Não é fácil a situação do ex-deputado federal Laíre Rosado, implicado na "Máfia dos Sanguessugas", em denúncia do Ministério Público Federal (MPF) no dia 1o de junho do ano passado.

Seu interrogatório hoje (veja matérias abaixo, postadas desde a madrugada dessa terça, 17) à Justiça Federal, em Mossoró, o colocou diante de diversas dificuldades.

Pela cópia do relatório que este Blog possui, com 244 páginas da denúncia do MPF, além de mais de 944 páginas do relatório da "CPMI das Ambulâncias" e depoimentos de outros implicados à Justiça Federal em Mato Grosso, o quadro é aterrador. Dificílimo para o ex-parlamentar.

Ainda mais se levando em conta que Laíre não possui mais a prerrogativa da imunidade parlamentar.

Na denúncia do MPF, Laíre é identificado assim: "(…) o ex-deputado federal Laíre Rosado (então no PMDB/RN) associou-se de maneira estável e permanente ao núcleo empresarial da organização criminosa, direcionando emendas parlamentares de acordo com os interesses do grupo". 

Darci Vedoin, um dos sócios da empresa Planam, centro das sujeiras investigadas, em depoimento ao juiz federal Jéferson Schneider, dia 21 de julho de 2006, deixou Laíre Rosado seriamente enrascado.

Pela cópia do interrogatório de Darci Vedoin, em poder deste Blog, é fácil perceber que o negócio das emendas orçamentárias, sempre beneficiando a Apamim e Fundação Vingt Rosado, controladas pela família de Laíre, era muito interessante.

Nomes de genro, cunhado, motorista e outros empregados seriam usados como laranjas, para vazão de "bolas". 

Na tabela da corrupção, o político mossoroense levaria 10%  "a título de comissão, sobre os recursos destinados à área da saúde, para aquisição de unidades móveis de saúde e equipamentos médico-hospitalares (…)", afirmou Darci Vedoin.

Fotocópias de cheques e outros documentos estão anexadas ao processo.