Nas eleições de 2006, os principais nomes à Câmara Federal que possuem Mossoró como base, acabaram sendo duramente sitiados. Os números mostram o avanço dos chamados "forasteiros".

Entre os dez candidatos mais votados em Mossoró, Betinho Rosado (DEM) e Sandra Rosado (PSB) obtiveram as primeiras colocações. As posições eram esperadas. Mas viram outros concorrentes avançarem (veja matéria abaixo).

Eis a lista dos dez mais votados em Mossoró àquele ano, à Câmara Federal:

Betinho Rosado (DEM) – 28.709
Sandra Rosado (PSB) – 19.852
Felipe Maia (DEM) – 9.057
Fátima Bezerra (PT) – 8.769
Rogério Marinho (PSB) – 7.077
Henrique Alves (PMDB) – 6.377
Joacy Pascoal (PSB) – 4.160
Fábio Faria (PMN) – 4.134
João Maia (PR) – 3.827
Nélio Dias (PP) – 2.761.

* Material constante de reportagem especial veiculada na mais recente edição do jornal "Na Semana" do Natal, assinada pelo editor deste Blog.

Reeleição de Sandra e Betinho Rosado dão sinais de exaustão para 2010

Dona do segundo maior colégio eleitoral do RN (153.027 votos), Mossoró vive um paradoxo. Há o temor de ter sua representatividade política reduzida na Câmara Federal. A apreensão tem razão de ser. Não se trata de psicose.

O monopólio do voto que o clã Rosado perpetua há décadas está ameaçado por seu próprio gigantismo. Surgem sinais de exaustão. A autofagia entre suas facções compromete um ciclo longevo de presença na Câmara Federal, de mais de 40 anos.

Na chamada baixa câmara, o município tem dois representantes nominais, afinados por parentesco e ligeiramente afastados pela política. São os deputados Betinho Rosado (DEM) e Sandra Rosado (PSB). Estão lá graças a trapaças da sorte e afago da legislação eleitoral em vigor.

Em 2006, o primeiro foi derrotado quando tentava o quarto mandato consecutivo. Virou deputado com a morte do titular Nélio Dias (PP). Sua prima também escapou por um triz ao obter o segundo mandato seguido. Elegeu-se com a sobra abundante de votos proporcionada por campeões eleitorais estreantes, Fábio Faria (PMB), João Maia (PR) e Rogério Marinho (PSB).  

O agravante em 2006, é que Mossoró transformou-se num território aberto. Não é mais inexpugnável, uma cidadela exclusiva dos Rosado. Caiu de vez o mito laboratorial do bairrismo, como critério de seleção nativa e sem vez para candidatos “de fora”.

Os números revelaram essa tendência (veja postagem seguinte). 

O discurso contra “forasteiros” foi quebrado até mesmo por quem mais o defendia, caso do vereador Júnior Escóssia (DEM), presidente da Câmara – primo de Sandra e Betinho. Meses antes das eleições, ele advogava a tese. Na campanha, Júnior apoiou Rogério Marinho.

Em relação a 2010, há diversos agravantes à sobrevivência das duas candidaturas Rosado. Betinho não terá, novamente, a ajuda especial da cunhada, a hoje senadora Rosalba Ciarlini (DEM), pré-candidata a governador. Já ocorrera assim em 2006 e ele sentiu o prejuízo.

Sandra convive com “fantasmas” de jaleco branco. A “Máfia dos Sanguessugas” desgasta a imagem de seu grupo. O escândalo bota o ex-deputado federal e seu marido Laíre Rosado (PSB), com um dos principais protagonistas, acuado por vários processos.

Pesa ainda no tocante a Betinho e Sandra, o custo de campanha e sua dimensão efetivamente estadual. É pouco provável que qualquer postulação tenha investimento inferior a R$ 5 milhões. Como fazer frente à exigência?

Não fica por aí o cipoal diante dos primos. Há o fator “Leonardo Nogueira”. Deputado estadual, ele deverá ser o terceiro candidato à Câmara Federal no município, com a mesma raiz da genealogia política: deriva do rosadismo. Um agregado incômodo.

Marido da prefeita Fafá Rosado (DEM), Leonardo e sua ala sabem que não podem vacilar. Ao final do segundo mandato de Fafá (em dezembro de 2012), é preciso ter em mãos outros mandatos ou podem desaparecer politicamente.

Betinho e Sandra que se virem.

* Matéria veiculada no jornal "Na Semana" (Natal).

O Baraúnas está lançando a campanha "Sócio Torcedor".

A iniciativa foi apresentada hoje na "Toca do Leão", durante posse da nova diretoria (veja postagem mais abaixo).

