• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
segunda-feira - 17/12/2018 - 23:58h

Pensando bem…

“Não perca seu tempo explicando; as pessoas só ouvem o que querem ouvir.”

Paulo Coelho

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segunda-feira - 17/12/2018 - 23:48h
Guamaré

Prefeito e vice-prefeita são diplomados e empossados

Adriano: posse (Foto: Josivan Dantas)

No final da tarde desta segunda-feira (17), a Câmara Municipal de Guamaré deu posse ao prefeito e a vice-prefeita eleitos no pleito suplementar de 09 de dezembro (veja AQUI), Adriano Diógenes (MDB) e Iracema Morais (MDB).

A solenidade aconteceu na Câmara Municipal.

Antes, ambos foram diplomados no Cartório Eleitoral da 30ª Zona Eleitoral em Macau.

Os eleitos receberam os diplomas das mãos da juíza Cristiany de Vasconcelos Batista.

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segunda-feira - 17/12/2018 - 23:38h
Amantino Câmara

Previ Solidário entregará doações nessa terça-feira

O Abrigo Amantino Câmara receberá nesta terça-feira (18), às 15h30, o resultado concreto da campanha Previ Solidário, promovida pelo Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores do Município de Mossoró (Previ-Mossoró).

Iniciada no último dia 16 de novembro, a mobilização arrecadou 4.198 toneladas de alimentos, material de higiene pessoal e de limpeza em doações que começaram com pensionistas e aposentados da própria autarquia. Depois postos de arrecadação em redes de supermercados da cidade completaram a coleta.

É o segundo ano consecutivo dessa iniciativa lançada pelo dirigente do Previ-Mossoró, economista Elviro Rebouças.

O Amantino Câmara é uma entidade sem fins lucrativos em funcionamento há mais de 70 anos no município, atendendo atualmente a cerca de 70 internos.

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segunda-feira - 17/12/2018 - 23:04h
Gestão

Câmara Municipal faz enxugamento em massa de cargos

Reta final da gestão do vereador-presidente Raniere Barbosa (Avante), a Câmara Municipal de Natal exonerou nesta segunda-feira (17) quase todos os servidores com cargo comissionado da Casa.

De uma canetada, o presidente promoveu 450 exonerações.

O enxugamento poupou pouquíssimos e estratégicos cargos, menos de dez.

O futuro presidente, vereador Paulinho Freire (PSDB), pegará uma Casa mais enxuta e em momento de necessária contenção de despesas para o biênio 2019-2020.

A Câmara Municipal do Natal tem 29 vereadores.

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segunda-feira - 17/12/2018 - 22:32h
Governo

Robinson entrega reforma de Hospital de Pau dos Ferros

Ala reformada foi entregue hoje (Foto: Demis Roussos

O Governo do Estado realizou, na manhã desta segunda-feira (17), a entrega da reforma da Ala de Urgência e Emergência do Hospital Dr. Cleodon Carlos de Andrade, em Pau dos Ferros, incluída no projeto de estruturação da Rede de Urgência e Emergência do RN.

Cerca de R$ 10 milhões, com recursos do Governo Cidadão por meio do Banco Mundial, foram investidos na reforma, ampliação, aquisição de equipamentos e construção do banco de leite humano do Hospital Regional de Pau dos Ferros.

Através da reestruturação, a quantidade de leitos aumentou em 100% sua capacidade, de 7 para 14 unidades. Contemplou também uma sala vermelha, para atendimentos de urgência, com acesso direto da ambulância e equipe especializada, sala de medicamentos e sala de observação, além do banco de leite humano.

“Hoje estou entregando uma obra esperada há muito tempo pela população que traz mais qualidade de vida e desenvolvimento para a região. Quem mora na região agora não precisa mais sair daqui para buscar atendimento de emergência”, disse o governador Robinson Faria (PSD).

Com informações do Governo do Estado.

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segunda-feira - 17/12/2018 - 22:00h
Presidência

Ezequiel Ferreira pode fechar eleição à unanimidade

Ezequiel: sem alardes (Foto: Canindé Soares)

Sem alardes, o atual presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira (PSDB), caminha para fechar eleição à Presidência da Casa (biênio 2019-2020), praticamente sem adversário.

À unanimidade.

As eleições à mesa diretora da AL vão acontecer no dia 1º de fevereiro de 2019, já com os novos componentes desse poder e os reeleitos no pleito de 7 de outubro último.

Ezequiel está ao final do seu segundo mandato presidencial na atual legislatura (2015-2016 e 2017-2018).

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segunda-feira - 17/12/2018 - 21:24h
Câmara Federal

TSE decide “Caso Kerinho” e TRE deverá diplomar Beto Rosado

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jorge Mussi, pronunciou-se nesta segunda-feira (17) como relator sobre o Agravo Regimental do Recurso Especial Eleitoral (RESPE) 0600778-27, que trata do registro de candidatura e contagem de votos à Câmara Federal, de Kericlis Alves Ribeiro (PDT), o “Kerinho”, da Coligação 100% RN.

Mineiro e Beto: mudança (Foto: Web)

Por sua decisão, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deve acolher o registro do reclamante e recalcular o quociente eleitoral.

A soma dos votos até aqui “nulos” de Kerinho, por suposta ausência de documento de quitação eleitoral, deverá implicar numa maior votação cumulativa da sua coligação do que a adversária. Assim, encaminha-se a reeleição do deputado Beto Rosado (PP) da Coligação 100% RN, em vez da eleição de Fernando Mineiro (PP) – atual deputado estadual – da Coligação Do Lado Certo.

