terça-feira - 11/11/2025 - 20:48h
Semana do Servidor

Médica veterinária fala sobre sua motivação no serviço público

A médica veterinária Allany Medeiros é servidora aprovada no concurso da PMM em 2007 (Foto Wilson Moreno)

A médica veterinária Allany Medeiros é servidora aprovada no concurso da PMM em 2007 (Foto Wilson Moreno)

A Prefeitura de Mossoró realizou na primeira semana de novembro a 3ª edição da “Semana do Servidor Público, e a Secretaria Municipal de Comunicação (SECOM) promoveu uma série intitulada “Servidores em Ação”, para destacar a atuação dos servidores públicos efetivos do município. O projeto trouxe diversas histórias de funcionários públicos que dedicam sua vida a atender à população que diariamente busca os serviços ofertados. Na Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SEADRU) foram contadas histórias de servidores efetivos.

O projeto da Secom entrevistou os servidores públicos: professor Alciomar Lopes, engenheiro-agrônomo Edimar Teixeira, auxiliar de serviços gerais Alfredo Bispo e a médica veterinária Allany Medeiros. Eles contaram como iniciaram no serviço público municipal e a satisfação de poder contribuir diariamente para o crescimento do município com o trabalho desenvolvido na municipalidade.

A trajetória da médica veterinária Allany Medeiros, na Prefeitura de Mossoró, como servidora pública, iniciou em 2006 pelo Departamento de Vigilância à Saúde, na Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Foi encaminhada para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), hoje Unidade de Vigilância em Zoonoses, para reabrir o equipamento.

“Cheguei à Secretaria de Saúde, especificamente no Departamento de Vigilância à Saúde, e fui encaminhada para trabalhar no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que, naquela época, estava com seu funcionamento suspenso e precisava de veterinários para fazer a reabertura do CCZ. Participei daquele momento de adequação estrutural, parte técnica, operacional e reforma do prédio físico.

19 anos de serviço público

Há 19 anos na municipalidade, Allany Medeiros destacou que, depois desse período de atuação no CCZ, foi aprovada em concurso público em 2007 e convocada para exercer o cargo efetivo em 2008, voltando a trabalhar justamente no CCZ, onde ficou por aproximadamente dois anos. Em 2009, ela assumiu o Departamento de Vigilância à Saúde, passando cerca de 5 anos.

“Fiquei aproximadamente cinco anos no Departamento de Vigilância à Saúde. E foi um grande aprendizado profissional para mim porque pude permear pelas diversas atuações do departamento, desde a parte da vigilância sanitária, epidemiológica, saúde do trabalhador, vigilância ambiental, CCZ, enfim, foi um marco profissional na minha carreira dentro do município”, contou.

Allany Medeiros relembrou que em 2015 voltou para o Centro de Controle de Zoonoses, desempenhando sua função de médica veterinária à frente de alguns programas de controle populacional de animais:

  • “Em 2015, fui convidada a assumir na Secretaria da Agricultura o Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Em paralelo, a época do CCZ, já em 2015, vim contribuir também na Seadru como médica veterinária extensionista de campo. Desenvolvemos naquela época o trabalho junto às comunidades rurais prestando assistência técnica aos produtores, especialmente, de caprinos, ovinos, fazendo a desverminação desses animais, pesando, acompanhando mesmo a questão técnica da produção rural desses animais”.

Atualmente, Allany Medeiros é diretora do SIM/Mossoró e fala com entusiasmo sobre sua atividade.

“Gosto muito do serviço público. Ele tem suas particularidades. Não me vejo fazendo outra coisa que não seja trabalhando no serviço público. Gostamos de atender a população, de levar nossa experiência profissional, conhecimento técnico para beneficiar a vida das pessoas. Isso é muito gratificante e me sinto feliz. Temos ainda uma longa caminhada no município. Tenho muito a contribuir com a população de Mossoró”, concluiu.

Nesta terça-feira (11), por exemplo, delegação da Prefeitura de Macaíba na Grande Natal esteve na Seadru para conhecer o trabalho realizado no município através do SIM, nos aspectos de fiscalização, inspeção, orientação e legislação. O SIM de Mossoró é referência em todo o país. Ele foi o primeiro a receber o selo para produtos de origem vegetal e o 24º serviço a receber equivalência de produtos de origem animal.

Delegação de Macaíba conheceu nesta quarta-feira o trabalho do Sim, uma referência que extrapolou as divisas do RN (Foto: Wilson Moreno)

Delegação de Macaíba conheceu nesta quarta-feira o trabalho do Sim, uma referência que extrapolou as divisas do RN (Foto: Wilson Moreno)

Pessoas com histórias próprias, mas que se interligam no serviço público e na identificação com sua missão (Foto: Wilson Moreno)

Pessoas com histórias próprias, mas que se interligam no serviço público e na identificação com sua missão (Foto: Wilson Moreno)

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terça-feira - 11/11/2025 - 19:36h
Escravos da telinha

“Descanso” de muitos brasileiros é se entregar ao celular

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Por Martha Gabriel (Futuro dos Negócios)

Para muitos brasileiros, “não fazer nada” já não significa descansar.

Segundo uma pesquisa da Página 3, 35% das pessoas associam o ócio ao uso do celular. Entre jovens de até 24 anos, o número sobe para 53%.

Mas o “fazer nada” diante de uma tela dificilmente gera pausa. A mente segue estimulada por notificações e feeds infinitos, trocando o relaxamento por distração contínua e, com ela, vêm o tédio, a culpa e a ansiedade, relatadas por 40% dos entrevistados.

Enquanto isso, quem opta por ficar off-line associa o ócio a bem-estar e tranquilidade:

✅ 56% sentem RELAXAMENTO

✅ 6% ALÍVIO

✅ 7% PRAZER

Mesmo assim, uma em cada cinco pessoas raramente ou nunca se permite um intervalo de contemplação.

A tela preenche os vazios, mas rouba o descanso real.

Curiosamente, a Geração Alpha (2010–2024) parece reagir a esse excesso:

✅ 74% querem reduzir o tempo de tela

✅ 83% valorizam experiências físicas e marcas com presença tangível.

Algumas empresas já captaram esse movimento. A Heineken, por exemplo, criou o Boring Phone, um celular minimalista para estimular a desconexão em momentos sociais.

O desafio é redescobrir o valor do tédio e do silêncio. Descansar sem sentir culpa.

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
terça-feira - 11/11/2025 - 18:54h
Sessão solene

Povos e Comunidades Tradicionais serão homenageados

Plúvia faz parte da bancada de oposição na Casa (Foto: Cláudio Júnior)

Plúvia justifica que é “um momento de reconhecimento, respeito e celebração (Foto: Cláudio Júnior/Arquivo)

Pela primeira vez na história da Câmara Municipal de Mossoró, os Povos e Comunidades Tradicionais serão homenageados em uma Sessão Solene. Proposta do mandato da vereadora Plúvia Oliveira (PT), além de apoio do Fórum Terreiros de Mossoró.

“Realizaremos no dia 13 de novembro (quinta-feira), às 9h, a Sessão Solene “Mossoró de Toda Fé”, um momento de reconhecimento, respeito e celebração da diversidade religiosa, cultural e ancestral que forma o nosso povo”, destaca a vereadora.

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terça-feira - 11/11/2025 - 18:38h
Governo do RN

Uern apresenta proposta de repactuação da sua autonomia financeira

Reitora e segmentos apresentaram proposta ao governo (Foto: Luziária Machado)

Reitora e segmentos apresentaram proposta ao governo (Foto: Luziária Machado)

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), em conjunto com a Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), o Sindicato dos Técnicos Administrativos da Uern (SINTAUERN) e o Diretório Central das e dos Estudantes (DCE), entregou nesta terça-feira (11) ao secretário estadual de Fazenda, Cadu Xavier, a proposta de repactuação da autonomia financeira da Fundação Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Fuern).

