“Porque o silêncio em si é como o som dos diamantes que podem cortar tudo”
Jack Kerouac
Jornalismo com Opinião
“Porque o silêncio em si é como o som dos diamantes que podem cortar tudo”
Jack Kerouac
A sucessão da prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), é um dos quadros mais confusos e repleto de variáveis, que a política da capital já experimentou em décadas. Pode tudo. Nada é impossível.
Com um governo extremamente desgastado, Micarla não é vista como nome forte à própria sucessão, ou seja, a um projeto de reeleição. No grupo governista estadual, que costuma ter peso considerável em eleições em Natal, o cenário também não é dos melhores em termos de prestígio popular.
A governadora Rosalba Ciarlini (DEM), depois de ser a mais votada para o Senado em 2006 e ao Governo do Estado em 2010, aparece em declínio vertiginoso em termos de avaliação de governo. Qualquer pesquisa mostra esse quadro.
Mas basta um passeio comum por qualquer ponto de concentração humana da capital, para se identificar essa situação, sem necessidade de aferição científica. O Governo do Estado já tem problemas demais.
Nesse ambiente em que as maiores forças institucionais, no estado, estão fragilizadas, a própria união de Micarla e Rosalba não está descartada. Nos últimos dias, declarações de porta-vozes do governo estadual alimentaram essa hipótese. Um “balão-de-ensaio” ou apenas um “me engana que eu gosto”, segurando a prefeita em suas esperanças de receber reforço à própria reeleição.
Na verdade, o grupo da governadora não tem candidato próprio à Prefeitura do Natal. Ninguém. Aspira pegar embalo e conseguir esse feito, por tabela, na aposta de um nome que tenha condições de vitória.
Para arrimar a tese de que a sucessão natalense pode tudo ou quase tudo, não se descarte a possibilidade de apoio ao pedetista e ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), via influência familiar através do PMDB do ministro e senador Garibaldi Filho (PMDB).
Contabilize-se ainda, a influência do deputado federal Henrique Alves (PMDB), que declarou empenho em “ajudar” o governo da “Rosa”, desinteressadamente. Por vocação pública, digamos.
Primos de Carlos Eduardo, mesmo que em partidos distintos, os peemedebistas Garibaldi e Henrique atrairiam o ex-prefeito para ser também o candidato de Rosalba. Uma forma de distanciá-lo por completo da ex-governadora e também ex-prefeita Wilma de Faria (PSB).
Reflexos
Qualquer pessoa medianamente atenta à política natalense sabe: hoje, a composição entre Carlos e Wilma praticamente nomearia o ex-prefeito para retorno à Prefeitura do Natal. Uma união com reflexos diretos nas eleições de 2014, em que Rosalba deve tentar a reeleição e Henrique aspira uma vaga ao Senado. Garibaldi projetaria o filho, deputado estadual Walter Alves (PMDB), à Câmara Federal.
Nesse jogo de interesses, há pouco espaço para outros atores coadjuvantes. É o caso do deputado federal Rogério Marinho (PSDB), que faz um esforço sobre-humano para ser adotado por Rosalba e pelo ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM), marido da governante e seu mentor político.
A aspiração de Rogério depende do casal. Ele só é deputado porque Betinho Rosado (DEM), titular do mandato, cunhado de Rosalba e irmão de Carlos, foi convocado para a Secretaria Estadual da Agricultura.
Ninguém esqueça, nesse enredo, o vice-governador Robinson Faria (PMN), sitiado pelo casal Carlos-Rosalba. Claro que ele não vai ficar de braços cruzados, assistindo a tudo passivamente. Nem pretende meter a mão na mesa e ofertar argumentos para ser enxotado oficialmente.
Robinson já entregou ao deputado estadual Agnelo Alves (PDT), pai de Carlos Eduardo Alves, o controle do nascente PSD, em Parnamirim, principal reduto do parlamentar.
Ao mesmo tempo, com o PSD, que deverá ser o terceiro maior partido da base da presidente Dilma Roussef (PT), o vice-governador ganha passaporte direto à sombra do governo, ao contrário de Rosalba que precisa de intermediários. Outro complicador para a governadora, é que o senador José Agripino (DEM), presidente do seu partido, é o mais feroz adversário da presidente no Congresso Nacional.