Segundo Mussi, “o caso apresenta natureza excepcionalíssima e revela notório erro judiciário da Justiça Eleitoral, que não se sujeita à preclusão e que pode ser conhecido a qualquer tempo, na linha de inúmeros precedentes desta Corte e do Superior Tribunal de Justiça (STJ)”.

TRE se pronuncia

O TRE/RN emitiu nota hoje à noite, tratando dessa decisão. Veja abaixo:

O ministro Jorge Mussi, relator do Agravo Regimental impetrado pelo candidato a deputado federal Kericlis Alves Ribeiro no Tribunal Superior Eleitoral, reconheceu a existência de erro judiciário no envio dos arquivos para registro da candidatura.

Com isso, ele determina que o processo retorne ao TRE/RN para nova analise do registro da candidatura com base nos documentos apresentados pelo candidato e que se recalcule o quociente eleitoral para o cargo de deputado federal nas eleições deste ano.

O Tribunal Eleitoral irá dar cumprimento à decisão do ministro Jorge Mussi recalculando o quociente eleitoral referente ao cargo de deputado federal.

O TRE informa que a cerimônia de diplomação dos eleitos está confirmada para esta quarta-feira, dia 19, às 16h, no Teatro Riachuelo em Natal.

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segunda-feira - 17/12/2018 - 11:44h
Vazio

Legenda de ex-candidato ao governo segue sem comando

Genivan e Tomaz: pedetistas (Foto: arquivo)

Toda a Comissão Provisória do Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Mossoró, que apresentou desligamento dos cargos desse colegiado interno no início de agosto, continua oficialmente na legenda.

Entretanto, o PDT mossoroense segue à deriva após as eleições. Sem comando.

Os membros da comissão, entre eles os ex-vereadores Tomaz Neto e Genivan Vale, justificaram a decisão “pela forma como a Executiva Estadual conduz decisões relativas à campanha deste ano, sem ouvir e respeitar suas bases, além de supervalorizar aliados de ocasião” (veja AQUI).

O PDT teve seu presidente e ex-prefeito natalense Carlos Eduardo Alves como candidato a governador em 2018.

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segunda-feira - 17/12/2018 - 10:16h
"Patrimônio"

Senador defende acusado de estupro e outros crimes

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse em suas redes sociais, que “João de Deus” (João Teixeira de Faria, 76), acusado de estupros, assédios sexuais e outros crimes contra centenas de mulheres, “é um patrimônio nosso”.

A reação de dezenas de internautas é a pior possível para o senador.

Postagem de Renan Calheiros foi publicada no dia passado, causando protestos (Print)

Figa djabo!”

Leve-o pro Senado, homem.

* O médium apresentou-se ontem à polícia (veja AQUI).

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segunda-feira - 17/12/2018 - 09:30h
Governo

Fátima Bezerra tem freado o toma-lá-dá-cá

A governadora eleita Fátima Bezerra (PT) tem conseguido um feito raro até o momento, nesse período de pré-posse: montar uma equipe de governo sem a ingerência predatória e apoiadores.

O toma-lá-dá-cá não tem funcionado. Pelo menos até aqui.

Poucos, pouquíssimos aliados derivados da campanha têm tido acesso e influência em suas decisões.

Ela tem priorizado ouvir – e muito – os correligionários de sempre.

Entretanto é certo que, na gestão, precisará muito estar afinada com sua base de apoio, principalmente na Assembleia Legislativa.

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segunda-feira - 17/12/2018 - 07:20h
Política

Ex-candidato a prefeito resolve sair de partido

Moreira: mudança (Foto: cedida)

O professor Josué Moreira anuncia desfiliação do Democracia Cristã (PSDC).

Ainda não definiu qual será seu novo rumo partidário.

Ele foi candidato a prefeito de Mossoró em três ocasiões: 2012, 2014 (pleito suplementar) e 2016.

Este ano, acabou figurando como suplente de senador do advogado Joanilson Rêgo (PSDC).

Em seu comunicado, não deu maiores detalhes sobre a saída da legenda.

Mas promete que enfrentará “novos desafios”.

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segunda-feira - 17/12/2018 - 06:20h
Magistrados

CNJ deverá aprovar ‘renascimento’ do auxílio-moradia

Decisão de Fux deixou brecha (Foto: STF)

De O Globo

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve aprovar nesta terça-feira (18), na última sessão do ano, uma proposta de recriação do auxílio-moradia para magistrados. O benefício deverá ser pago a partir de critérios mais rígidos em comparação ao cenário anterior, quando todos os juízes recebiam o dinheiro extra indistintamente. A ideia agora é autorizar o pagamento apenas a quem atender a uma série de requisitos cumulativos. Não há informação sobre quantos magistrados se encaixariam nos novos parâmetros.

Pela proposta que será votada, teria direito ao auxílio-moradia quem for transferido para uma cidade em que não tenha imóvel funcional disponível. O juiz também não pode ser dono de imóvel no local. Não será possível receber o benefício se o magistrado for casado com quem já o recebe. E, acima de tudo, o juiz vai precisar apresentar um recibo do aluguel que paga todo mês.

O auxílio-moradia será um ressarcimento do gasto.

No dia 26 de novembro, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou o pagamento do benefício para o Judiciário e o Ministério Público, mas determinou que o CNJ e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) regulamentassem novamente o pagamento do auxílio, com regras iguais para as duas carreiras. Mas não asseverou que o penduricalho era inconstitucional. A proposta que será votada amanhã no CNJ será depois replicada pelo CNMP.

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domingo - 16/12/2018 - 23:50h

Pensando bem…

“Há pessoas que observam as regras de honra como vêem as estrelas: de longe.”