O documento trata da Proposta de Repactuação da Autonomia Financeira da Fuern, conforme prevê a Lei da Autonomia 11.045/2021 que busca fortalecer o cumprimento da missão institucional da Universidade e o papel estratégico que a Uern exerce na execução de políticas públicas em todo o Rio Grande do Norte.

A proposta prevê um escalonamento crescente do percentual da Receita Líquida de Impostos (RLI) destinada à composição do orçamento anual da Fuern, iniciando em 2026 até 2029. O secretário Cadu recebeu a proposta e vai fazer a análise com a equipe, seguida da discussão de percentuais com a Uern e segmentos. E por fim, apresentar a governadora Fátima Bezerra (PT) para os próximos passos.

Essa repactuação representa um passo essencial para garantir o fortalecimento da autonomia financeira, pedagógica e administrativa da instituição, assegurada pela Lei nº 11.045, sancionada pela governadora em 2021 – argumenta a Uern. A autonomia foi aprovada pela Assembleia Legislativa dia 16 de dezembro de 2021 (veja AQUI) e sancionada pela governadora Fátima Bezerra (PT) no dia 29 de dezembro do mesmo ano (veja AQUI).

Números

De acordo com a lei, o percentual para 2022 seria de 2,31% ou R$ 290 milhões de reais; 2,50% para o ano de 2023; 2,98% para o ano de 2024 e 3,08% para o ano de 2025.

A reitora Cicília Maia destacou que a proposta reafirma o compromisso coletivo com a sustentabilidade financeira da instituição e com a educação pública de qualidade.

“A proposta de autonomia, que foi aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pela Governadora não foi a ideal, mas a real para aquele momento. A própria lei já previu a necessidade desta repactuação, que irá assegurar as condições para que a Uern continue a cumprir sua missão de transformar vidas e territórios por meio da educação, da ciência e da inovação”, afirmou.

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
terça-feira - 11/11/2025 - 18:00h
INSS

Vai até fevereiro prazo para contestar descontos indevidos

Meu INSS é um dos canais para a contestação do desconto (Foto: Reprodução)

Meu INSS é um dos canais para a contestação do desconto (Foto: Reprodução)

O Governo do Brasil prorrogou por mais três meses o prazo para aposentados e pensionistas contestarem descontos indevidos nos benefícios do INSS. A data limite, que antes se encerraria em 14 de novembro, foi estendida até 14 de fevereiro de 2026. Quem ainda não contestou os descontos terá agora até fevereiro para fazê-lo pelo aplicativo Meu INSS  ou em uma agência dos Correios.

“Outra novidade é que vamos devolver os valores cobrados sem autorização, inclusive quando houver documentos que indicavam falsamente o consentimento do beneficiário”, destacou o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, nas redes sociais.

CANAIS — A contestação pode ser feita por três diferentes canais de forma simples:

  • Meu INSS (aplicativo ou site): serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”;
  • Central 135: ligação gratuita, de segunda a sábado, das 7h às 22h;
  • Correios: mais de 5 mil agências oferecem atendimento assistido e gratuito.

No aplicativo, ao clicar em “Não autorizei o desconto”, o beneficiário registra a contestação, e a entidade tem até 15 dias úteis para responder. Caso não apresente uma resposta, o sistema abre automaticamente a opção para os aposentados e pensionistas fazerem a adesão ao acordo de ressarcimento. A adesão vale para descontos realizados entre março de 2020 e março de 2025, evitando a necessidade de ação judicial.

Balanço

De acordo com balanço divulgado pelo INSS, mais de 6 milhões de contestações foram registradas por beneficiários que não reconheceram os descontos feitos pelas entidades associativas. Mais de 3,7 milhões de pessoas aderiram ao acordo e R$ 2,54 bilhões já foram devolvidos.

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terça-feira - 11/11/2025 - 17:40h
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Conclusão do 13º do Estado será em janeiro de 2026, diz Cadu Xavier

Cadu fala do esforço para não atrasar a folha convencional mês a mês (Foto: Tácio Cavalcanti)

Cadu fala do esforço para não atrasar a folha convencional mês a mês (Foto: Tácio Cavalcanti)

O secretário de Fazenda do Rio Grande do Norte e pré-candidato a governador, Cadu Xavier, em entrevista a Rádio Cidade de Natal, reproduzida pelo jornal/portal Agora RN, confirmou nessa segunda-feira (10), que o Governo do Estado vai pagar o 13º salário de 2025 em duas etapas. De acordo com ele, uma parte do valor será depositada para os servidores em dezembro e o restante ficará para os primeiros dias de janeiro de 2026 – como tem ocorrido nos últimos anos.

Por lei, o 13º salário precisa ser pago na íntegra até o dia 20 de dezembro (com uma antecipação de 50% no fim de novembro).

No entanto, nos últimos anos, devido a dificuldades financeiras, o governo estadual tem cumprido compromisso integralmente em dezembro apenas para servidores que ganham os salários mais baixos (normalmente, na faixa de R$ 4 mil). Para aqueles que recebem acima desse valor, normalmente o governo deposita uma parte do valor em dezembro e deixa o restante para janeiro.

O secretário, porém, disse que não há datas definidas para o pagamento. “Como vai ser, a data precisa, quando vai receber, a gente ainda não tem as datas. Estamos trabalhando para anunciar o mais breve possível”, declarou Cadu.

2024 e 2023

Em 2024, o calendário de pagamento foi feito com sua conclusão ocorrendo dia 10 de janeiro, mesmo com entidades sindicais cobrando pagamento integral dentro de dezembro. Veja como foi o calendário:

  • 20 de dezembro: Servidores ativos, aposentados, pensionistas que ganham até R$ 4.200 (bruto)
  • 20 de dezembro: Empregados públicos, regidos pela CLT
  • 20 de dezembro: Servidores ativos que trabalham no DEI, DETRAN, IDEMA, IPEM, IPERN, JUCERN e ARSEP (que já receberam adiantamento em julho)
  • 10 de janeiro de 2025: Demais servidores

Em 2023, R$ 286 milhões saíram dos cofres do Governo Federal. “Recursos extraordinários” somaram 40% do total de R$ 713 milhões (excluído IR e Previdência) para quitar o 13⁰, num calendário que também invadiu o ano seguinte, sendo concluído dia 10 de janeiro de 2024.

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terça-feira - 11/11/2025 - 14:10h
Brasília

TST define lista tríplice apenas com mulheres para vaga na corte

Escolha da futura ministra do TST caberá ao presidente da República (Foto: TST)

Escolha da futura ministra do TST caberá ao presidente da República (Foto: TST)

O Pleno do Tribunal Superior do Trabalho (TST) escolheu nesta terça-feira (11), em Brasília, em votação secreta, os nomes que vão compor a lista tríplice para preenchimento de vaga de ministra destinada à magistratura de carreira, decorrente da aposentadoria do ministro Aloysio Corrêa da Veiga.

Os nomes escolhidos foram os das desembargadoras Margareth Rodrigues Costa, do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA), Maria de Nazaré Medeiros Rocha, do TRT da 8ª Região (PA/AP), e Márcia Regina Leal Campos, do TRT da 1ª Região (RJ).

Em outubro, a Presidência do TST recebeu a inscrição de oito desembargadoras e 15 desembargadores de Tribunais Regionais do Trabalho candidatos à vaga. A lista com os três nomes segue para apreciação do presidente da República, Lula da Silva (PT), a quem caberá a indicação.

A indicada passará por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, e, após a aprovação pelo colegiado, o nome será submetido ao plenário do Senado Federal antes da nomeação.

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segunda-feira - 10/11/2025 - 23:56h

Pensando bem…

“Quando mais falso você é, mais ‘amigos’ você terá. Quanto mais verdadeiro você é, menor será o seu círculo.”