Robinson, Wilma e Carlos Eduardo Alves, na esfera nacional, são da base de Dilma Roussef. Só para lembrar. Rosalba, não. Rogério Marinho, também não. Micarla só chega lá pelas mãos de Henrique Alves. O PT tem acesso livre e deve ter postulação própria à prefeitura.
Com o fim do bipartidarismo, o desmanche das correntes “verde” e “encarnada”, o desaparecimento das grandes lideranças populares e a confusão para se identificar quem é oposição e governo, é difícil se fazer previsão para a corrida sucessória em Natal.
Está tudo junto e misturado. Dessa “gororoba” pode sair qualquer coisa, com qualquer cara. E no caso específico do governismo estadual, não fazer o prefeito de Natal pode causar estrago ainda maior em seus planos políticos. Administrativamente, o degaste anda rápido e corrosivo.
O seriado, confesso, não assisto. Mas muita gente vez por outra fala sobre “CSI” e comenta sobre uma música-tema dessa série importada dos Estados Unidos.
Aí resolvo pesquisar. Deparo-me com um clássico do lendário grupo britânico “The Who”.
Roger Daltrey (voz), Peter Townshend (guitarra), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (esse, um baterista sobrenatural, falecido em 1978) remetem-me a primitivos anos de minha juventude.
Baba O’Riley encaixa-se na expressão “velho e bom rock and roll”. Marcante.
(…) Aqueles felizes estão próximos
Vamos ficar juntos
Antes de ficarmos muito velhos.
Minha semana começa assim. Portanto, a mil.
Veja a letra AQUI.
Entidades sindicais ligadas a diversas categorias de servidores do Estado estão em sinal de alerta.
Esta semana promete ser de muita tensão, depois que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) deu declarações que se chocam com promessas do seu próprio governo, feitas há pouquíssimas semanas.
Ficou o dito pelo não dito.
Ou seja, servidores esperam cumprimento de aspirações salariais e o governo agora vem com a versão de que foi mal-interpretado. Agora é que fará avaliações para ver o que é possível fazer.
Se o clima nas repartições públicas estaduais já anda ruim, o ar promete ficar rarefeito daqui para frente.
Por Honório de Medeiros
* Talvez o conceito do sociólogo judeu-alemão Norbert Elias não o abarque, mesmo tangencialmente. Não importa. Vou me apropriar do termo e utilizá-lo para o fim visado.
Claro que poderíamos dizer: ele é um gauche, nos lembrando de Carlos Drummond de Andrade. Aplica-se, aqui, o mesmo raciocínio anterior. Prefiro outsiders, à Elias, pelo significado etimológico que o dicionário estudantil, o Michaelis, mostra: s. estranho, intruso.
Os outsiders – todos eles -, como eu já disse em outro tempo e lugar, em algum momento de suas vidas foram moídos por aqueles no meio dos quais conviviam. Foram mastigados, deglutidos e vomitados. Seus jeitos de ser o sistema não assimilava. Não se tratava de oposição externa ou interna ao Poder. Não se tratava de irridência, sublevação, contestação por contestação.
Nada disso.
Nada mais seus jeitos de ser eram que estranhamento em relação ao estamento ao qual, até então, o outsider pertencia, apesar de outsider. Ser tal qual foi sua glória e sua tragédia. Fez com que fosse deglutido e depois expelido. Deglutido graças ao talento, à competência individual – nada que se assemelhe à conseqüência de um compadrio, de um afilhadismo, de um parentesco qualquer.
E expelido porque impossibilitado, graças ao que seria uma excentricidade moral, ou psicológica, ou filosófica, ou todas juntas, de acompanhar a carneirada e sua vocação para ser usado pelos lobos ao custo de balangandãs, bijuterias, penduricalhos materiais ou simbólicos. Pois Carlos Santos é assim, talvez porque nascido no território imagético composto pelas ruas cujo epicentro é a histórica Capela de São Vicente, coração da Mossoró libertária – não a outra que o Poder tornou sem substância há quase ruins cem anos.