Victor Hugo

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domingo - 16/12/2018 - 15:14h
Polêmica

Estátua de Lampião coloca uma cidade em pé de guerra

Defensores e pessoas contrárias à homenagem dividem moradores em Serra Talhada-Pernambuco

Por Vinícius Mendes (BBC News Brasil)

As várias opiniões sobre a figura de Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, foram bem ilustradas pela música Fim da História, do músico baiano Gilberto Gil: “Lampião sim, Lampião não, Lampião talvez/ Lampião faz bem, Lampião dói…”, diz um trecho.

Segundo Gil, a letra foi uma resposta a um artigo do filósofo nipo-estadunidense Francis Fukuyama, que naquela época havia ficado mundialmente famoso por sugerir que a queda do Muro de Berlim, em 1989, significava o “fim da história” e a vitória definitiva do capitalismo liderado pelos Estados Unidos.

Estátua está no Museu do Cangaço de Serra Talhada em Pernambuco (Foto: Museu)

Uma cidade do interior de Pernambuco, no entanto, oferecia, para Gil, o contraponto perfeito ao argumento de Fukuyama. Em 1991, quando Gil ainda trabalhava naquela canção, o município de Serra Talhada, a 407 quilômetros de Recife (PE), mergulhou numa discussão exaltada sobre Lampião, que nascera ali no final do século 19.

Uma fundação local queria erguer uma estátua do cangaceiro numa área pública do município, mas as famílias mais tradicionais da cidade rejeitavam a ideia. Para tentar resolver o embate, a prefeitura decidiu promover uma consulta pública para que a população decidisse sobre ela (“Passaram-se os anos, eis que um plebiscito/ Ressuscita o mito que não se destrói…”). O monumento venceu nas urnas, mas nunca foi construído.

Quase trinta anos depois – novamente rejeitando o “fim da história”, diria Gil – e mesmo em um momento diferente, Serra Talhada tende a se dividir outra vez em torno do mesmo assunto: uma fundação anunciou que vai instalar ainda neste ano três estátuas em uma área próxima ao centro da cidade: uma de Lampião, outra de sua esposa, Maria Gomes de Oliveira, a “Maria Bonita”, e uma terceira de um dos seus soldados mais próximos, Isaías Vieira dos Santos, o “Zabelê” (“Sempre o pirão de farinha da História/ E a farinha e o moinho do tempo que mói…”).

O projeto faz parte das comemorações de 80 anos da morte do cangaceiro, que foi lembrada em muitas cidades do interior nordestino ao longo deste ano.

O plebiscito de 1991

No começo de 1988, o então vereador Expedito Eliodoro (extinto PDS) apresentou um projeto para construir uma grande estátua de Lampião no alto da serra que moldura e inspira o nome do município, a cerca de quatro quilômetros da praça central. Sua ideia era inspirada no monumento de 27 metros do Padre Cícero, erguida 20 anos antes em Juazeiro do Norte, no Ceará.

Naquele ano, alguns grupos da cidade se preparavam para comemorar os 90 anos do nascimento do cangaceiro, cujos esparsos registros indicam que aconteceu ali, em um sítio nos arredores, em algum dia de junho de 1898.

À época, a relação de Serra Talhada com Lampião era ambígua: enquanto muitos soldados das forças volantes que combateram o cangaço pelo sertão nordestino nas décadas de 1920 e 1930 ainda estavam vivos e tinham se tornado nomes importantes da política e da economia municipal, movimentos estudantis, culturais e operários tinham nele uma imagem de luta por justiça social.

Morto em 1938, três semanas depois do seu aniversário de 41 anos, em Poço Redondo, no Sergipe, Lampião não tinha sequer um logradouro em sua cidade natal (“…Um cangaceiro/ Será sempre anjo e capeta, bandido e herói…”)

Sem apoio parlamentar, o projeto de Eliodoro – que tinha sido o vereador mais votado da história municipal – não foi aprovado. “A ideia era muito doida: ter uma estátua gigante do Lampião no alto do morro. Sairia caro, mas óbvio que seria muito bacana para a cidade”, afirma Cleonice Maria, presidente da atual Fundação Cabras de Lampião de Serra Talhada.

Lampião foi morto pouco depois de completar 41 anos, em 1938 (Foto: Benjamin Abrahão/IMS)

A ideia nunca mais abandonou o município: no ano seguinte, quando um jornalista da recém-chegada TV Asa Branca, afiliada da Rede Globo em Caruaru, a 314 quilômetros, soube do projeto vencido, viajou até a cidade para fazer uma reportagem sobre a estátua. Era o que faltava para virar o principal assunto dos pouco mais de 72 mil habitantes.

“Foi entre abril e maio de 1990. A imprensa local, que até então pouco falara no assunto, passou a repercuti-lo, e logo virou um debate em todos lugares de Serra Talhada. Você ia no bar, estavam falando sobre a estátua de Lampião. Ia na escola, a mesma coisa. Na rua, no salão de cabeleireiro, no mercado, no trabalho. Só se falava disso”, conta o jornalista, professor e historiador Paulo César Gomes, que estuda o fenômeno social do cangaço.

Em 1991, a extinta Fundação Casa da Cultura de Serra Talhada tomou a ideia para si e propôs que a prefeitura abrisse uma consulta popular sobre a construção da estátua não no alto do morro, mas em uma área conhecida como Estação do Forró, atrás da antiga parada ferroviária. O presidente da instituição à época, Tarcísio Rodrigues, já tinha em mãos uma maquete feita pelo artista plástico Karoba, que ficou exposta ao público local.

O prefeito topou a ideia e decidiu marcar o plebiscito para o feriado de 7 de setembro – dia da Independência do Brasil. “Foi um embate entre gerações de Serra Talhada, porque os contemporâneos de Lampião se posicionaram contra: eles tinham sido influenciados pelo legado negativo dele, pela perspectiva da violência e do banditismo”, recorda Gomes.

