domingo - 14/12/2025 - 12:02h

Almoço aos domingos

Por Odemirton Filho

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Segundo o cientista político e escritor Felipe Nunes, no livro Brasil no Espelho, “o hábito do almoço aos domingos – seja na casa da mãe, da sogra ou de outro familiar – é uma instituição nacional, um rito quase sagrado, que há décadas influencia desde piadas até a programação da televisão, os horários do futebol e o comportamento de consumo”.

Certamente, alguns leitores devem lembrar dos almoços em família, nos quais se reuniam uma ruma de gente. Eram os avós, pais, filhos e netos que conversavam sem parar. Às vezes, parecia que estavam brigando, de tão alto que falavam. Já as crianças faziam uma zoada danada, brincavam e corriam pra lá e pra cá. Talvez, em alguns momentos, palavras, sorrisos e lágrimas se misturassem. Era desse jeitinho, nera não, caro leitor?

Puxando os fios de minha memória, lembro-me que em tempos idos não havia uma grande quantidade de restaurantes na cidade. Era costume almoçar em casa, também aos domingos. Com os meus pais e minhas irmãs, ficávamos em casa, jogando conversa fora, enquanto a nossa querida Socorro preparava o almoço.

Normalmente, o menu variava entre galinha, carne de sol, arroz de leite, feijão, picadinho e lombo. Como, na maioria das vezes, eu não gostava de almoçar, preferia comer ovo com arroz e um copo com leite. A sobremesa quase sempre era um delicioso doce de goiaba ou de leite.

Estando à mesa, meu pai, que sempre foi de poucas palavras, de quando em vez comentava algum assunto e, ao final da refeição, fazia o sinal da cruz, em agradecimento. Conversávamos coisas do cotidiano, de como estávamos na escola, do meu boletim com notas vermelhas ou das brigas com minha irmã mais nova. Por outro lado, minha mãe sempre gostou de falar sobre a sua juventude; contava muitas histórias, sobretudo, sobre o meu avô.

Claro que como quase todo menino/adolescente eu achava aqueles momentos um “saco”. Ficava doido para que a refeição terminasse logo, para me trancar no meu quarto ou ir à casa de algum amigo. No entanto, não me dava conta que aqueles momentos passariam, e ficariam guardados em minha memória.

O tempo passou. Casei. Vieram os filhos e o neto.

Os almoços aos domingos viraram uma ocasião especial, nos quais eu sinto uma profunda alegria. Entre sorrisos e histórias, ao lado da minha mulher, dos meus filhos, nora e neto, encontro o verdadeiro sentido da vida. Aqui e acolá, como aperitivo tomo duas ou três doses de cachaça, enquanto meu filho toca violão.

Na verdade, não há nada melhor do que estar ao lado de quem amamos e nos sentimos amados. Ver o sorriso do meu neto, ao se lambuzar com a sua comida, arrastando-se pela casa, aprendendo a andar e balbuciando, aquece o meu coração.

Pois é, de uns tempos pra cá percebi que a felicidade também está nesses singelos momentos; entre os quais, os almoços aos domingos.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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Categoria(s): Crônica
domingo - 14/12/2025 - 11:24h

De repente, mais do que de repente, os bons ventos sopram

Por Aldaci de França

Foto de evento com Repente (Acervo de João Miguel Sautchuk)

Foto de evento com Repente (Acervo de João Miguel Sautchuk)

Como em outros anos ou temporadas, nunca foi fácil a nossa luta em prol da difusão e movimentação do Repente e afins, em Mossoró. Mas, se cruzarmos os braços e investirmos tempo em reclamação e desestímulo, facilmente encontraremos o caminho do nada.

Essa hipótese, de desânimo, foi  há muito sepultada e sem direito à renascença, por nós repentistas e coordenadores de eventos que elevam a poesia popular nordestina.

Preferimos concordar com Churchill, ex primeiros ministro do Reino Unido e nos espelhar na sua afirmativa: “a coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras” e no que foi mais além, “a coragem conduz às estrela, e o medo a morte”.

Tomando por base as assertivas mencionadas, e graças à persistência dos poetas populares e eruditos que sempre dedicaram parte do seu tempo à valorização do Repente, a gente não para nem vai parar. Seguimos “brigando” por espaço à inclusão dessa habilidade poética em palcos adequados, cobrando apoio dos órgãos de cultura em instâncias Municipal, Estadual e Federal, e objetivando a captação de recursos financeiros e estruturais à realização de Festivais de Repentistas e cantorias de pés-de-parede. É nosso destino e seguimos os caminhos que nos levarão à concretização de bons resultado positivos em prol do Repente.

Acrescentamos que, entre esses abnegados de boa vontade com a cultura, nos incluímos, sem jamais  esquecer Crispiniano Neto, Antônio Lisboa, o saudoso Luiz Antônio (in memoriam), dentre outros, com quem aprendemos muito desde a década de 1980, convivendo no campo da cultura, objetivando êxito em nossas ações.

A sociedade testemunha que trazemos projetos que fortalecem a poesia popular nordestina, sempre procurando inovar, mas sem fugir à legitimidade e origem, por também entendermos que não há civilização sem cultura, e se houver viverá sempre fadada ao fracasso.

Não vamos aqui nos apronfundar na rica história da Cantoria Nordestina, mas nos referir  especificamente ao ano de 2025, o qual considremaos promissor para às nossas atividades culturais que propagam e consequentemente estimulam o Repente em nosso meio.

Neste 2025, em Mossoró, foram desenvolvidos idos projetos enfatizando o coco de embolada, ramo da poesia popular nordestina, pelas Leis Audir Blanc e Paulo Gustavo, alguns desses eventos sob a coordenação da Pró-Reitoria de Extensão da UERN (PROEX), outros sob a responsabilidade dos poetas populares que foram a alguns logradouros, espaços adequados à cultura popular, expressar o seu talento.

O XXIII Festival de Repentistas do Nordeste no Mossoró Cidade Junina (MCJ) e a primeira edição do Projeto “O Repente em Desafio e a Melhor Canção”, iniciativa nossa com o apoio do Rotary Clube de Mossoró e dos apologistas do Repente, ocorrida nesse 27 de Novembro/25, no Catamarã – espaços de eventos -, na Duodécimo Rosado, Doze  Anos, entendemos que figuram entre os mais fortalecidos e legítimos projetos culturais realizados neste ano no nosso Município.

No entanto, nada mais justo e viável será a continuidades dos projetos culturais, pelo relevante serviço que prestam a sociedade em se tratantando de lazer e cultura de fácil acesso.

Mais ou menos assim tem sido o ano de 2025, para a nossa cultura popular em nossa comuna, e, de nossa parte, planos estão sendo elaborados para a continuidade dos projetos tradicionais, e do mais recente, O Repente em Desafio e a Melhor Canção, além de outros desafios que fatalmente irão surgir para 2026.

Aldaci de França é poeta repentista, escritor, cordelista e coordenador dos Festivais de Repentistas do Nordeste no Mossoró Cidade Junina.

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
domingo - 14/12/2025 - 10:30h

A ilusão do contragolpe preventivo

Por Murilo Cleto (Canal Meio)

Gilmar Mendes e Teixeira Lott (Ilustração do Canal Meio)

Gilmar Mendes e Teixeira Lott (Ilustração do Canal Meio)

No último dia 3, o ministro Gilmar Mendes provocou revolta ao decidir que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode pedir o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, tida como uma manobra autoritária de blindagem, acabou por não se sustentar diante da forte repercussão negativa. Uma semana depois, o magistrado voltou atrás, anulando os trechos que versavam sobre o tema.

Muitos progressistas, no entanto, já tinham se apressado em defendê-lo, argumentando que esses pedidos de impedimento constituem um mecanismo de intimidação usado pela direita antidemocrática para atingir Alexandre de Moraes e demais membros da Corte empenhados na defesa da democracia. De fato, como destacou o sociólogo Celso Rocha de Barros no Foro de Teresina, ainda que legal, esse parece ser mais um daqueles dispositivos de jogo duro institucional aos quais se referem Steven Levitsky e Daniel Ziblatt no aclamado Como as Democracias Morrem.

Mas houve quem foi além e recorreu à história para explicar a ação do STF.

