terça-feira - 04/10/2011 - 03:40h
Pro dia nascer feliz

Minha “dopamina” nesta terça-feira e à eternidade

Bom-dia, webleitor. Saúde e paz.

Dessa janela virtual desejo paz de criança dormindo, para enfeitar o dia e a noite dos que quero bem; respeito às diferenças e silêncio aos que são indiferentes ou insensíveis.

Meu primeiro olhar, contudo, é pro meu eu, num necessário mergulho em busca do autoconhecimento.

E como bem diz uma antiga música de Dominguinhos/Manduka, “quem me levará sou eu”.

Amém!

Minha “dopamina” são meus filhos; da mesma forma meus amigos. Inclua aí meu Fluminense; o amor de uma mulher que quer amar e ser amada.

A natureza que lá fora brota com a chuva ou é tocada pelo sol. A palavra impressa em livro, de Hannah Arendt a Machado de Assis. A música que diz muito ou apenas mexe com o corpo.

Minha “dopamina” é mais do que um neurotransmissor, quando estou em meu ofício laboral.

Por isso sou feliz.

Feliz “quesó”.

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Categoria(s): Crônica
segunda-feira - 03/10/2011 - 23:57h

Pensando bem…

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”

Fernando Pessoa

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segunda-feira - 03/10/2011 - 23:50h
DEM mais forte

Rosalba abona fichas de filiação e esvazia PSL de Mossoró

Do Blog de Thaísa Galvão:

Na praia de Tibau, onde passou o feriado, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) abonou fichas de filiações hoje ao seu partido, o DEM.

A vereadora Maria das Malhas, mais Flávio Tácito e Sargento Osmildo, todos do PSL de Mossoró, se filiaram ao DEM, durante almoço na casa da Rosa governadora.

Com as filiações, o DEM de Mossoró, presidido pelo primeiro-damo estadual Carlos Augusto Rosado, se fortalece para apresentar candidatos ao pleito de vereador nas eleições do próximo ano.

Nota do Blog – Com 21 vagas que voltará a ter, a Câmara de Mossoró terá uma disputa ainda mais concorrida. Nas duas últimas eleições existiram apenas 13 vagas.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 03/10/2011 - 21:15h
Fenômeno negativo

A alegria do insulto e da barbárie ao som do forró

Impressiona a quantidade de brigas em festas populares em que a essência musical é o forró eletrizado.

No final de semana testemunhei isso; conversei com amigos que costumam ir a essas festas, empresários do setor: opinião comum é de que existe uma atmosfera de barbárie.

Será que letras que exaltam machões e tratam mulheres como simples cadelas no cio, prontas para serem curradas, concorrem para tamanha estupidez? Heim?

A poucos metros de shows de forró eletrizado, em Mossoró, na Praça de Eventos, tivemos Vanessa da Matta e Nando Reis em apresentações diametralmente opostas em termos de comportamento do público. Não se registrou uma única briga; a polícia não interveio sequer uma vez.

Músicas falam de amor, desamor; alegria. A vida pra cima.

Nenhuma faz apologia a machismo nem ridiculariza o papel da mulher. “Sorte a nossa heim?!” copio Vanessa em uma de suas músicas.

Cantores das bandas de forró, gente trabalhadora e vencedora, são obrigados a constantes paralisações em seus shows, para apelo à ordem. Isso é tão comum que parece regra.

Aviões do Forró e Calcinha Preta, em seus shows na Estação das Artes, repetiram esse ritual de apelo ao bom senso. Lá embaixo, a turba entrava em erupção, gente correndo, pontapés, socos, pancadaria, urros de guerra.

Em todo show, lá estão os cantores pedindo paz aos baderneiros; que evitem briga e curtam tão somente a festa. Até os ridicularizam, assinalando que existem milhares de mulheres à solta, à espera de carinho.

Sociólogos, psicólogos, gente da música, psicólogos sociais e outros estudiosos precisam interpretar esse fenômeno da violência gratuita em shows de bandas de forró. Há algo de errado!

No Brasil e Europa, por várias vezes a música de gêneros como o funk, punk e o hap foi acusada de incitamento à violência, à xenofobia e ao tratamento discriminatório contra mulheres e gays, por exemplo. Isso é fato.

