• Repet - material para campanha eleitoral - 16 de maio de 2024
segunda-feira - 23/08/2021 - 23:58h

Pensando bem…

“A democracia é um erro estatistico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis.”

Jorge Luís Borges

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segunda-feira - 23/08/2021 - 23:26h
Caso Kerinho

Mineiro cobra mandato com julgamento no TSE

Secretário de Gestão Projetos e Metas do RN, o ex-deputado estadual Fernando Mineiro (PT) divulga vídeo em que manifesta desejo que finalmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida sobre o mandato federal pendente desde as eleições de 2018, exercido sub judice pelo deputado Beto Rosado (PP).

À semana passada (veja AQUI), parecer do vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gustavo Gonet Branco foi pelo “desprovimento dos recursos” procuravam garantir de vez o mandato de Beto. Contudo, o mérito da matéria não foi julgado ainda. Arrasta-se desde o fim das eleições nos escaninhos da Justiça Eleitoral.

Mineiro obteve 98.070 votos e foi o segundo eleito de sua coligação, atrás apenas de Natália Bonavides (PT). Já Beto, com 71.092 votos, só ficou com a vaga porque a somatória dos da coligação dele foi maior que a da coligação do petista, graças aos votos do candidato Kériclis Alves (PDT), o “Kerinho”, que empalmou 8.990.

Histórico

Segundo foi judicializado, o candidato Kerinho (PDT) fazia parte da Coligação 100% RN (onde Beto estava), mas estaria inelegível para deputado federal em 2018. Não teria pedido exoneração em tempo hábil de um cargo comissionado que ocupava na Prefeitura de Monte Alegre (veja AQUI). Pela lei, o candidato deveria se desincompatibilizar do cargo, no mínimo, três meses antes da eleição.

Mineiro chegou a ser diplomado no dia 29 de janeiro deste ano (veja AQUI). Todavia, através de mandado de segurança com pedido de liminar, no TSE, no dia 10 de fevereiro (veja AQUI), Beto Rosado segurou-se no mandato. A decisão foi do ministro Luís Felipe Salomão.

Já no dia 19 de março, o plenário do próprio TSE reiterou a decisão liminar de Salomão mantendo a liminar, com placar de 7 x 0 pró-Beto (veja AQUI).

Veja AQUI, links para mais de 30 matérias sobre esse assunto, mostrando todo o desenrolar dos acontecimentos políticos e processuais do chamado “Caso Kerinho”.

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segunda-feira - 23/08/2021 - 21:08h
Opinião

O Sete de Setembro…

Por François Silvestre

é o Comício da Central de Bolsonaro?

Foi no dia Treze de Março de 1964 que Jango, iludido por um apoio militar que não tinha, deu aos inimigos o pretexto perfeito para o golpe que vinha sendo urdido há muito tempo. Uma multidão, na Central do Brasil, defronte do campo de Santana, aos gritos e com cartazes de fotos de Getúlio, aplaudiam as reformas de base anunciadas. Uma representação teatral que a ingenuidade de Jango não conseguiu alcançar o abismo que a realidade lhe oferecia.Alistamento-Militar-745x450

Muda o ato. Sem noção ou incapaz de entender a realidade, Bolsonaro aposta nesse mesmo apoio militar para golpear a Democracia e entronar-se no poder. D. Bolsonaro I e único, sob a guarda dos quartéis.

Ele tem apoio militar? Tem. Dos quartéis? Vejamos. O salário do general Braga Neto, mês passado, foi de Cem mil Reais. (100. 000, 00). Do general Heleno, Cento e Doze mil Reais. (112. 000, 00). Do general Ramos, Cento e Dezenove mil Reais. (119. 000, 00).

Uma filha e dois sobrinhos do general Pazuello receberam o auxílio emergencial durante todo o ano passado. Esse apoio e mais de vários outros militares, ativos e inativos, nos cargos comissionados do Executivo, ele tem. É o comando militar do contracheque. E os quartéis, como estão? É aí onde reside o comício da Central do Brasil.

Ele cai? Não. Ele derrete. Os militares de agora não vão tirá-lo do poder, como os de 64 fizeram com Jango. E só fizeram porque contaram com o apoio das lideranças civis, vivandeiras dos quartéis, Carlos Lacerda e Magalhães Pinto, dentre outros, e o amparo do império americano, na luta “fria” contra o império soviético. Porém, não vão golpear a democracia para entronizar Bolsonaro. Nunca. Fogo de palha. Sem chance.

Vai ser uma palhaçada de uma independência nunca consolidada, avacalhando uma data que deveriam respeitar. E as Forças Armadas, que Bolsonaro nunca respeitou, serão mais uma vez vítimas de chacotas internacionais.

O General Mourão, que merece meu respeito e admiração, sabe disso. Esses generais do contracheque merecem meu escárnio. Bostiocós. Aqui, Ó.

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segunda-feira - 23/08/2021 - 10:10h
Natal

Morre a ex-primeira-dama Aída Ramalho Cortez

Aída: atuante em governo (Foto: Web)

Aída: atuante em governo (Foto: Web)

Faleceu à manhã dessa segunda-feira (23), em Natal, Aída Ramalho Cortez Pereira, 85. Foi ex-primeira-dama do Rio Grande do Norte, mulher do então governador Cortez Pereira (1971-1975).

Família não divulgou maiores informações sobre causa da morte, velório e sepultamento.

Dona Aída Ramalho exerceu forte influência na gestão Cortez Pereira. Nunca foi modelo de primeira-dama passiva e alheia ao cotidiano do estado.

Depois traremos mais detalhes.

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  • Art&C 25 anos - Institucional - 19-12-2023
segunda-feira - 23/08/2021 - 07:24h
Teatro

Grupo Arruaça fará 36 anos com evento híbrido dia 25

O Grupo Arruaça de Teatro completa 36 de existência nesse ano, no dia 25 de Agosto. Seus componentes prometem festejo de forma híbrida. Promoverão em suas redes sociais e da 12ª Diretoria Regional de Educação e Cultura (DIREC) uma programação diversificada a partir de 20h dessa data.Grupo Arruaça - 36 anos

O Grupo Arruaça de Teatro é uma entidade civil organizada, sem fins lucrativos.