“Os jovens, que vieram depois que Lampião morreu, não tiveram essa mesma influência. Eles encamparam a luta nos movimentos estudantis, centros acadêmicos e com o apoio de associações operárias”, completa.

A consulta da prefeitura de Serra Talhada chamou a atenção da imprensa pelo país: em julho de 1991, a revista Veja publicou uma reportagem dizendo que a votação era a “última batalha do rei do cangaço”. O jornal carioca O Globo foi na mesma linha, afirmando que Lampião finalmente seria julgado, 53 anos depois de seu assassinato.

Polêmica em Serra Talhada se arrasta há tempos (Foto: PMST)

De acordo com a Justiça Eleitoral de Serra Talhada, 76% dos eleitores (2.289 pessoas) votaram pelo “sim”, contra 22% do “não” e 0,8% de abstenções. A apuração foi acompanhada pela jornalista Vera Ferreira, neta de Lampião e Maria Bonita e, após o anúncio do resultado, os apoiadores da estátua aproveitaram o desfile cívico de 7 de setembro e a festa de Nossa Senhora da Penha, padroeira da cidade, para comemorar nas ruas. Nas semanas seguintes, os que tinham feito campanha pelo “não” ameaçaram destruir o monumento assim que ele fosse erguido.

A estátua de Lampião, porém, jamais se materializou. Sem dinheiro para executar a ideia, que previa grandes dimensões e o uso de materiais como bronze e granito, a fundação – que tinha assumido a responsabilidade da construção – não conseguiu financiamento para tirá-la do papel. A Fundação Banco do Brasil, uma das sondadas por Rodrigues, não quis patrocinar o projeto. Em 1993, quando ele deixou a presidência da instituição, o plano foi definitivamente engavetado.

A relação entre Lampião e Serra Talhada, no entanto, mudou depois daquele ano – mesmo sem a estátua.

Uma pequena praça no centro da cidade passou a ser chamada informalmente de “Pracinha do Lampião”, mesma época em que um novo hotel abriu suas portas com o apelido do cangaceiro. Uma rua da periferia foi nomeada oficialmente de Virgulino Ferreira da Silva e, em 1995, membros de um grupo de teatro de rua criaram a Fundação Cabras de Lampião que, por sua vez, deu origem ao Museu do Cangaço, localizado no mesmo espaço onde ficaria o monumento.

“Abriu-se uma perspectiva de se explorar comercialmente a figura de Lampião do ponto de vista do turismo. Houve uma ascensão do xaxado (dança criada pelos cangaceiros a partir das bases do forró), de eventos relacionados ao cangaço e depois veio o museu. O plebiscito foi uma virada na forma como Serra Talhada lida com Lampião, mas a cidade precisou que a opinião popular prevalecesse para que isso acontecesse”, analisa Gomes.

O novo projeto

Depois de 27 anos do plebiscito, um novo projeto de estátua de Lampião voltou a dividir Serra Talhada. Neste ano, em que várias regiões do Nordeste lembraram do aniversário de 80 anos da morte do cangaceiro, Cleonice Maria, da Fundação Cabras de Lampião, anunciou em julho que o monumento enfim será erguido ao lado do Museu do Cangaço.

As dimensões do projeto são diferentes do que havia sido proposto em 1991, assim como os custos envolvidos, mas Cleonice o encara como uma retratação da cidade com a figura de Lampião. “Lampião é um símbolo de resistência e está na história como um homem que lutou contra todo tipo de exploração e de injustiça. A maioria das pessoas em Serra Talhada apoia nossa ideia e reconhece a importância dele para a cidade”, afirma.

AS ESTÁTUAS ESTÃO MUITO BONITAS. Vamos colocá-las na parte externa do museu e deixá-las ali para que as pessoas façam suas homenagens”, comenta, empolgada.

Produzidas a partir de concreto armado pelo artista Zaldo Mendes, de Sanharó, a 215 km de Serra Talhada, elas terão 1,80 metro de altura sobre pedestais de 1,5 metro. As peças já estão na cidade, mas ainda não foram instaladas pela demora da fundação em organizar a inauguração – o mais provável é ela aconteça em janeiro, fora das comemorações de 2018.

O anúncio, assim como aconteceu no começo dos anos 1990, não foi bem recebido por todos os moradores. Agora, além da figura heróica, os apoiadores da estátua são aqueles que acreditam que o monumento vai atrair ainda mais turistas interessados na história de Lampião para Serra Talhada, beneficiando a economia local. De outro lado estão as pessoas que consideram que a imagem do cangaceiro é negativa para a cidade.

Nas redes sociais, xingamentos como “bandido”, “assassino”, “estuprador”, “sanguinário” e “facínora” pipocaram para se referir a ele quando a notícia foi publicada pelo principal jornal local. Cleonice conta que, depois de uma entrevista a uma rádio, as reações subiram de tom nas ruas, apesar de não ter recebido ameaças.

Soldados da volante

O empresário Euclides Ferraz Neto é um dos principais oposicionistas da ideia. Neto e sobrinho de soldados da volante de Pernambuco que combateram Lampião no sertão, ele conta que cresceu ouvindo histórias sobre os crimes do cangaceiro. “Fica essa questão se ele foi um herói oi não foi, mas para a minha família, que passou a vida defendendo o Estado, Virgulino sempre foi um homem com uma vida pregressa, um fora da lei”, diz.

Lampião fotografado em 1936 (Foto: Benjamin Abrahão)

“A estátua é uma tentativa de algumas pessoas colocarem a ideia de que Serra Talhada vive a cultura de Lampião. Isso é uma mentira. Sequer somos a capital do xaxado. Não tem nenhum programa voltado para isso aqui. Não há nenhum benefício cultural ou histórico em colocar um monumento desses na cidade. Eu acredito que, fazendo a pergunta certa em um plebiscito, todo mundo vai se posicionar contrariamente”, completa.

