Por Marcos Ferreira
— Inácio Augusto?! — indagou a voz rouquenha.
— Aqui estou! — respondeu o velho cronista.
Ele atendeu à convocação e partiu, destemido.
Agora este eclético espaço, infelizmente, fica sem a opinião do senhor Inácio Augusto de Almeida. O homem, que não conheci de maneira pessoal, foi convocado pela Moça da Foice. Não sei, portanto, detalhes da pessoa nem da vida do senhor Inácio. Tão somente o que ele, de modo incansável, publicava no Canal BCS. Era, quem sabe, o mais atuante, o único ombudsman do Blog Carlos Santos.
Que sua família encontre a necessária força, conformação. Porque Deus é assim: envia e manda buscar pessoas. Possui os seus desígnios, e todo mundo (ou quase todo mundo) aceita isso de bom grado, de forma resignada. O senhor Inácio foi chamado por Deus para uma conversa mais próxima entre ambos. Sem conforto, conheço bem esse tipo de partida: já me tiraram meus pais e dois irmãos.
Também ainda no campo da suposição, imagino que este seja o segundo óbito, o segundo sinistro que este espaço dominical sofre desde o princípio de suas atividades. Não sei, posso estar enganado. Sou o mais novo entre os colaboradores do Canal BCS. Não vou ligar para Carlos Santos para fazer esse tipo de pergunta. O fato, porém, é que perdemos um expressivo colaborador. Suas ideias, contraditórias ou não, bem aceitas ou não, farão muita falta. Era ele uma espécie de pedra no sapato de certos políticos e indivíduos da sociedade mossoroense. Malquisto, ridicularizado.
Enquanto cidadão, personagem humana, não vou entrar nesse mérito, pois, como eu disse, não o conhecia nem mesmo de chapéu. Nunca nos avistamos, jamais trocamos um aperto de mãos. E assim (como eu) era ele para muitos que acompanham estas páginas do domingo um simples desconhecido, só um nome.
Com pouco mais de setenta anos, pelo que ouvi dizer, o senhor Inácio fez “a extrema curva do caminho extremo”. Sentença esta, mais uma vez, que pesco num soneto de Olavo Bilac. Então, sem retrato, sem foguetes, Inácio Augusto de Almeida partiu deste mundo para outro completamente indecifrável. Isto se deu na última quinta-feira, dia 16 de março do corrente ano. Foi sepultado no município de Granja, no Ceará. Talvez sua terra natal, coisa que não asseguro, ou de familiares.
Neste blogue, entre inúmeros comentários desferidos ao longo de mais de uma década, ele também deixou um romance incompleto.
De minha parte, embora não o conhecesse pessoalmente, como já referi, mantivemos um contado por telefone de pouca duração. Pois o senhor Inácio sempre esteve muito irritado com a política (com um determinado candidato à Presidência, na verdade) e deixava outros assuntos importantes de nossa amizade em segundo ou terceiro plano.
Enjoado daquele envio de conteúdo feroz, fui aos poucos me conservando em silêncio, e ele findou, não sei o motivo, me bloqueando no WhatsApp. Parou de me ligar e desapareceu da porfia política após seu candidato perder a eleição.
Ao fim e ao cabo, excetuando-se a sua virulência no tocante a alguns políticos, pude observar que o falecido era um indivíduo de bom coração, um sujeito de bem com Deus e respeitável. Torço que a sua obra inacabada (o romance chamado “Maranhão”) seja publicada, ainda que em edição póstuma e inconclusa. A pior coisa para um autor, ao menos para mim, é deixar algo assim, na orfandade.
Publique-se, portanto, preferencialmente com outras informações acerca do literato, o romance do senhor Inácio Augusto de Almeida.