Ed Siatti

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segunda-feira - 10/11/2025 - 20:24h
Águas

Reservatórios do RN mantêm 41% da capacidade total, informa o Igarn

Oiticica, segundo maior manancial do estado, soma 109.700.903 m³, equivalentes a 14,77% da sua capacidade máxima (Foto: Felipe Alecrim)

Oiticica soma 109.700.903 m³, equivalentes a 14,77% da sua capacidade máxima (Foto: Felipe Alecrim)

O Instituto de Gestão das Águas do RN (IGARN) apresenta novo Relatório dos Volumes dos Principais Reservatórios do RN, atualizado nesta segunda-feira (10). Segundo esse levantamento, as reservas hídricas superficiais totais do estado acumulam 2.182.779.356 m³, o que representa 41,26% da capacidade total, que é de 5.290.123.351 m³.

A barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do RN, acumula 1.164.878.666 m³, correspondentes a 49,09% da sua capacidade total, que é de 2.373.066.000 m³.

Já a barragem de Oiticica, segundo maior manancial do estado, soma 109.700.903 m³, equivalentes a 14,77% da sua capacidade máxima, de 742.632.840 m³.

A barragem Santa Cruz do Apodi apresenta 349.470.875 m³, o que corresponde a 58,27% da sua capacidade total de 599.712.000 m³.

A barragem Umari, localizada em Upanema, acumula 175.145.514 m³, equivalentes a 59,81% da sua capacidade total, de 292.813.650 m³.

Entre os reservatórios monitorados pelo IGARN, apenas o Riacho da Cruz II, localizado no município de Riacho da Cruz, ultrapassa 60% da sua capacidade total, com 6.939.264 m³, correspondentes a 72,25% da capacidade máxima, de 9.604.200 m³.

Atualmente, 13 reservatórios registram volumes inferiores a 10% da capacidade total. São eles: Itans, em Caicó (0,09%); Sabugi, em São João do Sabugi (2,52%); Passagem das Traíras, em São José do Seridó (0,03%); Esguicho, em Ouro Branco (1,24%); Carnaúba, em São João do Sabugi (2,86%); Japi II, em São José do Campestre (7,26%); Gangorra, em Rafael Fernandes (8,50%); Jesus Maria José, em Tenente Ananias (0,71%); Tourão, em Patu (3,57%); Brejo, em Olho D’Água do Borges (1,16%); São Gonçalo, em São Francisco do Oeste (4,49%); Mundo Novo, em Caicó (1,28%); e Lulu Pinto, em Luís Gomes (0,59%).

As lagoas monitoradas apresentam, em geral, bons volumes. A lagoa do Jiqui, em Parnamirim, está cheia, enquanto a lagoa de Pium, em Nísia Floresta, encontra-se com 98,04% da capacidade total.

Também em Nísia Floresta, a lagoa do Bonfim acumula 52.223.764 m³, correspondentes a 61,97% do volume máximo. Já a lagoa do Boqueirão, em Touros, está com 9.876.328 m³, equivalentes a 89,18% da sua capacidade total, de 11.074.800 m³.

Por fim, a lagoa de Extremoz acumula 8.384.234 m³, o que representa 76,09% da capacidade total, de 11.019.525 m³.

O monitoramento contínuo realizado pelo IGARN é fundamental para o planejamento e a gestão dos recursos hídricos do estado, contribuindo para a segurança hídrica, o uso sustentável da água e o apoio às políticas públicas voltadas ao abastecimento das populações urbanas e rurais do Rio Grande do Norte.

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segunda-feira - 10/11/2025 - 18:02h
Colapso

Tomógrafos do Walfredo param de vez; Sesap não consegue resolver

Um dos equipamentos está completamente desmontado e sem prazo algum de reparo (Foto: Thiago César/Inter TV Cabugi)

Um dos equipamentos está completamente desmontado e sem prazo algum de reparo (Foto: Thiago César/Inter TV Cabugi)

Do Blog do BG

O caos na saúde estadual parece não ter fim. Nesta segunda-feira (10), o maior hospital público do RN, o Walfredo Gurgel, em Natal, ficou mais uma vez sem tomógrafo funcionando. Um dos aparelhos quebrou de novo, e o outro está inutilizado por causa de uma reforma sem prazo pra acabar. Resultado: pacientes continuam sendo levados para o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, pra fazer exames básicos de imagem.

O Blog do BG já havia noticiado no sábado (8) que essa é a terceira vez em menos de três meses que o hospital enfrenta o mesmo problema. Em 16 de setembro, os dois tomógrafos quebraram ao mesmo tempo.

Depois, em 12 de outubro, os equipamentos voltaram a apresentar falhas graves no sistema, prejudicando diagnósticos e atendimentos de urgência. Na época, o próprio diretor do hospital, Geraldo Neto, admitiu que o parque tecnológico da unidade está ultrapassado e precisa ser renovado.

Agora, a Sesap diz que aguarda a empresa de manutenção para resolver o problema e promete comprar um novo aparelho, mas sem previsão de quando isso vai acontecer. Enquanto isso, médicos, pacientes e o SAMU seguem enfrentando o sufoco de uma estrutura que vive quebrando — e que mostra o retrato da incompetência do Governo do Estado na gestão da saúde pública.

A novela dos tomógrafos do Walfredo Gurgel já virou piada de mau gosto. O povo sofre, o governo enrola, e o hospital que deveria salvar vidas segue implorando por manutenção e respeito.

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  • Repet
segunda-feira - 10/11/2025 - 16:44h
Servidores fantasmas

Ex-vereador e ex-assessores são condenados por improbidade

Arte Ilustrativa da Web

Arte Ilustrativa da Web

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve a condenação de um ex-vereador e dois ex-assessores da Câmara Municipal de Parnamirim por ato de improbidade administrativa. A sentença da 2ª Vara da Fazenda Pública da cidade reconheceu a prática de enriquecimento ilícito e dano ao erário decorrentes de um esquema de “funcionários fantasmas” que ocorreu entre os anos de 2001 e 2004.

A Ação Civil Pública de Responsabilização por Ato de Improbidade Administrativa foi instaurada a partir do Inquérito Civil nº 004/2006, cujo objetivo era apurar a nomeação de assessores legislativos que não exerciam as funções para as quais foram comissionados na Câmara Municipal. Os réus Antônio Vinicius da Costa Barros e Geraldo Majela de Albuquerque Junior, nomeados para cargos de assessores/consultores, foram reconhecidos pela Justiça como “funcionários fantasmas”.

O ex-vereador Antonio Batista Barros foi condenado por ter facilitado o enriquecimento ilícito de terceiros, incluindo seu filho, Antonio Vinicius da Costa Barros, ao nomeá-los para cargos comissionados sem o efetivo exercício das funções. Já o ex-assessor Geraldo Majela de Albuquerque Junior e e o próprio Antonio Vinicius da Costa Barros foram condenados por enriquecimento ilícito, devendo ressarcir os valores recebidos sem o trabalho correspondente, uma vez que as atividades realizadas não se enquadravam nas funções de chefia, direção ou assessoramento legislativo.

Com a decisão, a Justiça garante o ressarcimento integral dos valores desviados, impondo aos ex-assessores a devolução de R$ 31.310,00 e R$ 33.020,00, respectivamente, além da aplicação de multa civil de R$ 64.330,00 ao ex-vereador, todos os valores a serem corrigidos.

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segunda-feira - 10/11/2025 - 15:38h
Anuário Estatístico

Acidentes com energia elétrica têm dados preocupantes

Falta de cuidados com aspectos técnicos pesa na incidência de casos Foto ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial)

Falta de cuidados com aspectos técnicos pesa na incidência de casos (Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS)

A mesma energia que acende a luz da sua casa, carrega o celular e faz o café passar também pode provocar sérios acidentes e até tirar vidas. No Brasil, a eletricidade, tão presente e, muitas vezes, invisível, tem se tornado vilã em um número assustador de acidentes.

O alerta vem do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica, divulgado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (ABRACOPEL), que há anos acompanha e chama atenção para os riscos escondidos na rede elétrica. De acordo com a entidade, durante todo 2024, houve um aumento de 11,6% no número de acidentes em comparação ao ano anterior. Ao todo, foram 2.373 ocorrências registradas.

