O líder do “rosalbismo” – ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM) – sempre utilizou o critério da boa performance em pesquisa, que encomendava, para justificar suas escolhas à campanha eleitoral. Foi assim, por exemplo, em 1988.
Ele apareceu como o melhor nome à disputa à Prefeitura de Mossoró, contra o primo e deputado estadual Laíre Rosado.
Sua mulher, pediatra Rosaba Ciarlini, despontava num empate técnico com o marido, mas terminou ungida e venceu a disputa que parecia impossivel de ser superada.
As sondagens indicavam que doutora Rosalba tinha maiores chances de crescimento do que Carlos. A tese foi sustentada e defendida pelo jornalista Canindé Queiroz, “pai” de sua postulação, “engenheiro” de sua ascensão àquele tempo.
Em 1992, prefeita aclamada pelas pesquisas, Rosalba não tinha o instituto da reeleição a seu favor. O jeito foi escolher um substituto.
Carlos utilizou a tática de “fermentar” o nome do vice-prefeito pefelista Luiz Pinto durante vários meses, para chegar ao período de convenções como “candidato natural”. Assim aconteceu.
O próprio Carlos promoveu um “rally” entre o empresário Manoel Barreto e o professor e ex-candidato a prefeito pelo PMDB, em 1982, João Batista Xavier, à seleção do vice. Ele queria João, então inscrito no PCB, para dar uma aura miscigenada à chapa com Luiz Pinto, do PFL (hoje, DEM).
Só que Manoel teve melhor desempenho. Aí o jeito foi Carlos Augusto convencê-lo que depois o compensaria com outra candidatura no plano estadual, o que nunca ocorreu.
Não precisou pesquisa para que Rosalba voltasse a ser candidata em 1996. A voz das ruas apontava que ela seria eleita. E assim aconteceu.
Em 2000, com o instituto da reeleição assegurado, Rosalba repetiu a vitória obtida antes, como todas as pesquisas indicavam.
Entretanto em 2004, Carlos Augusto voltou ao faz-de-conta do estratagema da pesquisa. Atraiu a ex-adversária e prima Fátima Rosado (Fafá) pro seu grupo e a fez prefeita eleita nesse ano. Em 2008, trabalhou por sua reeleição, o que ocorreu.
Nesse enredo, entretanto, existe outro porém.
Em 2004, desde o princípio que Carlos Augusto tinha “Fafá” como a candidata. Mas “bolou” outro “rally” a ser aferido em pesquisa, para justificar a escolha. Terminou submetendo a própria Fátima Rosado e a assistente social Cláudia Regina (ambas do PFL, hoje DEM) a uma disputa interna estressante e humilhante. Uma farsa que só elas não sabiam que estava acontecendo.
E agora, nos meses que antecedem as eleições de 2012, será que pesquisa vai outra vez nortear a escolha?
Se essa for a “bússola”, é provável que Carlos prove do próprio “veneno”, sendo obrigado a aceitar o que seus aliados do Palácio da Resistência querem. Fafá & irmãos dão as cartas, até o momento, com a “receita” de Carlos à mão.
“A história se repete”, afirmou o filósofo Karl Marx. Segundo ele, “a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.
Será?
Para o também filósofo Friedrich Hegel, a história não tinha um “destino cego”. Há uma razão para tudo.
Na política paroquial nada é por acaso. O embuste tenta dar razão a tudo, principalmente à vontade dos que estão no poder.
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