Algumas de suas letras são verdadeiras apologias ao crime, hinos à barbárie, ao enxovalhamento da honra da própria espécie humana.

Reflitamos sobre isso.

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segunda-feira - 03/10/2011 - 17:08h
Robinson Faria acuado

Trair e coçar nas entranhas do poder no RN

Será que o presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ricardo Motta (PMN), pupilo do vice-governador Robinson Faria (PSD), vai se distanciar dele para se aliar e alinhar-se com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM).

As tentações são muitas; os agrados começaram há tempos.

Motta foi eleito presidente por articulação de Robinson. Fez-se reeleito antecipadamente, também por influência e costura aberta por Robinson.

Resta saber se a força de influência da caneta da “Rosa” vai quebrar esse laço ou não.

Outros deputados ligados ao vice-governador já estão sendo assediados há tempos.

Ô tentação!

Diz uma máxima popular que “trair e coçar é só uma questão de começar”.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 03/10/2011 - 14:27h
Mudança partidária

Mandatos eletivos que correm muito perigo

Algumas mudanças partidárias que estão ocorrendo ou acontecerão, no Rio Grande do Norte, podem ser questionadas em juízo. A legislação dá amparo à ação.

Garantias verbais de diretórios partidários, prometendo o não-questionamento de migração de filiados, com mandatos eletivos, não têm qualquer valor legal.

O Ministério Público Eleitoral e suplentes possuem prerrogativas à cobrança do mandato.

Anote.

Vem barulho por aí.

Depois trago novidades.

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segunda-feira - 03/10/2011 - 11:38h
Folclore político

Djalma Marinho e Vingt Rosado na “fila” pro além

Da coluna de Cláudio Humberto

Candidatos potiguares eleitos

Quando deputados federais pelo Rio Grande do Norte, Djalma Marinho e Vingt Rosado Maia foram ao enterro de um velho amigo. Vingt cochichou:

– O morto é um homem da nossa idade… Já somos candidatos também…

O octogenário Djalma reagiu com graça e veemência:

– Que candidatos Vingt? que candidatos? Nós já fomos eleitos. Estamos apenas aguardando o dia da posse.

Marinho morreria em 1988 e Vingt em 1995.

Nota do Blog – Na verdade, Djalma Marinho morreu em 1981, no sétimo mandato como deputado federal. Era avô do atual deputado federal Rogério Marinho (PSDB).

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 03/10/2011 - 10:24h
Candidato

Prazo para mudar domicílio eleitoral termina sexta

Faltam quatro dias (sexta-feira, 7) para aqueles que pretendem concorrer nas Eleições 2012 fixem seu domicílio eleitoral no município em que têm a intenção de se candidatar a prefeito, vice-prefeito ou vereador. Essa é uma das exigências da Lei das Eleições (nº 9.504/97) para o registro da candidatura, assim como a filiação partidária.

No momento do pedido de registro da candidatura, o partido deve provar que os seus candidatos estavam pelo menos desde 7 de outubro de 2011 com domicílio eleitoral no município em que pretendem concorrer, conforme o artigo 9º da Lei das Eleições. Essa data equivale a exatamente um ano antes do primeiro turno das próximas eleições municipais.

Eleitor

O prazo de um ano antes das eleições é só para os cidadãos que pretendem concorrer aos cargos em disputa. Já os eleitores em geral, para poderem votar em outro domicílio, têm até o dia 9 de maio de 2012 para solicitar a transferência do título de eleitor para o novo município, conforme prevê o Calendário Eleitoral.

Para pedir a transferência do título, o eleitor deve comprovar a passagem de pelo menos um ano da inscrição primitiva e residência mínima de três meses no novo domicílio, atestada pela autoridade policial ou provada por outros meios convincentes.

Com informações da Agência de Notícias do TSE.

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segunda-feira - 03/10/2011 - 10:15h
A vez do vice

Rio Grande do Norte tem dois novos prefeitos

Desde sexta-feira (30) que o Rio Grande do Norte está com dois novos prefeitos. Nos dois casos, o “fenômeno” é o mesmo: renúncia pacífica dos titulares, dando vez ao vice.

