domingo - 21/12/2025 - 07:30h

A “Igrejinha do fundo redondo”

Por Jânio Rêgo

Igreja de São Vicente, no Centro de Mossoró (Foto: do autor)

Igreja de São Vicente, no Centro de Mossoró (Foto: do autor)

“Igrejinha do fundo redondo” de onde partiram os principais disparos da peleja do povo da cidade do Mossoró com o bando de Lampião.

Essa história é contada em prosa e verso e em espetáculo teatral exibido no patamar defronte à porta principal, todo mês de junho, exatamente dia 13, dia do Santo Antônio que por conta disso praticamente se tornou a entidade mais reverenciada no templo do que o próprio padroeiro, São Vicente de Paula, com direito a novenário e nicho especial no altar.

Foi ele o protetor, o que guiou a mira do fuzil do atirador que acertou Colchete e logo em seguida Jararaca que foi conferir o corpo do colega.

Colchete morreu na hora. Jararaca, preso, foi executado à beira da cova.

Seu túmulo, no Cemitério São Sebastião, é hoje motivo de curiosidade e adoração mística nos dias de finados.

Tínhamos orgulho dos nossos antepassados mossoroenses que se organizaram para defender a cidade. O atirador da torre ainda era vivo quando minha geração jogava “pelada” no patamar. Era um velho silencioso e sistemático que todas as noites sentava-se na calçada de sua casa para tomar a fresca do vento Nordeste, como faziam todos naquele tempo.

Mas, também admirávamos, confesso, o cangaço, os cangaceiros, como todo nordestino influenciado pela “cultura da valentia” que nada mais é que um brutal instinto telúrico de violência que infelizmente ainda paira sobre o Brasil.

Jânio Rêgo é jornalista

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Categoria(s): Crônica

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