Território com população pequena e selecionada por uma dessas felizes circunstâncias que a história mostra ser tão rara, e soberania construída via permanente e anárquica tensão afetiva entre o matriarcado implícito/patriarcado explícito e a insubmissão das gerações mais novas. E logo fez parte da geração que se distanciou da infância, entre alegre e triste, a golpes indisciplinados de leituras de todos os matizes e para todos os gostos, nos anos 70.
Fez-se e se diz repórter, Carlos. Nada mais, segundo ele.
Podo ser, mas há controvérsias. Embora conheça tudo de jornal – até fundou um -, é engano o que diz, e esse dizer nasce de um exercício crítico da razão tolhida pela modéstia e certo laivo de manha.
Como todos nós que nascemos na nossa República Independente de São Vicente, tem Carlos uma base comum sobre a qual construímos, ao longo do tempo, nossas distinções de personalidade, muito mais que de caráter: aquela educação ministrada pelos exemplos, tradição dos mais antigos, consolidada por intermédio de orações e devaneios à luz mortiça da Capela, nas longas noites das novenas de Santo Antônio, a cantar as ladainhas e aspirar o doce aroma do incenso que o turíbulo aspergia conduzido por nossas ciosas mãos de meninos.
Qualidades morais, mas há as outras, para além da decência de suas atitudes, que o expõem como muito mais que repórter, entretanto louvado e respeitado seja esse mister.
Por que naqueles dias nos quais o homem que cada um de nós seria amanhã ia sendo produzido nas leituras, bate-papos e discussões – às vezes aguerridas – havia, como que permeando sutilmente nosso presente e preparando o futuro, uma romântica angústia metafísica por Justiça (assim mesmo, com J maiúsculo) nascida do olhar sensível e da razão aguçada que percebiam, mas ainda não entendiam o que se passava no nosso entorno, sorvida nos rios literários nos quais nos dessedentávamos, aguardando uma práxis qualquer que nos tornasse mais Sanchos Panças e menos Quixotes largando mão da retórica adolescente contra os moinhos de vento da Ditadura.
Era um tempo no qual o máximo de ousadia consistia em ouvir, antes da meia-noite, as transmissões da Rádio de Moscou. Falávamos mal dos que não estavam na Oposição. Criticávamos o Regime.
Ansiávamos por mudar o mundo e as pessoas.
Então cada um foi para o seu lado, sempre Quixotes, quase nunca Sanchos. Encruzilhadas, conquistas, fracassos.
Da nossa geração, da nossa República, tivemos políticos, escritores, empresários, de tudo um pouco, até mesmo alguns, tão especiais que o Céu, cedo, os levou. E tivemos jornalistas como Carlos, que também é escritor, pois escolheu ler, escrever e pensar as coisas e as pessoas, as pessoas e as coisas, cada uma no seu tempo, cada tempo uma vez ou tudo.
E de suas crenças construiu respeito; de suas idéias, a admiração; de suas escolhas, o afeto, sem perder a sede por Justiça.
Quem o lê, diariamente ou não, em seu blog, logo percebe tal e se gratifica com suas análises políticas e algumas esparsas crônicas, mas anseia por outras incursões literárias, tais quais ensaios, críticas, que tenham sua assinatura, algumas guardadas – ainda não tornadas públicas – junto aos livros que, aos poucos, tomam os espaços restantes do seu bunker, mas não esquece, também, outra faceta sua: o talento com o qual, como ele mesmo diz ao descrever “Só Rindo 2,” retrata disparates, rompantes inteligentes, gafes homéricas e cenas picarescas em narrativas condensadas, como se fossem esquetes teatrais.
Pelo que diz, e como diz, já temos uma noção da qualidade do texto. Daí porque um jornalista que é escritor; um escritor que é jornalista.
Claro que quereremos mais, nós que o lemos sempre. É esse seu débito para conosco, no geral.
No particular, a República deseja que se mantenha no que escreve, mesmo quando cuida de advertir divertindo, com esse compósito de profundidade e ironia – a boa ironia – esculpida a pinceladas incisivas, rascantes, argutamente postas, celebrando a vida no que ela tem de flores e lama: desde o homem que ascende para além dos limites de suas circunstâncias até o homem que mergulha no opróbrio de seus instintos vis de predador social.
Pois a Justiça de ontem em seu coração é a Justiça de hoje em sua razão.
