Sobre a reportagem especial em três postagens, que abre o dia de hoje, com o título "Sobrevivência ou morte na política – Fafaísmo vai à luta", há muito ainda a ser focalizado. Muito mesmo.

É preciso que a opinião pública fique consciente da existência de um pré-acordão entre os primos Carlos Augusto Rosado (DEM) e Sandra Rosado (DEM). Coisa de família.

Eles tiveram afinação estreita em 2006, quando o rosadismo cruzou os braços na reta final para ajudar na eleição de Rosalba Ciarlini ao Senado. Em troca, Carlos deu uma "força" à campanha à reeleição de mãe e filha, deputada federal Sandra e deputada estadual Larissa Rosado (PSB).

Este Blog trouxe recentemente uma série de reportagem detalhando os bastidores do acerto.

Como dizia o velho Dix-huit Rosado, "os Rosado só brigam em cima do palanque."

Em 2010, muitos interesses – de lado a lado – estarão em jogo. Anote.

Ainda nesta tarde volto ao tema. 

* Veja abaixo a série sobre pré-acordão:

– Primeira parte (AQUI);
– Segunda parte (AQUI);
– Conclusão (AQUI).

Ninguém estranhe se pipocarem fatos novos, no rescaldo da sucessão pauferrense. Os bastidores estão escaldantes e efervescentes.

É praticamente certo que o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresente denúncia capaz de colocar em xeque o resultado da disputa recém-concluída (nas urnas). Quem venceu foi o prefeito Leonardo Rego (DEM).

Vamos aguardar, com ouvido colado ao chão.

Mesmo numa avaliação superficial, é fácil perceber que o deputado federal Betinho Rosado (DEM) está sem ímpeto em seu novo mandato. Aquém do passado recente.

Em 2006, Betinho não se reelegera para o quarto mandato. Só ascendeu outra vez à Câmara Federal, em face da morte do titular Nélio Dias (PP) no ano passado. Daí o seu retorno, que até aqui tem sido modestíssimo.

Não parece o mesmo, que se destacara como um dos melhores parlamentares do RN nas últimas legislaturas.

É minha observação pessoal, carregada de testemunhos de vários interlocutores atentos à atividade política potiguar.

A agência Art&C, responsável pela criação da identidade visual da campanha à prefeitura da chapa Fafá Rosado (DEM)-Ruth Ciarlini (DEM) passou maus bocados.

Os detalhes estão nos intramuros da sucessão mossoroense. Não constam da história oficial da política nativa.

A empresa só foi informada quanto ao nome a vice, poucos dias antes da convenção partidária que homologaria os nomes. A dúvida quanto à escolha foi dirimida pela própria senadora Rosalba Ciarlini (DEM), que orientou a agência: “Bote Ruth!”

A partir da ordem, todo o material impresso passou a ser preparado com a composição Fafá-Ruth.

É indiscutível que a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) é a maior liderança popular da atualidade, em Mossoró. Mas nem assim pode tudo.

Um exemplo quentinho é do processo de escolha do nome a vice na chapa da prefeita reeleita Fafá Rosado (DEM). Sua irmã, ex-deputada estadual Ruth Ciarlini (DEM), foi uma decisão pessoal da senadora, visto que em pesquisas encomendadas pelo grupo, ela sempre apareceu bem atrás da atual vice-prefeita (e vereador eleita) Cláudia Regina (DEM).

Ruth foi aboletada na chapa assim mesmo.

Meses antes, a imprensa local divulgara e repercutia entrevista do deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM), marido da prefeita, adiantando que a companheira (o) de chapa de “Fátima” (como ele trata Fafá Rosado) sairia “de pesquisas”. Foi levado a mentir, inocentemente.

O esquema terminou promovendo uma tremenda deslealdade.

Cláudia Regina só ouviu falar sobre a substituição, horas antes da convenção municipal partidária. Não fora comunicada oficialmente sobre a mudança de critério, mas certamente desconfiava que sobraria.

Como se observa, a popularidade e o vínculo familiar direto à Rosalba, não puxaram Ruth para cima. Era uma espécie de bigorna humana.

* Saiba mais adiante.

O governo Lula deixou de promover marolas retóricas e admite: a crise econômico-financeira internacional não é simples solavanco. O Brasil também é afetado.

A responsabilidade no combate à dificuldade não se restringe à União. O cenário pode se complicar como uma metástase.

Nos municípios, prefeitos, câmaras e sociedade como um todo devem se mobilizar.

A tendência é de queda no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além desaquecimento da atividade produtiva. Assim caminhamos para redução na oferta de emprego e recuo no meio circulante.

É difícil se identificar quem acorde para essa realidade, tamanha a ignorância e despreparo da grande maioria. Só ouvimos lero-lero sobre eleição para câmara, reforma administrativa e festas.

A mídia pode ajudar no alerta em vez de concorrer à construção de uma imagem ilusória.