Em publicação nas redes sociais, o deputado federal e líder do PT na Câmara Lindbergh Farias (RJ) comparou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) assinada por Gilmar ao famoso “contragolpe preventivo” do general Henrique Teixeira Lott, em 1955. Farias diz que “Lott reagiu a uma manobra golpista da UDN e de setores militares que, após a eleição de JK, tentaram impedir sua posse”. Para ele, o presidente interino Carlos Luz, que assumiu o poder diante do afastamento de Café Filho por motivos de saúde, “demonstrou conluio com os golpistas ao tentar trocar o comando do Exército”.

A reputação de legalista tem acompanhado Lott desde aqueles eventos, especialmente entre nacionalistas e trabalhistas. Mas, exatos 70 anos depois, é chegada a hora de uma avaliação mais rigorosa da atuação do general durante a grave crise que se abateu sobre a república brasileira desde os últimos momentos de Getúlio Vargas no poder.

Afinal, Lott ajudou a salvar ou a degradar a democracia brasileira?

Na madrugada de 5 de agosto, o jornalista Carlos Lacerda retornava de um comício no pátio do Colégio São José, no Rio de Janeiro, acompanhado de um segurança. Principal voz antivarguista do debate político brasileiro, vinculado à UDN, Lacerda já havia sido ameaçado de morte algumas vezes e, diante disso, começou a ser escoltado por um grupo de simpatizantes da Aeronáutica.

Quem fazia a guarda no dia era o major-aviador Rubens Florentino Vaz, que deixou Lacerda e o filho em frente à casa da família, na rua Tonelero, em Copacabana. Os dois desceram do carro e foram alvejados por alguém de tocaia. Atingido por dois tiros, Vaz já chegou ao hospital sem vida.

Um detalhe, no entanto, mudaria o rumo de toda história. O atirador fugiu num táxi que teve a placa anotada por um guarda municipal também atingido. À polícia, o motorista confessou integrar o plano e entregou Climério Euribes de Almeida, integrante da guarda pessoal de Getúlio.

Foi uma panaceia, naturalmente. Em poucos dias, a crise escalou e as pressões para a renúncia do presidente vinham de todos os lados, inclusive das Forças Armadas. Vários militares se sucederam em pronunciamentos cada vez mais contundentes. No dia 22, oficiais do Exército reafirmaram o conteúdo dos manifestos da Aeronáutica e da Marinha e aproveitaram para deixar o seu próprio recado:

“Os abaixo-assinados, oficiais-generais do Exército, conscientes de seus deveres e responsabilidades perante a Nação, honrando compromissos públicos e livremente assumidos, e solidarizando-se com o pensamento dos camaradas da Aeronáutica e da Marinha, declaram julgar, em consciência, como melhor caminho para tranquilizar o povo e manter unidas as Forças Armadas, a renúncia do atual presidente da República, processando-se a sua substituição de acordo com os preceitos constitucionais.”

Entre os signatários, estavam Canrobert Pereira da Costa, Juarez Távora, Alcides Etchegoyen, Peri Bevilácqua, Humberto Castelo Branco, Jair Dantas Ribeiro e ele, Henrique Teixeira Lott.

A solução encontrada por Vargas é sabidamente conhecida. No dia 24 de agosto, assumiu a presidência o vice Café Filho com o grande desafio de arrefecer os ânimos até as eleições legislativas previstas para outubro próximo e as presidenciais para o ano seguinte. A comoção popular pela morte de Getúlio era enorme. E as chances de vitória udenista, muito pequenas. Por isso, setores conservadores se articularam para a defesa de um controverso projeto de candidatura única para a presidência da República. A manobra, se bem-sucedida, resultaria no descarte da candidatura de Juscelino Kubitschek, do PSD, principal nome até então da disputa e que, a despeito das muitas diferenças, era visto como herdeiro político do petebista gaúcho.

Empossado ministro da Guerra por Café Filho, Lott assinou com a alta cúpula militar um manifesto entregue ao presidente com o pleito. Esse seria um “movimento altruístico de recomposição patriótica”, com “espírito de colaboração interpartidária”, que “permitia o problema da sucessão presidencial”. Juscelino e seu partido foram apresentados ao plano, mas resistiram — mesmo depois que o presidente leu, com comentários elogiosos, o manifesto em A Hora do Brasil.

Para desespero dos militares, não apenas a candidatura de JK à presidência foi confirmada como também a de João Goulart ao cargo de vice pelo PTB — e com endosso de Luís Carlos Prestes e os comunistas. Goulart também era de São Borja, como Vargas, e foi seu ministro do Trabalho, derrubado justamente pela forte pressão castrense contra sua proposta de aumento de 100% do salário-mínimo.

Na edição de 19 de abril de 1955, O Jornal noticiou que o general Lott vetava, “de maneira hábil e por meias-palavras”, a candidatura de Jango — como era conhecido o político gaúcho. Sua carta foi lida no plenário da Câmara pelo deputado Armando Falcão (PSD-CE). Numa ponderada introdução, o ministro da Guerra diz que os militares conservavam o “firme propósito de evitar que o Exército viesse a se imiscuir nos prélios partidários e de conseguir que se mantivesse, em seus atos e manifestações, dentro dos limites traçados pela nossa Constituição”. Mas, logo em seguida, vaticina que “a apresentação da candidatura do presidente do PTB […] iria tornar mais difícil a realização de nossos propósitos”.

República sindicalista

Mais perto do pleito eleitoral, em 16 de setembro, Lott lançou circular destinada a todos os comandos do Exército coibindo novos pronunciamentos políticos de militares. O ministro relembra, no documento, o artigo 13 do Regulamento Disciplinar da instituição, que considera como transgressões, por exemplo, “discutir, ou provocar discussões pela imprensa, a respeito de assuntos políticos ou militares” e “provocar, tomar parte ou aceitar discussões acerca de política partidária ou de religião, no interior do quartel, repartição ou estabelecimento, em agremiações políticas ou em público”.

Mas o próprio general entraria em cena mais uma vez contra Goulart justamente na manhã da eleição presidencial, em 3 de outubro. Nas semanas anteriores, escalava a crise política na Argentina, que ocupava parte significativa das manchetes dos jornais brasileiros. Parte da imprensa repercutiu acriticamente uma carta atribuída ao deputado argentino Antonio Jesús Brandi prometendo armas a Goulart para instituir aqui uma “República sindicalista”, uma espécie de ditadura de trabalhadores operários. Lott mandou abrir um inquérito policial-militar e, ainda a tempo de influenciar os eleitores, divulgou uma nota alarmista sobre o tema, amplamente difundida por emissoras de rádio.

Diante dos questionamentos, o ministro explicou no dia seguinte que “achou conveniente dar publicidade ao que soube” porque a opinião pública havia demonstrado “interesse em ser informada sobre sua possível veracidade”. O inquérito atestou logo depois que a carta era “incontestavelmente falsa”.

A despeito de todas as pressões, Juscelino e Jango acabaram eleitos. E ambos no voto popular. PSD e PTB integravam a mesma chapa, mas a Constituição de 1946 exigia que se votasse separadamente no presidente e no vice, o que mais tarde se revelaria um grande problema. Dessa vez, porém, o problema para a UDN e militares antigetulistas era a demonstração de força do nacionalismo trabalhista nas urnas.

Seja como for, como se todas essas intromissões de Lott não bastassem, é também bastante frágil a tese de que os golpes de novembro serviram para garantir a posse de JK. Se é verdade, por um lado, que a agitação golpista era uma realidade dentro dos quartéis e mesmo dentro do sistema político, é verdade também que o seu verdadeiro peso e iminência são até hoje objeto de controvérsia.

Ânimos exaltados

A eleição não arrefeceu todos os ânimos, pelo contrário. Inconformada com a derrota, a UDN requentou um projeto, bastante popular entre conservadores, para barrar candidatos eleitos sem maioria absoluta, o que seria, para muitos, a verdadeira raiz da crise. Juscelino havia recebido 3,07 milhões de votos, o equivalente a 35,68%. Nestes casos, argumentavam os defensores da agenda, a escolha do presidente deveria ficar a cargo do Congresso, de maneira indireta.