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Estado do RN
* Texto de apresentação do livro “Só Rindo 2 – A política do bom humor do palanque aos bastidores”, de autoria do editor e criador deste Blog
Lázaro por Evaristo
Os vereadores Lázaro Paiva e Evaristo Nogueira tentam a reeleição em 1988, à Câmara de Mossoró. Reeleição difícil, que se diga.
Reta final de campanha, nervos à flor da pele, Lázaro Paiva mal acorda e já é acossado. Sua mulher avisa-o: “Tem um eleitor querendo falar com você aí fora.”
Sem alternativa, Lázaro manda-o entrar para ouvir a primeira saraivada de pedidos do dia.
– Seu “Evaristo”, eu tô precisando do seguinte e quero que o senhor me ajude – dispara o equivocado pedinte, confundindo Lázaro com o adversário e companheiro de Câmara Municipal.
Percebendo que o interlocutor trocara as bolas, sem saber sequer distingui-lo do amigo e concorrente, Lázaro não perde tempo para se livrar do incômodo:
– Olha, eu não faço nada e não tenho nada para lhe dar. Pode ir embora e, se quiser, pode falar mal de mim em qualquer canto.
Atordoado com a reação do vereador, o eleitor não deixa por menos. Solta os ‘cachorros’:
– Vou meter o pau em você por aí, “Evaristo”; pode esperar, pode esperar, seu… #?+%:]º.
Por Othoniel Menezes
Teus olhos tristes! quem me dera ao menos,
vê-los, de perto, a todo instante, para
beijá-los, e cantar, em suaves trenos,
as maravilhas dessa noite rara!
Tenho bebido todos os venenos
dos olhos das mulheres, mas, tão clara
expressão, tanta luz – qual se compara
a dos teus olhos negros e serenos?
Céu de amor, sobre o qual, triste, debruço
a alma, e sondo, soluço por soluço,
o rio de amarguras que te inunda…
Fonte de pranto e de prazer oculto,
refletindo, na flor da água profunda,
a sombra cismativa de meu vulto.
Othoniel Menezes (1895-1969) – poeta potiguar
Por Abraham Lincoln
* Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado.
Ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória.
Afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho; ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço.
Deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.
Abraham Lincoln (12 de fevereiro de 1809 a 15 de abril de 1865) – Advogado e 16º presidente dos Estados Unidos, assassinado no exercício do mandato
* Carta escrita a um professor de seu filho
Nota do Blog – Singela homenagem deste Blog ao professor, em seu apostolado superior de ensinar e formar gerações, mesmo que muitos não entendam seu valor magnânimo.
Ao circular entre algumas mesas, durante festa promovida pelo jornalista Chrystian de Saboya (dia 2 de julho, em Mossoró, no Garbo Recepções e Eventos), a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) repetiu que “em setembro teremos surpresas”.
Deixou no ar expectativa de que seu governo faria reviravolta no cenário negativo de imagem, mas não adiantou mais detalhes.
Diversas testemunhas repetiram comentário sobre essa premonição da governadora.
Setembro chegou.
Ao que parece, igualmente sombrio.
Primaveril, mesmo assim.
Mas seria um sopro de vida como a célebre “Primavera de Praga?”
Pelo visto, não.
Aperte os cintos.
Em atendimento a convite do empresário e radialista Zé Mendes, esbarro no estúdio principal da Rádio Difusora de Mossoró nesta segunda-feira (4).
É no programa “A voz do povo”, a partir das 6h.
Há tempo o Zé Mendes e eu temos essa entrevista acertada, mas compromissos de parte a parte estavam nos desviando dessa mesa de discussão, utilidade pública e entretenimento comandada por ele na tradicional Difusora.
Então, fica o compromisso firmado.
Prometo falar “tin-tin por tintinho”, como ele afirma com um de seus tradicionais bordões, sem fazer “moganga”.
Acompanhe a Difusora e o programação ao vivo da emissora clicando AQUI.
Por Francisco Edilson Leite Pinto Júnior
Posso está completamente equivocado, mas não concordo – (quanta audácia minha, não é mesmo caro leitor?!)-, quando Platão afirma, no seu livro X da República, que os poetas e os pintores são imitadores e – através dessa “brincadeira sem seriedade” – fazem uma cópia infiel e mal feita da realidade. Uma cidade justa, para o discípulo de Sócrates, seria uma cidade sem poetas e pintores.