A inicviativa visa criar o "Clube do Leão", um elenco de agremiados em torno da marca do tricolor. 

A intervenção no comando do Grupo Simas (que este Blog deu em primeira mão), não é o fim do duelo interno nessa corporação.

O prélio por seu comando, envolvendo os herdeiros do empreendedor Orlando Gadelha (patriarca já falecido), só se enraiza.

Vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Thiago Gadelha tinha sido ejetado da presidência da Simas Industrial e conseguiu judicialmente na quinta (13), a constituição de um interventor na indústria. Assim espera que fique o quadro de comando, até a resolução interna do impasse com os demais sócios.

Não será fácil uma solução pacífica.

Parece que o clima beira a insanidade. Põe em risco o sucesso de uma marca que rompeu a divisa do RN e as fronteiras do país, com presença em mais de 50 países.

Seus produtos no ramo de caramelos e congêneres é uma referência em mercados como dos Estados Unidos e Europa.

Ex-prefeito de Felipe Guerra e primo do atual reeleito Braz Costa (PMDB), o agropecuarista Hulgo Costa (PMDB) tem novos planos. Para a política, logicamente.

Ele sonha com a hipótese de sair candidato a deputado estadual em 2010.

O projeto está em gestação.

O Ministério Público aproxima-se do “xis” da questão no governo Wilma de Faria (PSB). “Está quente!” Uso aqui um bordão de antiga brincadeira infantil.

A pressão que o MP começa a fazer para a liberação de cerca de R$ 64,5 milhões que estariam retidos na Conta Única do Estado, quando deveriam ter movimentação na conta da Secretaria Estadual da Saúde, pode desfiar esse novelo até a raiz.

O caso não tem sido devidamente esclarecido pela mídia, mas é até mais simples do que se imagina a sua compreensão, mesmo para leigos. O dinheiro assegurado orçamentariamente, não está preso pelo secretário estadual do Planejamento, Wagner Araújo, por suposta birra ou pura má-fé.

Esse dinheiro é virtual.

O que a promotora Iara Pinheiro cobra, agora nas mãos do juiz Luiz Alberto Dantas da 5ª Vara da Fazenda Pública em Natal, dificilmente será atendido sem provocar buraco noutros setores da administração estadual. A contabilidade é de fácil entendimento: existe menos dinheiro do que é necessário à manutenção do básico na máquina estadual.

Por isso que setores com maior visibilidade e necessidade do cidadão estão destroçados. A saúde está e continuará sucateada, a menos que testemunhemos uma súbita revolução gerencial.

O governo está asfixiado, jogando compromissos de um canto para outro, para poder honrar – pelo menos no “papel” – certas exigências constitucionais. É lei: o estado tem que investir pelo menos 15% em saúde e 25% em educação.

A folha de pessoal está nas alturas e não sobra praticamente nada para investimento. Como não consegue reduzir custeio, esquiva-se de fazer um choque de gestão e mantém esse joguete contábil, o governo apenas agrava o quadro. 

Tudo deve ficar pior, quando a borrasca da crise financeira internacional der seus primeiros sinais no RN. O próximo ano pode chegar com encolhimento da receita tributária.

Simplificando: Wilma de Faria tem dez garragas abertas e no máximo umas cinco tampas para fechá-las.

Se aparecer essa montanha de dinheiro para a saúde, talvez falte para a folha de pessoal. Nos hospitais há escassez de seringa e falta até álcool. Viraram máquina de moer gente.

O semanário “Na Semana”, que circula preferencialmente na Grande Natal, tem outra reportagem especial sobre a política de Mossoró.

Enfocará a disputa à Câmara Federal, a partir do solo mossoroense. Disseca a dificuldade  iminente de reeleição para nomes tradicionais, como os deputados Sandra Rosado (PSB) e Betinho Rosado (DEM).

O periódico circula a partir do sábado (15).

A reportagem analítica é assinada por mim.

Hoje é dia de aniversário. Faz um ano da eclosão da “Operação Sal Grosso”.

A mobilização investigativa que apura supostas irregularidades na Câmara de Mossoró, ainda não teve desdobramento judicial. A sociedade aguarda ansiosamente.

O máximo que se esboçou de desdobramento foi o anúncio público no dia 29 de setembro passado, feito pelo Ministério Público, de relatório com levantamentos preliminares do seu trabalho.

No campo político, oito dos 12 atuais vereadores que tentaram a reeleição no dia 5 de outubro, terminaram não obtendo êxito.

A Sal Grosso tem uma pontinha de participação nesse resultado.