Segundo o ministro da Guerra, o brigadeiro Eduardo Gomes o havia pressionado para intimidar a Justiça Eleitoral em defesa da maioria absoluta. Para Afonso Arinos, líder da UDN, essa e outras iniciativas no Poder Judiciário não representavam golpe nenhum, mas apenas recursos legais como quaisquer outros. Ele próprio admitiria, sobre os correligionários mais exaltados, no entanto, que “não há dúvida que querem o ‘Golpe’”.

Uma ruptura institucional era abertamente encorajada pelo ministro da Marinha, o almirante Amorim do Vale, que dava corda para outro almirante golpista, o caricato Carlos Pena Boto. No campo civil, a atuação de Carlos Lacerda também dispensa maiores apresentações. Lacerda defendia em seu jornal, a Tribuna da Imprensa, um golpe de Estado nesses termos mesmo, sem rodeios, para ele um mecanismo “indispensável e saneador”.

A questão, no entanto, é por que foram depostos os presidentes Café Filho e Carlos Luz.

Como se sabe, Luz chegou à presidência graças ao afastamento do chefe do Executivo por motivos de saúde. Foi ele quem caiu primeiro, no dia 11 de novembro. Dois dias antes, Lott queria aproveitar uma reunião ministerial com o presidente interino para discutir o caso Mamede, que o afligia desde o início do mês.

O coronel Jurandir de Bizarria Mamede, notório indisciplinado do Exército, usou o velório do general Canrobert Pereira da Costa, que causou grande comoção entre os militares, para chamar de “mentira democrática” a “vitória da minoria” e proferir outros impropérios. No dia 3, o ministro da Guerra ligou para o Palácio do Catete a fim de exigir sua punição, mas recebeu a notícia de que, adoentado, Café Filho não poderia responder.

Exoneração devolvida

Café Filho: apeado do poder (Foto: arquivo)

Café Filho: fora do poder poder (Foto: arquivo)

Lott recebeu do sucessor Carlos Luz um grande chá de cadeira, tido como humilhante até para alguns de seus desafetos. Houve até uma espécie de “lance-a-lance” de uma rádio que transmitia, em tempo real, a espera do general. Antes mesmo da reunião, o presidente já havia mandado publicar no Diário Oficial da União a exoneração de Lott, que ameaçou se demitir caso contrariado. E ele foi: Mamede seria poupado por decisão de Luz. Estava tudo certo. Durante a madrugada, no entanto, Lott tramou com o general Odílio Denis e mudou de ideia: o “exonerado” seria o presidente.

De manhã, militares comandados por Denis e Lott já haviam ocupado diversos prédios públicos do Rio de Janeiro. A “provocação aos brios do Exército”, como classificou Lott, não sairia impune. Neste documento, o resiliente ministro argumenta que a manobra representava um “retorno da situação aos quadros normais do regime constitucional vigente”. Com a ameaça de prisão, Carlos Luz fugiu para o Arsenal da Marinha. Os generais que ficaram no Catete foram presos.

No mesmo dia, Lott foi ao Congresso ameaçá-lo de fechamento, obteve a aprovação de um impeachment relâmpago sem nenhum esforço de fundamentação e entregou o cargo a Nereu Ramos, presidente do Senado. Carlos Luz, de volta à terra firme, fez pronunciamento na Câmara dos Deputados denunciando as ambiguidades da atuação de Lott como regulador de manifestações políticas dos militares, mas de nada adiantou.

Obstinado, Lott não se deu por satisfeito com a queda de Luz. Derrubou também Café Filho, que avisou que reassumiria após alta médica. Nenhum fato novo subsidiou a decisão do general, além da suspeita de envolvimento no suposto conluio. Apenas 10 dias separam os dois eventos. Logo depois, Lott pediu e o Congresso concedeu também, além do impedimento, a decretação de estado de sítio.

A imprensa já estava sob censura desde a deposição de Luz, com vetos totais ou parciais a veículos como a Tribuna da Imprensa, de Lacerda, o Jornal do Brasil e o Diário de Notícias.  Com Eduardo Gomes e Amorim do Vale, no início do mês, Lott também tinha assinado um pronunciamento pedindo para Café Filho o fechamento de jornais e revistas ligados ao PCB. O presidente negou, justamente com receio de uma escalada autoritária, a exemplo do que houve durante o Estado Novo.

Ainda em 1955, Lott disse que não teria deposto Café Filho se ele tivesse se manifestado claramente em favor da posse dos eleitos. Mas ele fez isso duas vezes. Perguntado sobre o tema pelo jornalista Carlos Castello Branco em agosto, disse que não precisava consultar os militares “para afirmar que cumprirá o dever”. Também disse aos Diários Associados que não admitiria outra forma de sucessão além da via eleitoral. Quase uma década depois, o já marechal Lott ajustaria o discurso, dizendo que o golpe era preparado, na verdade, “à revelia” do “dr. Café”, que “não concordava com aquilo”.

Arquitetos da mentira

Quem teve papel fundamental na consolidação dessa memória laudatória de Lott foi o Instituto Superior de Estudos Brasileiros, o ISEB. Durante a deposição de Café Filho, no dia 21, um deputado do PSD leu um estudo da organização (que ainda tinha outro nome, IBESP) sustentando que Carlos Luz tinha parte, sim, do golpe em curso, resultado de suas relações com “interesses ligados ao subdesenvolvimento”. Para Nelson Werneck Sodré, “a função do general Henrique Teixeira Lott, respeitado e obedecido pelo Exército, seria de suma importância. Ao opor-se frontalmente à quebra do regime, Lott estava prestando ao país o serviço de que ele mais necessitava”.

Só mais recentemente uma historiografia de teor mais crítico ao legado do militar tem aparecido com mais consistência nos debates. Méritos especialmente do historiador Carlos Fico em seu Utopia Autoritária Brasileira, grande obra de 2025, que conta essa história em detalhes e inspira a argumentação aqui desenvolvida.

Em lado oposto ao de Denis, o general Henrique Lott foi um importante aliado da Campanha da Legalidade, que garantiu — aí, sim, indiscutivelmente — a posse de Jango como presidente em 1961. Mas já era tarde demais. Os militares tinham chegado para ficar. Em 1964, a direita venceu. O argumento? Justamente o de que Goulart preparava um golpe com a esquerda. A ilusão de que um golpe pode nos salvar de outro é parte do que mantém acesa a chama do golpismo entre militares, como vimos em 2022.

Evidente que as manobras de Gilmar e Lott têm naturezas bem distintas. Uma é jurídica e a outra, militar — Café Filho e Carlos Luz foram apeados do poder pela força das armas. Mas a disposição de parcela tão expressiva do eleitorado e do sistema político em tolerar ou justificar saídas extraordinárias para crises institucionais deveria ser sinal de alerta.

Se é de “contragolpes preventivos” assim que precisamos para salvar a democracia, melhor já esperar pelo pior.

Murilo Cleto é doutor em História pela Universidade Federal do Paraná e professor no Instituto Federal do Paraná. É autor de uma tese sobre o revisionismo ideológico da ditadura militar brasileira

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Categoria(s): Artigo / Política
domingo - 14/12/2025 - 09:20h

Em prol da contenção

Por Marcelo Alves

Arte illustrativa (Arquivo)

Arte illustrativa (Nani/Arquivo)

Está registrada na história do direito, inspirada nas lições de Montesquieu, de Rousseau e nos ideais da Revolução Francesa (desconfiando dos juízes do Antigo Regime), a concepção rígida de separação de poderes, segundo a qual o poder legislativo deve ser exercido através de seus representantes (que assim o são do povo soberano), cabendo aos juízes nada mais que a aplicação “passiva, seca e inanimada” da lei (vide Mauro Cappelletti, em “Constitucionalismo moderno e o papel do Poder Judiciário na sociedade contemporânea”, artigo publicado na Revista de Processo, v. 15, n. 60, out./dez. 1990).

O juiz não deveria ser outra coisa senão a boca que pronuncia as palavras da lei (“la bouche de la loi”). E o próprio Napoleão Bonaparte, ao saber que um professor se “atrevia” a comentar o seu Código, afirmou: “meu Código está perdido”. Evidentemente, essa concepção, entre outras coisas pelo seu extremismo, está completamente equivocada (mesmo na França, pátria conhecida por sua “cisma” para com o Poder Judiciário, ela é rechaçada, merecendo, de François Geny, em 1899, a famosa e combativa obra “Méthode d‘interprétation et sources en droit privé positif: essai critique”).