Ora, como imaginar uma cidade sem esses imitadores… Afinal, o mundo inteiro não é mesmo um palco e todos os homens e mulheres apenas atores, como alertava Shakespeare?! Por isso que Fernando Pessoa, na sua Tabacaria, quando quis tirar a máscara, percebeu que ela estava pregada à cara…
Pois bem, caro leitor, o mundo é que imita a arte. Se já tinha certeza desta afirmação, depois de dois momentos que vivi, recentemente, vi que isto era a pura verdade: o mundo é que imita a arte.
Como professor de medicina e arte, de duas escolas médicas do estado, tenho como atividade de classe sessões de cinema. Dois filmes que fazem parte deste repertório, e que recomendo a todos, são: “O clube do imperador” e “Sociedade dos poetas mortos”. Ambos os filmes têm o ensino como foco principal.
O primeiro conta a história – (sim, com “H” mesmo, afinal a estória nunca quer ser estória, como dizia Guimarães Rosa e o mundo não é um palco?) – do professor William Hundert (Kevin Kline), da escola St. Benedict’s, de rapazes abastados dos EUA. O professor Hundert ensina sobre ética, moral, que “o caráter de um homem é o seu destino” e mesmo assim, não consegue demover um dos seus ricos alunos, Sedgewick Bell, filho de um senador americano, a entrar no caminho certo e mesmo tendo-o colocado no final de um concurso (Senhor Júlio César) sobre Roma antiga, este trai a confiança do professor e tenta ganhar o primeiro lugar trapaceando e colando.
Para Sedgewick Bell, o importante é vencer, não importa como…
O segundo filme, talvez mais conhecido de todos, tem como professor John Keating (representado pelo excepcional Robin Williams), que tenta ensinar aos seus alunos o valor da famosa frase do poeta Horácio: Carpem Diem (“Aproveitem o momento”). Uma das cenas mais emocionantes, que nos leva às lágrimas, é quando o professor Keating, pede a seu aluno, Todd Andersen, para fazer uma poesia e este, tímido e inseguro, com o ajuda do seu professor e da foto do poeta Walt Whitman, faz um belíssimo poema de improviso.
Veja caro leitor, como o mundo é uma representação e é ele quem imita a arte…
Eu, nestas quase duas décadas de magistério, já tive momentos de William Hundert e John Keating. No início do ano, descobri o meu Sedgewick Bell: alguém em quem tive todas as considerações; em quem apostei; em quem dei apoio e ajuda e o que recebi foi uma grande traição… O Sedgewick Bell, do meu mundo real, conseguiu o que queria: chegou ao topo, ao ápice, ao poder máximo, mas como um Átila, não se importou em destruir uma amizade de anos…
Recentemente, vivi o outro lado: descobri o meu Todd Andersen. E o dia 10 de agosto de 2011 ficará sempre na minha memória. Estava dando aula, quando passei a cena marcante do filme “Sociedade dos poetas mortos”. Logo depois, pedi que um dos alunos se dirigisse a frente e fizesse um poema de improviso. Então, como no cinema, o aluno Daniel Brito, do quarto período do curso de medicina da UnP, começou a declamar a sua obra, chamada MEDICINA E ARTE:
“Quero um pouco do seu tempo, Pois tenho que te falar, Que antes não via motivo, Pra esta ‘matéria’ cursar. / Quando olhei para o currículo, E vi Medicina e Arte, Pensei: isso é ridículo! Não devia fazer parte./ Entrei no curso com essa idéia, E dela não me livrei. Mas em uma reflexão, Certa verdade enxerguei/ Para a cura do corpo ser alcançada, Lanço mão de uma medicina avançada. Mas e se a alma adoecer? O que o cirurgião vai fazer? E se um vazio envolver o sentimento? Tecnologia médica dispõe de tratamento?
Uma siringomielia, Eu trato com cirurgia. Mas tristeza e solidão, Não se curam com injeção. /Pois foi nessa ocasião, Que eu cheguei à conclusão: Se é a alma que tem dor, Eu só curo com amor./ A arte traz alegria. A medicina traz esperança. Talvez se eu juntar os dois, Por onde eu passar depois, Eu deixe boa lembrança.