Carlos José Fernandes, o “Dedezinho” (PP), prefeito de Luís Gomes (Alto Oeste do Rio Grande do Norte), renunciou ao mandato para concorrer ao próximo ano à Prefeitura de Major Sales. A decisão foi oficializada à tarde de sexta-feira perante a Câmara Municipal. Dedezinho cede lugar ao seu vice, Tadeu Nunes (PPS).

Já à noite, na cidade de Lajes Pintada (Região Agreste ou “Borborema Potiguar”) aconteceu a renúncia do médico Fábio Henrique (PSB). Quem assumiu a prefeitura foi seu vice, Nivaldo Alves (PR). A posse, bastante prestigiada, aconteceu na sede da própria prefeitura.

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segunda-feira - 03/10/2011 - 08:55h
Amizade

Reencontro de ex-alunos do Diocesano será em julho-2012

O reencontro da turma da “4ª série de 1972, do Colégio Diocesano Santa Luzia (CDSL), de Mossoró, será no dia 21 de julho de 2012. Essa foi a principal decisão preliminar tomada em reunião acontecida na sexta-feira (30), em Mossoró, no restaurante Cândidus (Abolição I), por integrantes dessa classe.

“Nosso encontro prévio no ultimo dia 30 de setembro foi excelente, uma sensação inigualável”, assinala Lenilson Fernandes, empresário do setor de seguros.

Estiveram presentes nomes como “eu, Anchieta Medeiros, Elton, Paulo Maia e Segundo Paula”, continua ele, acrescentando ainda na citação o jornalista Jânio Rêgo (residente em Feira de Santana-BA), além de Delevam Gurgel, Honório de Medeiros, Fred e Fernando Negreiros que residem em Natal.

Ficou decidido que uma comissão dessa turma organizará um grande reencontro, possivelmente na sede do Sindicato dos Bancários de Mossoró, presidido por Anchieta Medeiros. A programação a ser desenvolvida prevê uma missa na capela do próprio CDSL, conduzida pelo padre Sátiro Dantas, um churrasco-baile e “muitas surpresas”.

Nota do Blog – Não sou dessa turma, visto que tenho idade quase  juvenil, mas possuo diversos amigos que fazem parte dela. Além disso, vi nascer a ideia à realização do reencontro.

Este espaço está à disposição para ajudar na empreitada, conectando todos os membros dessa confraria.

Sucesso, pois.

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Categoria(s): Gerais
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segunda-feira - 03/10/2011 - 08:39h
Novo partido

Diretrizes do PSD, segundo Gilberto Kassab

Em entrevista à Rede Bandeirantes de Televisão, programa Canal Livre, no finalzinho desse domingo (2), o prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD) adiantou alguns princípios de atuação do partido em todo o país.

Segundo ele, em todos os parlamentos, dos federais aos municipais, o PSD apostará no rodízio de líderes para a boa formação de quadros. Explicou que numa mesma legislatura, o líder de bancada, sendo de oposição ou governo, não o será por todo o período.

Também esclareceu, que a assinatura de qualquer pedido de Comissão Especial de Inquérido (CEI) será por decisão de bancada e não por iniciativa pessoal de qualquer parlamentar.

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Categoria(s): Política
domingo - 02/10/2011 - 23:55h

Pensando bem…

“Qualquer criança me desperta dois sentimentos: ternura pelo que ela é e respeito pelo que poderá vir a ser.”

Louis Pasteur

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domingo - 02/10/2011 - 22:42h
Capital Inicial

Letra e Música – 154

Primeiros Erros, de Kiko Zambianchi, ganhou dimensão maior com a perenidade da banda brasiliense Capital Inicial. Marcou a geração pop-rock dos anos 80.

Mas essa música consegue mais: ultrapassa o tempo.

Fala em tom de reflexão sobre a aurora da vida, da juventude fugidia e eivada de excessos, deslizes e dúvidas.

(…) Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove, chove.

No vídeo acima, gravado em projeto do “Acústico MTV”, em março de 2000, uma ótima apresentação da banda com o reforço do próprio Zambianchi.