Fundado em 1985 por jovens que brincavam de teatro na escola, nos centros sociais urbanos e unidades preventivas da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (FEBEM), o grupo virou coisa séria. Essa turma resolveu formar uma companhia independente.

A paixão comum pelo teatro levou aquele coletivo ao encontro diário em busca de novas informações, pesquisas, experimentos, estudos. E o que parecia pura brincadeira, algo disperso, acabou se transformando no Arruaça.

Veja o Arruaça e se inscreva no endereço do YouTube do grupo clicando AQUI. O da 12 Direc é AQUI.

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Categoria(s): Cultura
segunda-feira - 23/08/2021 - 07:02h
Frasqueirão

ABC vence novamente o América em confronto pela Série D

Do GE

O ABC levou a melhor no clássico potiguar pela Série D e bateu o América-RN por 3 a 1 neste domingo (22).

Gustavo Henrique, com dois gols, foi o destaque do jogo realizado no Estádio Frasqueirão, em Natal. Claudinho também marcou para o Alvinegro, e Esquerdinha descontou para o Mecão.

O resultado mantém a equipe abecedista na liderança do Grupo A3, com 25 pontos. O América, com 21, segue na segunda posição.

Esta foi a terceira vitória do ABC em quatro clássicos disputados este ano – o América venceu uma única vez, ainda no Campeonato Potiguar. O Alvirrubro, por sinal, tem apenas duas derrotas na Série D, ambas para o rival. O revés deste domingo foi o primeiro da equipe sob o comando de Renatinho Potiguar.

Saiba mais detalhes clicando AQUI.

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  • Art&C - PMM - 12 de Abril de 2024 - Arte Nova - Autismo
segunda-feira - 23/08/2021 - 06:54h
Mossoró

Governadora anuncia apoio à agricultura e empresa e lança voo da Azul

A governadora do Rio Grande do Norte, professora Fátima Bezerra (PT), cumpre agenda em Mossoró nesta segunda-feira (23), e anuncia ações de fomento à Agricultura Familiar que vão beneficiar mulheres e homens do campo de 49 municípios. O fortalecimento ao Turismo Regional também está na pauta governamental para este início da semana.

Avião da Azul Linhas Aéreas (Foto: Hugo Andrade/InterTV Costa Branca/Arquivo))

Avião da Azul Linhas Aéreas (Foto: Hugo Andrade/InterTV Costa Branca/Arquivo))

Pela manhã, a partir das 09h30, será realizada a solenidade coordenada pela Secretaria de Estado da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural (SEDRAF) e pela Agência de Fomento (AGN-RN), na Escola Estadual Jerônimo Rosado, bairro Santo Antônio.

Dando prosseguimento à agenda, a gestora participa no início da tarde, da solenidade de inauguração da nova linha aérea Mossoró-Natal, solenidade que continua no Aeroporto Dix-Sept Rosado, às 15h. A nova linha vai ser operada pela Azul Linhas Aéreas após uma articulação coordenada pela chefe do Executivo estadual e equipe da Secretaria de Estado do Turismo (SETUR).

A governadora e equipe do Governo do Estado ocuparão assentos no voo inaugural Mossoró-Natal, que parte do Aeroporto Dix-Sept Rosado, em Mossoró, às 16h. A chegada do voo está prevista para às 16h55, no Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, onde será recepcionado com o tradicional batismo.

Abaixo, pauta Sedraf e AGN:

  1. AGN – Liberação de Crédito para Empreendedores de Mossoró e Serra do Mel – Total: R$ 321,7 mil, beneficiando 57 empreendedores formais e informais.
  1. Ampliação do CredMais – agora com uma linha especial para a Agricultura familiar. Na etapa piloto do programa, o objetivo é atender 530 famílias em 17 municípios, totalizando um investimento em torno de R$ 4,77 milhões nos próximos 12 meses
  1. Assinatura dos contratos de ATER- Beneficiando 2.800 famílias, envolvendo 46 municípios e 120 comunidades rurais do estado 
  1. Lançamento do Projeto Piloto de Feiras da Agricultura Familiar – Na primeira fase, a meta é implantar 30 feiras locais da agricultura familiar, beneficiando 300 famílias de agricultores e agricultoras familiares. 

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segunda-feira - 23/08/2021 - 06:38h
Câmara Municipal

Vereador reforça defesa da inclusão social com ação prática

Placa favorece identificação à porta de gabinete (Reprodução BCS)

Placa favorece identificação à porta de gabinete (Reprodução BCS)

Em seu primeiro mandato eletivo, o vereador Cabo Tony Fernandes (Solidariedade) apresenta bandeiras de luta e ações simbólicas e práticas, que vão ao encontro de políticas inclusivas necessárias.

“Além de ser o único vereador com intérprete de Libras, nosso gabinete é o único com placa tátil em braille, promovendo o acolhimento das pessoas com limitação visual ao legislativo mossoroense”, destaca ele em postagem em suas redes sociais.

“Nossa luta é para que os direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão sejam assegurados para todos. Nesse sentido, já apresentamos vários projetos em defesa das pessoas com necessidades especiais, pois não basta falar de inclusão, é preciso praticá-la!”, reforça.

Nota do Blog – Nosso efusivo aplauso, vereador. Essa página faz parte da corrente de pensamento e de luta que abraças.

Cada avanço parece pouco, mas é sempre importante. “O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano seria menor.” – Madre Teresa de Calcutá.

Bravo.

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segunda-feira - 23/08/2021 - 05:50h
Imprensa

Revista Acontece lançará próximo número sexta-feira, 27

Revista AconteceA Revista Acontece vai lançar seu mais novo número na próxima sexta-feira (27).

O evento da publicação ocorrerá no Restaurante Donna Salada, Rua Amaro Duarte, 790, Nova Betânia.