Muitas vezes o amor, Se traduz em sorriso e carinho. E de uma coisa não há dúvida: Medicina e arte é um caminho. Agora, dessa arte, quero fazer parte. E ainda te digo professor, Que breve estarei com o senhor, No nobre projeto AMARTE.”
Caro leitor, confesso que chorei. Percebi, mais uma vez, que o Professor, assim como um Sísifo, pode ser feliz… Que Guimarães Rosa tinha razão ao perceber que ela, a felicidade, ocorre em raros momentos de distração. E eu que andava tão distraído, ultimamente, de repente, me vi, no teatro da vida, representando o meu melhor personagem: o de ser professor.
Saint- Exupéry, quando se vestiu de príncipe para representar o seu pequeno personagem, disse: “O que torna belo um deserto é que ele esconde um poço em algum lugar”.
Agora, vestido de escritor e imitador, ladrão de frases, como certa vez fui acusado, lhe digo, caro leitor: O que torna belo uma sala de aula é que ela esconde Sedgewick Bell’s e Todd Andersen’s em algum lugar. E é através dessa diferença entre a ingratidão e a amizade, entre o desrespeito e o respeito, entre a indiferença e o amor, é que eu encontrarei sempre o sentido desta minha existência.
Luz, Câmera, Ação! Vamos em frente, pois vida é movimento e imitação também…
Francisco Edilson Leite Pinto Junior – Professor, médico e escritor
“Nossos fracassos são às vezes mais frutíferos que os êxitos. ”
Henry Ford
É bom não estranhar: a secretária estadual da Infra-estrutura, engenheira Kátia Pinto, poderá ter escritório de trabalho sediado em Mossoró.
Ela, segundo um zunzunzum que se espalha pelos escaninhos do poder, em Natal, ficaria responsável por tanger uma série de projetos e ações de governo em Mossoró.
E nada é por acaso.
Ouvido ao chão, fique atento, por favor.
Nota do Blog – Até bem poucos meses ela era secretária do Desenvolvimento Territorial de Mossoró, na gestão Fátima Rosado (DEM), remanescente do período em que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) era prefeita municipal.
O ministro Garibaldi Filho (PMDB) participou na manhã de hoje (3) de mais um encontro regional do PMDB. Desta vez a sede foi em Macau, cidade cuja prefeitura é administrada por Flávio Veras (PMDB).
Em seu discurso, Garibaldi Filho assegurou que o partido está preparado para enfrentar as eleições do ano que vem. “O PMDB está mais unido que nunca. Não se enganem. Nessas eleições que vem aí, em primeiro lugar, para mim, estão os candidatos do PMDB. Eu posso até apoiar outros, mas só farei isso se não houver candidatos do PMDB”.
O ministro aproveitou a oportunidade para aconselhar aos pré-candidatos presentes que façam os cursos da Fundação Ulisses Guimarães (FUG) e desta maneira se tornem mais preparados para as disputas dos cargos de vereador e prefeito. E expôs a confiança de que em 2012 o PMDB sairá vitorioso.
“A vitória vai chegar em 2012. A vitória da união”, disse.
Com informações da Assessoria de Imprensa de Garibaldi Filho.
P.S – Ainda participou do evento em Macau, o deputado federal Henrique Alves (PMDB) e outras lideranças estaduais e regionais, além de delegações de 21 municípios.
No último dia 30 de agosto, às 19h31, este Blog veiculou postagem com o seguinte título: “Estado pode não cumprir acordos salariais”.
Qualquer dúvida, é só clicar AQUI e ver matéria na íntegra.
Antecipei o que já é fato. Não errei, não me precipitei nem fui irresponsável. Estava escrito que isso ocorreria. Minhas fontes são credenciadíssimas.
Agora, o que este Blog previu está se formando, em declarações textuais da própria governadora Rosalba Ciarlini (DEM).
“Na realidade a interpretação (do acordo feito com servidores) é que a partir de setembro quando tivesse toda avaliação iríamos continuar as negociações, analisar e ver como podemos avançar nos planos de cargos e salários”, ponderou a governadora – conforme o Blog Panorama Político.
