Por Marcos Ferreira
Foto ilustrativa
Antes de começar a escrever estas linhas, sentindo-me sem saco e sem tesão para mexer com literatura, pensei em pedir socorro aos escritores Bruno Ernesto e Odemirton Filho. Quem sabe algum deles tivesse sobrando, num escaninho do computador, uma crônica que eu pudesse assinar como minha. Só por hoje.
Depois, já livre deste meu fastio, eu retribuiria a gentileza com um texto inédito que eles também pudessem assinar como deles. Vizinhos (cronistas) são para essas coisas.
Porém me lembrei de que Bruno Ernesto e Odemirton têm uma impressão digital muito peculiar e já bastante conhecida pelos leitores deste blogue do Carlos Santos. Decerto o embuste seria facilmente notado. O mesmo poderia acontecer a qualquer um deles assinando uma crônica minha, cuja impressão digital não expõe uma vírgula sequer da leveza literária do Odemirton Filho nem dos bem narrados resgates históricos do Bruno Ernesto.
Essa literal troca de papéis ficaria menos crível do que uma cédula de cento e cinquenta reais. O jeito, então, é admitir que não tem jeito e me virar. O tempo está correndo e tenho prazo curto para realizar o serviço.
Isto porque o meu Editor, por motivo de viagem à Cidade Maravilhosa, quando marcará presença na Marquês de Sapucaí, pediu-me para adiantar a página que costumo produzir (no mais das vezes) apenas no início das tardes de sábado. Assim, com ou sem saco, com tesão ou sem tesão, retorno ao batente.
Hoje, entretanto, eu estava mais interessado em curtir um bom e bocejante ócio. Nada de leituras ou escrevinhar. Só ouvir um blues baixinho, preparar uma xícara daquele café de altíssima qualidade com que Elias Epaminondas me presenteou, deixar a casa à meia-luz, aproveitar o silêncio que (ao menos neste momento) os vizinhos me oferecem, travar o cadeado no portão e desligar o telefone.
Mais tarde, cerca de nove da noite, assistir a um filmezinho da Netflix com Preciosa ressonando sobre meu peito. A gatinha é um grude! Deus me livre de notícia de carnaval! Seja pela televisão ou internet. Gosto mesmo é da quarta-feira de cinzas. E de ouvir falar da ressaca etílica e financeira dos foliões.
Mas que Deus, o Todo-Poderoso, socorra os bolsos desses pierrôs e colombinas contritos.
E viva a quarta-feira de cinzas! Aleluia!
Marcos Ferreira é escritor
O que você não disse e que deu pra concluir é que “Carnaval” e movimentos parecidos, definitivamente, não são a sua praia. Eu, particularmente, já participei de ida a Olinda, Recife Antigo (só não fui ao desfile do Galo da Madrugada), mas também não fico confortável. Prefiro programas mais calmos. Carnavais me causam ansiedade. Então, nobre escritor, entendo o seu jeito. Mas não espere com muita ansiedade a “Quarta feira de Cinzas”. Viva esses dias do seu jeito. Também não consigo imaginar você assinando trabalho de outras pessoas, você é muito verdadeiro pra isso! Bom carnaval a você e a todos os leitores e que Carlos Santos aproveite a Cidade Maravilhosa!
Amiga Bernadete,
Dizem que só não vai atrás do bloco quem já morreu. Eu nunca fui e nunca morri. Pelo que tudo indica, continuo vivo. Mas sou assim. Jamais gostei de multidão, de gente demais por metro quadrado. Uma ótima semana para você.
Beijo!
A proposta é tentadora! Ainda mais quando o proponente tem crédito de sobra na praça ! Como dizia antigamente, a segurança está no fio do bigode. Quanto à quarta-feira de cinzas, reputo o melhor dia do carnaval. Tudo volta à normalidade. Meu juízo pouco sempre foi averso a esbórnia. Meu pósdromo carnavalesco será intenso. Um forte abraço, Marcos!
Caro Bruno Ernesto,
A quarta-feira já está aí com as suas bem-vindas cinzas. E nem precisaremos renascer das referidas cinzas. Falando por mim, o fogo do carnaval nunca me consumiu. Quero é mais uma boa chuva para amainar esse calorão danado.
Abraços.
Resta-me aplaudir 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻! Como sempre, Marcos, seus textos são de uma riqueza ímpar e singular. Aos domingos já é certo: antes da crônica chegar, a ansiedade nos indaga: que temática o nobre escritor desenvolverá? E quando isso acontece, o resultado é sempre o imaginado. É a certeza que aprendi algo, o qual está sempre imbuído de imagens do cotidiano. Isso é literatura, é a vida. Beijo em Nat. Bom domingo a todos. Bom dia.
Minha querida Rozilene,
Contar com a sua leitura e um comentário como esse que você fez representa um luxo, uma riqueza. Desperta neste autor e seu amigo um sentimento muito bom de êxito, de missão cumprida. Só mesmo você, com a sua sensibilidade e intimidade com as letras, para me presentear com um depoimento desse nível. Muitíssimo obrigado.
Beijos e um grande abraço para você e Edu.
Parabéns Marcos pela crônica , o bom escritor é assim do nada ele cria algo que satisfaz a leitura , parabéns .
Prezado Elano Cantídeo,
Muito obrgado pela leitura e comentário. Isso faz a gente acreditar, mais uma vez, que escrever vale a pena.
Forte abraço, saúde e paz.
Meu dileto amigo, Marcos Ferreira, você, para variar, consegue nos entregar uma beleza de crônica. Eu e Bruno Ernesto ficamos a apreciar o seu excelente texto.
Aprendiz que sou, fico feliz com a citação do meu nome.
Um forte abraço. Bom carnaval.
Meu prezado Odemirton,
É sempre muito valioso contar com a sua leitura e carinho.
Que você continue brilhando neste Blog Carlos Santos com sua escrita saborosa.
Forte abraço, saúde e paz.
Grande Poeta, é sempre bom está junto a você através de suas crônicas.
Um abraçaço
Querido amigo Amorim,
Você é um cara que se faz presente mesmo na ausência física.
Temos esse elo fraternal e espiritual.
Muita saúde e paz para você.
Enquanto leio e releio Marcos Ferreira, eu vejo (e escuto) “A Banda” passar.
Tentei, mas foi em vão, pensar no carlos Santos na Marquês de Sapucaí, rs…