Um café da manhã marcará o lançamento da edição.

Um dos destaque será o ciclo de primeiros meses de gestão do prefeito mossoroense Allyson Bezerra (Solidariedade).

Lançada em 30 de outubro de 2010, a Revista Acontece deriva de projeto de seus diretores, Marcelo Bento e Neide Carlos.

Tem foco especial na atividade produtiva e cenário dos municípios potiguares, sendo disponibilizada também em versão virtual.

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Categoria(s): Comunicação / Gerais
domingo - 22/08/2021 - 23:56h

Pensando bem…

“O Brasil não tem povo, apenas público. Povo luta por seus direitos, público só assiste de camarote”.

Lima Barreto

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domingo - 22/08/2021 - 15:30h
Tenha cuidado

“Curva de rio” e “ponta de aterro”

Lixo, detritos, curva de rio, monturo,Tem gente que, na vida, é como “curva de rio” e “ponta de aterro”.

Como diria o Rei Pelé… “Entende?”

Todo cuidado é pouco, nunca baixe a guarda.

E tenha certeza: são mais comuns do que você imagina, sempre com sorriso largo e cumprindo o falso papel de boa gente.

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Categoria(s): Crônica / Só Pra Contrariar
domingo - 22/08/2021 - 14:28h

Combate à violência política contra a mulher

Por Odemirton Filho 

No último dia quatro de agosto entrou em vigor a Lei n. 14.192/21, estabelecendo normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, nos espaços e atividades relacionados ao exercício de seus direitos políticos.

A norma tem por objetivo garantir os direitos de participação política da mulher, sendo vedadas a discriminação e a desigualdade de tratamento em virtude de sexo ou de raça no acesso às instâncias de representação política e no exercício de funções públicas.  violência política de gênero, violência política contra a mulher,

Além disso, considera-se violência política contra a mulher toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os seus direitos políticos, constituindo igualmente atos de violência política qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício de seus direitos e de suas liberdades políticas fundamentais, em virtude do sexo.

Nesse sentido, passou a ser considerado crime, previsto no Código Eleitoral, assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.

A Lei dos Partidos Políticos (n. 9.096/95) também ganhou novo regramento, devendo o Estatuto do partido prevê normas de prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher.

No tocante às eleições proporcionais (deputados e vereadores), os debates poderão desdobrar-se em mais de um dia e deverão ser organizados de modo que assegurem a presença de número equivalente de candidatos de todos os partidos que concorrem a um mesmo cargo eletivo, respeitada a proporção de homens e mulheres estabelecida no § 3º do art. 10 da Lei n. 9.504/97.

Desse modo, observa-se que é mais uma norma com o propósito de se assegurar o respeito à mulher no âmbito político-eleitoral, incentivando-a a participar da vida pública.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Artigo
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domingo - 22/08/2021 - 13:50h

A vaquinha Vitória

Por Inácio Augusto de Almeida 

Era uma vez uma vaquinha chamada vitória.

A vaquinha morreu.

Acabou-se a estória.Vaca, vaquinha,Leu e releu, mas não deu para entender a estória que não dizia do que a vaquinha tinha morrido. Apenas dizia que a vaquinha morreu.

Muito complicado.

Fez um longo comentário exigindo do autor da estória que explicasse, com riqueza de detalhes, a causa da morte da vaquinha vitória.

Como não recebeu resposta, imaginou que um mistério enorme existia por trás do que parecia ser uma estoriazinha sem pé nem cabeça.

Deu asas à imaginação e concluiu tratar-se de uma mensagem dirigida a um grupo que poderia estar colocando em risco a segurança nacional.

Respirou fundo e olhando as estrelas, cheias de brilho daquela noite de verão, teve a certeza de que a estória da vaquinha era uma mensagem deixada por alienígenas para outros extraterrestes que já estavam entre nós preparando a invasão.

A morte da vaquinha era os longos soluços dos violinos de outono do poema do Paul Verlaine.

Riu e sentiu-se mais inteligente do que Arquimedes.

Pensou em sair gritando pelas ruas, na madrugada quente de Mossoró; descobri, descobri, DESCOBRI! Lembrou-se dos assaltantes e se consolou dizendo para si que não seria original se assim o fizesse, que logo iriam aparecer os caçadores do calcanhar de Aquiles para dizer que seu gesto era um arremedo do que fizera Arquimedes.

Resolveu deixar para revelar a bomba tão logo o dia amanhecesse.

Na calçada viu duas crianças esperando o transporte escolar. Falavam da vaquinha vitória com tristeza porque a tia encerrou a estória dizendo que a vaquinha morreu e a estória acabou.

Inácio Augusto de Almeida é jornalista e escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 22/08/2021 - 10:44h

Com a “Melon & Co.”, Agrícola Famosa amplia sua força internacional

Por Josivan Barbosa

A Agrícola Famosa, umas das principais empresas produtoras e exportadoras de melão do mundo, criou uma nova empresa no Reino Unido denominada de Melon & Co. (veja AQUI). A nova empresa nasce com a missão de ampliar e cuidar mais de perto do cliente inglês.

A Inglaterra representa em torno de 35% do destino do melão e melancia produzidos pela empresa genuinamente mossoroense que nasceu na última década do século passado mediante a bravura de Carlos Porro e Luiz Barcelos.Melon & Co. - Agrícola Famosa

A Agrícola Famosa aproveitou muito bem o espaço comercial de frutas frescas deixado por empresas como Maisa, Nolem e Delmont e ampliou a sua participação na Europa no fornecimento do produto.

O grupo detém cerca de 70% da quota de mercado do melão e melancia do Reino Unido, através de venda direta às grandes redes de supermercados que anteriormente era feito em sintonia com a empresa FESA UK.

A empresa mossoroense trabalha com a expectativa de melhorar o serviço que presta ao cliente inglês acompanhando em detalhes a qualidade do produto que chega ao consumidor. Ela fornece atualmente cerca de 3.300 contêineres por ano ao mercado da Inglaterra e vizinhos.