Marcos Ferreira é escritor
Bom dia a você e a todos os leitores! Quanto altruísmo de sua parte, dedicar o seu espaço de fala, a falar de uma pessoa que o bloqueou no WhatsApp (seja quais forem as razões que o motivaram). Deixemos de lado as divergências que, certamente, ele tinha com os seus posicionamentos e falemos um pouco da morte: eu a senti de perto quando levou o meu pai há dois anos, mas ao mesmo tempo senti quão libertadora ela foi. Sempre pedi a Deus: conceda o milagre, se for de sua vontade; se não puder conceder, tende misericórdia! E ele foi misericordioso encurtando o tempo de vida previsto para o tipo de câncer que o destruiu fisicamente. Em dois meses ele disse sim ou foi sem querer, mesmo! O que eu senti foi gratidão quando ele morreu e disse: estou aliviada! Deus foi misericordioso com papai e com os que o amavam. Foi duro vê-lo, um homem que sempre foi o meu modelo de homem e ser humano, disposto e bem humorado, ser rapidamente consumido pela doença. Penso que tem pessoas chorando por Seu Inácio. Ele tinha uma vida que você não chegou a aprofundar o conhecimento. Só resta agora deixá-lo descansar na Paz! Esqueça o bloqueio do WhatsApp: pessoas nos incluem e nos excluem o tempo todo! Acontece! Tenha um bom domingo!
Amigo Marcos Ferreira. Sem dúvida, Inácio Augusto de Almeida fará falta. Tinha um estilo único, combativo.
Para mim, foi mais do que um amigo, foi um professor. Dizia-me “na lata”, quando um texto meu precisava melhorar. Tenho o privilégio de ter vários professores neste espaço, você, François, Honório, Carlos Santos.
Inácio deixa uma lacuna enorme neste Blog. Seus comentários e crônicas eram singulares.
Creio que continuar escrevendo será uma forma de homenageá-lo e manter viva a sua memória.
Um fraternal abraço.
Querido Odemirton Filho,
Bom-dia.
Ao contrário de você, infelimente, não tive a oportunidade de conhecer o senhor Inácio de maneira pessoaol. Nossas poucas convera se deram por telefone ou no WhatsApp. Por outro lado, meu caro, fico feliz que alguém com o seu caráter e com coração tenha estado junto a ele em tantos momentos, assim como outras pessoas. Li a sua bela e suave crônica em homenagem ao agora saudoso Inácio. Palavras suaves (como é próprio da sua escrita) e muito ternas, meio que um bálsamos sobre essa hora de pesar. Grato, ainda, por seu comentário. Natália lhe manda lembranças. Grato por seu comentário.
Uma ótima semana para você.
Abraço.
Querida Bernadete, bom-dia.
A exeplo de alguns neste Canal BCS, e até fora dele, concordei e discordei de algumas opiniões e posicionamentos do senhor Inácio Augusto de Almeida. Isto, portanto, não me impediu de respeitá-lo, embora tendo ele um pavio bem curto e uma escrita das mais contestadoras deste Blog do Carlos Santos. Creio que uma singela crônica em sua homenagem é o mínimo que ele merece agora que não está mais entre nós. Tal crônica, aliás, ele merecia em vida. Quanto ao seu comentário, mais uma vez, é de uma compreensão profunda e de admirável clareza. Portanto, grato por sua opinião e até o próximo domingo. Uma ótima semana para você.
O amigo que nunca vi…
Eis o Sr.Inácio. Nunca o vi. Começamos a conversar aqui no “Nosso Blog ” quando ele pelejava para adotar as filhas do primeiro casamento de Maria, sua esposa. Foi uma luta. Encantei-me por aquela batalha. Ele queria assegurar o futuro das meninas. Essa conversa prolongou- se até os últimos dias de sua vida. Sim, ouvi-o dizer: “vou morrer.” Não acreditei, a princípio. A verdade é que esse meu celular vai sentir falta das inúmeras postagens dele que me deixavam a par do que acontecia no RN e no mundo. A afeição que nasce aqui é real. Espero ter correspondido igualmente. Certo é que Sr.Inácio passou a fazer parte de minha família. Todos em minha casa o conheciam dessa maneira virtual. Rogo, em minha fé, para que ele descanse em paz, sabendo que choro aqui no Nosso Blog a sua ausência.