O número de mortes subiu de 674 para 759, o que representa um crescimento de 12,6%. Além disso, os incêndios decorrentes de sobrecarga elétrica, que já eram motivo de preocupação, tiveram um aumento alarmante de 23,5%, passando de 963 para 1.205 casos.

Instalações malfeitas, falta de manutenção, sobrecarga dos sistemas e uso de materiais de baixa qualidade concorrem para as tragédias. Fios expostos, conexões improvisadas e equipamentos sem certificação aumentam o risco.

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segunda-feira - 10/11/2025 - 11:24h
RN

MPF faz convocação para doação a entidades sem fins lucrativos

Sede do MPF/RN em Natal (Foto: Reprodução)

Sede do MPF/RN em Natal (Foto: Reprodução)

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) publicou o Edital nº 001/2025, abrindo chamamento para o cadastro de instituições públicas e entidades privadas sem fins lucrativos interessadas em receber bens e valores resultantes de ações judiciais e extrajudiciais conduzidas pela instituição.

O objetivo é formar um cadastro regional e nacional de entidades aptas a receber recursos provenientes da atuação do MPF, como parte de medidas compensatórias, acordos ou sentenças judiciais. Esses bens e valores são direcionados a projetos que promovem benefícios sociais, ambientais, culturais ou educativos.

As inscrições começaram em 1º de novembro de 2025 e ocorrem de forma contínua, ou seja, as entidades podem se cadastrar a qualquer momento. Podem participar órgãos públicos federais, estaduais e municipais, além de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos que cumpram os requisitos previstos no edital.

Para participar, é necessário preencher o Formulário de Inscrição e Termo de Adesão, disponível no site do MPF/RN, e enviar a documentação por meio do protocolo eletrônico. Entre os documentos exigidos estão o ato constitutivo da entidade, comprovações de regularidade fiscal, previdenciária e trabalhista, além de uma declaração de ausência de vínculo familiar entre dirigentes da instituição e membros ou servidores do MPF.

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segunda-feira - 10/11/2025 - 10:28h
Fenacam

Feira Nacional do Camarão vai começar nessa terça-feira

Evento ocorrerá no Centro de Convenções (Foto: Arquivo)

Evento ocorrerá no Centro de Convenções (Foto: Arquivo)

A Feira Nacional do Camarão (FENACAM), na sua 21ª edição, se realizará no Centro de Convenções de Natal/RN entre essa terça-feira (11) e sexta-feira (14). A solenidade de abertura ocorrerá as 19h do dia 11 de novembro, com os seus demais eventos se realizando no período de 12 a 14 de novembro, nos horários das 8h30 às 22h.

Paralelamente, a Fenacam terá ainda o XXI Simpósio internacional de carcinicultura; XVIII Simpósio Internacional de Aquicultura; XXI Sessões Técnicas e Cientificas – Carcinicultura e Aquicultura e a XXI Feira Internacional de Equipamentos, Produtos e Serviços para a Aquicultura.

Palestrantes renomados de quase todos os continentes vão estar na Fenacam, uma iniciativa da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) e outras entidades.

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  • Repet
segunda-feira - 10/11/2025 - 09:34h
Fruticultura e negócios

Campanha de sazonalidade foca melão e melancia no verão

Melão é um produto de exportação que caracteriza região do semiárido (Foto ilustrativa)

Melão é um dos focos da campanha (Foto ilustrativa)

A International Fresh Produce Association (IFPA) no Brasil anuncia o encerramento de sua Campanha de Sazonalidade 2025, dedicando o foco às frutas melão e melancia. A iniciativa visa munir o varejo nacional com informações estratégicas e materiais de marketing para maximizar as vendas durante a alta demanda do verão.

A campanha é suportada por um conjunto de materiais digitais gratuitos, desenvolvidos para fortalecer a comunicação entre a IFPA, supermercadistas e o consumidor final, destacando a excelência da produção brasileira. 

O cenário da safra atual é altamente positivo, com expectativas de frutas de qualidade superior, conforme atesta Leonardo Herzog, diretor da Soet Melancia.

“A safra de melão apresenta uma qualidade muito boa, com as exportações em alta. No caso da melancia, a qualidade também está excelente. Estamos finalizando a safra de Goiás e iniciando a de São Paulo com a perspectiva de uma fruta de altíssimo nível. Em Teixeira de Freitas (BA), apesar de algumas chuvas que podem reduzir a durabilidade, a qualidade geral também é boa. A expectativa é que o verão traga uma safra de melão e melancia com qualidade muito elevada.” 

Demanda sólida 

A gestora da IFPA no Brasil, Valeska Ciré, destaca que a qualidade da safra se traduz em uma oportunidade de mercado robusta para o varejo.

“A perspectiva de mercado para o verão indica que a demanda interna permanecerá sólida. Isso, somado à alta qualidade da safra, reforça a importância de manter o foco na excelência como um diferencial competitivo crucial, tanto para compradores nacionais quanto internacionais. Os materiais da IFPA são ferramentas essenciais para os departamentos de marketing nas campanhas de promoção, e nossos workshops auxiliam no treinamento dos colaboradores do setor de FLV (Frutas, Legumes e Verduras) dos associados.”

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segunda-feira - 10/11/2025 - 07:00h
Primeira Turma

Ex-assessor de Moraes vira réu no Supremo Tribunal Federal

Tagliaferro, da Itália, debocha do STF (Foto: redes sociais/arquivo)

Tagliaferro, da Itália, debocha do STF (Foto: redes sociais/arquivo)

No domingo (09), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar réu Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentar abolir o Estado Democrático de Direito, violar sigilo funcional e obstruir investigações sobre atos antidemocráticos.

Segundo a PGR, Tagliaferro divulgou diálogos sigilosos de servidores do STF e do TSE para favorecer uma organização criminosa envolvida na disseminação de notícias falsas e na tentativa de golpe de Estado.

Vivendo na Itália, Tagliaferro é alvo de um pedido de extradição do governo brasileiro, mas, em redes sociais, afirmou ter “medo zero dessa turma”. (Folha)

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segunda-feira - 10/11/2025 - 06:26h
Assembleia Legislativa

Projeto Integra Enem acerta tema da redação 2025

Mais de 2.500 jovens, de 65 municípios potiguares participaram do projeto (Foto: ALRN)

Mais de 2.500 jovens, de 65 municípios potiguares participaram do projeto (Foto: ALRN)

A Escola da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte antecipou o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2025 com precisão e propósito. Dentro do projeto Integra Enem, professores da instituição trabalharam com os alunos o tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, que acabou sendo exatamente o escolhido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) para a prova deste ano, nesse domingo (09).

Ao longo das atividades, o assunto foi explorado sob diferentes dimensões, sociais, econômicas e de políticas públicas, estimulando os estudantes a refletirem sobre o papel da juventude na construção de uma sociedade que valorize e respeite as pessoas idosas. A prática da escrita foi conduzida de forma orientada, com exercícios e debates que aproximaram os jovens das exigências da redação dissertativo-argumentativa do exame.

O resultado desse trabalho é motivo de orgulho. Mais de 2.500 jovens, de 65 municípios potiguares participaram do projeto, que vem transformando a forma como os alunos da rede pública se preparam para o Enem.

“Os professores do Integra Enem conseguiram despertar nos estudantes o olhar crítico e sensível para uma pauta social importante, ao mesmo tempo em que trabalharam técnica, estrutura e argumentação. Isso faz com que a possibilidade de uma boa nota na redação seja não apenas um sonho, mas uma conquista possível”, destacou o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB).

O Integra Enem é um exemplo concreto de como a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte tem colocado em prática uma gestão pautada no planejamento estratégico, que busca a economicidade e a boa aplicação dos recursos públicos. A economia gerada internamente é revertida em programas e projetos voltados à sociedade potiguar, como o Integra Enem, que amplia horizontes e oferece oportunidades reais de transformação por meio da educação.

Com encontros presenciais, transmitido simultaneamente pela TV Assembleia para todo o Estado, e acompanhamento contínuo, o projeto reafirma o compromisso da Assembleia Legislativa com a juventude e com o futuro do Estado, mostrando que gestão responsável e educação de qualidade caminham lado a lado na construção de um Rio Grande do Norte mais justo e preparado.