Concluídas as eleições-2008 no domingo (26), ontem, os números revelam que o PMDB continua firme e forte. É uma sigla municipalista, por essência.

O partido saiu de 1.060 prefeitos eleitos em 2004 para 1.207 neste ano. O PSDB caiu de 870 para 788, enquanto o PT cresceu de 410 para 558 prefeituras.

Já o DEM desabou de 794 para 501 e o PP teve pequena ascensão, saltando de 550 para 557.

Os números ratificam a força da base política em torno do governo do presidente Lula, como já ocorrera em relação ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Mantém-se a tradição governista multissecularmente cultivada no país.

O Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu bordoadas consideráveis nas eleições de hoje. São Paulo, Salvador e Porto Alegre são exemplos.

Gilberto Kassab (DEM) levou a melhor sobre Marta Suplicy (PT) em São Paulo; José Fogaça (PMDB) atropelou Maria do Rosário (PT) em Porto Alegre e João Henrique Carneiro (PMDB) derrotou Walter Pinheiro (PT) em Salvador.

O partido continua muito dependente da marca Lula. Mas sem dúvida continua muito representativo.

Em 2010 terá um embate histórico, na sucessão do presidente Lula.

Magistral a reportagem especial do jornal "O Mossoroense", em sua página 3, neste domingo (26). Um tiro certeiro do bom jornalismo.

Sob assinatura do ótimo Bruno Barreto, o vetusto periódico prova que não passou de um embuste, potoca mesmo, a informação divulgada pela Câmara de Mossoró, de aprovação de seu movimento contábil pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O jornalista foi a fundo, correu pelo labirinto do TCE para trazer à tona a realidade dos fatos. Outra vez, a câmara sai com sua imagem associada à farsa.

Veja AQUI.

Darwin explica “seleção” política “natural” na história recente no RN  

Deputado federal ao final dos anos 50, Aluízio Alves ousou desafiar seu líder político. Entendeu que era a vez de disputar o governo do estado, mesmo a contragosto do então governador, Dinarte Mariz. Enfrentou-o e foi eleito.

O rompimento entre ambos ensejou uma das mais longas arengas pessoais e políticas do RN.

Aluízio é um exemplo da criatura que reagiu contra o mandarinato do líder Dinarte, produzindo uma marca própria conhecida como “aluizismo”. Outros tentaram a mesma sublevação e se deram bem, mas também existem situações em contrário.

Em Mossoró, o então prefeito Dix-huit Rosado rompeu com a liderança do irmão Vingt Rosado e ciceroneado pelo filho Mário Rosado costurou um novo grupo. Morreu no exercício do poder (1996), sem gerar sequer um simulacro de força política.

O pai de Micarla de Souza (PV), prefeita eleita do Natal, ex-senador Carlos Alberto de Souza, desafiou a liderança de Aluízio Alves e enfrentou o poderio do esquema Maia em 1985. Derrotado humilhantemente na candidatura da sua mulher Miriam, a prefeito da capital, inclinou-se outra vez à condição de aliado do sistema Maia.

– Capivara fora do bando é comida de onça – declarou certa vez, numa metáfora que sintetizava a constatação de como é difícil ficar vivo no ecossistema político do RN.

A teoria darwiniana (naturalista Charles Darwin) da “seleção natural”, com a prevalência dos mais fortes, continua imperando.

Deputado federal Betinho Rosado (DEM) deve sofrer prejuízo direto

A ex-deputada Ruth Ciarlini (DEM) foi aboletada na chapa à Prefeitura de Mossoró este ano, a contragosto da prefeita Fafá Rosado (DEM), sob murmúrios quase inaudíveis. Tudo por força da influência do casal Carlos Augusto Rosado (DEM)-senadora Rosalba Ciarlini (DEM).

Valeu a força populista da senadora Rosalba, irmã de Ruth. O "fafaísmo" engoliu a seco, mas matutando sobre uma reação.

A postulação do deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM) à Câmara Federal é um reagente à estratégia adotada pelo rosalbismo. A candidatura do filho Jerônimo Leonardo é um suplemento, para compensar mais ainda a saída de Fafá Rosado da prefeitura no fim do segundo mandato (2012).

O fafaísmo quer mostrar que está vivo e não deseja ser apenas penduricalho. Quem não tem motivos para gostar de nada disso é o irmão de Carlos Augusto, o atual deputado federal Betinho Rosado (DEM).

Em 2006, ele não se reelegeu e só assumiu uma cadeira em Brasília com a morte do titular Nélio Dias (PP). Aguardava apoio ostensivo da facção de Fafá à sua reeleição, o que não ocorreu.

Com Leonardo Nogueira disputando vaga à Câmara Federal, Betinho fica praticamente condenado à não-reeleição. Caso ignore a oportunidade, o fafaísmo é que pode assinar um suicido político: ficaria apenas com um mandato de deputado estadual (se Leonardo for reeleito) e em dois anos estaria sem a prefeitura.