Aproveite.

Um presente do Blog para começar a semana, ainda em clima leve de feriadão.

Veja a letra AQUI.

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Categoria(s): Letra e Música
domingo - 02/10/2011 - 15:28h
Hermano Morais

Deputado promete colaboração sem submissão a governo

Em entrevista ao Jornal Metropolitano, em sua mais recente edição, o deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Natal, Hermano Morais (PMDB), revela como será sua postura na Assembleia Legislativa com apoio do seu partido ao Governo do Estado:

JM – O senhor era um dos críticos ao Governo Rosalba Ciarlini no plenário da Assembleia. Agora como é que vai ser a tua atuação?

HM – A crítica construtiva sempre foi uma marca do meu comportamento político, desde o meu primeiro mandato como vereador. Nosso comportamento, agora que o partido tomou um rumo diferente, vai ser de adotar uma postura de colaboração, mas não de submissão, resguardando o direito de fazer a crítica quando ela for pertinente.

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Categoria(s): Política
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domingo - 02/10/2011 - 14:25h
Missão de Henrique Alves

Não basta ser pai, é preciso participar

O deputado federal Henrique Alves (PMDB) determinou-se a uma programação longe de suas obrigações e prerrogativas políticas.

Seu endereço, hoje à noite, é na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, para o “Rock in Rio”.

Ele mesmo esclarece a programação:

– Já no Rio. Esperando viver duas alegrias diferentes. A maior, muito orgulhoso, de assistir a “Banda Faluja”, com meu filho Eduardo, guitarrista.

Mais: “E tocando no palco de sonhos: Rock in Rio! Será às 20 hrs. E se der sorte poderá ter transmissão pelo Multishow! Com Andressa e Pedro Henrique (outros dois filhos) estaremos lá dando força e vivendo esse momento único na vida dele!”

Nota do Blog – Veja AQUI mais informações sobre essa banda e o músico Eduardo Azambuja, filho de Henrique e Mônica Azambuja.

Ouvi e gostei da sonoridade. Na verdade, já conhecia superficialmente o trabalho da rapaziada.

Sucesso e vida longa, para lembrar sua fonte de inspiração, a resistente cidade iraquiana de Falluja, que fica às margens do rio Eufrates, com mais de 2,5 mil anos de existência

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Categoria(s): Cultura / Política
domingo - 02/10/2011 - 09:12h

Mossoró

Por Beatriz Bandeira

Um vento morno
de salitre e fogo
abre flores de sal
nos velhos muros.

Esquálidos meninos macilentos
tangem bandos de cabras esqueléticas
e, sob um sol que queima
e um chão que abrasa,
desenham Portinaris na paisagem.

“Índio é terra que anda”
disse um poeta.
E eu vejo em tua gente,
retorcidas raízes, rijos caules,
e essa força que brota
de entranhas minerais
da terra calcinada, e se prolonga
em duras caminhadas.

Mossoró, Mossoró, predestinada aurora,
pioneira de lutas precursoras
castigada e sofrida sentinela
de históricas vigílias.

Um vento morno
de salitre e fogo
abre flores de sal
nos velhos muros
e lágrimas de dor
choram meus olhos
de saudade e de ausências consumidas.

Beatriz Bandeira – Poetisa

* Do livro “100 Poetas de Mossoró”, Fund. Guimarães Duque, Fundação Vingt-un Rosado, Coleção Mossoroense, 2000, RN

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Categoria(s): Poesia
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domingo - 02/10/2011 - 08:50h

O sistema joga sujo

Por Honório de Medeiros

O pior da luta contra o Sistema é que não conseguimos individualizar o adversário. Não conseguimos identificar o responsável pela nossa ira. Não conseguimos olhá-lo no olho e lhe dizer o que ele merece escutar.

Lutamos contra algo amorfo, sem consistência definida, sem limites delineados, que não oferece resistência imediata e clara. Há pequenos recuos ante nossa indignação, que são apresentados pelos tentáculos do sistema – os seus operadores – e uma imediata, homogênea e difusa contrapressão como resposta ao incômodo que causamos e nós terminamos sendo manipulados e conduzidos, lenta e inexoravelmente, para o lugar que nos foi reservado.

