O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), visitou a região do Seridó nesta segunda-feira, dia 19. Acompanhado da senadora diplomada Fátima Bezerra (PT) e secretários de Estado, o chefe do executivo potiguar participou da última novena da festa de São Sebastião, padroeiro da cidade de Parelhas.
Na oportunidade, Robinson Faria concedeu entrevista ao repórter da Rádio Cabugi do Seridó, José Wilson.
Veja o teor dessa sabatina abaixo:
Rádio Cabugi – O município de Jardim do Seridó, a exemplo de tantos outros municípios está vivendo um drama muito grave por falta d’água. A água está sendo racionada e a qualidade é péssima para o consumo humano. Há alguma providência emergencial que o senhor possa anunciar aos jardinenses?
Robinson Faria – A água é um drama muito forte no nosso Estado, por que infelizmente nós tivemos vários governos que não se preocuparam em fazer para o nosso Rio Grande do Norte um planejamento hídrico para 50 anos. Os governos foram imediatistas, só fizeram obras para inaugurar dentro do seu mandato de quatro anos, e eu prometi que se fosse eleito não seria um governador da próxima eleição, e sim, um governador das próximas gerações. Água é política de Estado, não é política de governo. Por isso que os governados erraram. Recursos hídricos tem que ser uma política permanente.
A primeira providência: fazer um diagnóstico, uma consultoria ampla de todo o Rio Grande do Norte da nossa capacidade hídrica. Os aquíferos do Seridó, por exemplo, você cava um poço, não dá água. Como governador eleito, eu conheço o drama da falta d’água. São investimentos grandes, estamos aprovando na Assembleia Legislativa um crédito do Banco do Brasil. Esse dinheiro irá permitir o Estado ter dinheiro para pagar contrapartidas e eu irei buscar os convênios federais para resolver o que for mais emergencial na questão da água.
O especialista em segurança contratado pelo seu governo para indicar caminhos em busca de uma estrutura confiável para a tranquilidade da população com uma polícia bem aparelhada e, eficiente, declarou que só dentro de oito meses isto será possível. Qual a sua avaliação?
Robinson Faria – Não é bem assim. Ele foi consultor do governo de Pernambuco, do governo de Eduardo Campos, conseguiu transformar rapidamente Recife que era a capital mais violenta do Nordeste na capital mais segura. É um dos maiores consultores do Brasil hoje de segurança pública.
Prometi que ao assumir no dia 1º colocaria a polícia nas ruas e amanheceu Natal, Grande Natal e todas as cidades polos do Estado com a polícia nas ruas. O meu governo já está tendo a missão de tirar os policiais dos gabinetes, dos órgãos que eles foram cedidos, da parte burocrática e colocar para defender o povo. Nesses primeiros dias de governo, já há um clima de confiança no nosso Governo. A resposta da segurança já está acontecendo.O fato do senhor não apresentar oficialmente os responsáveis pela situação financeira do Estado não corre o risco de amanhã o seu governo ser responsabilizado pelo descumprimento de compromissos assumidos diante do Rio Grande do Norte em sua campanha?
Robinson Faria – O secretário de Planejamento encarregado desta área de finanças já expos a situação, nós temos um débito hoje no Estado de 680 milhões de reais. O outro governo deixou esse passivo, só deixou em caixa apenas 4 milhões de reais. O que cabe a mim agora, é tentar resolver, aumentar a arrecadação, fomentar a economia, cortar os gastos desnecessários, serviços de terceirizações, aluguéis de carros, enxugar a máquina, tornar ela econômica, viável, recuperar a capacidade de investimento do Estado e colocá-lo novamente no campo da modernidade e do desenvolvimento.
O senhor já pode assegurar ao funcionalismo o pagamento da folha a cada dia 30 ou as alegações feitas pela ex-governadora para justificar o atraso permanece?
Robinson Faria – Eu sou homem destemido, ousado e corajoso das minhas palavras. Eu quero que o meu Governo cumpra o calendário tradicional do pagamento do servidor. Darei tudo de mim para pagar em dia, sem parcelamento como acontecia no governo passado. Vou cumprir rigorosamente em dia o calendário de pagamento do servidor.
O senhor não admite que com o aumento mensal da folha com promoções, planos de cargos, vantagens aos aposentados além de outros encargos possa levar o seu Governo ao atraso da folha para não comprometer ainda mais a segurança, a saúde e a qualidade na educação?
Robinson Faria – Vamos vencer isso aí. Vamos pagar a folha em dia, vamos recuperar a capacidade do Estado para ter dinheiro no custeio da saúde, na segurança já estamos investindo, e vamos manter o Governo no máximo que puder no campo da eficiência.
Com a segurança falida, a saúde sucateada, a educação com índices de aproveitamento muito abaixo do aceitável, a terceira ponte sobre o rio Potengi não deixa de ser prioridade?
Robinson Faria – É prioridade sim. Uma coisa não implica na outra. A terceira ponte já esteve com a senadora Fátima em Brasília, com o ministro das cidades, já está incluída no PAC 3, já está sendo feito o projeto da terceira ponte. Para nossa sorte, o ministro das cidades é o ministro Kassab do meu partido, e eu já estive com ele em Brasília, e ele já garantiu que vai incluir a ponte do rio Potengi sem implicar nos custeios para a saúde e a segurança até por que são convênios federais.
Nas visitas que o senhor tem feito aos hospitais do Estado e verificado o caos total nas condições sub-humanas de atendimento. A que conclusão o senhor chegou?
Robinson Faria – Tristeza, muita tristeza. Estive no Walfredo Gurgel, em Natal, no hospital de Assu, no de Mossoró, é lamentável hoje a saúde do Rio Grande do Norte, talvez seja a pior do país, mas vamos consertar.
O seu governo ao calcular o valor de mais de 5 bilhões de reais de dívida ativa, considerou os devedores que já faleceram ou que não tenham condições financeiras de pagar?
Robinson Faria – Nós vamos buscar essa dívida ativa. Vou fazer um convênio com o Banco do Brasil que hoje é o órgão mais preparado do país para cobrar, o que tem mais instrumentos, como setor jurídico, quadro técnico preparado para buscar essa dívida ativa.