O prefeito Luciano Duque (PT), eleito em 2016, porém, é um entusiasta dos monumentos. “Tem gente que odeia e tem gente que admira, mas eu vejo como uma figura histórica que teve importância para a cidade e para a região”, opina. “Além de tudo, será benéfico para o turismo, porque o cangaço, como fenômeno, é conhecido no mundo inteiro”. Como a estátua será colocada em uma área de propriedade privada da fundação e não necessitou de recursos públicos, a prefeitura não teve participação na decisão.

Cleonice diz achar difícil que os monumentos sejam vandalizados, como ameaçavam os opositores do projeto original, e que não há como comparar o plebiscito de 1991 com o contexto atual de Serra Talhada. “De lá pra cá muita coisa aconteceu. O curso da história foi modificado. Aquelas promessas de jogar bombas, deixar um avião cair sobre a estátua… Isso não existe mais, porque a cidade apoia Lampião”, diz ela, se referindo às ameaças feitas à época.

Ferraz, no entanto, não é tão otimista quanto Cleonice. “Se a estátua de Juraci Magalhães, que foi um estadista, um governador, foi depredada quando colocada na praça da cidade, por que a de Lampião não seria?”, indaga.

Ainda hoje alguns soldados da antiga força volante de Pernambuco estão vivos em Serra Talhada, bem como antigos amigos do fazendeiro José Alves de Barros, o “Zé Saturnino”, primeiro grande inimigo de Lampião, e ex-cangaceiros que chegaram a lutar com ele no sertão nordestino.

Nas eleições presidenciais deste ano, a divisão entre eleitores de Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) foi bastante marcada pelo debate sobre a estátua – o petista teve 77% dos votos no segundo turno no município.

Para o historiador Paulo César Gomes, o plebiscito de 1991 ainda influencia a percepção de Serra Talhada sobre o cangaceiro, o que pode influenciar no debate atual. “Hoje é mais fácil debater o cangaço nas escolas, porque os alunos pedem filmes sobre o assunto, procuram o Museu do Cangaço, querem dançar xaxado e procuram saber se Lampião foi um bandido ou um herói”, conta.

“Mesmo depois de tantos anos a gente não saiu desse embate. Aquele 7 de setembro de 1991 nunca acabou”, completa. No fim da história, como cantou Gil, “tantos cangaceiros/ Como Lampião/ Por mais que se matem/ Sempre voltarão”.

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domingo - 16/12/2018 - 10:56h

Triste fim, ou a constatação de um delírio

Por François Silvestre

Conheci e admirei Osmundo Faria, pai do governador Robinson Faria (PSD). Lembro-me dos dois em vários e variados episódios. Osmundo quase foi governador, nomeado pelo regime militar. Estava tudo certo.

Viajou a Brasília para encomendar o terno da posse. Seu avalista era o general Dale Coutinho, ministro do Exército. Não havia contestação.

Numa manhã daquela semana, após barbear-se, o general sofre um infarto fulminante e morre. Com ele morreu a posse de Osmundo Faria.

Robinson Faria tomou posse no Governo do RN no dia 1º de janeiro de 2015 (Foto: Arquivo/Assessoria)

O resto é outra história, e acho que o Estado saiu perdendo, pois o nomeado foi Tarcísio Maia, paridor de mais uma oligarquia a explorar o Rio Grande do Norte. E deu no que aí se mostra.

Também é outra história. Quadro décadas, se não erro, após Osmundo ter perdido a chance de assumir o governo, seu filho Robinson Faria torna-se governador num pleito historicamente atípico.

Derrotou o maior conjunto de apoio oligárquico e político a um candidato ao governo, Henrique Alves, em quem votei.

Votei e declarei meu voto. Sou surpreendido por um apelo do jornalista Alex Medeiros e do Publicitário Jenner Tinoco, amigos que não serão inimigos nem que queiram, para montar o discurso de posse de Robinson Faria.

Num restaurante onde nunca eu estivera, encontrei Robinson. Ele disse: “Sei que você não votou em mim, mas preciso da sua colaboração”. Respondi: “O que precisar para você a para o Estado, conte comigo”.

Foi tudo muito improvisado. Pedi papel ao garçom, ele trouxe uma caderneta de páginas minúsculas. Pedi folhas de ofício ou pautadas. O dono ou gerente, não sei, providenciou as folhas. Tudo muito apressado.

Robinson foi explicando sua plataforma, e eu anotando. Espécie de taquigrafia. Num certo momento, já quase no fim das suas informações, eu falei: “Se você fizer dez por cento do que eu vou expor no discurso, já é suficiente para eu me arrepender de não ter votado em você”.

Três dias depois, o discurso estava pronto. Vinte e tantas laudas. Esse foi o discurso que ele pronunciou, na sua posse. Com o acréscimo de uma lauda e meia que ele fez agradecendo o apoio de Mossoró e exaltando a aliança com PT, que não foi da minha lavra.

Nem Mossoró nem o PT foram contemplados no meu texto. Também é outra história.

Faltam quinze dias para o fim do governo cujo discurso de posse eu escrevi.

Sou ficcionista. Ruim, mas sou. Já escrevi contos, romances, novela policial, uma peça de teatro inédita, crônicas de invenção e outras mogangas.

Tudo na saudável invenção da literatura.

Porém, nunca menti tanto quanto no discurso de posse do governador Robinson Faria.

Té mais.

François Silvestre é escritor

* Veja AQUI a íntegra do discurso de Robinson Faria no dia 1º de janeiro de 2015.