A Agrícola Famosa pode, também, a partir de agora firmar parcerias com empresas produtoras de frutos na América Central e na própria Europa (especialmente Espanha) para fornecer o produto na época da entressafra do melão e da melancia no Semiárido Nordestino.

Frete marítimo

A safra 2021/22 do melão e melancia começa com uma incerteza para o exportador. Trata-se da dificuldade em função do alto preço das tarifas de frete marítimo. Algumas rotas ultramar terão dificuldades de disponibilidade de contêineres refrigerados, equipamento indispensável para a exportação de melão e melancia do Nordeste Brasileiro para a Europa, Estados Unidos e Ásia.

As tarifas de frete dos contêineres refrigerados sofreram aumentos consideráveis durante o primeiro semestre e ainda se trabalha com a expectativa de incremento no segundo semestre e no próximo ano.

O caos logístico global e a disparada nos fretes marítimos provocados pela pandemia deverão se estender ao menos até 2022. Isso significa preços altos e prováveis atrasos na chegada de produtos pelos próximos meses.

O Índice Global de Tarifas de Contenedores Reefer de Drewry, uma média ponderada das tarifas das 15 principais rotas ultramar com uso intensivo de contêineres refrigerados confirma um aumento de 32% até o segundo quadrimestre do ano em curso e espera que até o final do terceiro quadrimestre esse valor chegue a 50%.

O principal problema do aumento de preço do frete dos contêineres refrigerados é o alto preço que ele alcança quando é usado para o transporte de carga seca, e o mundo todo está convivendo com escassez de contêineres de uma maneira geral. O mercado tem operado no limite, com escassez de contêineres e falta de navios em todo o mundo. Com o início da temporada de pico – o terceiro trimestre, em que empresas abastecem seus estoques para o fim de ano -, a situação não só deve se prolongar, como poderá se agravar.

A crise afeta todos os segmentos que usam contêineres: calçados, vestuário, higiene pessoal, eletrônicos, equipamentos, alimentos, frutas, carnes refrigeradas, celulose, veículos.

Espera-se que esse problema seja minimizado somente a partir de meados do próximo ano, o que pode trazer um certo alívio no preço dos fretes marítimos.

Produção tem safra com boas expectativas (Foto: cedida)

Produção tem safra com boas expectativas (Foto: cedida)

Safra de melão e melancia

A safra de melão e melancia começou com boas expectativas para o produtor, apesar de que novamente a disponibilidade de água pode ser um problema, especialmente para as empresas que concentram a sua produção na região da Grande Maisa (Mossoró, Tibau, Icapuí, Jaguaruana e Aracati).

Os principais tipos de melão fornecidos para a Europa são: Piel de Sapo, Galia, Cantaloupe e Amarelo.

A tendência é um aumento no fornecimento da melancia sem sementes e da mini melancia que facilita o consumo, evitando desperdício em nível de consumidor, mas ainda há espaço para a melancia tradicional (grande e com sementes).

Energia solar

Se sua empresa pretende instalar uma usina de energia solar, não hesite em acelerar o processo. A Câmara dos Deputados aprovou durante a semana o marco legal da microgeração e minigeração distribuída e trata dos incentivos concedidos à geração de energia solar por pequenos produtores (como consumidores domésticos e empresas menores). A proposta segue para discussão do Senado Federal.

BRF no RN

A BRF decidiu pela construção de um parque para geração de energia eólica no Complexo Eólico Cajuína (Lajes, Angicos, Pedro Avelino e Fernando Pedrosa). O investimento estimado no projeto é de R$ 5,2 milhões por MW instalado. A BRF deverá investir diretamente cerca de R$ 80 milhões. O início das operações está previsto para 2024.

O parque eólico terá capacidade instalada de 160 megawatts médios (MWm), com geração de 80 MWm.

Consórcio de municípios

O município de Mossoró silencia diante de uma boa oportunidade para reduzir os custos de insumos da área de saúde. Trata-se do Consórcio Conectar que reúne mais de 2,5 mil municípios para compra compartilhada de medicamentos e insumos na área de saúde. A gestão do consórcio trabalha com a expectativa de conseguir uma redução de pelo menos 15% nos custos com compras de insumos da saúde.

Os pedidos poderão ser feitos bimestralmente pelo prazo de seis meses, prorrogáveis por mais seis meses.

A compra em grandes volumes de fornecedores nacionais vai favorecer principalmente municípios pequenos e médios, que compram insumos de distribuidores regionais e pagam mais caro.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa

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Categoria(s): Artigo
  • Pastel Premium Mossoró - Pastel de Tangará - Aclecivam Soares
domingo - 22/08/2021 - 09:38h

Estórias controversas

Por Marcelo Alves

Cuidarei aqui de alguns livros “controversos”, temática à qual sempre me dedico pesquisando em “120 Banned Books: Censorship Histories of World Literature” (Checkmark Books, 2011), de Nicholas J. Karolides, Margaret Bald e Dawn B. Sova. Mas hoje especialmente farei uso de uma lista elaborada pelo site literário Book Riot, que relaciona “9 of the Most Controversial Books Published in English”. Não me perguntem o porquê desses nove livros.

Também não gostei da conta. Vou reduzi-la para três, que é número forte, aparecendo tanto na Santíssima Trindade como no ménage à trois. E, assim, agrado aos dois lados da polêmica que explorarei, relacionada ao caráter sexual e “pecaminoso” das obras citadas a seguir.

Parto com um must da temática: “Lady Chatterley’s Lover” (1928), de D.H. Lawrence (1885-1930). Trata-se da estória da Lady do título, cujo marido fica inválido em decorrência de ferimentos de guerra. Ela busca o sexo adúltero. E há muita “pornografia”, claro. Escândalo no Reino Unido quando o livro foi às ruas (in casu, às estantes dos livreiros de então). E olhem que era uma versão expurgada de alguns trechos.Lolita - filme, literaturaFoi banida em vários países mundo afora. Na íntegra, só foi publicada no Reino Unido em 1960, décadas após a morte do autor, sob a égide de uma nova lei, “Obscene Publications Act” de 1959, e da clássica decisão em R v Penguin Books Ltd (1960). É importante anotar que D.H. Lawrence já havia causado barulho com “Sons and Lovers” (1913), “The Rainbow” (1915) e “Women in Love” (1920). De toda sorte, acredito que hoje as aventuras da Lady não causariam tanto frisson assim.