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domingo - 09/11/2025 - 23:48h

Pensando bem…

“Mantenha-se ocupado. É o remédio mais barato e um dos melhores que existem na Terra.”

Andrew Carnegie

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domingo - 09/11/2025 - 11:18h

Minorias que berram e maiorias silenciosas

Por Wilson Gomes, do Canal Meio

Arte ilustrativa do Canal Meio

Arte ilustrativa do Canal Meio

A direita brasileira é bem maior do que o bolsonarismo, mas o bolsonarismo continua se comportando como se fosse a única e verdadeira direita — e, acima de tudo, como se fosse a voz autêntica do nosso povo. De fato, uma pesquisa recente do Instituto Ideia, feita a pedido do Meio, ajuda a distinguir com precisão as coisas quando se trata do perfil da direita no país: apenas 12% dos brasileiros são efetivamente de direita e bolsonaristas, enquanto 26% se encaixam na direita, mas não são bolsonaristas — uma proporção de um terço para dois terços.

No detalhamento, a diferença é marcada: o núcleo bolsonarista é mais rico, mais escolarizado e mais radicalizado; a outra direita é mais pobre, mais preocupada com segurança pública e custo de vida, menos interessada em guerra cultural. O bolsonarismo, como era de se esperar, é vinculado pessoal e organicamente ao seu líder e coloca a sobrevivência dele acima de outros valores; a direita não bolsonarista tem outras prioridades. São dois mundos com alguma interseção no que diz respeito à autocompreensão ideológica, mas que se afastam em tudo o mais.

A direita bolsonarista é pequena, barulhenta e convicta de que fala pela maioria. A direita não bolsonarista é numericamente maior, mas hesitante, dispersa e, sobretudo, menos visível. A primeira ocupa as redes, pauta o noticiário e define o clima político; a segunda assiste a tudo com muito menor ímpeto missionário e fervor crédulo no seu papel de “salvar o país”. Acontece que, em política, como em muitos domínios da vida pública, a visibilidade costuma valer mais do que a quantidade: quem fala mais alto convence-se (e convence os outros) de ser mais numeroso; quem fala sozinho tem certeza de que todos concordam.

Um levantamento ainda mais recente, produzido pelo think tank More in Common, em parceria com a Quaest, mostra com números e nomes que o Brasil não é simplesmente uma arena dividida entre duas metades que se odeiam. A pesquisa, que entrevistou 10 mil pessoas em todas as regiões, identificou seis grupos politicamente coerentes:

  1. Progressistas Militantes: 5%
  2. Esquerda Tradicional: 14%
  3. Desengajados: 27%
  4. Cautelosos: 27%
  5. Conservadores Tradicionais: 21%
  6. Patriotas Indignados: 6%

Desses seis conjuntos, apenas dois, situados sintomaticamente nos polos — os Progressistas Militantes e os Patriotas Indignados — formam os extremos vocais da polarização política. Juntos, contudo, somam meros 11% da população. Os Desengajados e Cautelosos, que respondem por 54%, constituem o grosso da “maioria silenciosa”: gente que quer tranquilidade, talvez até ver os problemas sociais resolvidos pela política, mas não por cruzadas morais.
No debate público, o que se ouve são os 11%.

Pablo Ortellado, diretor da More in Common no Brasil, explicou que entre os conservadores a diferença entre “tradicionais” e “patriotas” é de intensidade: ambos pensam parecido, mas os patriotas vivem a política como identidade e se reconhecem como bolsonaristas. Já entre os progressistas, a diferença é de pauta: os militantes concentram-se em temas de opressão de gênero e raça, enquanto a esquerda tradicional ainda organiza sua visão de mundo em torno da desigualdade social.

As vanguardas políticas — isto é, as pessoas mais ativas, vocais e envolvidas — não se definem por ideologia, mas por uma atitude principal: a convicção de que representam não apenas o círculo restrito que veem ao seu redor, mas uma massa que não quer ou não pode falar, embora pense e sinta exatamente como elas. O que define um militante — alguém que não apenas se interessa por política, mas já tem um lado escolhido e está convencido de que tem uma missão na mudança do mundo — não é o conteúdo do que ele pensa, e sim a certeza de que pensa pelo país.

Ao acreditar que ‘todo mundo pensa assim’, o indivíduo protege a autoestima e reduz a ansiedade que sente quando se percebe socialmente isolado

Essa certeza é um fenômeno estudado há décadas pela psicologia social e tem nome: viés de falso consenso. Trata-se da tendência que muitos de nós temos de superestimar o grau de concordância dos outros com nossas próprias opiniões. Em bom português: o sujeito toma sua maneira de ver o mundo como padrão supostamente adotado por “todo mundo”. É um atalho cognitivo, mas também um mecanismo de conforto emocional e moral. Ao acreditar que “todo mundo pensa assim”, o indivíduo protege a autoestima e reduz a ansiedade que sente quando se percebe socialmente isolado.

Ocorre que essa ilusão de maioria se transforma, com frequência, em combustível político.

Quanto mais moralizada é a disputa, mais forte o viés. Grupos ideológicos intensos — sejam progressistas, conservadores, religiosos ou identitários — tendem a viver dentro de círculos de semelhança, as tais “bolhas”, o que reforça a impressão de unanimidade. Redes de afinidades, como as redes sociais digitais, somadas à segmentação algorítmica, completam o serviço: como as pessoas acabam sendo expostas quase exclusivamente a quem pensa de forma semelhante, encontram nos outros principalmente versões de si mesmas. O resultado é uma percepção distorcida da sociedade, em que cada facção acredita representar integralmente o verdadeiro povo brasileiro.

A polarização, nesse sentido, decorre menos de um confronto entre ideias e mais de uma competição de maiorias imaginárias.

O falso consenso pode ter efeitos políticos profundos. Ele legitima a intolerância, porque transforma discordância em desvio moral. Se “a maioria pensa como eu”, quem discorda não está apenas errado: está fora da comunidade moral. Daí para a prontidão de calar o outro, punir, excluir ou ridicularizar é um passo curto. O mesmo mecanismo que sustenta o populismo — “eu sou o povo” — alimenta também a arrogância moral de vanguardas políticas, de qualquer polo do espectro ideológico, que se julgam porta-vozes da civilização. Em ambos os casos, o resultado é o mesmo: desaparece o espaço do dissenso legítimo.

A política brasileira recente fornece exemplos de sobra. Patriotas indignados veem em Lula a usurpação de um poder que, por direito, pertenceria à “maioria conservadora”. Setores progressistas radicais, por sua vez, tratam opiniões divergentes sobre costumes ou segurança como se fossem agressões intoleráveis a direitos humanos. Ambos acreditam estar do lado certo — e, mais grave, do lado da maioria. Por isso estão mais dispostos a soltar a voz em público, a transformar seus sentimentos de ultraje moral em performances de punição ou reivindicação, a realizar manifestações e protestos.

Por outro lado, a psicologia tem mostrado que, quanto maior a intensidade da certeza, maior a ilusão de consenso. Ou seja: quanto mais certo se está do que se pensa, do valor da própria causa e do papel que se exerce na transformação do mundo, menos se percebe o mundo real à volta.

As pesquisas citadas revelam um país muito mais fragmentado do que frequentemente supomos. Há múltiplas minorias políticas disputando atenção, recursos e legitimidade. Nenhum grupo chega perto de representar sozinho um terço do eleitorado. Mesmo assim, as minorias mais engajadas dominam a esfera pública porque falam alto, alimentam conflitos e sabem usar os algoritmos da visibilidade. São pequenas em número, mas enormes em ruído.
E o ruído, em tempos digitais, é a nova métrica da força.

Esse descompasso entre barulho e tamanho tem efeitos corrosivos. Ao obter visibilidade desproporcional, minorias militantes criam a ilusão de que o país está rachado em duas metades equivalentes. O cidadão comum, cercado por gritos de um lado e do outro, sente-se compelido a escolher um campo — ou a calar-se. É assim que a “maioria silenciosa” se torna, de fato, quieta e aparentemente aquiescente: não por falta de opinião, mas porque sua voz não se faz ouvir na algazarra política geral.