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Categoria(s): Artigo
domingo - 16/12/2018 - 08:30h

Falácia do espantalho

Por Odemirton Filho

Na defesa de uma tese ou de uma ideia é fundamental que o expositor apresente argumentos para basear seu trabalho ou raciocínio em socorro daquilo que entende correto.

Sendo assim, “argumentar é a capacidade de relacionar fatos, teses, estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções a fim de embasar determinado pensamento ou ideia”.

Com efeito, apenas emitir uma opinião acerca de um determinado assunto não a torna digna de certeza ou validade, porquanto estamos diante de uma crença do interlocutor. Falta, no mais das vezes, argumentação para dar substrato ao que se estar a defender.

Nesse diapasão, estamos vivenciando, sobremaneira, nas redes sociais, um debate infrutífero, em alguns casos, despido de qualquer cobertura de razoabilidade ou atividade argumentativa.

O que se presencia é um acinte a boa regra de convivência na sociedade. Não se discutem fatos, agride-se as pessoas sem o menor receio. O que importa é contrapor-se ao seu interlocutor, mesmo com fragilidade de argumentos.

É a falácia do espantalho.

Falácia é uma palavra de origem grega utilizada pelos escolásticos para indicar o silogismo de Aristóteles (silogismo é um tipo de argumento lógico que aplica o raciocínio dedutivo para extrair uma conclusão de duas ou mais proposições, que se supõe sejam verdadeiras).

É, desse modo, entendida como qualquer erro de raciocínio, seguido de uma argumentação inconsistente

“A metáfora usada para dar nome a essa falácia é bastante expressiva. Ela faz referência a uma estratégia de ataque ou rebelião que leva grupos de pessoas a criar uma espécie de boneco de palha do líder do grupo a ser atacado e transferir simbolicamente o ataque da pessoa para o boneco que a representa”.

“Em contextos de argumentação, essa é uma estratégia que consiste em substituir a opinião real sustentada por um adversário por uma versão distorcida dessa opinião, ou seja, criar um espantalho da opinião real, e em seguida, refutá-la ao invés da opinião real”.

Ou seja, usa-se o ardil para distorcer aquilo que o outro disse a fim de tirar a credibilidade do explanador. Se esse não coaduna com o que pensa, o debatedor procura encontra um caminho inverso, ao contrário do que foi efetivamente dito.

Na campanha eleitoral que findou, essa falácia foi devidamente usada, seja por alguns candidatos, seja por seus eleitores. Não se apresentava um contraponto ao que foi dito, procurava-se desqualificar o opositor, muitas vezes, atacando sua honra, esquecendo de apresentar argumentos com o mínimo de plausibilidade.

As redes sociais estão aí como prova. Mesmo pós-eleição o que vale é achacar, desmerecer, ofender, sejam em comentários ou em um diálogo.

Acrescente-se que a falácia não é somente na seara política. Toda e qualquer opinião contrária ao que se pensa, em simples conversas, é motivo para discordar e atacar de forma insubsistente.

A dialeticidade que deve servir de base para impugnar um arrazoado, cedeu espaço para opiniões destituídas de qualquer fundamento. Fala-se o que se pensa, sem sopesar as palavras ou o vazio de seus argumentos.

Qualquer palavra dita por aquele que, no meu entender, é “persona non grata” é distorcida para que possa, a falta de boa técnica argumentativa, refutar o pensamento contrário.

São crenças e ideologias amorfas que já não se coadunam com o tempo presente.

O mundo virtual, certamente, trouxe-nos um cabedal de conhecimento. Entretanto, a superficialidade de nossas opiniões nos tornaram meros replicadores e digladiadores na arena, que se entende sem regras, das redes sociais.

Desse modo, é inegável que a divergência é salutar para o enriquecimento do debate, desde que haja argumentação contra os fatos, e não agressão às pessoas.

Odemirton Filho é professor e oficial de Justiça

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domingo - 16/12/2018 - 07:38h

Carta Aberta ao Prefeito do Natal

Por Franklin Jorge

Excelentíssimo Senhor,

Artistas e produtores culturais independentes, sentindo-se prejudicados por ação deste governo, esperam do Prefeito que analise, avalie e suspenda o Edital destinado a patrocinar e difundir a Contação de Estórias nas escolas do município, documento grosseiramente discriminatório e adversário dos que produzem Cultura entre nós.

Por muitos anos atuando nessa área, como escritor e Editor de Cultura em todos os veículos de comunicação que existiram ou ainda continuam resistindo na Capital do RN, manifesto-me aqui como testemunha ocular da História e em solidariedade a artistas e produtores culturais discriminados, vilipendiados e até perseguidos por ações que não podemos aceitar sem alertá-lo, a V. Excelência,  quanto um mau assessor é pernicioso e contrário ao sucesso, não apenas do próprio governo, mas sobretudo de quem não diz amém aos seus conchavos.

Esse Edital, que pode ser consultado nas redes sociais da Prefeitura, prejudica e constrange nossos artistas e empreendedores culturais – privados em seu direito ao trabalho – e a um tempo desmente o uso do que se convencionou chamar de ‘Economia Criativa’. Já começa por ser redigido de maneira apressada e tosca, visivelmente com a dupla má intenção de prejudicar grupos, impressionar e induzir o governante a erro, com graves consequências para a sua credibilidade e popularidade.

Observe, Senhor Prefeito, que o Edital é escandalosamente restritivo e discriminatório, e como que pensado e formatado, aparentemente, para atender interesses particulares que V. Excelência, certamente, não apreciaria ver arrolados entre os eventuais insucessos de seu governo.

