A facção política que tem a prefeita Fafá Rosado (DEM) como estandarte, quer alongar sua sobrevivência e se transformar num grupo. Sabe que a tarefa exige ousadia.
Para tentar promover essa evolução, saindo da condição de apêndice e penduricalho do rosalbismo, é fundamental a conquista de mandatos públicos. Por enquanto, Fafá é prefeita e o marido Leonardo Nogueira (DEM) deputado estadual. Pouco.
Não ocorrendo qualquer imprevisto, a prefeita deixará o atual cargo ao final de 2012. Sem a mega-estrutura da prefeitura, com receita que nos primeiros quatro anos de mandado passou de R$ 1,2 bilhão, não será fácil essa ala política se manter viva, apenas com uma vaga na Assembléia Legislativa.
Daí a visão de que é preciso mais.
Leonardo passaria à Câmara Federal (veja matérias mais abaixo), o filho Jerônimo Leonardo ocuparia cadeira na Assembléia Legislativa, enquanto paralelamente um outro nome seria trabalhado como sucessor de Fafá Rosado.
Mesmo revelando que a política até aqui é muito mais um meio, em vez de fim, a facção de Fafá Rosado tem o mérito de enxergar um vácuo: observa que o grupo controlado pela deputada federal Sandra Rosado (PSB) está em agonia, com crescente desgaste de imagem e descapitalização de votos.
A brecha pode significar espaço para fazer do ainda imberbe “fafaísmo” a primeira força política de Mossoró, terceiro braço de uma mesma oligarquia, os Rosado. O agitador cultural Gustavo Rosado, chefe de Gabinete da mana Fafá Rosado, tem um grande mérito. Mostra arrojo para liderar essa arrancada – a qualquer preço.
Seus métodos e jeito podem não ser muito republicanos, porém se constituem hoje numa realidade que causa calafrios nos primos com maior formação política empírica, Sandra e o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM), líder do rosalbismo.
Como na célebre passagem militar romana na antiguidade, não há mais volta. Gustavo e sua patota atravessaram o Rubicão. A sorte está lançada.