Há também opiniões extremistas em sentido completamente oposto. É conhecida a teoria, defendida pela escola do realismo jurídico americano, de que só é direito aquele criado pelos juízes e tribunais. Ou seja, direito é o que declaram e decidem os juízes. Antes da decisão judicial não há direito ou, em outras palavras, uma norma só passa a ser considerada norma jurídica quando for aplicada pelos tribunais. Essa concepção, tanto quanto a outra (absolutismo da lei), é equivocada.

Como explica Hans Kelsen (em “Teoria pura do direito”, Martins Fontes, 1991): “A teoria, nascida no terreno da common law anglo-americana, segundo a qual somente os tribunais criam Direito, é tão unilateral como a teoria, nascida no terreno do Direito legislado da Europa Continental, segundo a qual os tribunais não criam de forma alguma Direito, mas apenas aplicam Direito já criado. Esta teoria implica a ideia de que só há normas jurídicas gerais, aquela implica a de que só há normas jurídicas individuais. A verdade está no meio. (…) A decisão judicial é a continuação, não o começo, do processo de criação jurídica”.

E, de fato, até bem pouco tempo, aqui no Brasil, pensávamos que essas concepções extremistas estariam completamente superadas. Vivíamos uma moderna concepção do princípio da separação dos poderes, um novo constitucionalismo, que abandonava a ideia da rígida “séparation des pouvoirs” e consagrava a ideia de uma “sharing of powers”. A reverência quase religiosa à rígida separação de poderes estava abandonada, mas não havíamos adotado a concepção quase anarquista, no que toca ao império da lei, de que direito é (apenas) aquilo que dizem os juízes (sejam ou não eles juízes da Suprema Corte). Vivíamos no nosso constitucionalismo o exercício moderado, pelos Poderes do Estado, de função típica de outro: o próprio controle de constitucionalidade concentrado e em tese, por exemplo, que representa, muitas vezes, uma atividade legislativa negativa, para usar a expressão de Kelsen, a ele ninguém se opunha.

Mas… vieram – e ainda vêm – os exageros. De um lado e de outro. Faz-se desmedidamente/politicamente as vezes de legislador. Interfere-se legislativamente na atividade judicial, “anistiando”/modificando decisões judiciais anteriormente proferidas, com repercussões ainda desconhecidas. Não vou entrar em detalhes para não ferir suscetibilidades. Mas você sabe do que eu estou falando.

Na verdade, não importa quão independentes e soberanos eles possam ser, os poderes da nossa República são claramente depositários de uma só autoridade que lhes foi deferida pela Constituição. Pode até ser equivocado reivindicar a separação do poder judiciário dos outros poderes do Estado, o legislativo e o executivo, sob o pretexto de que os dois últimos representariam poder político, ao passo que o poder do juiz seria de natureza estritamente legal.

Pode até ser ilógico considerar como não político o poder judiciário quando este, na presença de uma inconstitucionalidade ou na ausência de uma regra legal, tem a permissão para infirmar, suplementar ou interpretar o que é formulado pelo poder legislativo, poder que é eminentemente político. Mas esses exercícios de atividades atípicas, esse “sharing of powers”, mesmo que Político (com P maiúsculo), deve ser exercido de forma contida e harmônica, de acordo com a nossa Constituição e as leis do Estado.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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domingo - 14/12/2025 - 08:18h

Uma história da vida real

Por Honório de Medeiros

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Nas Seleções do Reader Digest que meu pai colecionava na década de 50 eu lia, anos depois, entre menino e adolescente, uma seção cujo título era “Histórias da Vida Real”.

Não mais me recordo de qualquer dessas “histórias”, exceto uma: durante a Segunda Guerra Mundial, as moças americanas eram incentivadas a participarem do esforço comum americano escrevendo para seus compatriotas combatentes mundo afora.

Um desses combatentes começou a se corresponder com uma garota do interior de um daqueles estados americanos do Oeste.

Passaram-se os anos e as cartas, que começaram cordiais, mas distantes, assumiram um teor cada vez íntimo, com troca de confidências, sonhos, planos e tudo quanto diz respeito a, finalmente, uma correspondência amorosa.

Tudo corria perfeitamente bem, exceto pela recusa obstinada da moça em enviar, para seu correspondente, uma fotografia e o nome da cidadezinha na qual morava. Todas suas cartas eram enviadas da Estação Central de Trem da capital do seu Estado.

Ele argumentava dizendo que gostaria de ter, perto de si, não apenas suas cartas e tudo quanto de bom elas lhe traziam, mas, também, uma imagem sua para a qual pudesse olhar naqueles momentos terríveis pelo qual estava passando.

Ela lhe respondia, justificando-se, que o amor, entre eles, começara pelo espírito, e assim deveria continuar até o momento em que, finalmente, pudessem se encontrar frente a frente, e uma fotografia poderia lhe dar uma falsa impressão que a realidade viria desmascarar.

Finalmente a guerra terminou. Ele lhe escreveu para combinar o encontro e ela lhe pediu que estivesse em certo dia e hora marcados, na Estação Central de Trem da capital do seu Estado, quando seria reconhecida por trazer, nas mãos, um ramo de rosas.

Essa era a única forma de reconhecê-la que ele dispunha: não sabia nada dela, de sua aparência, família, em qual cidade vivia, e, mesmo, se seu nome era real ou fictício. Todas as conversas mantidas por correspondência diziam respeito a aspectos da guerra e abstrações sentimentais.

No dia e hora combinados, meio-dia em ponto, lá estava ele. Para o trem e ele salta e olha, ansioso, para todos os lados.

Há poucos transeuntes na Estação. Ninguém que aparente ser uma moça desacompanhada portando um ramo de rosas nas mãos. Começa sua frustração.

Será que foi enganado ao longo de todos os anos? Será que tudo quanto ela lhe dizia por carta, o amor que nascera, os planos construídos, eram mentiras?

Parado, a maleta aos pés, a expressão ansiosa, ele olhava em todas as direções tentando encontrar uma explicação para um possível atraso, tal qual um acontecimento de última hora, um obstáculo inesperado…

O tempo passou. Uma hora depois, convicto que tinha sido iludido, ele começou a se dirigir para o guichê de vendas de passagens. Pretendia ir embora o mais rápido possível. Quando se aproximou do guichê viu, sentada, próxima ao local, uma senhora de aproximadamente sessenta anos trazendo, em suas mãos, um buquê de rosas.

“Então é isso?”. “Ela é esta senhora, e por essa razão não teve coragem de me enviar uma fotografia sua?”

Parado, perplexo, pensou em se esconder – não era possível aceitar que aquela senhora fosse sua amada! “E agora?” perguntou a si mesmo, deveria honrar o amor espiritual com o qual se comprometera e que independia de idade ou poderia justificar sua fuga alegando ter sido manipulado?

Não resistiu. Aproximou-se. “Senhora, seu nome é Lucy?”, indagou usando o nome usado por ela nas cartas.

“Não, ela me pediu para ficar aqui algum tempo, com essas rosas na mão, aguardando que alguém viesse a sua procura; ela está ali”, e apontou. Um pouco além, vindo em sua direção, com outro buquê de rosas nas mãos, uma belíssima mulher lhe sorria, enquanto acenava discretamente…

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e do Governo do RN

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Categoria(s): Crônica
domingo - 14/12/2025 - 06:28h

Instituto Histórico e Geográfico de Mossoró – IHGM

Por Bruno Ernesto

Logomarca do IHGM

Logomarca do IHGM

A cidade de Mossoró, terra onde a cultura pulsa incessantemente, e cuja face progressista jamais arrefece, tem um novo marco histórico com a criação do Instituto Histórico e Geográfico de Mossoró – IHGM, a casa da memória de Mossoró e região.

Dia 10 de setembro de 2025 marca a fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Mossoró – IHGM, tendo como sócios fundadores os professores, escritores e pesquisadores Bruno Ernesto Clemente, Geraldo Maia do Nascimento e Lemuel Rodrigues da Silva, que formam o seu corpo diretivo, sendo presidido por Bruno Ernesto Clemente.

