Por Jânio Rêgo
“Igrejinha do fundo redondo” de onde partiram os principais disparos da peleja do povo da cidade do Mossoró com o bando de Lampião.
Essa história é contada em prosa e verso e em espetáculo teatral exibido no patamar defronte à porta principal, todo mês de junho, exatamente dia 13, dia do Santo Antônio que por conta disso praticamente se tornou a entidade mais reverenciada no templo do que o próprio padroeiro, São Vicente de Paula, com direito a novenário e nicho especial no altar.
Foi ele o protetor, o que guiou a mira do fuzil do atirador que acertou Colchete e logo em seguida Jararaca que foi conferir o corpo do colega.
Colchete morreu na hora. Jararaca, preso, foi executado à beira da cova.
Seu túmulo, no Cemitério São Sebastião, é hoje motivo de curiosidade e adoração mística nos dias de finados.
Tínhamos orgulho dos nossos antepassados mossoroenses que se organizaram para defender a cidade. O atirador da torre ainda era vivo quando minha geração jogava “pelada” no patamar. Era um velho silencioso e sistemático que todas as noites sentava-se na calçada de sua casa para tomar a fresca do vento Nordeste, como faziam todos naquele tempo.
Mas, também admirávamos, confesso, o cangaço, os cangaceiros, como todo nordestino influenciado pela “cultura da valentia” que nada mais é que um brutal instinto telúrico de violência que infelizmente ainda paira sobre o Brasil.
Jânio Rêgo é jornalista
























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