Até o festejado “Ulysses” (1922), de James Joyce (1882-1941), uma das obras-primas da literatura do século XX, não passou incólume pela outrora onipresente “censura” (seja do Estado ou mesmo oficiosa). Originalmente publicado na França, há muitas controvérsias sobre o “Odisseu” irlandês. Discrepância entre as edições e entre as traduções. Texto dificílimo.

Mas, como consta de “120 Banned Books: Censorship Histories of World Literature”: “Escrito no que é chamado fluxo de consciência, Ulysses tem lugar em um dia, 16 de junho de 1904, e descreve os pensamentos, sentimentos, palavras e ações de Leopold Bloom, sua esposa Molly e Stephen Dedalus. O romance foi severamente criticado por explicitamente descrever prazeres físicos e sensuais, fazer referências aos processos excretores e retratar incidentes sexuais em termos explícitos. Ademais, reclamou-se da sua linguagem, que contém numerosos usos do ‘foda-se’, assim como frequentes referências às genitálias, tipo ‘vagina’, ‘escroto’, ‘pênis’, ‘hímen’ e outros eufemismos para estas partes do nosso corpo”. Bom, também acredito que isso seja linguagem banal na arte dos nossos dias.

Um problema mais sério temos com “Lolita” (1955), de Vladimir Nabokov (1899-1977). Aqui a personagem-título, a Lolita, garota de 12 anos, vive um relacionamento pedófilo com o padrasto Humbert Humbert. Nabokov até teve dificuldade em encontrar editor para o livro (as casas Simon and Schuster e Doubleday, por exemplo, recusaram o dito cujo). Ele saiu pela Olympia Press, editora francesa que trabalhava com publicações “eróticas”. O livro chegou a ser banido em alguns países. O ponto é: ao contrário de “Lady Chatterley’s Lover” e de “Ulysses”, a controvérsia em torno de “Lolita”, em vez de diminuir, com o tempo aumentou.

O tema é perturbador – falo da pedofilia –, e os leitores contemporâneos são bem mais aversos ao “abuso sexual” de Lolita do que eram os leitores em 1955. Num plano interpretativo, há quem acredite na versão de Humbert de que Lolita o assediou. Mas há também quem considere essa versão não confiável, chamando-o de estuprador.

Fato: é um livro impactante. E ainda recordo minhas sensações quando, no fim da adolescência, li-o pela primeira vez. Ao cabo, sob o ponto de vista artístico, “Lolita” é um livro primoroso. Fina prosa, é também um livro sobre literatura. É interpretado e reinterpretado. Cinema, teatro, música, TV etc. Um ícone. Uma obra-prima, sem dúvida.

O que era ontem controverso pode não ser mais hoje. E vice-versa. Os velhos argumentos ou a vetusta legislação para banir livros supostamente obscenos já não mais perdura, pelo menos entre nós, acredito. E há muitíssimas formas de publicação independente. Graças a Deus. Nossos problemas são diferentes. Mas isso é assunto para uma outra conversa.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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Categoria(s): Crônica
domingo - 22/08/2021 - 08:38h

As incertezas e pretextos no Brasil

Por Ney Lopes

Os últimos acontecimentos políticos em Brasília (voto auditável, inquéritos instaurados contra o presidente e distrito) revelam hesitações generalizadas nas tendências eleitorais de 2022. A verdade é que não se pode afirmar que a radicalização entre Bolsonaro e Lula prevaleça, até o final.

Os fatos têm ocorrido rapidamente, de parte a parte, que não se aplica com segurança o chamado “efeito vagão”, que conduz a suposta liderança final daqueles indicados pela a expressão “Maria vai com as outras”.

O resultado da votação das PEC do voto impresso e do distrito demonstram que não há candidato confortável na vitória em 2022.

O governo Bolsonaro surpreendeu e as oposições se dividiram, o que é grande risco para a viabilidade da terceira via.vagões de trem, efeito vagão, pesquisa, maria vai com as outras

Por outro lado, a conclusão que fica é de que não há maioria favorável, nem rejeição a determinado candidato.

O eleitor procura opções e talvez não saiba ainda como encontrá-las. A tentativa de radicalização parece não estar dando resultado.

Nos bastidores percebe-se movimento de “exclusão”, através de capítulos diários de crises e denúncias, Lula evita o impeachment do Presidente, com quem pretende duelar. O presidente muda o estilo político e abre espaços de composições, embora acossados por instaurações de inquéritos contra si e prisão do correligionário Roberto Jefferson.

O voto auditável faltou diálogo do governo para ser aprovado. Embora não haja dúvida na lisura da justiça eleitoral, era perfeitamente lógico aperfeiçoá-lo.

Sabe-se que as pesquisas eleitorais, sobretudo de má fé, induzem à hipótese de que o candidato na frente ganhara a eleição, o que termina por distorcer o curso natural dos resultados. Entretanto, têm sido comuns no efeito dessas sondagens, a ocorrência do “underdog effect”, que é a tendência do voto vitorioso no candidato, que está nas últimas colocações, o “azarão”.

O eleitor inicia um processo silencioso das avaliações das alternativas políticas envolvendo presidência, congresso, assembleias e governos estaduais.

Desconfia de pleitos extemporâneos, como voto impresso e mudanças na calada da noite da legislação eleitoral.

E inicia um processo cuidadoso de avaliação das opções políticas para 2022, entre a Presidência, o Congresso, os governos regionais e as Assembleias estaduais.

As pesquisas existem no momento eleitoral e terminam sendo altamente nocivas para o processo político. 

A grande indagação é se deveria prevalecer o direito amplo à liberdade sem regulação de qualquer tipo?