Mas há algo de mais profundo. O falso consenso não é apenas um engano perceptivo; é também uma autorização moral. Quem acredita falar em nome da maioria sente-se no direito de agir em seu nome. É daí que brota o populismo autoritário — a ideia de que há um “povo verdadeiro”, homogêneo e virtuoso, traído por elites ou minorias espúrias. Essa convicção não é exclusiva da extrema direita. Há versões ilustradas e progressistas do mesmo mito: a crença de que a sociedade decente coincide com “o campo democrático”, e que os demais são bárbaros a serem educados ou cancelados.

Ambos os lados, ironicamente, se sentem nos braços da maioria silenciosa.

O resultado é o que se vê: uma democracia cansada, em que o diálogo cede lugar à catequese

O autoengano tem custo alto. Ele dispensa o trabalho de ouvir, de argumentar, de negociar. Se a maioria já está comigo, por que conversar? A política vira palco de performances morais, não de persuasão racional. Em vez de disputar ideias, disputam-se virtudes. O adversário não é alguém a convencer, mas um inimigo a derrotar. O resultado é o que se vê: uma democracia cansada, em que o diálogo cede lugar à catequese.

Há quem veja nisso um traço inevitável das redes. Mas as redes apenas potencializam uma distorção antiga. Desde os anos 1970, estudos sobre o viés de falso consenso mostram que o ser humano tem dificuldade estrutural de imaginar que os outros pensam diferente. O digital apenas transformou esse traço cognitivo em epidemia política. O que era tendência virou arquitetura: algoritmos alimentam certezas, certezas alimentam engajamento, engajamento alimenta lucro.

E assim se constrói a ilusão reconfortante de que “a maioria está comigo”.

O problema é que não está. O Brasil das pesquisas mostra um país múltiplo, hesitante e menos extremado do que seus intérpretes. Há conservadores pobres que votam à direita sem idolatrar Bolsonaro; há progressistas tradicionais que não se reconhecem na pauta identitária; há milhões de cidadãos que rejeitam tanto a demagogia quanto o moralismo.

Mas esse centro difuso não tem narrativa nem heróis — e, portanto, quase não existe na política.

Reconhecer a ilusão de consenso é um passo essencial para reconstruir o espaço comum. Enquanto cada tribo se imaginar a voz do povo, o país continuará refém de minorias ruidosas. A democracia precisa de maiorias reais, feitas de discordâncias administráveis, não de unanimidades imaginárias.

Wilson Gomes é doutor em filosofia, professor titular da Universidade Federal da Bahia e autor de “Crônica de uma Tragédia Anunciada”

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Categoria(s): Artigo / Política
domingo - 09/11/2025 - 10:48h

Patos, Paraíba, à procura de Massilon

Por Honório de Medeiros

Cangaceiro Massilon: com Lampião (Foto: reprodução)

Cangaceiro Massilon: personagem de história incompleta (Foto: reprodução)

Saímos cedo de Pau dos Ferros, RN, no rumo de Patos, Paraíba.

Lá chegamos ao meio-dia. Hospedamo-nos no Hotel Zurick.

À noite perguntamos ao recepcionista de onde tinha vindo esse nome. Com certo sarcasmo sertanejo ele nos disse: “o homem andou por lá e por certo achou esse nome bonito”.

Franklin Jorge comentou: “se Cascudo tivesse estado aqui, escreveria uma crônica com o seguinte título: ‘Zurick em pleno Sertão paraibano; faria algo grandioso e o dono terminaria recebendo o título de cônsul honorário da Suíça’”.

Fomo à Matriz. Prédio simples. Chegamos em plena missa das dezesseis horas. Arrodeamos a Igreja cujos fundos dão para uma rua estreita, pequena. Olhávamos para uma porta fechada, indecisos, quando um homem trigueiro, alto, encorpado, trinta e poucos anos, cabelos curtíssimos, vestido com uma camisa branca de mangas compridas abotoada nos pulsos se aproximou maciamente.

Perguntei-lhe se ali era a Secretaria da Paróquia. Ele disse que não e nos apontou onde ficava. Perguntei-lhe se era padre. Confirmou com aqueles ademanes típicos, mas discretos, de seminarista, contidos por sua estrutura física maciça, embora não desmesurada, e nos entregou sua mão também macia para apertarmos.

Padre Francisco foi gentil, delicado.

Na livraria da cidade indagamos à vendedora pelas obras dos autores locais. Ela nos apontou, com certa displicência, um canto afastado de uma estante empoeirada. Encontramos uma gramática em versos, que eu logo comprei, e livros e mais livros de um poeta local, que eu não comprei.

Nada mais.

Depois, fomos às ruas: vibrantes, febris, plenamente comerciais. Carros, motos, bicicletas… Pessoas indo e vindo rápidas, com aquele semblante típico de quem precisa chegar logo em algum lugar preciso, para resolver alguma coisa.

Não havia pedintes, nem pastoradores de carro, nem lavadores de para-brisa, nem deficientes físicos. Somente uma senhora, personagem folclórico, que me abordou na farmácia: “lindão, me dê um dinheiro”.

Como não dar? “Ela dá sempre esse golpe em quem não é daqui” disse-me o caixa da farmácia, com um sorriso sarcástico.

Raros são os passeantes. Os flâneurs. A maioria mulheres. As mulheres de Patos, são belas, não bonitas. Há uma diferença entre ser bela e ser bonita. A mulher, quando é bela, desafia o tempo. Não pede emprestado à juventude aquilo que sempre possuirá.

Belas, as mulheres de Patos. Suavemente arredondadas, como um ideal rafaelita amoldado à realidade anoréxica dos tempos atuais. Altivas. Ou contidas. Ou dissimuladas. Pernas longas, levemente grossas, torneadas. Narizes afilados. Dentes bem cuidados.

Compõem um contraste marcante com o bulício comercial suburbano que ocupa nossos olhos quando caminhamos pelas ruas da cidade. Não haveria ruas onde não se compra e não se vende? Aparentemente não. Em qualquer lugar há essa atividade febril, tipicamente burguesa, que pressupõe uma interação constante entre as pessoas e que se opõe à percepção do aparente distanciamento das belas mulheres de Patos.

“Por que Patos?”, pergunto à Virgílio Trindade na tentativa de encontrar dois velhos amigos de meu pai, a quem seu primo, também chamado Virgílio Trindade, comerciante no Mercado Central, procurado por indicação de um transeunte como sendo bastante antigo na praça, reputa como escritor.

Recebeu-nos muito bem. Tem um programa político em uma rádio importante da cidade. Magro, moreno, careca, sentado por trás de um birô anacrônico em um escritório de um só vão no centro da cidade, nos deu, com uma voz característica de fumante e locutor, um seu livro de crônicas, Relíquias.

Falou-nos do seu programa político: “é complicado”. “Por quê?” “A gente está falando com alguém ao telefone e no ar e ele grita: eu voto em Lula! Já pensou?” Estávamos no começo da saga lulista na presidência da república.

“Por que Patos?”, repito. “Havia, aqui, antes, uma lagoa chamada ‘Lagoa dos Patos’”. “Onde ficava?” “Ah, quem quer que tenha um quintal em casa diz que era lá”. Esboça um esgar de sorriso sardônico no canto da boca.

Virgílio Trindade nos indicou outros intelectuais de Patos, dentre eles o Secretário de Educação do Município, que também é dirigente do Instituto Histórico local. Fomos até lá. Recebeu-nos em um vão vazio uma moçoila loura tão importante quanto decrépito era o prédio da Secretaria.

Perguntou-nos se tínhamos marcado hora. Foi até o gabinete e voltou cerimoniosa, nos pedindo que aguardássemos o término de uma reunião.