O IHGM é uma entidade sem fins econômicos, que tem por finalidade promover atividades culturais, literárias, técnico-científicas, além de promover intercâmbio com organizações e universidades do País e do exterior, com vistas a promover a defesa da memória cultural e do patrimônio histórico, cultural e natural do município de Mossoró/RN e do Rio Grande do Norte.

Como casa da memória, o IHGM já se encontra em pleno processo de filiação à Câmara Brasileira do Livro (CBL), que é a associação que representa editores, livreiros, distribuidores e demais profissionais do setor e é responsável pelos Prêmios Jabuti e Jabuti Acadêmico, Bienal Internacional do Livro de São Paulo, Prêmio Jabuti Acadêmico, Brazilian Publishers, Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos, Defenda o Livro, Retomada das Livrarias, Conexão Livraria e Clube de Leitura ODS.

Com o seu o papel de coligir, metodizar, difundir e preservar o conteúdo e divulgar pesquisas, todas as publicações dos selos editoriais vinculados ao IHGM contarão com ISBN, inclusive por meio da edição de revista periódica temática com ISSN, como materiais e as tradições pertencentes à história, geografia, etnografia, genealogia, heráldica, arqueologia, arte e cultura, principalmente de Mossoró e região, sempre calcado na democracia editorial, no incentivo aos novos escritores e na cultura como instrumento de promoção da justiça social e difusão de conhecimento.

O IHGM também já nasce sólido ao ser detentor do selo editorial Coleção Mossoroense, de 76 anos de existência, contando com mais de cinco mil títulos em seu catálogo, além de todo o acervo da Fundação Vingt-Un Rosado que foi incorporado, e também contar com vasto material de pesquisa dos seus sócios e franco acesso aos demais institutos históricos e geográficos no Brasil e exterior, além de base de dados e pesquisas acadêmicas.

Para o desenvolvimento de suas atividades, que é de inegável importância e de extrema necessidade para a preservação da memória histórica e da geografia humana de Mossoró e região, o IHGM agrega inúmeras atividades de pesquisas, preservação, biblioteca com mais de 120.000 (cento e mil) exemplares e 5.000 (cinco mil) títulos em seu catálogo editorial, com atendimento à população, promoção de cursos, palestras, atendimento de escolas, alunos, pesquisadores independentes, universidades, produção literária, preservação de documentos e informações históricas.

Em colaboração com outros institutos históricos e entidades congêneres, vários convênios já vêm se formalizando, o que permitirá a materialização de produção científica em parceria com essas instituições, especialmente a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, e outras entidades de reconhecido alto nível acadêmico.

Em breve o processo para admissão de novos sócios efetivos do IHGM será deflagrado com a publicação do edital de ampla concorrência, nos termos de seu estatuto, e que será oportunamente divulgado em seus canais oficiais, como sítio eletrônico www.ihgmossoro.org.br e perfil do Instagram @ihgmossoro .

Acompanhe e contribua com o Instituto Histórico e Geográfico de Mossoró – IHGM, a casa da memória.

Bruno Ernesto é advogado, professor, escritor e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mossoró

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
domingo - 14/12/2025 - 03:38h

Retrato antigo

Por Marcos Ferreira

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Começo a escrever esta página às sete e onze da noite. É precisamente o dia 10 de dezembro deste restinho de 2025. Domingo passado, como raras vezes acontece, fui com Natália a um evento cultural. Cada vez mais a vida em sociedade (lugares cheios e com música alta) me desgosta. Não me sinto à vontade. Tenho a desagradável sensação de que vou topar com determinado indivíduo peçonhento, ou me envolver em algum tipo de situação embaraçosa. Ainda assim botei a cara fora e rumei para a referida programação.

Era por volta das vinte horas. Não descreverei o mencionado ensejo, cuja atração musical fez valer a pena colocar uma roupa melhorzinha e quebrar a rotina. Roupas comuns, devo destacar. Nada de coisa chique ou sofisticada: apenas uma calça jeans seminova, camiseta marrom de algodão e uns tênis baratos já com certa quilometragem. Ao contrário de mim, posso dizer que Natália estava graciosa, deveras bonita em um vestido preto bem-conformado, calçando sandálias de couro rutilante e com uma bolsa a tiracolo. Lógico que nesse dia ela foi a um salão dar uma arrumada no cabelo, algo com que não preciso me preocupar tendo estes escassos e grisalhos fios.

Apesar do introito, meu objetivo aqui não é relatar nada mais do passeio noturno de que usufruímos entre o Memorial da Resistência e a Estação das Artes Elizeu Ventania. O que de fato despertou minha atenção (tanto na ida quanto na volta) foi a lástima em que vive um expressivo número de indivíduos miseráveis que à noite podemos encontrar dormindo, deitados sob marquises de lojas no Centro, usando por cama somente pedaços de papelão e, quando muito, um cobertor velho e sujo com que se enrolam. Então, como fiz outras vezes, trago novamente este assunto para o BCS — Blog Carlos Santos. Sim, a miséria daquelas pessoas sempre me toca.

Fico agora a imaginar o que eles fazem, como se viram na rua para realizar coisas que, ao menos para nós, são tão banais, tão fáceis. Pois é, penso nessas pessoas diante da simples necessidade, por exemplo, de urinar ou defecar em algum ponto desta urbe. Podem crer. Esses infelizes devem enfrentar todo tipo de obstáculos quando são apertados por tais necessidades fisiológicas. Trata-se, repito, de figuras sem-teto, aos deus-dará. Não é difícil, a julgar pelo aspecto de alguns, deduzir que passam longo tempo sem tomar um banho, escovar os dentes, cortar o cabelo, fazer a barba. E as mulheres?

Como fazem, vivendo na sarjeta, para lidar com a menstruação, adquirir um absorvente? Suponho que são, entre os mendigos, as que mais sofrem. Miseráveis de várias idades ocupam nossas ruas, avenidas e praças. Entre esses estão crianças e idosos. Quanto a isso, porém, todo mundo tem conhecimento. O problema é que a grande maioria dos cidadãos abastados (é claro que há exceções) não dá qualquer importância; dizem para si mesmos que isso não é da conta deles, que é responsabilidade dos governos, dos homens e mulheres públicos. Muitos desses políticos também se fingem de cegos, olham tão só para o próprio umbigo. O Altíssimo, se quiser, que faça algo.

Mossoró, igual a outros municípios potiguares, brasileiros e do mundo, não dá a mínima para esses desvalidos, espantalhos urbanos que determinadas pessoas fazem de conta que não sabem de nada. Mas os “invisíveis” não podem ser ignorados por completo. Uma hora ou outra um deles nos atravanca o caminho, agarra um braço nosso e suplicam por caridade: algumas moedas, algo para comer. Há aqueles cristãos que se condoem, apiedam-se dos coitados, e lhes oferecem uma esmola, um prato de comida, um suco ou copo d’água. Cada um de nós, se tiver boa vontade, pode ajudar de acordo com suas condições. Basta ter amor ao próximo.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
sábado - 13/12/2025 - 23:54h

Pensando bem…

“Se você odeia uma pessoa, então foi derrotado por ela.”

Confúcio

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sábado - 13/12/2025 - 06:44h
Sábado, 13

Acompanhe a programação do dia de Santa Luzia de Mossoró

Reprodução da página Paróquia de Santa Luzia

Reprodução da página Paróquia de Santa Luzia

Este sábado (13) é o dia da padroeira dos católicos mossoroenses, fechando o ciclo de festejos de atividades religiosas e sociais.

Veja a programação abaixo e no print acima, com destaque para a procissão, que sairá do Santuário de Santa Clara, às 17 horas:

01h – Missa na Matriz de São Manoel
Preside: Pe. Heriberto Carneiro Santos

05h – Missa na Catedral
Preside: Pe. Eliseu Wilton de Maria

06h30 – Missa na Catedral
Preside: Frei Francisco Gonçalves de Sousa, OFM

Acolhida aos Romeiros — Escola de Artes

• Café da manhã: 7h
• Almoço: 11h

08h – Missa na Catedral
Preside: Pe. Ricardo Rubens Fernandes

10h – Missa Solene na Catedral
Preside: Dom Francisco de Sales Alencar Batista, O. Carm.
(Bispo Diocesano de Mossoró)

14h – Missa na Catedral
Preside: Pe. Valdércio Márcio da Silva Oliveira

15h – Missa no Santuário de Santa Clara
Preside: Pe. Alison Felipe de Moura.