Por isso que precisa ter habilidade para se proteger do pior. Vauvernagues (veja postagem abaixo) está atualíssimo: “Nossos protetores mais confiáveis são nossos talentos”.

* Veja a última parte desta reportagem especial a seguir.

Facção de Fafá Rosado calibra candidaturas para pôr fim à dependência

“Nossos protetores mais confiáveis são nossos talentos”.

O aforismo do pensador iluminista Vauvernagues pode ser alerta e guia à facção política da prefeita mossoroense Fafá Rosado (DEM). Ela garantiu reeleição para novo mandato este ano – não obstante processos de cassação em curso -, mas é muito pouco para quem desde 2000 passou a ser um novo tentáculo político do clã Rosado.

Fafá, família e seus militantes continuam muito dependentes da liderança do casal ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM)-senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Daí a necessidade de calibrar a mira com vistas ao futuro.

A decisão que tem sido lapidada aponta para o propósito de sobrevivência com autonomia. Do contrário, o “fafaísmo” será apenas um neologismo descartável em curto prazo. Está em gestação o fortalecimento desse esquema, com migração do deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM) à Câmara Federal. Mas não é só isso.

A princípio, paira nas conversas internas a idéia de tornar Jerônimo Leonardo, um dos quatro filhos do casal Fafá-Leonardo, deputado estadual em 2010. Substituiria o pai na Assembléia Legislativa.

A dobradinha caseira é mais do que viável, enxerga o governismo.

Deixando a prefeitura antes do final do mandato, Fafá entregaria a municipalidade às mãos da ex-deputada estadual Ruth Ciarlini (DEM), “calço” que o casal Carlos-Rosalba colocou para evitar maiores surpresas.

O temor do “rosalbismo” era de que Fafá saísse do governo municipal para concorrer à Câmara Federal. Com Ruth de prontidão, a prefeita irá até o final da gestão.

* Aguarde ainda nesta madrugada a segunda parte desta reportagem.

Definitivamente o ex-deputado federal Laíre Rosado (PSB) caiu na cova da justiça. É denúncia sobre denúncia.

A imprensa nacional no dia passado anunciou outra carga do Ministério Público Federal contra ele, acusando-o outra vez da tríade corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O cerne da questão é ainda a “Máfia dos Sanguessugas”. Ele responde a pelo menos seis processos decorrentes da participação em corriola que teria se aproveitado de função parlamentar para desviar milhões de recursos federais. Uma montanha de dinheiro que deveria estar atendendo à saúde de milhões de pessoas.

Saiba mais AQUI.

Fui processado injustamente pelo ex-médico Laíre Rosado (DEM) o ano passado. Ele e a Casa de Saúde Dix-sept Rosado, que se diga.

Os dois, pessoa natural e física, jogaram ação por “danos morais” sob a fantasiosa tese de “perseguição”. Seriam minhas vítimas, argüiu a peça inicial.

Cada um solicitou uma ruma de dinheiro como indenização e em primeira instância foi sentenciada a pecúnia de R$ 2 mil. O que é muito, convenhamos.

O Judiciário enxergou apenas a contextualização do exposto canhestramente nos autos, sem entender que tudo não passava de manobra para me amedrontar. Intimidar.

Na verdade, a estratégia de Laíre era barrar no Blog o noticiário que naturalmente viria adiante, sobre suas peripécias no Congresso Nacional, utilizando a outorga popular para benefício do seu sistema político. Errou feio.

Mesmo este jornalista oferecendo o contraditório, publicando nota enviada pela Casa de Saúde Dix-sept Rosado em 2007, não foi poupado do processo.

Ele deveria acionar toda a imprensa nacional, como Folha de São Paulo, Rede Globo de Televisão, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo, Correio Braziliense etc.

O míster era me calar, pois saía mais em conta. Repito: errou feio.

* Retomo o tema em outras postagens a seguir. Aguarde. 

Processo? Não estou nem aí. Não tenho medo de processo, sobretudo vindo de origem tão mal-afamada como o ex-médico Laíre Rosado (PSB).

Pode mandar outros. Chame uma empilhadeira.

Sinto-me à vontade no ambiente judiciário – que me atrai. Que respeito.

Não fico desconfortável em encarar litigantes em audiências, sobretudo quando não possuem um pingo de decência e respeito pela vida humana, desprovidos de dignidade e incapazes de plasmarem a gratidão. Desconhecem o que seja solidariedade.

É risível a requisição de reparo por “dano moral”, derivada de quem não possui requisito mínimo à sua obtenção. Piada.

É como o sujeito cobrar judicialmente o recebimento de uma Pajero, sem nunca ter estacionado sequer um Fusca 66 em sua garagem.

Tenha santa paciencia.