Muito abstrato? Exemplifico.

Em uma instituição de ensino superior deste imenso e desgovernado País um velho e experiente professor de História das Idéias Políticas percebeu, em certo momento de desconforto profissional alusivo à “como as coisas estavam acontecendo” no seu Departamento, como quem acorda abruptamente e a realidade penetra sem rodeios sua percepção, um insidioso e ainda opaco processo de mudança nos paradigmas implícitos que governavam a Instituição.

Algo sutil, mas persistente.

O velho professor já passara por algo semelhante, em sua longa carreira universitária. Sentiu que a luta era vã, sua resistência inócua, contra o processo que se instalava lentamente, mas decidiu lutar, resistir, para documentar, mesmo que somente para si, tudo quanto estava acontecendo. “Quando tudo havia começado?”, se perguntou. “Ora, como saber?”

Deixou essa questão para trás e tratou de fazer um registro e análise “positivista”, sem levar em consideração possíveis causas estruturalistas, materialistas, marxista-leninistas, do fenômeno em si. Faria o registro, pura e simplesmente dos fatos e os interpretaria a partir da própria lógica do sistema.

Recordou que longe, lá no começo, sua Disciplina, que previa 80 horas/aulas por semestre, fora reduzida para 60 horas/aula. Reduziram, também, para 60 horas/aula a Disciplina co-irmã História das Idéias Sociais.

Depois, extinguiram História das Idéias Sociais e a História das Idéias Políticas passou a ser História das Idéias Sócio-Políticas, com as mesmas 60 horas/aula. De uma penada só o Sistema se livrou de vários professores.

Resolveu protestar, então. O Chefe do Departamento o escutou atentamente e se prontificou a levar sua Exposição de Motivos à próxima reunião do Conselho Diretor. Algum tempo depois, sem receber resposta do Chefe, indagou dele acerca da decisão do Conselho.

Este lhe comunicou que o assunto estava despertando o devido interesse e que, inclusive, tinha sido encaminhado para a Comissão de Análise, uma instância superior, restando apenas aguardar e ter paciência. Dias depois o velho professor recebeu formalmente, por intermédio de um Memorando, a notícia da desativação da sua linha de pesquisa.

Novo protesto. Nova atitude do dirigente de encaminhar, para escalões superiores, sua queixa. Nova espera. E, como não poderia deixar de ser, nova retaliação: as decisões acerca da rotina futura acerca das relações entre professores e alunos de sua disciplina foram tomadas sem seu conhecimento, sem sua participação.

E o velho professor, no atual estado-de-coisas, ao perceber o esvaziamento profissional para o qual o encaminha o Sistema, passou a duvidar, inclusive, de si mesmo: “será que tudo isso não é o resultado da aplicação dos meios que são usados para afastar aqueles que, como eu, já estão próximos da aposentadoria, abrindo espaço para o “sangue novo” dos “inocentes úteis” que assumiam os paradigmas que lhes eram impostos com questionamentos meramente formais?

Lembrou-se de uma antiga tia, professora universitária assim como ele, que se queixava amargamente, pouco tempo antes de sua aposentadoria, de como estava sendo deixada, deliberadamente, para trás em tudo que dizia respeito ao Departamento no qual estava lotada. Como também se perguntou, muitas vezes, acerca de como o Sistema agia com outras pessoas, individualmente demarcadas, que eram seus opositores, por essa ou aquela circunstância pessoal.

Lembrou-se de um amigo que encetara uma guerra solitária e inútil contra o Tribunal de Contas do seu Estado; outro às voltas com o Ministério Público Estadual; outro enredado nas malhas do Tribunal de Justiça; outro sendo massacrado, lentamente, na burocracia da Prefeitura Municipal.

Por fim, outro, a quem a posição do seu Sindicato, oportunista e alienada, condenava ao isolamento. Todos vítimas, todos impotentes, todos derrotados.