Sempre defendi que a solução é restringir a certo período antes da eleição, o uso e interpretação das pesquisas internamente pelos partidos,

Sabe-se que as pesquisas eleitorais, sobretudo de má fé, induzem à hipótese de que o candidato na frente ganhará a eleição, o que termina por distorcer o curso natural dos resultados.

Entretanto, têm sido comuns nos efeitos dessas sondagens, a ocorrência do “underdog effect”, que é a tendência do voto vitorioso no candidato, que está nas últimas colocações, o “azarão”.

Segundo a ciência política, a tese mais frequente da literatura internacional é a do “bandwagon effect” – em tradução livre, algo como o “efeito do vagão”, remetendo a um movimento em direção a quem está na frente, como indica a expressão “Maria vai com as outras”.

Mas, apesar do vasto manancial de dados que tais sondagens criam, a medida exata em que elas influenciam o voto do eleitor permanece incerta

Baseia-se na ideia de que as prévias eleitorais induzem parte significativa do eleitorado a votar no candidato que está à frente nas pesquisas, com mais chances de vitória, contaminando a opinião pública e distorcendo o curso natural dos resultados.

Mas, a literatura prevê ainda um outro efeito das pesquisas, o “underdog effect” – a tendência do voto no candidato que está nas últimas colocações, o “azarão”.

EM PRIMEIRO LUGAR, as pesquisas deveriam ser permitidas, sem qualquer tipo de regra, para o uso interno dos partidos políticos. No plano comercial, por exemplo, alguém pesquisa um produto à venda e divulga os resultados? Claro que não.

A mesma coisa deveria ocorrer com os partidos.  Eles têm o direito de conhecer a tendência da opinião pública. Todavia, a pesquisa publicada na mídia não tem o direito de manipular pessoas e fatos, para que “apareçam bem na foto”. Isto porque, eleição é reflexão e escolha individual e não pode sofrer tais influências, sob pena do enfraquecimento das liberdades públicas.

Sobre liberdades constitucionais em época eleitorais tenho certas convicções, que podem até serem mal compreendidas. Defendo, num período de mais ou menos 90 dias antes da eleição, certas restrições que normalmente seriam condenáveis. Por exemplo: o uso de meios de comunicação. O noticiário jornalístico já é limitado pela justiça eleitoral para não ferir a isonomia entre os disputantes.

A divulgação do resultado de pesquisa é praticamente livre e se transforma em “peça de marketing”.  Por mais idônea que seja a sondagem, a publicação em órgão influente mexe com o voto popular. Não há como fugir dessa realidade. Pergunta-se se deveria prevalecer a liberdade de informação, ou, ao contrário, o elemento a ser preservado seria o interesse público da liberdade de escolha do eleitor, sem influência de qualquer tipo?

Comecei a minha vida universitária sendo professor de “Sociologia” no curso indiferenciado – criado com a reforma universitária de então -, que obrigava todos os que ingressassem no curso superior terem noções de disciplinas básicas (entre elas Sociologia), independente da aprovação ter sido nas áreas de saúde, ciências sociais ou tecnológica.

Na condição de professor de Sociologia (a minha graduação foi em Direito e Ciências Sociais), um dos temas que mais expunha e discutia na sala de aula era a importância da pesquisa aplicada.

A pesquisa aplicada à economia, saúde, política, educação, ou a qualquer outra área, é sem dúvida instrumento sério e cientifico.

Uma pesquisa se constitui em dois momentos fundamentais: a observação e a interpretação do que foi observado.

A pesquisa é justificada e definida como método cientifico, expressão que vem do grego méthodos, (caminho para chegar a um fim). O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência e produzir algo até então desconhecido, ou esclarecer o que já se conhece.

Para muitos sociólogos, o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência (Haddad).

Fica, pois, claro que sou inteiramente favorável à pesquisa elaborada dentro dos padrões científicos. Ela é instrumento indispensável para orientar mercados, levar à inovação, conhecer comportamentos sociais, como no caso do eleitorado em período de eleição.

Isso não se discute.

A única exigência é a idoneidade das sondagens.

Ney Lopes é professor, advogado e ex-deputado federal

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Categoria(s): Artigo
  • Repet - Banner Rodapé - Material para campanha eleitoral - 16 de maio de 2024
domingo - 22/08/2021 - 07:50h

Querido Texto…

Por Marcos Ferreira

Bom dia, querido Texto. Ou boa tarde ou boa noite, a depender do momento em que você se faça presente ao longo destas páginas.

Aqui estamos, mais uma vez, neste encontro ameno e silencioso. E é sempre assim, você comigo e eu com você, sujeito às suas conveniências. Escrevo, porém, com o mesmo carinho, com renovada alegria e prazer. Exatamente, querido. Toda vez é uma grande satisfação colocar-me diante deste velho notebook, sentado a esta escrivaninha já bamba, e estabelecer contigo este diálogo. Jamais um solilóquio. Porque sei que da sua parte, com as suas particularidades, interagimos.

Como percebe, hoje amanheci coberto de lirismo. Sinto a alma leve. Estou de bem com a vida, aqui tomando o meu cafezinho escoteiro e ouvindo a passarada trinando na copa da mangueira, no quintal da residência aos fundos da minha. É uma beleza essa trilha sonora. Isso ocorre, sobretudo, cedinho.escrita, texto, escrever, diálogo,

Nessas ocasiões sequer aciono a playlist com oito horas de blues. Dou preferência à maviosa e diversa música dos cantores alados. Sei que isso não é novidade, recordo que falei sobre esses artistas outro dia. No entanto, como costumo dizer, não faz mal recordar o que faz bem. Ao menos a mim, que desafino até batendo palmas, a música propicia um lenitivo, um bem-estar indescritível.

Então, querido Texto, ouçamos mais o que nos têm a dizer os passarinhos. Quanta poesia existe em suas vozes polifônicas! É um privilégio poder ouvi-los, “mal rompe a manhã”, como no verso de Drummond. Quisera eu ter maior engenho, um tanto mais de poeticidade na escrita para homenageá-los.