Sentamo-nos durante breves cinco minutos e nos despedimos, para espanto da secretária, a quem recomendamos, enfaticamente, a leitura da obra completa de José Sarney, apropriadíssima para moçoilas secretárias de secretários ocupadíssimos.

Passamos no “troca-troca”. Um galpão aberto para todos os lados onde quem quiser chega e expõe sua mercadoria para vender ou trocar.

Seu Antônio, um sertanejo idoso, mas rijo, nos acolheu com um sorriso. Na sua banca encontramos desde uma rede de pescar em açudes até rádios antigos.

“Troca-se qualquer coisa aqui, Seu Antônio?” “Qualquer coisa, doutor, até mulher velha por nova, mas dando o troco”. Rimos.

“Você e seu pai são de onde?”, pergunta ele se virando para Franklin Jorge. Caímos na gargalhada. Franklin diz-lhe que não é meu pai. Eu pisco o olho para Seu Antônio: “ele é muito vaidoso”. Despedimo-nos. Seu Antônio olha para mim quando Franklin lhe dá as costas e sussurra: “eu entendo como é…”

Quem nos recebeu à porta da casa simples, estreita, geminada, praticamente no centro comercial de Patos, quando fomos à procura de Antônio de Lelé, cantador de viola que primeiro fez dupla com Seu Chico Honório, meu pai, em sua breve carreira, foi sua esposa, baixinha, magrinha e enrugadinha. Tudo no “inha”.

Abriu a porta que dava para uma pequena área antecedendo a salinha de estar e nos envolveu com um delicioso cheiro de alguma iguaria que estava sendo cozinhada no tempero de cominho.

Antônio de Lelé não estava, apesar de Dona Maria afirmar que ele nunca saía de casa, fato desmentido diversas vezes ao longo do dia, para perplexidade nossa. Haveria algo freudiano nessa negação do óbvio?

Finalmente nos encontramos com Antônio de Lelé, lá pela quarta procura. Surpresa: é como ver Padre Sátiro Dantas na nossa frente sem aquela impaciência que o distinguia.

Antônio de Lelé conversa longamente com Seu Chico Honório pelo celular, enquanto assediamos Dona Maria com elogios rasgados ao cheiro de sua comida. Queríamos um convite. Era um bode no cominho.

“O que acompanha?” “Arroz, farofa na gordura, uma saladinha”. “Rapadura, também”. E ia recuando, agoniada para escapar da obrigação sertaneja de oferecer a iguaria elogiada.

Constrangida pelo cerco implacável, não entregou os pontos: “se não fosse tão pouca a comida eu até que convidava”. Renunciamos ao ataque, comovidos. Terminamos sem provar o bode.

Nesse tempo Antônio de Lelé já se despedira alegando que tinha que ir ao Banco, mas que nos aguardava de tarde, e garantindo que o livro de Orlando Tejo sobre Zé Limeira, com quem ele cantou várias vezes, tinha muita mentira.

Eu me lembrei de Orlando Tejo no meu apartamento em Brasília, levado por Jânio Rego, espojado na cadeira de balanço, a lançar fumaça de um cachimbo preto empesteando o ambiente, falando acerca da Serra do Teixeira onde, segundo ele, havia um marco que ficava no meio do tudo, porque fincado no meio do nada. Lembrei-me dele anos depois, quando por lá passei.

Escrever acerca do Homem, de suas relações, e das Coisas era meu propósito pretensioso. Existirão Coisas ou tudo, além do Homem, nada mais é que um sonho meu, seu, nosso?

E se este Universo nada mais for que um átomo dentre ilimitados outros de um Universo inconcebível que, por sua vez, é um átomo de outro Universo inimaginável, tudo isso em escala infinita?

Enquanto o carro avançava Sertão adentro, no rumo de Cajazeiras, nossa próxima etapa da perambulação meio séria, meio anárquica, ladeado pela vegetação típica do semiárido, aqui e acolá matizada por um ipê-roxo, juazeiro ou quixabeira especialmente frondosos, e serrotes despidos e enfeitados com pedras esculpidas aleatoriamente, que faziam ondular a paisagem, divagávamos acerca da irrelevância da pesquisa que fazíamos e mergulhávamos na Metafísica.

Entretanto, a metafísica cansa e deprime o mais das vezes, tamanha a vastidão daquilo que ela contém e tamanha nossa incapacidade.

Voltamos ao concreto. O oceano bravio de questões que se tornou nosso assunto de viagem fez-nos correr em busca de um Porto Seguro: o dia-a-dia, o cotidiano, o detalhe mágico, por exemplo, do andar felino do camponês que se prontificou, sem nos conhecer, a ir conosco em busca de um ex-vereador que, segundo ele, “sabia tudo” acerca de Santa Terezinha, município à vinte quilômetros de Patos, onde tínhamos ido procurar o rastro de um tio de Massilon, o cangaceiro que arrastara Lampião para atacar Mossoró.

Livro de Honório de Medeiros (Capa: reprodução)

Livro de Honório de Medeiros (Capa: reprodução)

Nada encontramos. Somente esse andar felino, o português arcaico, a cidadezinha pequeníssima, a sensação de absoluta irrelevância de qualquer pressa. Não por outra razão ao falar em pressa diz o sertanejo que “o apressado come cru”.

O “sabe-tudo” de nada sabia. Ouvira falar que, antigamente…  e coçava o rosto, empurrava o chapéu de couro para trás da cabeça e deixava o olhar vagando pelo cercado onde um menino tangia cabras para algum destino incerto, doido para se livrar da gente.

Até logo, até logo, muito obrigado, dissemos. Muito obrigado ao pessoal do Cartório de Patos que nada encontrando do que procurávamos nos fez descobrir outra pista.

Muito obrigado a Dona Madalena, da Secretaria da Diocese de Patos. A senhora é tão boa, tão gentil, tão atenciosa, quanto é magra, pequenininha, delicada. E perfumada, a senhora é muito perfumada – a “Alma de Flores” – e elegante, naquela elegância anacrônica de moça velha que dedicou sua vida a secretariar Sua Excelência Reverendíssima, o Bispo Diocesano.

Também organizada, com seu birô impecável, onde duas caixetas, uma para “recebido”, outra para “devolvido”, cumpria a burocracia temporal da Igreja, sua face terrena e humana, a “Cidade dos Homens” que se contrapõe à “Cidade de Deus” da qual nos deu a conhecer Santo Agostinho.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e do Governo do RN

Texto transcrito de Massilon (Nas Veredas do Cangaço e Outros Temas Afins) MEDEIROS, Honório de. Natal: Sarau das Letras. 2010.

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  • Art&C - PMM - PAE - Outubro de 2025
domingo - 09/11/2025 - 08:52h

Autodidatas distintos

Por Marcelo Alves

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616) foi um gênio. Poeta, dramaturgo e, sobretudo, romancista, ele é sinônimo de literatura em língua espanhola, sendo esta às vezes chamada de a “língua de Cervantes”. O “Quixote” (“El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha”, no original) é uma obra-prima da literatura universal, por muitos considerado o primeiro romance moderno e, com certeza, um dos melhores já escritos em todos os tempos.

Cervantes foi um gênio autodidata, sem estudos oficiais, ao contrário do que por vezes se imaginou. Como registra Luis E. Rodríguez-San Pedro Bezares, em “Atmósfera universitaria em Cervantes” (Ediciones Universidad Salamanca, 2006), “Cervantes, ao contrário de Góngora, Calderón ou Quevedo, não parece ter feito um curso universitário, nem em Salamanca nem em Alcalá [de Henares, historicamente uma das cidades universitárias mais prestigiadas da Espanha, onde ele nasceu], e deve ser considerado um autodidata, embora de formação humanista e acentuado gosto pelos livros. A formação de Cervantes suscitou diversidade de opiniões. Ele mesmo parece se definir como ‘pouco alfabetizado’ e de ‘sabedoria leiga’.