17h – PROCISSÃO DE SANTA LUZIA

Saída: Santuário de Santa Clara
Chegada: Catedral de Santa Luzia

Após a chegada, ocorre o cerimonial de encerramento da Festa de Santa Luzia 2025 e o 10º Grande Sorteio de Santa Luzia.

Transmissão- YouTube da Paróquia de Santa Luzia, @tcmtelecom, 95 FM e @radioruraldemossoro

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sábado - 13/12/2025 - 06:28h
Mossoró

Veja locais de intervenção no trânsito para procissão de Santa Luzia

Procissão na Avenida Presidente Dutra no início da noite (Foto: Sênio Vieira)

Procissão na Avenida Presidente Dutra no início da noite de 13 de dezembro de 2023(Foto: Sênio Vieira/Arquivo)

A Prefeitura de Mossoró, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (SESDEM), realizará neste sábado (13) operação especial de trânsito para garantir a segurança dos fiéis e a boa circulação viária durante a tradicional procissão de Santa Luzia, padroeira dos católicos locais. A ação envolve planejamento prévio, monitoramento em tempo real e trabalho integrado das equipes de segurança.

Motoristas que circularem pela região devem se planejar com antecedência e optar por rotas alternativas. Para facilitar o deslocamento, as alterações estarão disponíveis no aplicativo Waze, permitindo que condutores identifiquem desvios e evitem áreas bloqueadas.

As intervenções começam por volta das 17h, com o isolamento das vias próximas ao Mosteiro Santa Clara, ponto de partida da peregrinação. À medida que o cortejo avançar pela Avenida Presidente Dutra em direção à Catedral de Santa Luzia, o tráfego de veículos será bloqueado de forma progressiva. O objetivo é manter o percurso livre, seguro e adequado ao grande número de devotos esperado para esta edição da festa da padroeira.

Além das equipes da Gerência de Trânsito e da Guarda Civil Municipal, a operação contará com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Rodoviária Estadual (2ª CIPRv/DPRE). Os agentes estarão posicionados em pontos estratégicos para orientar motoristas, controlar o fluxo e evitar retenções ao longo do trajeto.

Pontos de bloqueio:

Av. Presidente Dutra com Av. Francisco Mota (Hotel Sabino)

Av. Presidente Dutra com Rua Chico Linhares (Igreja do Alto)

Av. Presidente Dutra com Rua Benício Filho

Av. Cunha da Mota com Rua Frei Miguelinho (Praça da Gazeta)

Av. Cunha da Mota com Rua Alfredo Fernandes (Subida da Ponte)

Rua Coronel Gurgel com Rua Alfredo Fernandes (Praça do Pax)

Rua Dr. Almeida Castro

Rua Santos Dumont com Rua João Pessoa (Descida da Ponte)

Rua Santos Dumont com Rua Coronel Vicente Sabóia

A procissão de Santa Luzia é um dos momentos mais aguardados da festa da padroeira e deve reunir milhares de devotos pelas ruas de Mossoró.

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sábado - 13/12/2025 - 06:10h
Município

TCE/RN entrega Selo Prata de Qualidade em Transparência a Mossoró

Conselheiro Gilberto Jales, prefeito Allyson Bezerra e procurador-geral do Ministério Público de Contas, Luciano Ramos em evento (Foto: TCE/RN)

Conselheiro Gilberto Jales, prefeito Allyson Bezerra e procurador-geral do Ministério Público de Contas, Luciano Ramos em evento (Foto: TCE/RN)

Representando a Prefeitura de Mossoró, o prefeito Allyson Bezerra (UB) recebeu nesta sexta-feira (12), o Selo Prata de Qualidade em Transparência Pública. A premiação foi entregue pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN), em solenidade no próprio TCE/RN, em Natal.

O Selo de Qualidade em Transparência Pública integra o Programa Nacional de Transparência Pública, iniciativa que avalia o nível de transparência dos municípios de todo o país.

“É um reconhecimento importante do trabalho realizado pelas nossas equipes em Mossoró. Esse resultado comprova que a nossa gestão segue firme no compromisso com a transparência, a responsabilidade e o respeito aos cidadãos. Nosso objetivo é continuar avançando, garantindo que cada mossoroense tenha acesso claro e seguro às informações públicas”, destacou Allyson Bezerra.

Evolução

O conselheiro Gilberto Jales, supervisor da comissão de garantia do Programa Nacional de Transparência Pública, mostrou que houve uma evolução no cumprimento das normas de transparência estabelecidas pelo programa. “O programa mostra que 49% dos portais do Brasil passaram por um processo de melhoria, mesmo aqueles que não alcançaram os indicadores mínimos para o recebimento de um selo de qualidade. A meta é chegar a 100% dos portais brasileiros avaliados e continuar esse processo de melhoria também no RN”.

Para o presidente do TCE, Carlos Thompson, esse avanço no RN indica que gestores e servidores “têm adotado a transparência como parte da gestão, não apenas como obrigação formal”.

Participaram da solenidade o procurador-geral do Estado, Antenor Roberto; a procuradora-geral de Justiça adjunta, Juliana Limeira Teixeira; a defensora pública Claudia Carvalho Queiroz; o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Luciano Ramos; o presidente da Federação dos Municípios do RN (FEMURN), Anteomar Pereira da Silva (Babá Pereira); e o vice-presidente da Federação das Câmaras Municipais do RN (FECAM/RN), César Maia.

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sábado - 13/12/2025 - 05:24h
Um presente de Natal

Auto natalino é cancelado e causa indignação; governo se pronuncia

Auto natalino tem décadas de apresentação em Natal (Foto: Arquivo)

Auto natalino tem décadas de apresentação em Natal (Foto: Arquivo)

O auto natalino  “Um presente de Natal” está cancelado. O espetáculo que vinha sendo preparado há meses, com tradição de 28 anos na capital do RN, não acontecerá mais. A produtora Diana Fontes emite nota de “indignação” por indeferimento de liberação de recursos pela Lei de Incentivo Câmara Cascudo. O Governo do Estado pronuncia-se, justificando o porquê da falta de aval ao evento. Veja abaixo:

Cancelamento do espetáculo

O espetáculo “Um presente de Natal”, o auto natalino mais tradicional do Rio Grande do Norte, com 28 anos de história e um profundo significado social e artístico, comunica com indignação e pesar o cancelamento de sua edição de 2025.

A decisão, imposta por fatores alheios à nossa vontade, decorre do indeferimento de liberação de recursos essenciais por parte da Lei de Incentivo Câmara Cascudo, que alega a ausência de disponibilidade para o projeto.

É com tristeza que recebemos esta notícia após meses de trabalho, planejamento e o entusiasmo do anúncio de um retorno ao anfiteatro da UFRN, sob o tema “GRITA NO MUNDO O AMOR”.

O “Um Presente de Natal” é uma mensagem de esperança e união, assinada pelo talento de Claudia Magalhães (texto), Danilo Guanais (música) e Diana Fontes (direção geral). A interrupção desta tradição por falta de sensibilidade e planejamento de recursos é um golpe severo na cultura do nosso Estado.  De fato, a nossa cidade e Estado vivem um caos cultural!

A Diana Fontes – Produção Cultural e toda a equipe lamentam profundamente o cancelamento e o impacto negativo causado ao público, parceiros, artistas e jovens estudantes envolvidos, numa parceria iniciada em 2024 e consolidada em 2025, com a UFRN.

O outro lado

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte esclarece informações sobre o Programa Estadual de Incentivo à Cultura Câmara Cascudo.

Somente em 2025, foram incentivados R$ 45,44 milhões para 279 projetos, o maior volume de recursos da história do Programa. Em 2019, esse valor era de R$ 3,8 milhões. O avanço demonstra o compromisso do Estado com o fortalecimento da cultura potiguar e permitiu ampliar o acesso e descentralizar os investimentos.

Em 2025, o número de projetos aprovados superou a capacidade de renúncia fiscal disponível. Ou seja, embora muitas propostas tenham sido aprovadas tecnicamente, o total autorizado ultrapassou o limite financeiro previsto, reflexo do crescimento da produção cultural e da maior procura pelo mecanismo.

