Bom ficar atento à transição dos governos Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira (PSB). Não se trata apenas de uma troca de comando, com reflexos em aspectos burocráticos.
Os planos de mudança de governo estão sendo arquitetados com cuidado cirúrgico, para que possam repicar em duas frentes: a postulação de Iberê a governador e Wilma ao Senado.
Alterações no secretariado, ajustes em campanhas institucionais, priorização de uma série de programas de investimentos e outras medidas estão sendo estudadas. Antes mesmo da passagem de poder, a ordem é fazer a "máquina" funcionar a todo vapor.
A estratégia governista é engenhosa e, necessariamente, precisa ser eficaz. Do contrário, todos os seus esforços serão neutralizados adiante, no momento em que os efeitos precisam ser sentidos pela sociedade.
Com pesquisas em mãos, a cúpula governista sabe que a prioridade recai sobre dois gargalos: segurança pública e saúde. Noutra frente, alguns programas sociais estarão sendo desencadeados, ensejando sobretudo o interesses dos prefeitos à cata de convênios.
Missão
Porém ninguém espere que tudo esteja guardado para a gestão de Iberê, marcada para começar no inÃcio de abril. Não é bem assim. Não pode ser assim, sob pena de atingir mortalmente a própria Wilma.
A delicada missão de marqueteiros, homens do planejamento e da cúpula do wilmismo, é promover essa esperada "arrancada" ainda sob o comando da governadora. De outra forma, Iberê pode conquistar selo de "competência" na campanha, mas comprometer a postulação de Wilma – que seria vista como ineficaz.
É uma engenharia complexa.
Vários programas e investimentos serão anunciados logo após o Carnaval – com Wilma no governo. Iberê será endossante e continuador. Essa é a essência da transição.
Insensato imaginar que a governadora desistirá de concorrência a uma das vagas ao Senado ou Iberê entregará o jogo à oposição. Os dois não chegaram onde estão por acaso.
Quem cantar "já-ganhou" na aposta que ambos são "patos mortos", pode patinhar na própria autoconfiança exagerada. E cá pra nós: quem morre de véspera é peru e não pato.
Carlos, é evidente que se o Governo não conseguiu deslanchar em sete anos, não será agora, que vai conseguir. A não ser que ocorresse um milagre. Ou então, se o Governo tivesse deixado, de propósito, a situação se deteriorar até o ponto a que chegou, para, agora, dar a volta por cima. E, todos sabem, não foi isso o que aconteceu. Em primeiro lugar, os recursos são insuficientes; e, em segundo lugar, não foram utilizados de forma racional e eficiente, em cima de uma rÃgida definição de prioridades. Se Iberê for tentar inventar, com equipe nova, etc, aà é que será pior. Daqui que os novatos tomem pe’da situação, o tempo passou. Além de tudo, meu amigo, em qualquer governo conduzido politicamente, o último ano é um verdadeiro “Deus nos acuda”.