Há ainda o farfalhar dos ramos da grande árvore, expostos ao sabor do vento. Isso, de repente, lembra-me “as folhas de coqueiro amareladas pelo tempo” aqui e acolá referidas pelo cronista Inácio Augusto de Almeida, visão de que usufrui deitado em sua cama, através da janela do quarto. Inácio, não nos enganemos, é um enfeitiçador de palavras. Possui o que contar e faz isso com qualidade.

— Canta, canta, passarinhos — murmuro aqui, como se eles fossem capazes de ouvir e de entender o que eu digo. Não é, Bilac?

Após um bocejo leonino, tomo mais um gole da rubiácea. Estalo os dedos, conserto os óculos no alto do nariz, e me aprumo na cadeira giratória. Penso em soltar o blues, porém o trinado do passaredo continua em alto e bom som. Gudãozinho, minha grácil e trêfega gatinha, aninha-se aos meus pés.

— Oi, Gudãozinho? — converso com ela, como de costume. Isso ocorre o dia todo. Ela ronrona, comprime os olhos azuis. Adora deitar-se sobre meus chinelos. Arranha de leve meu pé esquerdo, ameaça mordiscar-me o tornozelo. É brincalhona à beça. Mas só comigo. Quando recebo alguém, ela foge, vai se esconder no banheiro, atrás do vaso sanitário. Fica lá encolhida até a visita ir embora.

— Quer seu sachê? — aí ela arregala os olhos.

Permita-me uma digressão, ou um parêntese.

Imagine você, querido Texto, o estado em que Gudãozinho me apareceu. Certa manhã, quando abri o portão para colocar um saco de lixo na calçada, era dia de coleta, notei aquele vulto branco invadindo o quintal. “Um gato!”, concluí imediatamente. Larguei o saco e voltei para expulsar o suposto invasor.

Coisa nenhuma. Ao me inteirar da situação da felina, não tive coragem de jogá-la de volta na rua. Quando me aproximei, Gudãozinho correu para o fundo do muro. De tão fraca, entretanto, ela tropeçou nas próprias pernas e caiu. Não mais se ergueu, abdicou da fuga. Encontrava-se às vascas da morte. Era tão somente pele e ossos. Consegui uma xícara de ração com uma vizinha e dei à gata.

Estimei que tivesse uns três meses de idade. Comeu deitada, as patas dianteiras sob o colo. Não conseguia ficar de pé. Adotei Gudãozinho, que é felpuda e branquinha. Então apliquei essa corruptela à palavra algodão. Era abril. Daí para cá Gudãozinho dobrou de peso e, agora, esbanja saúde e boniteza.

Bom, fechemos o parêntese, retomemos a pauta. Penso em você, querido Texto, a cada palavra inserida nesta crônica adocicada. Sim. Um pouco de doçura não faz mal. Vivemos tempos tão amargos, nefastos. Viu aquele bizarro desfile bélico em Brasília? Pois é. Que ridículo! Felizmente, sempre combativo, temos aqui um François Silvestre, que já entra dando uma voadora nesses fascistas.

Basta! Não quero (por higiene mental) discorrer acerca de política. Não pelo menos nesta crônica, que desejo oferecer exclusivamente a você, meu querido Texto. Que estas páginas, ao fim e ao cabo, adquiram algum brilho, exibam algo de belo, quem sabe como os lindos olhos azuis de Gudãozinho.

— Não é, Gudãozinho? — ela nem liga.

Repito, com alguma variação, o que falei ao meu editor Carlos Santos e à amiga Rozilene Ferreira da Costa: você, querido Texto, dignifica estas publicações dominicais. As pessoas (leitores) me vêm saudando, parabenizando por nossa parceria. Isso tem feito valer a pena cada minuto, cada hora que dedico a esta sadia relação; eu que passei longos quinze anos sem publicar em periódicos.

Portanto, querido Texto, tenho recebido muitos incentivos de leitores também queridos e gentis. Vem-me à lembrança a amiga Cristiane dos Reis, que domingo passado me brindou com este gratificante comentário: “Por favor, não ouse me deixar sem crônica no café da manhã. Já estou acostumada”.

Como posso não me inspirar com essas pessoas? Daí a pouco surge alguém do quilate de um João Bezerra de Castro, autor de Pegadinhas da Língua Portuguesa, rica obra publicada em três volumes, e declara isto:

“Com o texto ‘Hoje não tem crônica’ o autor esbanjou talento e nos encantou. Sem dúvida, é um craque do gênero crônica. Estou na fila aguardando o livro com todas as crônicas já publicadas porque, pela excelente qualidade, precisam ficar registradas na história da Literatura Brasileira”. Obrigado, João.

Nesse exato domingo, no espaço do leitor, Luiza Maria escreveu a certa altura: “Alguns clientes batiam na mesa para chamar minha atenção para poder pagar… eu estava totalmente enfeitiçada… e esse mesmo feitiço se repete toda vez que leio Marcos Ferreira. Continuo encantada!” Gratíssimo, Luiza.

Desculpe se, porventura, exibir tais vozes lhe parece cabotinismo. Não é cabotinismo, tão só orgulho. Orgulho de ser lido, entre outros, por um Odemirton Filho, um Marcos Rebouças, uma Vanda Jacinto, um Rocha Neto, uma Simone Martins, um Aluísio Barros, uma Rizeuda da Silva, um Jessé Alexandria, um Airton Cilon, um Marcos Aurélio, um Fabiano Souza, um Marconi Amorim.

Gente de lugares diversos. Daqui: Mário Gaudêncio, Francisco Nolasco, Zilene Medeiros, Elias Epaminondas, Vanda Maia, Misherlany Gouthier… De fora, uns mais longe, outros menos: Túlio Ratto (Natal); Clauder Arcanjo (Fortaleza), e Alcimar Jales (Rio). Sinto-me honrado com a leitura de todos.

— Esqueci-me de alguém, Gudãozinho?