Observe, sobretudo, que até a Economia Criativa foi atropelada.  Como está, esse Edital avilta o espírito que a norteia e reduz o campo de trabalho para dezenas de artistas, ao restringir de maneira maliciosa e vil o financiamento de projetos, aparentemente com o intuito de punir e prejudicar quem não segue a cartilha instituída por quem usa mal a Cultura e a emprega contra artistas e empreendedores culturais.

Tais procedimentos, sem dúvida indefensáveis, explicam o persistente anonimato da nossa querida cidade no contexto da Cultura brasileira, apesar da obstinação de alguns em continuar produzindo, a despeito de gestores que os boicotam e sorrateiramente os perseguem.

Há anos formou-se aqui um cartel, no âmbito da Cultura, que nos dividiu em grupos que se antagonizam e são manipulados por gestores que miram o próprio umbigo em vez de cumprir com seus deveres. Gestores que usurpam o direito dos artistas e demonstram incapacidade para realizar e humildade para entender que só alcançaram tais postos por cochilo da sorte ou maquinação política. Aqui, qualquer um sabe que as instituições combatem o talento e os governantes premiam o medíocre em detrimentos do que tem valor e mérito.

Talvez fosse didático e instrutivo atentar e refletir sobre tal desacerto que compromete uma gestão. Seu antecessor, que se destaca por ter sido dos nossos prefeitos o que mais investiu em Cultura, em todos os seus mandatos, tornou-se, por ações de terceiros, impopular entre os nossos artistas!

Sugiro a V. Excelência que faça a coisa certa: suspenda o Edital em questão.

Sinceramente, Franklin Jorge.

Franklin Jorge é jornalista e escritor

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domingo - 16/12/2018 - 06:20h

Teto de Gasto dificulta estados federados

Por Josivan Barbosa

Os secretários estaduais de Fazenda informaram que os seus Estados não têm condições de cumprir o teto de gasto estabelecido pela lei complementar 156/2016, que concedeu um prazo de mais 240 meses para o pagamento das dívidas renegociadas pela União.

Para terem direito ao prazo adicional, os Estados se comprometeram a limitar o crescimento anual das suas despesas correntes à variação da inflação. O teto de gastos valeria nos dois exercícios subsequentes à assinatura do termo aditivo do contrato de refinanciamento das dívidas.

A lei complementar 156 estabelece que, se o teto de gastos não for cumprido, será revogado o prazo adicional de 240 meses para o pagamento da dívida renegociada.

Umas das explicações dos secretários é a de que a inclusão das despesas com saúde e educação no teto dos Estados, que estão vinculadas ao comportamento da arrecadação, compromete a capacidade do Estado de cumprir a determinação da lei complementar 156.

PPS

O PPS deve mudar de nome no próximo mês, quando irá realizar seu congresso nacional e adaptar-se para tentar abrigar filiados do Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva (AC), e de movimentos de renovação política, como o Agora!. O partido poderá passar a se chamar Cidadania. Há uma discussão se o novo nome da legenda terá uma ou duas palavras. O que está cedido é que as expressões “partido” e “socialista” deverão ser eliminadas.

Caminhoneiros

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, deve herdar mais uma pendência da gestão Michel Temer: o impasse entre caminhoneiros e empresas transportadoras em torno do tabelamento do frete.

Previdência

A equipe econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ainda não concluiu sua proposta de reforma da Previdência. O sonho de Guedes é caminhar do atual sistema de repartição simples (no qual os trabalhadores da ativa bancam os aposentados) para um sistema de capitalização (no qual cada pessoa tem uma conta e receberá ao se aposentar uma renda equivalente ao seu estoque de contribuições).

Essa ideia, contudo, além de polêmica e altamente complexa do ponto de vista técnico, é vista como muito difícil de prosperar no Congresso Nacional.

Uma parte do governo, incluindo integrantes da atual equipe econômica, aponta que o ideal é tentar avançar pelo menos parte da atual proposta que está no Parlamento e que foi aprovada na Comissão Especial de Reforma da Previdência. O objetivo é fazer com que pelo menos ajustes como a definição de uma idade mínima e regras mais convergentes entre os setores público e privado sejam aprovados ainda no primeiro semestre.

Eduardo Bolsonaro

Para Eduardo Bolsonaro, que tem sido o porta-voz mais eloquente do entorno do pai para questões externas, a China tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil por razões ideológicas. A sugestão é que, por uma escolha do governo petista, as transações comerciais com os chineses foram facilitadas e estimuladas, em detrimento das relações com os Estados Unidos. O argumento desconsidera que o aumento das exportações para a China não é um fenômeno que se restringe ao Brasil. Tampouco contempla o fato de que o crescimento acompanhou a aceleração do PIB chinês a partir do início do milênio.

FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alertou para o perigo de o novo governo tomar partido na guerra comercial. A declaração de FHC vai de encontro ao que disse Bolsonaro Filho.  O comentário foi de teor econômico, mas, o peso político da declaração é inevitável, dado os movimentos da equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em torno da questão. Enquanto os mercados globais vivem dias de forte sobe e desce em reação ao desenrolar da dança Trump-Xi Jinping, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, não usou meias palavras para defender uma “guinada” do Brasil na área comercial, em favor dos Estados Unidos.

China

É evidente que, ao contrário dos Estados Unidos, o Brasil não tem força econômica que lhe dê a liberdade de colocar em segundo plano uma parceria econômica como a que tem com a China.

O país asiático é nosso principal parceiro comercial – este ano respondeu por 24% da corrente de comércio total do país, gerando superávit para o Brasil. Como comparação, o comércio com os Estados Unidos representou 16% da corrente total, com déficit para os brasileiros.

Dória

Com as indicações para o primeiro escalão – com seis ministros e ex-ministros de Temer-, o tucano Doria começa a pavimentar sua eventual candidatura presidencial, em 2022.