“Que fazer”, perguntou-se muitas e muitas vezes. Tentar ser um predador, mesmo com os dentes gastos? Imaginar que a experiência compensa o passar do tempo e ir á luta? Ou deixar que tudo passe, sobrevivendo no dia-a-dia, sem se preocupar com o amanhã, agindo como a grande maioria age, engolindo o sapo nosso de cada hora e seguindo em frente?

“Não há resposta”, concluiu desanimado. “O Sistema vence sempre”. “É mesmo seguir em frente.” “Caminhante, o caminho se faz ao caminhar”, consolava-se, enquanto a moenda prosseguia, implacável, até que nem o pó de seus ossos existisse mais. Nem o de todos os que viessem pela frente, meras peças de reposição.

Pois a idéia precede a ação, não há ação no vazio da mente, e assim emerge o sistema: uma idéia mutante, uma idéia fora do sistema anterior, fora do padrão, uma idéia que é um vírus em busca de um ambiente fértil no qual se replique, se desenvolva. Um “meme”.

Quando o primeiro ser humano cercou uma área de terra e afirmou que ela lhe pertencia, eis que surge uma idéia-mutante. Uma vez tendo surgido, e sobrevivido, atraiu outras idéias que puderam a ela se conectar, a mutação funcionando como atrator, ensejando o surgimento de uma rede. A rede é o Sistema. O Sistema é idéias e homens. O Sistema passa a se expandir na medida em que supera os obstáculos à sua expansão. Assim foi com o rock; assim foi com o futebol; assim foi com o protestantismo; assim foi, no Direito, com o Positivismo; assim foi com o cálculo integral. Sistemas destroem Sistemas.

O Coronelismo se foi; o Feudalismo se foi; o Cangaço se foi; Roma se foi; todos eles Sistemas que entraram em colapso. Tudo há de ir, um dia.

Enquanto isso, na moenda da vida, homens e idéias são triturados.

Honório de Medeiros é escritor, professor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Estado do RN

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domingo - 02/10/2011 - 08:18h

Só Rindo (Folclore Político)

Adão e Eva em Tibau

Entrecostado numa cadeira à beira-mar, em Tibau, o e então deputado federal Vingt Rosado não se cansa de admirar a beleza natural dessa vila.

Numa ocasião em que está nesse deleite, o parlamentar é surpreendido por uma cena idílica: um casal aparece a poucos metros de sua casa, fantasiado de “Adão” e “Eva”. E com a “serpente” dominando a cena.

Sexo ao vivo e em cores, bem ali, diante de sua casa praiana.

Uma pessoa de sua família acaba testemunhando também “aquilo”, a que denomina de “uma afronta”, “pouca vergonha”, algo “inaceitável”.

A condenação se segue, sem que Vingt manifeste qualquer conceito. Qualquer desaprovação. Fica silente. Apenas ouve os resmungos.

De repente, ele é instado a se pronunciar:

– O senhor não acha isso uma vergonha?

– Por mim eles voltariam amanhã de novo! – sentencia o deputado, serenamente, deixando a interlocutora “rosada”.

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domingo - 02/10/2011 - 07:58h

Algumas razões nobres e outras plebeias

Por José Roberto Torero

Dois tipos de razões me levam a escrever: as razões nobres e as plebéias. As plebéias são as tradicionais: fama, dinheiro e mulheres.

Pensava que, como um escritor, teria um pouco dessas três coisas, mas a fama de um escritor é irrisória perto da de um razoável centroavante. O dinheiro é ridículo, se comparado ao que ganha qualquer desafinado cantor de pagode. E, quanto ao gemido das mulheres, qualquer ator que tenha feito uma aparição na Globo é mais solicitado do que eu.

Na verdade, até hoje só uma leitora sorriu-me de um modo mais insinuante: uma senhora chamada Noemi. Muito simpática, mas octogenária.

Há, porém, os motivos nobres.

Como tive muitos professores humanistas, prendeu-se em mim essa idéia hoje tida como ridícula de que “devemos lutar por um mundo melhor”, hoje trocada por “devemos maximizar os lucros”.

