Há tempos que o jornalista Cézar Alves tem empreendido uma cruzada em defesa da segurança pública do Rio Grande do Norte. É uma voz, mesmo assim, quase inaudível.
Ele prega no deserto e contra a maré.
Muitos acreditam que segurança é apenas uma questão de polícia na rua. Cézar Alves raciocina de outro modo.
Ele advoga sobretudo o investimento no binômio perícia-inteligência. Só com uma polícia técnica, pessoal especializado, é possível garantir a plena investigação dos crimes.
O jornalista fala com conhecimento de causa.
Só na 1ª Delegacia de Polícia de Mossoró existem mais de 400 inquéritos que tratam de homicídios, sem elucidação. Ou seja, um genocídio sem autor ou autores. Lembra uma guerra civil.
O caso não é de incompetência policial. Trata-se – na enorme maioria dos casos – de falta de meios à apuração dos crimes. Roubar, matar etc. compensam, pois.
Para vender uma ideia de aparente melhoria na segurança pública, o Estado repete a antiga fórmula de botar viaturas e homens à exposição pública. Em tese, o remédio ideal para reduzir a criminalidade. Ledo engano.
Enganam-se e tentam enganar a todos nós.
Sem perícia, sem pessoal preparado à investigação, o comum é que o criminoso continue triunfando.
Em São Paulo, que tem perícia, o índice de homicídios caiu em 18,5%, no período de 2002 a 2007, conforme o estudo denominado de "Mapa da Violência 2010".
Enquanto isso, no Rio Grande do Norte, que não tem perícia nem inteligência, aumentou 82% em igual espaço de tempo.
Estamos perdendo a guerra para o crime. De goleada. E não me parece que o quadre mude a curto e médio prazos. Por quê? Simples? A mentalidade dos nossos governantes não muda.
A carnificina vai continuar.
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