A Câmara Municipal de Mossoró realiza antecipação das eleições à sua mesa diretora, para biênio 2015-2016, à manhã de hoje (10 horas). O vereador governista Jório Nogueira (PSD) deverá ser eleito presidente, em lugar de Francisco Carlos (PV), que cumpre mandato tampão até o dia 31 de dezembro deste ano.
Jório consolida seu nome com apoio uníssono do governismo com 13 votos e deve ter também votos da oposição. Dois nomes corriam por fora, como o líder da bancada governista Soldado Jadson (Solidariedade) e Alex do Frango (PV), mas recuaram.
A intervenção direta do prefeito Francisco José Júnior (PSD) nos últimos dias, em favor de Jório, pacificou o governismo. Ao mesmo tempo, ratificou maior fortalecimento e iminente ampliação da base do seu governo na Câmara Municipal, pós-eleições estaduais, em que saiu muito fortalecido.
Na terça-feira (28), o prefeito “Silveira” recebeu os 13 vereadores à noite em seu apartamento. Agradeceu apoio aos seus candidatos eleitos e articulou montagem da mesa diretora.
Ontem (quarta-feira, 29) à noite, foi a vez do próprio Jório reunir seus apoiadores diretos na Casa para afinar discurso. O encontro foi num sítio de sua família, na área urbana da cidade.
A eleição iminente de Jório é uma espécie de “remissão de pecados” do prefeito em relação ao próprio vereador. Em pelo menos dois momentos, nos últimos meses, o rechaçou.
Galeno Torquato
Na eleição que consagrou Francisco Carlos, ele impôs o nome do vereador do PV, ligado ao esquema da ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB), mesmo com a contrariedade praticamente unânime de sua bancada.
Jório tinha aceno positivo dos vereadores e a simpatia de segmentos da oposição, mas foi preterido.
O próprio prefeito, com o desenrolar do tempo e o distanciamento político do esquema de Fafá, chegou a confessar a alguns interlocutores, que tinha errado ao preterir Jório.
Agora, fez o mesmo de antes em seu favor. Evitou defecções na bancada e colocou Jório como seu candidato.
Outro episódio em que Jório tinha sobrado, recentemente, foi na escolha do candidato a deputado estadual do prefeito. Silveira descartou o deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM), marido de Fafá, que o apoiara nas eleições suplementares a prefeito.
Apostou no próprio pai e ex-deputado estadual Francisco José (PROS), mas o nome não vingou porque ocorreu impedimento legal. Aí Jório Nogueira chegou a sonhar em ser ungido. Tinha apoio do então candidato a governador Robinson Faria (PSD).
Porém o prefeito surpreendeu novamente. Importou o ex-prefeito de São Miguel Galeno Torquato (PSD). Mobilizou militância e apoios na bancada de vereadores, proporcionando votação expressiva para seu ungido.
Agora é Jório. Parece que valeu os sacrifícios, renúncias e amuos.