Vale lembrar que se o prefeito cassado do Acari (veja matérias abaixo), Antônio Carlos Medeiros, for cassado, haverá outra eleição.

Entretanto, uma decisão do TRE nesse sentido não é definitiva. Cabe recurso.

Nas urnas, Antônio venceu a disputa com 50,87% dos votos, ou seja, 3.857. Seu adversário, Isaías de Medeiros Cabral, obteve 49,13% – 3.725 votos.

Portanto, há enorme possibilidade de Acari ter eleição suplementar, mesmo que Antônio Carlos venha a tomar posse em 1º de janeiro de 2009.

Na interpretação que ganha corpo no TRE (veja matéria abaixo), faixas dependuradas em postes são mais eficientes à propaganda e divulgação de imagem de um candidato, do que rádio, TV e jornais.

Assim é o que se pode entender do início do julgamento da chapa eleita em Acari este ano, encabeçada por Antônio Carlos Medeiros, que obteve 50,87% dos votos válidos.

O “medidor” dos efeitos da faixa é abstrato e segue raciocínios obtusos, que nenhum especialista em marketing e ciências sociais sustentaria. Entretanto define o destino de candidatos e candidatos, eventualmente acusados de postura vedada pela lei 9.504/97 que rege a propaganda eleitoral.

A “potencialização” é a idéia dos efeitos que determinado procedimento teve ou teria sobre a massa eleitora.

O bafômetro consegue medir a quantidade de álcool no organismo, o tensiômetro aponta a pressão arterial, mas o “aparelho” que o TRE do RN faz uso para avaliar se o candidato levou vantagem ou não em relação aos adversários, é sui generis. Não existe à venda.

Os primeiros votos quanto ao julgamento relativo às eleições do Acari indicam que faixas dependuradas em postes decidiram os rumos das eleições, beneficiando o prefeito eleito. “Houve grave lesão” à lei, mediu o juiz Fernando Pimenta. E olhe que as faixas foram afixadas em meio a festejos sócio-religiosos.

Já em Mossoró, emissoras de rádio, jornais e várias TV´s, além de saite oficial da prefeitura, não teriam gerado qualquer benefício para a prefeita que era candidata à reeleição. Assim entendeu o TRE.

Em Acari, é bom salientar, Antônio Medeiros não tentava novo mandato, mas tinha apoio do prefeito Juarez Bezerra.

Vá entender.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) está enroscado em suas próprias interpretações. Acari é o centro do imbróglio.

Certo que cada caso é um caso, mas a iminente cassação do prefeito eleito Antônio Carlos Medeiros é no mínimo estranha. O julgamento em plenário começou ontem à tarde, quando foi suspensa com pedido de vistas do desembargador Cláudio Santos.

Segundo o relator do processo, juiz Fernando Pimenta, o prefeito deve ser cassado. O segundo votante foi Fábio Hollanda, com mesma posição.

A coligação da qual Antônio Carlos fez parte, teria usado faixas de propaganda institucional da prefeitura, governo do atual prefeito Juarez Bezerra, que o apoiava. Essa modalidade de mídia alternativa fora exposta em praça pública.

É estranho que o TRE comece a ter essa inclinação ríspida, depois de ter inocentado há poucas semanas a prefeita reeleita de Mossoró, por 6 x 1, numa situação teoricamente muito mais grave.

Fafá Rosado (DEM) participara de um evento público, que foi amplamente divulgado em emissoras de TV como InterTV Cabugi e TV Tropical, além de jornais, rádios e o próprio saite da prefeitura.

Volto já com outra postagem sobre o assunto.

Ouço um sem-número de pessoas resmungando, contrariadas com a iminente candidatura a deputado federal do deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM). Exageram na censura.

De antemão, é preciso separar a paixão – ou ódio – da análise. Sei que às vezes é quase impossível esse distanciamento crítico. Alguns internautas e interlocutores diretos admitem que não são seus eleitores e torcem por outros postulantes.

O marido da prefeita mossoroense Fafá Rosado (DEM) tem o direito de pensar num vôo mais alto. Isso é ponto pacífico.

Além disso, ele possui as ferramentas mínimas para empinar o projeto.

Leonardo aspira aquilo que qualquer outro sonharia, com tamanhas condições de êxito disponíveis. Os deputados federais Betinho Rosado (DEM) e Sandra Rosado (DEM) não possuem reserva de mercado eleitoral. Que se virem à reeleição.

Pessoalmente, não vejo Leonardo com preparo mínimo. É um songamonga, incapaz de traduzir os anseios da sociedade em termos de trabalho como agente político. Contudo é deputado e o mais votado em Mossoró, além do quinto no cômputo geral no estado. Aguente.

Avante, Léo.