O mais provável é supor uma educação de cunho humanista e de nível pré-universitário, obtida em colégios jesuítas ou municipais, como já indicamos. Implicaria isso um certo nível de conhecimento do latim, manifestado, entre outras coisas, em várias citações e expressões de Dom Quixote? Por outro lado, Cervantes demonstra familiaridade com a obra de vários autores clássicos como Homero, Virgílio, Horácio, Ovídio, Cícero, Terêncio, Sêneca, Júlio César, Salústio ou Plutarco, para citar alguns. Os especialistas também apontaram um marcado autodidatismo em Cervantes e um notável amor pela leitura”.

Entretanto, apesar do autodidatismo de Cervantes, é certo o seu amor – talvez seja até melhor dizer “fascínio” – pela vida universitária, sobretudo a salamantina. Como anota o autor de “Atmósfera universitaria em Cervantes”, Salamanca “constitui uma referência literária e um fascínio cultural ao longo de toda a obra de Cervantes. São recorrentes as alusões míticas a Salamanca como cidade do saber e das letras (…)”, assim aparecendo, inclusive, em diversos capítulos do Quixote. Esse fascínio universitário inclui quase todos os ramos do saber: letras e humanidades, lógica e filosofia, saberes médicos e, por supuesto, o velho e bom/mau direito.

A essa mesma estirpe – de homem premiado com o dom da genialidade e autodidata em tudo e um pouco mais – também pertence um tal William Shakespeare (1564-1616). Como anota George Steiner, em “Lições dos mestres” (Editora Record, 2005), “o inventário da experiência humana de Shakespeare é considerado, com justiça, praticamente insuperável. Que ocupação, que vocação – a do médico, do advogado, do usurário, do soldado, do navegador, do vidente, da prostituta, do religioso, do político, do carpinteiro, do músico, do criminoso, do santo, do fazendeiro, do mascate, do monarca – escapou à sua percepção?”. Com inigualável capacidade de apreensão, Shakespeare manipula essas ocupações e seus termos técnicos com uma poesia até hoje inigualável. Teria alguma espécie de relação humana escapado à sua intuição? Shakespeare parece abarcar o mundo todo.

Todavia, curiosamente, o tema do estudo formal/universitário, do mestre e seus discípulos, aparentemente deixou Shakespeare indiferente. Pelo menos, a relação do mestre-discípulo e a educação formal como a conhecemos não foram temas centrais na sua obra, sendo marcante o contraste com a fome de saber formal que animava seus grandes contemporâneos, como Christopher Marlowe (1564-1593) e Ben Jonson (1572-1637).

Poderia a ausência do tema “mestre-discípulo”, da educação formal/universitária, significar a rejeição, mesmo subconsciente, por parte do universalista autodidata Shakespeare, da autoridade de um chefe/professor? Poderia ser algum tipo de complexo (de inferioridade) por não possuir ele mesmo esse tipo de educação? Ou poderia ser simplesmente o resultado natural de uma mentalidade tão inovadora e astuta que tem como supérflua, banal até, a dialética da instrução formal então escolástica?

Bom, como aduz o autor de “Lições dos mestres”, explicar essa omissão é ter acesso às “áreas vitais da sensibilidade labiríntica” shakespeareana. E só nos resta, à moda de um Matthew Arnold, “perguntar e perguntar”: “quem poderia ter ensinado a Shakespeare as verdades e falsidades da consciência humana?”.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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Categoria(s): Crônica
domingo - 09/11/2025 - 07:50h

O Efeito Casulo – Dia 24

Por Marcos Ferreira

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Imaginei que hoje não me colocaria, como se diz bem-humoradamente, entre a cadeira e o teclado. Minha falta de motivação, a exemplo do que ocorreu durante o tempo quase inteiro, era o principal motivo (senão o único) para quebrar a sequência de relatos que venho sustentando e expondo há quase um mês. Esta periodicidade, sendo agora mais preciso, alcança hoje vinte e quatro capítulos consecutivos. É verdade, devo reconhecer, que ao longo desse curso deixei de cumprir essa proposta uma ou duas vezes. No entanto, como o leitor mais atento e rigoroso pode verificar, expus estes relatos com a sequência e números diários sem prejuízo para o ambicionado projeto. Neste instante, que me limitarei a citar que se trata apenas de uma sexta-feira de outubro, toco em frente esta espécie de diário lastimoso, pessimista. Isto, em particular, porque atravessei uma noite por demais horripilante de ontem para hoje. Sonhos conturbados todo mundo os tem, mas o que tive há algumas horas foi algo sobrenatural.

Refiro-me a um sonho absurdamente chocante. Um pesadelo dentro de outro pesadelo. No primeiro, em plena madrugada, eu estava sentado num banco diante do Cemitério São Sebastião. Fazia um frio incomum e uma fina neblina se formara naquele trecho em específico. Daí a pouco avistei nitidamente, olhando-me da porta do campo-santo, uma mulher descalça, talvez na faixa dos quarenta anos, bonita, de vestido vermelho, olhos e cabelos negros e pele muito alva. Sim, a distância entre mim e ela era pequena; o banco onde eu estava ficava próximo do portão. Então veio até mim. Antes de ela chegar, caminhando com passos lentos sobre a grama orvalhada, levantei-me. Senti que o corpo inteiro se arrepiara. Contudo, embora com angústia, permaneci ao lado do banco.

Como se tivesse conhecimento de meu câncer, foi dizendo com voz suave e enternecida: “Vamos lá, Fernando. Chegou a sua vez. Peço que me acompanhe. Sua permanência nesta dimensão terrena já expirou. Não tenha medo”. Acordei de súbito, trêmulo, suado, de olhos arregalados. Foi aí que me dei conta de que estava deitado em um caixão na minha sala, o corpo rodeado de pequenas flores cor-de-rosa e brancas. Minhas mãos se achavam cruzadas sobre o peito. Tentei me mexer, descruzar os dedos e sair do esquife, todavia não consegui mover um dedo sequer. É como falei: aquela dúzia de pessoas estava ao redor com semblantes graves, carrancudos.

Entre os circunstantes, mesmo um tanto de soslaio, reconheci Paulo Soares, meu ex-patrão, e alguns amigos da loja de peças de automóveis, onde trabalhei. Além desses, para piorar o estarrecimento, achavam-se perfilados à minha direita, para perto dos pés, Ricardo Gurgel, Leopoldo Nunes e Roberto, aquele amigo de Leopoldo e seu colega de trabalho como caixa do supermercado. Vi-me cheio de pânico. Tive um ímpeto de soltar um grito, mas, além de imóvel, estava emudecido. Aquilo era impossível. Esses três últimos indivíduos foram mortos e enterrados. Não poderiam, então, me velar naquele féretro, na sala de minha casa. Pois bem. Não conseguia me mexer nem proferir uma só palavra. Esse momento foi mais assustador do que me deparar com a desconhecida diante do São Sebastião. Após alguns minutos, felizmente, despertei. Era pouco menos de três e meia. Não mais consegui retomar o sono. Passei a manhã e a tarde desanimado, sem motivação para nada. Neste início de noite, enfim, ponho-me a relatar os minutos aterradores que passei em meio às brumas do sono.

Dessa maneira, portanto, como se isto pudesse extrair de minha cabeça a memória, os instantes de terror da noite passada, decidi escrever, verbalizar ocorrência tão desesperadora, deixar por escrito o registro do tormento da minha morte sonhada. Quem sabe até um sinal de que posso estar bastante próximo de ser deveras levado à cidade dos pés juntos. Felizmente, por mais que aquilo tenha me parecido tão real, ainda não foi desta vez que fui de fato parar na sepultura. Neste exato momento, devo admitir, sinto-me aliviado. Narro o funesto episódio (dois, na verdade) com o coração apaziguado, sem o horror, sem a possibilidade de ser enterrado ainda vivo. Isso mesmo! Embora estirado no caixão, cingido de flores, eu me encontrava bem vivo. Aos demais indivíduos que estavam à minha volta, entretanto, não duvido de que tivessem plena certeza de meu óbito. Aqui redijo, reporto semelhante agonia, entrementes estou cônscio de que preciso tirar esses minutos terrificantes do pensamento.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Conto/Romance
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