Até 2025, a gestão do Programa esteve sob responsabilidade da Fundação José Augusto. A partir de junho, a Secretaria de Estado da Cultura (SECULT), em parceria com a Controladoria Geral do Estado (Control) e a Secretaria da Fazenda (SEFAZ), iniciou um processo de transição, diagnóstico e modernização para ampliar a transparência e aprimorar procedimentos.

Foram analisados mais de 800 projetos dos últimos anos, subsidiando a revisão do Programa com base em dados reais e nas demandas do setor.

Para evitar novas distorções entre aprovações e capacidade de investimento, a edição 2026 do Programa Câmara Cascudo será publicada com novos limites, ajustados à renúncia fiscal disponível, garantindo equilíbrio, previsibilidade e sustentabilidade para artistas, produtores e empresas.

O Governo do RN reforça seu compromisso com o diálogo e lembra que está aberta a Consulta Pública sobre a modernização do Programa, convidando toda a sociedade a contribuir.

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sexta-feira - 12/12/2025 - 23:52h

Pensando bem…

“Se você quiser mais sorte, se arrisque.”

Brian Tracy

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sexta-feira - 12/12/2025 - 22:10h
Política

Jean-Paul se filia ao PDT e é lançado ao Senado ao lado de Fátima

Márcia Maia, Carlos Lupi, Jean-Paul e Fátima: governismo ainda com indefinições (Foto: PDT)

Márcia Maia, Carlos Lupi, Jean-Paul e Fátima: governismo ainda com indefinições (Foto: PDT)

O ex-senador e ex-presidente da Petrobras Jean-Paul Prates está filiado ao PDT. Mais: é pré-candidato a uma das duas vagas ao Senado nas eleições do próximo ano. O presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista e ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, abonou a filiação de Prates nesta sexta-feira (12), em Natal.

O evento político ocorreu no auditório Arena Office, no complexo da Arena das Dunas, bairro de Lagoa Nova.

Entre os participantes, a governadora Fátima Bezerra (PT) e a presidente estadual da legenda e ex-deputada estadual Márcia Maia.

Jean-Paul Prates até bem poucos meses estava filiado ao PT, partido pelo qual foi senador, em virtude de ser primeiro suplente da então governadora eleita Fátima Bezerra, em 2018. Com a renúncia dela, Prates assumiu restante do mandato.

“Quero contribuir com minha experiência para fortalecer o projeto do PDT e dialogar com a sociedade-potiguar”, definiu o ex-senador.

O novo pedetista saiu do PT por se sentir preterido, sem espaço, sobretudo após passagem pelo governo Lula da Silva (PT), quando presidiu a Petrobras.

Nota do BCS – O grupo da governadora Fátima Bezerra está longe de definir toda sua chapa para 2026. Aguardemos se o ex-senador será o segundo nome ao Senado, ao lado dela, ou teremos surpresas. O cenário é ainda muito confuso no governismo.

Leia tambémWaltinho causa um abalo sísmico na sucessão estadual

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Categoria(s): Política
  • Repet
sexta-feira - 12/12/2025 - 20:28h
Santa Luzia

Véspera do dia da padroeira é marcada pela “Motorromaria da Luz”

“Motorromaria da Luz” pelas ruas de Mossoró – com a imagem de Santa Luzia – marca a noite desta sexta-feira (12), véspera do dia da padroeira da Diocese e de Mossoró.

🎥 Raffael Pereira

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Categoria(s): Gerais
sexta-feira - 12/12/2025 - 16:44h
Saúde

Mossoró inicia vacinação para prevenir bronquiolite em gestantes

vírus sincicial respiratório  é o foco da vacina (Foto: reprodução)

vírus sincicial respiratório é o foco da vacina (Foto: reprodução)

Nesta sexta-feira (12), a Prefeitura de Mossoró recebeu um lote com 871 doses de vacinas contra bronquiolite. Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já iniciará a vacinação com o público-alvo, em ponto extra de imunização montado na Festa de Santa Luzia, nesta noite, das 18h às 22h.

A nova vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) é destinada a gestantes a partir da 28ª semana, visando proteger os recém-nascidos dos casos de bronquiolite. A vacina oferece proteção aos bebês, uma vez que os anticorpos gerados na gestante são transferidos para o recém-nascido.

Em Mossoró, segundo a Coordenação de Imunizações do município, o público-alvo compreende 3.227 mulheres gestantes. “É mais um avanço do SUS com a aquisição desta vacina chegando para a população. Uma vacina importante que antes era da rede privada e passou a ser ofertada pelo SUS. Esse vírus respiratório é uma das principais causas de bronquiolite e pneumonia, principalmente para as crianças menores de 2 anos”, explicou Etevaldo de Lima, coordenador de Imunizações.

A vacina contra bronquiolite ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) reduz riscos de hospitalização e complicações graves. A proteção é uma medida importante para a saúde pública, especialmente para crianças prematuras e com comorbidades.

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Categoria(s): Saúde
  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
sexta-feira - 12/12/2025 - 08:48h
O cara do momento

Waltinho causa um abalo sísmico na sucessão estadual

Walter Alves coloca sucessão noutro patamar agora (Arte ilustrativa a partir de foto do Diário do RN, com uso de recurso de Inteligência Artificial para o BCS)

Walter Alves coloca sucessão noutro patamar (Arte ilustrativa em foto do Diário do RN, com uso de recurso de Inteligência Artificial para o BCS)

Cá para nós e o povo da rua:

O vice-governador Walter Alves (MDB) embaralhou a sucessão estadual.

Sua decisão – que parece irreversível – de não assumir o governo a partir de abril do próximo ano, reposicionando-se no tabuleiro do jogo político de 2026, é um abalo sísmico.

Mexe com as estruturas do governismo e coloca a oposição para repensar e estudar cenários.

Waltinho é o cara do momento.

Leia também“Nem esquerda nem direita; a gente é centro”, se posiciona Walter

Leia tambémAo lado de Walter Alves, Ezequiel Ferreira manda recado claro

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Política
sexta-feira - 12/12/2025 - 08:02h
Operação Entre Dois Mundos

MP apura infiltração de facção no Poder Judiciário do RN

Armas, documentos, celulares, dinheiro, tolken de um advogado: apreensão (Foto: MPRN)

Armas, documentos, celulares, dinheiro, tolken de um advogado: apreensão (Foto: MPRN)

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta quinta-feira (11) a Operação Entre Dois Mundos. O objetivo é apurar a infiltração de uma organização criminosa no Poder Judiciário potiguar. A investigação aponta para a atuação de uma servidora terceirizada lotada em um setor crucial para o cumprimento de penas, suspeita de utilizar sua função e acesso a informações sigilosas para favorecer líderes e membros da facção criminosa Sindicato do Crime do RN.

A servidora, que exercia atividades análogas à de assessora jurídica, tinha acesso a processos judiciais, realizando movimentações e elaborando minutas. O esquema, que envolveria essa funcionária pública, um apenado identificado como liderança da facção (seu companheiro) e um advogado, resultou em práticas suspeitas de corrupção passiva e ativa, advocacia administrativa e violação de sigilo profissional, além do pertencimento e auxílio à organização criminosa.

A servidora utilizava suas credenciais para manipular o andamento processual, direcionar decisões, beneficiar e fornecer informações confidenciais à organização criminosa. O ponto central da investigação é a manipulação no Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU), onde a servidora teria agido para direcionar o processo de execução penal do companheiro dela para um juiz substituto, em um período de férias do juiz titular.

Essa manobra foi considerada crucial, pois o juiz titular possuía um histórico de indeferimentos de benefícios ao apenado. A intervenção resultou na concessão imediata da progressão de regime e na rápida revogação do monitoramento eletrônico do apenado.

A operação foi desencadeada com o apoio da Polícia Militar potiguar e do Ministério Público da Paraíba (Gaeco) no cumprimento das medidas. A investigação contou com o suporte técnico do Grupo de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (GSI/TJRN) durante a fase de apuração.

Na execução das medidas no Rio Grande do Norte, a equipe foi composta por um Promotor de Justiça, três servidores do MPRN e oito policiais militares. Na Paraíba, o apoio logístico foi realizado por doze servidores do MPPB e policiais militares.