Acho que escrevendo, posso, de alguma forma, influenciar as pessoas. Posso fazê-las rir dos maus costumes e dos maus personagens, posso fazê-las perceber um vício e exaltar uma atitude, posso falar bem da honestidade e mal de Maluf e Pitta, posso falar bem da coerência e mal da compra de votos pela reeleição, posso falar bem da coragem e mal da aliança com o PFL.

Mas, na verdade, acho que nesse quesito eu também apenas vou conseguir virar a cabeça de Dona Noemi. Enfim, apesar do fracasso de minhas motivações nobres e plebeias, não posso me queixar da sorte.

O trabalho não me deixa suado como um cantor de pagode, não levo pontapés como um centroavante e, ainda por cima, ando pelas ruas despreocupado, sem temer que fãs puxem meus cabelos ou tentem rasgar minhas roupas.

Se bem que, no lançamento do meu último livro, Dona Noemi tenha me dado um beliscão na bunda.

José Roberto Torero – É escritor, roteirista e jornalista

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domingo - 02/10/2011 - 07:23h
A voz de Padre Sátiro

Política e políticos que não priorizam setores carentes

Do professor e padre Sátiro Dantas em seu Twitter:

Com dinheiro público não ha prioridade para as coisas necessárias à população carente. Falta decisão política para as verdadeiras políticas a favor dos pobres.

E acrescenta: “Até nós de igreja ficamos calados, apesar das palavras fortes do Documento de Puebla: opção preferencial pelos pobres.”

Lambra ainda o esvaziamento do ensino em Mossoró: “Sofri calado o fechamento da Escola 13 de junho, fundada por mim e comunidade da capela de São Vicente”.

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domingo - 02/10/2011 - 06:06h

A síndrome da cadeira II – a saga continua…

Por Francisco Edilson Leite Pinto Júnior

Era uma vez, um homem de bom coração, mas que se deixou levar por sua ambição… Montesquieu alertava que “Um homem não é infeliz porque tem ambições, mas porque elas o devoram”. E esse pobre homem, de bom coração, se deixou devorar pela sua ambição.

De início, não pensou duas vezes em se unir com quem tanto abominava… (É verdade eu sei, que alguns irão defender que, na busca da tão sonhada altura, não há nada demais em se fazer concessões e esquecer os nossos princípios e a nossa consciência – esse juiz implacável que temos dentro de nós).

Porém, a união entre criador e criatura durou pouco. E a lei da física explica: “cargas iguais se repelem!”. Afastado do seu criador, mas não do seu projeto de poder, o pobre homem, de bom coração, chegou aonde sempre sonhou: ser chefe de uma das maiores empresas “vendedoras de sonhos” da Groelândia… mas, se não há um mal que não traga um bem, a recíproca pode também ser duplamente verdadeira: não há um bem que não traga um mal… não foi à t oa que Henry Ford, certa vez, sentenciou: “A ambição do homem é tão grande que para satisfazer uma vontade presente, ele não pensa no mal que dentro em breve daí pode resultar”… E o mal estava por vir, e veio: A SÍNDROME DA CADEIRA!

Abro aqui um parêntese, caro leitor, para falar desta síndrome, que para quem não sabe, foi descrita por um brasileiro, em abril de 2004, e se caracteriza por, ao ocupar a cadeira do poder – essa peça do mobiliário, surgida desde a dinastia egípcia-, o indivíduo passa a apresentar sintomas de cegueira, surdez, amnésia e ambição.

E por que isso acontece? Em geral, as cadeiras têm quatro pés: os da frente, representam a experiência e a ciência; os de trás, são os da consciência e do bom senso. Mas, a cadeira do poder – por vir com defeito de fábrica-, seus pés não estão bem fixados no chão – e o ocupante, ao viver nas alturas, acha que será eterno no cargo. Fecho aqui o parêntese, e volto a nossa história.

Pois bem, o nosso pobre homem, de bom coração, mudou e mudou muito… Primeiro, esqueceu o seu passado: se antes era capaz de “perder tempo” ouvindo a Nona sinfonia de Beethoven, agora só tinha tempo para o barulho dos números, gráficos, planilhas… adorava uma reunião; se antes até pensou em fazer um curso de filosofia, agora só tinha cabeça para metas de cunho administrativo; se antes adorava ler – ficando até feliz quando ganhou dois livros de uma só vez (Hamlet  e  O Mercador de Veneza)-, agora abominava esse hábito, a ponto de viver se vangloriando: “Não tenho tempo livre… isto não é minha prioridade!”.

