domingo - 22/06/2025 - 05:50h

A importância da família no tratamento oncológico

Por Keillha Israely 

Arte ilustrativa (Fonte: Web)

Arte ilustrativa (Fonte: Web)

O tratamento oncológico é algo que não é fácil e que assusta, pois, o câncer carrega por si só inúmeros preceitos e preconceitos, afinal, até hoje, existem pessoas que se negam até a falar tal palavra, pois acreditam que é algo tão ruim que se dito, atrai. É algo do senso comum, que infelizmente perdura.

A notícia de um diagnóstico de câncer abala diretamente o paciente e seus familiares. “É como se o mundo estivesse desabando”, “Uma sensação de ter uma bomba caindo bem na sua cabeça”. Essas são algumas das expressões que ouvimos logo no primeiro acolhimento social.

O serviço social é a porta de entrada da Casa Durval Paiva, quando o paciente recebe o diagnóstico de câncer, ele é encaminhado para instituição a fim de receber todo o suporte necessário. Nós somos os primeiros profissionais a termos contato com o paciente e sua família, e é possível aprendermos a forma como estes chegam aqui. Muitas vezes, assustados, com medos e angústias, cheios de dúvidas e questionamentos. Trata-se de um processo longo e repleto de altos e baixos. Entretanto, tudo fica mais leve quando esse paciente tem uma família para dar suporte.

Mas, afinal o que é família? Falar sobre família não é algo fácil, afinal cada família possui suas singularidades, trata-se de um conceito difícil. Para nós não existem rótulos, família não se restringe a laços de sangue e sim, vínculos afetivos, onde há amor, compreensão e cuidado, não esquecendo que nesse contexto também há: conflitos, divergências e atritos. Não importa a configuração, se existe amor, cuidado, zelo e apoio, essa família faz toda a diferença na vida do paciente.

São os gestos mais simples que contribuem de forma significativa no processo de tratamento oncológico. A companhia diária nas internações, o apoio da mão, nas inúmeras furadas para colher exames, o cuidado e atenção na hora de preparar as refeições e oferecer as mais diversas opções de comida, na hora da falta de apetite e enjoos constantes, o apoio no momento da queda dos cabelos, do emagrecimento ou as mais diversas mudanças físicas, de humor etc.

Enfim, é incontestável a importância e o protagonismo da família durante o tratamento oncológico. E as diferenças entre os que têm esse apoio e os que não tem é significativa, os rebatimentos são percebidos nas mais diversas áreas: social, física, psicológica, dentre outras. E quando a ausência e o suporte familiar acontecem é necessária uma intervenção constante e comprometida da equipe multidisciplinar, com o objetivo claro de fortalecer esses vínculos tão necessários e importantes.

Keillha Israely  é assistente social da Casa Durval Paiva (Natal)

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Marcos Pinto. diz:

    Já observei que os doutores da medicina evitam pronunciar o nome CÂNCER para os seus pacientes, resumindo-o a uma só sílaba : C.A. Entendo que nem todos os pacientes tem resiiliência suficiente para receber a impactante notícia de que está acometido por violento câncer, em estágio de metástase. Se algum dia eu for acometido por esta insidiosa doença faço questão de saber sobre como será a via crucis a ser percorrida. A reação será, com serenidade alicerçada na fé cristã, sem choromelas, o suficiente para não despertar sentimento de dó em ninguém.. O meu saudoso pai, quando constatado o câncer pulmonar ocasionado pelo consumo exacerbado do tabaco vegetal (Prefiro o carnal !) entregou-se a um mutismo cotidiano, quase perene. Ele consumia diariamrnte 03 maços de cigarros (popularmente diz-se três s carteiras de cigarros).. Lembrei-me do Ex-Drputado Federal Nélio Dias, que diante a contundente notícia do médico de que o câncer pulmonar já se encontrava em estágio teminal, sem demonstrar nenhuma espécie de revolta, falou para o médico wue iria continuar como inveterado fumante ate o seu último dia. Cconcordo com esta atitude. Se causa prazer e não tem mais cura, que se dane a necessidade de cessação do ” consumo “tabacal “. Isto posto – vida que segue..

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