Henrique Meirelles deve ser a estrela do secretariado. Como forma de dar mais prestígio ao ex-ministro, o tucano afirmou que ele comandará uma “supersecretaria”, que englobará a atual Secretaria de Planejamento e Gestão, e o programa de Desestatização. Doria anunciou Meirelles como “um dos maiores nomes da economia mundial” e disse que ele terá um gabinete no Palácio dos Bandeirantes, além do atual gabinete da secretaria, no centro de São Paulo.

Além de Meirelles, Doria nomeou outros cinco ministros e ex-ministros de Temer: Sérgio Sá Leitão (Cultura), Rossieli Soares (Educação), Gilberto Kassab (Casa Civil), Alexandre Baldy (Transportes Metropolitanos) e Vinícius Lummertz (Turismo). Escolheu também políticos que derrotados nas urnas, como Celia Leão (Pessoa com Deficiência), Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional) e Aildo Rodrigues Ferreira (Esporte).

Haddad

O Ex-ministro e candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, Fernando Haddad (PT) resumiu assim sobre o Governo do PSL que assumirá em janeiro: “No Brasil há três núcleos diferentes no governo eleito, um que chamo de fundamentalista, cujo foco são os direitos civis, que une vários ministros de forma coerente. Depois tem o núcleo da economia, que é escancaradamente neoliberal e não está nem aí para direitos civis. Não vai aumentar imposto, então tem duas formas de acomodar: vendendo patrimônios, a agenda de privatizações radical, e cortando na carne. E tem um terceiro núcleo, que é o político, dado basicamente pelo Ministério da Justiça e pelos ministros militares. O destino do governo Bolsonaro vai depender do núcleo político que tem duas possíveis tarefas: a tutela e a intimidação”.

Segurança pública

O governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), manifestou-se contrário à redução da maioridade penal, discussão que deve avançar no Congresso no ano que vem, com o apoio do presidente eleito Jair Bolsonaro. Anfitrião do II Fórum de Governadores, Ibaneis divergiu do futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, que defendeu a medida para crimes praticados com “extrema violência”.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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sábado - 15/12/2018 - 23:58h

Pensando bem…

“Nunca existiu uma pessoa como você antes, não existe ninguémneste mundo como você agora e nem nunca existirá.Veja só o respeito que a vida tem por você.Você é uma obra de arte — impossível de repetir,incomparável, absolutamente única”.

Osho

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Categoria(s): Pensando bem...
sábado - 15/12/2018 - 22:28h
Estadual 2019

Potiguar realiza Fan Fest neste domingo em Mossoró

Preparando-se para o Campeonato Estadual 2019 da Primeira Divisão do futebol do Rio Grande do Norte, o Potiguar de Mossoró realizará o evento denominado de “Potiguar Fan Fest”.

Será nesse domingo (16), a partir das 11h.

Acontecerá no Requint Buffet no bairro Nova Betânia, com música ao vivo.

O clube apresentará os primeiros contratados para o elenco 2019, a nova camisa vermelha-padrão para temporada e promoverá uma série de atividades para envolvimento do torcedor.

Acompanhe o Potiguar em seu site clicando AQUI.

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Categoria(s): Esporte
  • San Valle Rodape GIF
sábado - 15/12/2018 - 21:34h
Socorro Batista

Ex-candidata a prefeito assumirá Gabinete em Educação

Socorro saiu em 2015 (Foto: Web)

Ex-candidata a prefeito de Mossoró e ex-secretária-adjunta da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (SEEC) no Governo Robinson Faria (PSD), a professora Socorro Batista (PT) estará novamente atuando nessa pasta.

Dessa feita ficará na Chefia de Gabinete do futuro titular da Seec, professor Getúlio Marques, nome confirmado pela governadora eleita Fátima Bezerra (PT) – veja AQUI.

Socorro está definida para o cargo.

Dos quadros da Universidade do Estado do RN (UERN), ex-presidente da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), Socorro foi exonerada sumariamente da gestão Robinson Faria no dia 5 de setembro de 2015.

Ela tomou posição às claras de solidariedade à greve do professorado uerniano  (veja AQUI) que acontecia à época, precipitando a sua saída.

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Categoria(s): Administração Pública / Política
sábado - 15/12/2018 - 20:28h
Antes da posse

Fátima procurar tirar “medo do PT” em setor empresarial

Na iminência de assumir mandato de senador da República como representante do Rio Grande do Norte, o suplente da senadora e governadora eleita Fátima Bezerra (PT), Jean-Paul Prates (PT), comemora périplo dela por grandes empresas em atuação no solo potiguar.

Postagem de Prates mostra fim de visitas a dez empresas da Grande Natal (Print)

Postou nessa sexta-feira (14) à noite, uma síntese de suas impressões nessas visitas ao lado de Fátima Bezerra e outros integrantes do grupo político que assumirá o governo estadual em janeiro.

Segundo ele, no setor produtivo tinha gente com “medo do PT” e muitos queixosos quanto à negligência de governos anteriores em relação ao desenvolvimento econômico.

Nota do Blog – Importantíssimo esse quebra-gelo da governadora eleita e sua aproximação do empresariado da Vicunha, Guararapes, Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN) etc., antes da posse. Entretanto observo paralelamente, como seu olhar e a prática de pré-governo, concentram foco na Grande Natal.

Fecharam série de conversas com empresas, muito longe do Oeste, Seridó, Agreste, Trairi, Vale do Açu etc.

Será que não existem empresas e indústrias representativas no interior, que mereçam igual atenção? Avaliem, por favor.

Existe outro RN além da Reta Tabajara – ignorado, esquecido, vilipendiado. A propósito, foi por lá onde Fátima fechou sua eleição.

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Categoria(s): Política
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