É uma pena ele t er tomado esse estreito caminho, pois se continuasse no mundo dos livros, “das coisas inúteis”, “das perdas de tempo”, teria tido a oportunidade de se curar, desta terrível síndrome, antes mesmo dela o acometer, apenas lendo o que escreveu Saint-Exupéry: “Trabalhando só pelos bens materiais construímos nós mesmos nossa prisão. Encerramo-nos lá dentro, solitário, com nossa moeda de cinza que não pode ser trocada por coisa alguma que valha a pena viver”…

Depois, o nosso pobre homem, de bom coração, passou a não ver, nem ouvir ninguém. Sua opinião bastava. Não percebia que a sua estratégia, sem atingir o real foco do problema – parecida com a daquele homem que ao saber que estava sendo traído, resolveu retirar o sofá da sala-, só iria agravar ainda mais as finanças da sua empresa. E foi isso que aconteceu: o faturamento de cada sócio passou a ser reduzido à metade.

A empresa, que antes vendia sonhos, passou a “vender pesadelos”, para os seus sócios e clientes. Resultado disso tudo?! Um ano e oito meses depois, havendo nova eleição, o pobre homem, de bom coração, foi destituído do seu cargo. Perdeu o seu prestígio… Teve que abandonar a cadeira do poder… Mas, ficou curado!

A recuperação, a cura, foi tão rápida, que foi perceptível a sua mudança. Se antes estava cego, surdo, ambicioso e esquecendo o passado; agora, estava alegre, sorridente, humilde e extremamente feliz. Tão feliz que, pelo menos uma vez por semana, à tarde, se dava ao luxo de “perder tempo” numa livraria. Ia sozinho, pois os “amigos” da época da cadeira, tinha-o abandonado. Mas, mesmo sozinho ele ia; e era só chegar ao templo sagrado dos livros, para ele correr para as prateleiras e pegar vários deles… Numa tarde, ele se superou. Resolveu pegar três livros de uma só vez.

O primeiro foi “A arte de viver” de Epicteto. Abriu na página 144 e leu: “A melhor reação aos atos condenáveis é ter pena de quem os comete, pois essas pessoas adotaram convicções e princípios doentios e são desprovidos da mais preciosa capacidade humana: a de distinguir o que é realmente bom do que é mau para elas…”.

Nosso homem de bom coração (agora ele não era mais pobre, pois tinha a riqueza dos livros em suas mãos) tomou um gole de cappuccino, riu e pegou o outro livro. Desta vez, foi “Sobre a brevidade da vida” de Sêneca. Abriu na página 39 e leu: “A condição de todos os ocupados é miserável… Enfim, queres saber quão pouco vivem os ocupados? Vê como desejam viver longamente. Procuram parecer menos idosos e lisonjeiam-se com mentiras e encontram tanto prazer em enganar a si próprios, que é como se enganassem junto o destino.

Mas, quando uma enfermidade qualquer adverte-os de que são mortais, morrem tomados de pavor… ficam gritando que foram tolos em não viver e que se por acaso escaparem da doença, haverão de viver no ócio”.

Por fim, ele pegou o seu autor preferido, Mário Quintana, e leu três belos poemas: “A amizade é um amor que nunca morre;/ O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser;/ A felicidade é um sentimento simples; você pode encontrá-la e deixá-la ir embora, por não perceber a sua simplicidade”.

Com os olhos marejados de lágrimas, o nosso homem de bom coração, à semelhança do personagem Raskólnikov de “Crime e Castigo”, de Dostoievski, sentiu, naquele momento, a verdadeira felicidade da vida… E enxugando as lágrimas de seu rosto, pagou a conta, foi para casa e viveu em paz com a sua família: seu maior patrimônio.

Francisco Edilson Leite Pinto Junior – professor, médico e escritor

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Categoria(s): Artigo
sexta-feira - 30/09/2011 - 23:57h

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