Até um dia, amigo do meu coração!
Prezada Naide,
Bom dia.
Divergências à parte, sempre nutri um honesto respeito pelo senhor Inácio. Assim como você, também não o conheci pessoalmente, conforme digo na crônica, todavia sentirei falta (já sentia) das postagens dele, da participação dele no Blog Carlos Santos. É mesmo uma pena que tenha nos deixado. Em mim fica, entre outros, o sentimento de tristeza por não tê-lo conhecido há mais tempo e não ter, ao contrário de Odemirtom Filho, sido uma pessoa mais próxima a ele.
Um forte abraço e uma boa semana para você.
Oi amigo Marcos, inerente ao que Bernadete Lino escreveu sobre a sua relação de amizade com Inácio, ratifico o registro dela, pois o conheço e sei da sua grandeza.
Para mim, todo homem se agiganta bem mais quando sabe perdoar ou desculpar. E você o fez com maestria principalmente escrevendo a irretocável homenagem em tela.
Perfeita!
Inácio deve tá em estado de luz diante tudo o que você escreveu.
Meu caro Rocha Neto,
Bom dia.
De antemão, amigo, quero cumprimentá-lo pelas sensíveis e tocantes palavras que você escreveu aqui neste blogue no mesmo dia em que Inácio faleceu. Grato, ademais, por seu comentário acerca de minha singela homenagem ao senhor Inácio. Creio que era o mínimo que eu, enquanto cronista do Canal BCS e amigo virtual do falecio, poderia fazer. Seu texto, volto a dizer, honra a amizade e benquerença que você tinha para com o senhor Inácio Augusto de Almeida. Ele deixará muitas saudades e um grande vazio neste espaço.
Forte abraço e até domingo.
Bom dia a todos, conheci seu Inácio o Detran quando fui supervisor pela última vez no governo de Robson Faria, vi nele uma capacidade de pessoa, com seu jeito morrendo más uma pessoa de bem, era crítico com políticos corrupto, más uma pessoa de bom coração. Acompanhei desde 2016 até os últimos dias de sua vida, no período de convalescença que começou na upa do Sto Antônio., bem acompanhado e bem assistido por todos da upa, e depois na UTI da Tarcísio Naia, e depois levado para a Capitsl Natal no hospital da gloriosa Aeronáutica, onde veio a falecer no dia 15.03 no hospital Rio Grande, seu corpo foi translado para cidade de Granja Ce, terra da sua amada Maria e suas filhas o acompanharam para seu sepultamento, o qual também fiz lna sua despedida, obrigado amigo fique no reino do céu.
NOTA DO BLOG – Que descanse em paz, Nogueira.
Prezado senhor Nogueira de Dodoca,
Bom dia.
Também me alegra saber que outra pessoa de nossa sociedade tenha sido próxima do senhor Inácio Augusto de Almeida e, enquanto ele em vida, lhe tenha prestado alguma assisstência. Grato, ainda, por seus esclarecimentos neste espaço. Que no futuro, assim como hoje, você continue acompanhando este Blog do Carlos Santos. Bem-vindo.
Ótima samana para você.
Abraço.
Nogueira de Dodoca, Sr.Inácio falava muito no amigo que esteve com ele até o seu final. Que Deus lhe abençoe.
Boa Noite, Marcos!
A morte é a única certeza que temos, parece clichê, mas é a pura verdade, tudo o mais é incerto, nos surpreende porque não sabemos o dia nem a hora, nem como irá acontecer. Aos poucos, vamos perdendo nossos entes queridos, só nos fica a lembrança! É o mistério da vida!
Descanse em paz, seu Inácio! Não o conheci, mas todos merecem a paz eterna!
Um grande abraço, meu escritor favorito!