos prefeitos decretando calamidade em seus municípios o que é verídico, eu vi aqui no RN com meus próprios e vocês pode veem nas fotos a Seca se alastrou no sertão, e com ela as consequências, perda das lavouras, fome, miséria, mortes e aumento da pobreza, e por trás disso vem todo um discurso, carregado, antigo e perigoso, pior! Oportunista! Muitos aplaudem e dizem que apoiam os prefeitos de cancelaram de maneira coerente o carnaval de sua cidade.

    Mas me digam, eu posso ser coerente aplaudindo o prefeito de uma cidade que cancelou a sua festa pela miséria e ir brincar numa cidade vizinha que esta na mesma situação praticamente?! Neste momento me desculpem a franqueza , mas não existem ilhas de prosperidade, meu carnaval vou passar em casa, vou pintar as paredes de meu cafofo, ler, tocar até meu violão e assistir meus filmes, mas não posso falar que sou solidário a situação de pobreza de um lado e pular para outro e sair festejando o deus Sol e a deusa Lua… Aceito sua opinião diferente da minha, mas eu penso e ajo assim..

    J. Walter(Walter Silva).

  6. João Maria Gomes diz:

    -“ENQUANTO ISTO, ALGUNS PREFEITOS MUNICIPAIS DA NOSSA REGIÃO DO MÉDIO E ALTO OESTE POTIGUAR,NÃO SE SENSIBILIZAM COM ESTA SITUAÇÃO CAÓTICA DOS NOSSOS IRMÃOS AGRICULTORES,CAMPONESES E CRIADORES DE GADO” –

    -DESCONFIEM também e, muito, a respeito de alguns(as) Prefeitos(as) Municipais de um Estado Paupérrimo, como é o caso do nosso Sofrido Estado do RIO GRANDE DO NORTE – (SEM SORTE) e, principalmente a Região do Médio e Alto Oeste deste mesmo Estado da Federação Brasileira,sendo que, os quais (Prefeitos Municipais) que, foram recentemente eleitos(as) e, por conseguinte, recém-empossados(as), a Promoverem e Patrocinarem com o Dinheiro Público, no próximo mês de Fevereiro – o CARNAVAL / 2013, Contratando a Peso de Ouro – Bandas, Orquestras, Trios-Elétricos,Cantores(as) Bahianos(as) e Camarotes VIP’s. O Famoso ‘PÃO E CIRCO PARA O POVO”, conforme as origens de Roma Antiga. Dinheirama esta, proveniente dos Impostos Pagos (Penosamente) do Suor dos(as) trabalhadores(as) Brasileiros(as) Honestos(as) e, concomitantemente, Dinheiro (Cifra Líquida em Milhões de Reais) Pagos pela A.N.P – (Agência Nacional do Petróleo, Biocombustível e Gás Natural), sendo Arrecadados Mensalmente por algumas Prefeituras Municipais do nosso Estado – (RN).
    Em Detrimento a tudo Isto – Em Plena Seca – a Pior dos últimos 40 (quarenta) anos, com praticamente 90% do Rebanho Bovino, Dizimando-se de Sêde e Fome. Os nossos Irmãos Agricultores (Camponeses) em estado de Falência.
    Ressalto-vos também que por trás disto – (FESTANÇA E GASTANÇA) do Dinheiro Público, com toda a certeza, existe a Famosa “LAVAGEM DE DINHEIRO”.
    Muito Obrigado,Amigo Blogueiro e Jornalista – Carlos Santos, Boa Tarde.

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