Testemunhando a covardia com que Mossoró se esquiva de temas importantes, mantendo sua vocação contemporânea para o consenso e o silêncio torpes, não posso esquecer dois personagens.
Um, muito próximo e ainda vivo. O outro, quase desconhecido e já extinto. Ambos meritórios e necessários ao meu enfoque, nesta postagem.
O primeiro, Canindé Queiroz, jornalista fundador do diário Gazeta do Oeste.
Repetidas vezes, ele se indignava com a leniência dos mossoroenses, que não se mexiam à proteção dos seus próprios interesses. Cunhou uma metáfora que simplifica tamanha pusilanimidade coletiva: "Um dia ainda vão roubar as torres da Catedral de Santa Luzia e ninguém faz nada".
Quem reage, resolve falar e encarar essa avalanche é classificado como recalcado, estabanado, louco, anarquista etc.
Com o pastor luterano alemão, Martin Niemöller (Veja AQUI), meu outro personagem, há outro modo de indignação à farsa e ao ultraje de um povo inteiro. Na primeira metade do século passado em seu país, resumiu no poema "Quando os nazistas vieram atrás dos comunistas" a sua perplexidade.
Leia Niemöller para perceber que não exagero. O texto é atualíssimo:
"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar…"
É só.
Caro amigo/jornalisa Carlos Santos: É bom lembrar que, há 11 anos, o ex-Banco HNF (antigo Banco de Mossoró), foi fechado em definitivo, o prédio foi “vendido” pela bagatela de R$ 160 mil, 54 ex-funcionários ficaram a ver navios sem receber idenizações trasbalhistas em processos julgados em todas as instâncias da justiça do trabalho, e a “sociedade” tupiniquim nada fez para evitar ou conter o assalto de um travestido de banqueiro, que atende pela alcunha de márcio tidemann duarte (em letras minúsculas mesmo!). Mossoró que tanto se vangloria de fatos como a libertação dos escravos cinco anos antes da lei Áurea, o 1º voto feminino, o combate ao bando de Lampião, ter a 1ª governadora mulher do RN que nasceu em solo mossoroense, assim como a 1ª senadora, dentre outros fatos menos relevantes. O Banco de Mossoró que, através de seus sócios majoritários – Fcº Ferreira Souto Filhio (Soutinho) presidente, e Edith Souto, esposa deste – colaborou com a eleição de todos, (eu disse TODOS!) os (sic) políticos mais influentes da (urgh!) política de Mossoró e do RN, e estes sequer o procuraram para retribuir-lhes a ajuda, quando da venda da instituição financeira genuinamente mossoroense. Sempre admirei o escriba Canindé Queiroz, com suas tiradas do tipo: “Um dia ainda vão roubar as torres da Catedral de Santa Luzia, e niguém faz nada”. Canindé só errou de endereço. Para finalizar, faço minhas as palavras de Chico Buarque, (é dele mesmo a frase?), que você tanto gosta de publicar: “Esta terra ainda vai cumprir seu ideal”. SERÄ???