Simplificando: o que foi dito à mesa de negociação para professores, policiais e mais de dez categorias, tem outra versão. Não vale o que foi dito ou escrito.
Nota do Blog – Viva o sério Jogo do Bicho do Brasil, tratado em nossa legislação como “contravenção” (crime de menor porte). Nesse jogo, vale o que está escrito.
O Governo do Estado aposta que as categorias que encerraram greve não terão mais coragem de retomada de paralisação. Assim, ganha mais tempo e mantém seu jogo de palavras e faz-de-conta.
Bom colocar o ouvido ao chão, como bom índio Sioux, Apache e Navajo. Os “barnabés” não vão gostar nadica de nada de serem engabelados.
Pobre Rio Grande “Sem Sorte.”
Caríssimo webleitor, alguns comentários estão sendo reprovados nos últimos dias, numa frequência nunca antes testemunhada pelo editor-criador desta página.
Motivo?
Exasperação de linguagem entre debatedores.
Alguns de nós têm deixado o campo das ideias e das opiniões, para um salto à arena da agressão verbal e pura provocação.
Em face disso, certos comentários foram e continuarão sendo vetados.
Peço a todos um pouco mais de calma, bom senso e serenidade.
Esta é uma página que tem sido enriquecida pela discussão sadia e confronto elevado, nunca pela arenga. Tratar a outro comentarista de imbecil etc. não acrescenta nada.
Divergir é humano, sem dúvidas. Contudo o entrechoque nesse nível não é e não será estimulado pelo Blog do Carlos Santos.
Que assim seja.
Obrigado.
Depois que o Governo Rosalba Ciarlini (DEM) garantiu que as indústrias que estão instaladas em Baraúna são obras suas;
Depois que exultou o sucesso do leilão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante como conquista sua;
Depois que divulgou que a reabertura do Aeroporto Governador Dix-sept Rosado só aconteceu devido sua intervenção…
… Resta saber se o gol olímpico de Ronaldinho Gaúcho, contra o Avaí, foi mesmo dele ou se a governadora não teve participação direta no feito.
Também há suspeita de que o ditador Kadafi, da Líbia, só foi deposto por articulação sua com forças rebeldes, da Otan e ONU.
Do Blog de Thaísa Galvão
Betinho Rosado (DEM), deputado federal licenciado e secretário titular da pasta da Agricultura no Governo do Estado:
– Estivemos com Micarla de Sousa (PV) na eleição passada e podemos reeditar isso.
As bandas Radiola Club, Tequila e Seven Two aninam a “Noite de Charme”, promovida pela repórter social Marilene Paiva (Revista Presença, TV Cabo Mossoró-TCM e Jornal de Fato), neste sábado (3), no Requinte Buffet.
Começa às 21h.
As senhas que dão acesso à festa estão a venda na loja Carmen Steffens, localizada no Mossoró West Shopping, ou em Marluce Elegance.
Ótima pedida para este sabadão.
Nota do Blog – Minha querida, se eu ficar bom de minha espinhela caída, difruço e embrulho nas tripas, certamente esbarro em sua festa.
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) autorizou a Noar a operar com táxi-aéreo.
A portaria da Anac que autoriza tem o número 1617 de 26-08-20011.
A empresa passa a se chamar “Noar Service Taxi Aéreo”.
O táxi aéreo é um serviço não-regular, ou seja, vai trabalhar só quando for fretado. Antes, ela tinha como nome fantasia o “Noar Linhas Aéreas, como transporte aéreo regular (que é diário).
Para quem não lembra, a Noar fazia rota entre Recife (PE), Natal e Mossoró e no dia 13 de julho (Veja AQUI) uma de suas aeronaves caiu na capital pernambucana.
Hoje é dia de mais um Encontro Regional do PMDB.
Desta vez o encontro acontece em Macau, reunindo pré-candidatos a prefeito e vereador, além de lideranças da região Salineira, Mato Grande e Litoral Norte.
O evento começará às 10 horas e será coordenado pelo deputado federal e presidente do PMDB no Rio Grande do Norte Henrique Eduardo Alves.
São militantes de 21 municípios envolvidos na programação.
“Tudo que vive não vive sozinho nem para si mesmo”
William Blake