Apreensões

Durante as diligências, foram apreendidos aparelhos de telefone celular e um computador pessoal pertencentes à principal investigada, que serão submetidos à análise. Além disso, foi apreendido um token, provavelmente pertencente ao advogado investigado, o que reforça a suspeita de alinhamento prévio e uso indevido de credenciais.

Ainda no cumprimento dos mandados, foram encontrados e apreendidos aproximadamente R$ 9 mil em espécie, além de uma pistola, cinco carregadores e farta munição, o que deve ser incorporado às provas da investigação.

O MPRN obteve ainda o afastamento cautelar imediato da servidora de suas funções, por considerar a medida essencial para a investigação, a instrução processual e a preservação da credibilidade do Poder Judiciário potiguar.

O homem investigado por pertencer à organização criminosa, que já possuía execução penal ativa, foi preso novamente e conduzido à autoridade policial para lavratura de flagrante por posse de arma de uso restrito e ficará à disposição da Justiça.

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Categoria(s): Justiça/Direito/Ministério Público / Segurança Pública/Polícia
  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
sexta-feira - 12/12/2025 - 07:50h
"Estátua da Liberdade"

Dono da Havan aponta autor de tentativa de incêndio em Natal

Luciano apresentou vídeo denunciando suposto autor da tentativa de incêndio; mãe defendeu filho (Reprodução do BCS)

Em suas redes sociais, através de vídeo veiculado nessa quinta-feira (11), o empresário e CEO da Havan, Luciano Hang, denunciou e nominou Erick Lucas da Costa Carvalho, denominado “Cacto”, como o autor da tentativa de incêndio de um dos símbolos de sua marca. Na madrugada de terça-feira (10), a réplica da Estátua da Liberdade que fica em frente à loja de departamentos da Havan, em Natal, sofreu tentativa de incêndio.

O empresário prometeu processar Erick Carvalho “até o fim”, sem tréguas e já tinha prometido pagar R$ 10 mil a quem desse informações sobre o responsável pelo sinistro.

“A população está cansada de gente como ele, que só quer destruir e ainda tem coragem de colocar fogo na propriedade dos outros de madrugada. Espero que ele pague por tudo o que fez e passe um bom tempo na cadeia!”, disse.

O outro lado

Em depoimento à TV Ponta Negra, a mãe Erick Carvalho garantiu que o filho cometeu o delito por estar em surto psicótico. Assegurou que o jovem de 22 anos não é marginal.

Também relatou que ele está internado numa clínica para tratamento. “Meu filho não é marginal”, bradou.

Erick Carvalho é formado em massoterapia e tem curso incompleto de direito na Universidade Federal do RN (UFRN).

Veja o vídeo de Luciano Hang apontando “Cacto” como responsável pela tentativa de incêndio AQUI.

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sexta-feira - 12/12/2025 - 07:30h
Pesquisa Instituto Fecomércio RN

Compras de fim de ano devem aumentar e endividamento preocupa

Cuidados especiais com cartões de crédito (Foto: bando de imagem da Pexel)

Previsão é de crescimento de vendas, mas o endividamento também ronda o período (Foto: bando de imagem da Pexel)

As compras de fim de ano devem movimentar R$ 1,95 bilhão no Rio Grande do Norte — crescimento de 8,1% frente a 2024, segundo levantamento do Instituto Fecomércio RN (IFC). O período é relevante para os setores de Comércio e Serviços, impulsionado pela recomposição gradual da renda, por um mercado de trabalho aquecido e pelo pagamento do 13º salário, que aporta liquidez imediata à economia.

Mossoró – mais consumo, mas ainda pressionada por dívidas

A movimentação financeira projetada para Mossoró é de R$ 163,74 milhões, alta de 9,3%, o que confirma o papel da cidade como polo regional de consumo. A pesquisa indica que 61,6% dos mossoroenses pretendem realizar compras neste Natal, o maior índice da série histórica. Ao mesmo tempo, 56,9% planejam usar o 13º salário para quitar dívidas, o que evidencia um mix entre ampliação do consumo e necessidade de regularização financeira.

O gasto médio com presentes em Mossoró está estimado em R$ 372,19 para 2025, alta de 3,9% em relação a 2024. Em relação à forma de compra, 46,1% dos entrevistados preferem o comércio de rua e 52,9% pretendem parcelar as compras. Por sua vez, o gasto médio com as comemorações será de R$ 174,78, com uma alta significativa de 12,1% frente ao ano anterior.

Natal – consumo em alta e maior planejamento financeiro

Na capital, o cenário é mais robusto: 76,9% dos natalenses pretendem comprar presentes — o maior patamar em seis anos de série histórica. A destinação do 13º mostra comportamento mais equilibrado: 38,5% irão pagar dívidas; 25,8% poupar ou investir; 24,8% reservar para despesas de janeiro; e 23,2% usar para compras. Além disso, 54% dos entrevistados declararam intenção de pagar à vista (Pix/débito/dinheiro), indicador de menor dependência de crédito na cidade.

Esse perfil de maior planejamento se reflete no aumento do gasto médio com presentes, projetado em R$ 374,25, crescimento de 6,5% sobre 2024. A movimentação financeira prevista para Natal é de R$ 649,91 milhões, alta de 7,5%, consolidando a capital como principal motor do varejo potiguar. Ademais, o gasto com as comemorações deve crescer 7% esse ano.

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Categoria(s): Economia
  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
sexta-feira - 12/12/2025 - 07:14h
Brasília tensa

Moraes anula decisão da Câmara e manda cassar Zambelli

Alexandre de Moraes e Carla Zambelli seguem no mesmo enredo polêmico e grotesco (Fotos de Luiz Silveira-STF e Lula Marques-Agência Brasil)

Alexandre de Moraes e Carla Zambelli seguem no mesmo enredo polêmico e grotesco (Fotos de Luiz Silveira-STF e Lula Marques-Agência Brasil)

Do Canal Meio e outras fontes

A tentativa de reduzir as tensões entre o STF e o Congresso parece ter ido por água abaixo. No mesmo dia em que a Câmara dos Deputados rejeitou a cassação de Carla Zambelli (PL-SP), o ministro Alexandre de Moraes anulou a decisão e decretou a perda imediata do mandato da parlamentar. Na ordem, Moraes afirmou que a Constituição determina que, em caso de condenação criminal transitada em julgado, cabe ao Judiciário declarar a perda do mandato, restando à Mesa da Câmara apenas formalizar o ato.

Para o ministro, a votação da madrugada de quinta-feira — que teve 227 votos pela cassação, abaixo dos 257 necessários — foi “nula” e afrontou os incisos III e VI do artigo 55 da Constituição. Moraes apontou violação aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade e determinou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), dê posse ao suplente no prazo máximo de 48 horas. A Primeira Turma do STF deve decidir ainda hoje, no plenário virtual, se mantém a ordem do ministro. (Metrópoles)

A reação de Moraes já era esperada. Ministros do Supremo passaram o dia criticando a decisão da Câmara, classificada como “inaceitável”. A avaliação interna é de que houve tentativa de desmoralizar o STF e descumprimento frontal de ordem judicial. Os ministros também estavam revoltados porque, como conta Malu Gaspar, Motta havia prometido em conversas particulares com eles que a deputada seria cassada. Zambelli foi condenada definitivamente por participar da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o que, segundo jurisprudência do STF desde o caso Daniel Silveira, implica a cassação imediata do mandato. (Globo)

Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), atacou o ministro Alexandre de Moraes. Em nota, Sóstenes afirmou que Moraes “abusa do próprio poder” e classificou o ministro como “ditador psicopata”. Segundo o parlamentar, a decisão representa “usurpação institucional” e desrespeito à soberania do Legislativo. (CNN Brasil)

Segundo especialistas, o imbróglio de Zambelli se deve a interpretações diferentes do artigo 55 da Constituição. Um inciso fala da cassação por perda dos direitos políticos e outro por condenação criminal, feitas, respectivamente, pela Mesa da Câmara e pelo Plenário. Para Alberto Rollo, especialista em direito eleitoral, Motta escolheu aplicar o dispositivo que lhe interessava politicamente. (Folha)

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Categoria(s): Política
quinta-feira - 11/12/2025 - 23:52h

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“As pessoas só falam do seu passado quando se sentem intimidadas pelo seu presente.”

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