Mirando meus olhos, ela balança a cabeça afirmativamente. Bom, fiquemos por aqui. Receba o meu abraço, querido Texto. Aproveito para erguer um brinde com café a este nosso antigo e prazeroso convívio. Tim-tim!

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
sábado - 21/08/2021 - 23:48h

Pensando bem…

“O ódio e a guerra que declaramos aos outros gastam-nos e consomem a nós mesmos.”

Marquês de Maricá

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Categoria(s): Pensando bem...
  • Pastel Premium Mossoró - Pastel de Tangará - Aclecivam Soares
sábado - 21/08/2021 - 20:28h
Anote, por favor

Dias piores virão, mesmo sem golpe

Parte da imprensa e da classe política, de oposição, logicamente, vende tese conspiratória do golpe como ingrediente de um processo estratégico para amplificar imagem negativa de Jair Bolsonaro (sem partido). Assim, toca terror (ainda mais).ditadura_nunca_mais4-750x440Digo com margem de 100% de certeza: o presidente não tem recursos mínimos para promover golpe, não obstante pretender, sonhar e até agir nesse sentido. A conjuntura é bastante desfavorável à aspiração dessa ordem.

Forças Armadas não embarcariam numa aventura sem apoio popular representativo (diferente de 64), com cenário internacional completamente desfavorável e crescente desequilíbrio presidencial.

A guerra fria entre EUA e União Soviética (que se esfacelou), não existe mais. A polarização imperial hoje é entre norte-americanos e China, muito mais com estratégias mercantis do que bélicas ou de amparo a regimes totalitários, à esquerda ou à direita.

Durmo tranquilo quanto a isso, mas não tenho dúvidas também que as eleições de 2022 não vão marcar o fim de um ciclo doentio em nossa política e sociedade, mas seu recrudescimento.

E, provavelmente, teremos campanha banhada em sangue. O clima preparatório é para isso.

Açulam fanáticos de parte a parte para a guerra.

Dias piores virão.

Cuide-se.

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sábado - 21/08/2021 - 16:34h
Carnaval

Suicídio coletivo programado

Li por esses ambientes virtuais, que o Rio de Janeiro prepara um Carnaval 2022 com 40 dias ininterruptos.

Depois vão dizer que Bolsonaro é genocida!

O caso é mesmo de suicídio coletivo programado.

A arapuca estará pronta.

Que gente insana!

Mortes em massa parecem poucas até aqui (Foto: Sérgio Lima)

Mortes em massa parecem poucas até aqui (Foto: Sérgio Lima)

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  • Art&C 25 anos - Institucional - 19-12-2023
sábado - 21/08/2021 - 16:10h
Processo

Prefeitura começa retomada de doação feita à Porcellanati

A Prefeitura Municipal de Mossoró abriu prazo de 10 dias para manifestação de defesa da empresa Porcellanati Revestimentos Cerâmicos Ltda (Grupo Itagrês). Nessa sexta-feira (20), no Jornal Oficial do Município (JOM) de número 628 (veja AQUI), houve publicação de “notificação prévia e mandado de intimação”.

O processo administrativo objetiva a reversão do imóvel doado pelo município à indústria de origem catarinense (Tubarão), que está sem atividades desde abril de 2014. Numa linguagem simplificada, a Prefeitura de Mossoró quer reaver o bem para aproveitamento produtivo.

Notificação prévia e mandado de intimação foram publicados Reprodução do Canal BCS)

Notificação prévia e mandado de intimação teve publicação nessa sexta-feira (Reprodução do Canal BCS)

O processo administrativo de n° 2015/035 que trata da reversão da doação de terreno foi reaberto esse ano, no Governo Allyson Bezerra (Solidariedade).

A Porcellanati começou a funcionar em dezembro de 2009, com investimento de R$ 120 milhões, sendo R$ 51 da Sudene, R$ 21 milhões do Banco do Nordeste e o restante de outras fontes. Paralisou atividades em abril de 2014 e chegou a prometer que reabriria produção em janeiro de 2018 (veja AQUI).

Esse ano parte do maquinário foi levado para pagamento de dívidas Foto: arquivo BCS)

Esse ano parte do maquinário foi levado para pagamento de dívidas (Foto: arquivo BCS)

Estelionato eleitoral

Na campanha eleitoral do mesmo ano (veja AQUI), não faltou até mesmo promessa de criação de cerca de 500 empregos. Puro engodo empresarial e político-eleitoral. O que ocorreu de concreto foi remoção de algumas máquinas para pagamento de dívidas com credores (veja AQUI). Não se fabricou uma telha para cobrir a casa de um cachorrinho da raça Pinscher.

Agora denominada “TB Nordeste Indústria e Comércio de Revestimentos S/A”, essa indústria localizada no Distrito Industrial de Mossoró na BR-304, coleciona também um rastro de dívidas com ex-trabalhadores, fornecedores e prestadores de serviço, mesmo submetida a processo de recuperação judicial.

Veja AQUI links de dezenas de matérias sobre a Porcellanati, uma das grandes farsas empresariais e políticas de Mossoró.

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Categoria(s): Administração Pública / Economia / Política
sábado - 21/08/2021 - 15:08h
Conta outra

Bob & o Galalau, caricaturas de um Brasil que teima em não ser sério

O pistoleiro de araque e o cuspidor de berrante são caricaturas de um Brasil que teima em ser sério (Fotomontagem: BCS)

O pistoleiro de araque e o cuspidor de berrante são caricaturas de um Brasil que teima em não ser sério (Fotomontagem: BCS)

Por mais que tentem me convencer que o abilolado Roberto Jefferson fantasiado de pistoleiro e o galalau Sérgio Reis cuspindo berrante são ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, a essa pseudodemocracia, não creio.

Em Brasília, podem tanger gado, mas jamais liderar gente.

Conta outra.

Leia também: Moraes proíbe Sérgio Reis de se aproximar do STF;

Leia também: Ex-deputado Roberto Jefferson é preso pela PF.

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Categoria(s): Política / Só Pra Contrariar
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