Por Odemirton Filho
Domingo passado resgatei algumas lembranças do grande Alto de São Manoel. De tempos idos e vividos. Todavia, há outras saudades da minha Mossoró “das antigas” que gostaria de dividir com os leitores.
Saudade de tomar banho de chuva no quarteirão onde ficava a minha casa, aproveitando as águas de março e disputado as biqueiras dos prédios com os outros meninos.
Da padaria de meu pai onde vivi os bons momentos da infância. Da bolacha sete capas que esfarelava na boca.
Da hora do recreio no Colégio das irmãs e de comer uma coxinha com um guaraná Brahma. Do Diocesano e do professor Zé Carlos com a sua fala mansa, aliás, único dez na minha vida escolar em matemática. Da turma do Abel Coelho no antigo segundo grau e do professor Ney.
Dos colegas que cursaram Direito na Uern e da querida e saudosa professora Hélderi Negreiros com suas fichas nas aulas de Direito Administrativo.
Saudade de ir, boquinha da noite, ao Bar do Gordo com o meu pai e minhas irmãs. Do Restaurante de Severino da carne assada. Da Lanchonete Tube. De comprar umas cervejas na Geladinha. Dos Festivais de Chopp pra ganhar uma caneca bonita.
E os bingos no Nogueirão? Uma vez minha mãe foi sorteada com um carro. Pense numa alegria! Saudade de ir com os meus pais fazer a feira no Supermercado Sirva-se para comer na lanchonete de lá. Ou seria o supermercado Jumbo?
Saudade dos grandes comícios de antigamente. De descer em passeata o Alto de São Manoel, encerrando no Ferro de Engomar, no Largo da Cobal ou do Jumbo. Mentira! Gostava mesmo era dos shows.
Saudade da pizza, das festas e da boate da “Panizaria” de Patrício português. Da maionese do Laçador e do filé à parmegiana do Flávio´s. Do Frango de Olinda. Do restaurante Kancela. De ouvir música ao vivo no Meca Shopping sexta-feira à noite.
Do Bar Burburinho e da boate que ficava ao lado. Do Realce e suas festas das boas. Das noitadas na boate que ficava em cima da Padaria 2001. De tomar umas no Chap Chap. Do Acapulco´s de outros tempos.
Lembranças das festas no BNB Clube. Das serestas na Churrascaria Mossoró e na antiga rodoviária. Do clube Asfarn e do Sesc no domingo à tarde. Duvido que o leitor tenha curtido a boate “Psiu” e ido à Casa de Show Tony Drinks.
Das festas no clube Riachuelo e, aqui ou acolá, uma festinha no Clube Nassau. E as vaquejadas do Puxa-boi? O forró começava à tardinha e entrava noite adentro. Eita! Que lembrança boa.
Nas festas, quase sempre, havia a participação de uma dessas bandas: os Bárbaros, Anderson musical, Flor da Terra, Brasa 5 e Elo musical. E, claro, o som de Ivanildo e seu Sax de Ouro nos bailes tradicionais, como os de debutantes.
Lembrança da “festa “americana” na casa de amigos ou conhecidos pra reunir a galera. O ruim era quando o disco de vinil estava arranhado ou agulha da radiola quebrava.
Saudade de comprar um vinil em Glênio Discos, ali, por trás do Cine Pax. Ou, talvez, gravar uma fita K7. Às vezes a fita enrolava, dava um trabalho danado pra desenrolar com uma caneta.
Não tenho um pingo de saudade de quando ia comprar um botijão de gás de cozinha. Era um desassossego. Ficava em uma longa fila, “no sol quente”. De enfrentar as filas do BANDERN.
Como era bom passear na praça da Catedral de Santa Luzia aos domingos, após às missas das 19:00h, dando voltas e mais voltas, à espera da sessão no Cine Cid. Já falei em outras oportunidades sobre os vesperais do Pax e do Caiçara.
Saudade de percorrer a rua da Catedral, nas antigas festas da padroeira, pra lá e pra cá, lotada de gente e barracas. O parque de diversão era montado em frente ao Museu Lauro da Escóssia. Da homilia do Monsenhor Américo Simonetti com sua fala suave.
Já casado, de assistir às missas na Igreja de São Manoel, celebrada pelo meu querido padre Guimarães Neto e sua voz grave. Do meu grupo do Encontro de Casais com Cristo. De trabalhar nas festas do padroeiro e dos leilões para arrematar um frango assado.
Saudade de levar meus filhos pequenos para visitar o zoológico da Esam. Os olhos brilhavam quando viam os macacos e os jacarés. E eu ficava feliz com a alegria deles.
Pois bem, taí um pouco da minha Mossoró “das antigas”.
Quem sabe o leitor encontre nestas linhas um bocadinho de suas lembranças e saudades.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
Rapaz , parabéns por retratar a nossa Mossoró com todas as suas particularidades , não vi aqui vce falar do cachorro
quente de seu Francisquinho servido com garfo e faca .
Verdade, são tantos momentos
que sempre falta algum detalhe.
Abraços.
Revive com sua esplanaçao o meu tempo que coisa linda passei por todas as etapas deste momento que jamais se esquece parabens amigo por esta coluna uma boa tarde.
Sempre é bom relembrar o passado. Que bom que
você mergulhou em suas saudades.
Amigo, você hoje se superou em termos dr recordações e memória, me rendo, confesso!
A sua memoria mexeu com a nossa Mossoró do passado em suas quatro regiões geograficas, sempre dando ênfase ai centro aonde vc morava com seus pais, que tinha a casa cercada por uma boa vizinhança composta por Edna Medeiros esposa de Paulo Lucio, o velho Tiburcio Soares, José Hilton casado com Ivaneide, Professora Rosália Paula, Dona Ritinha esposa de Sebastião Vieira, tidos estes tinha tinham o costume de colocarem cadeiras gerdau em suas calçadas para ver o sol se por, coisa impossível nos dias atuais. Ô que tempo bom!!!
Meu caro Rocha, são tantos bons momentos que talvez
nunca consiga resgatar todos.
Vamos em frente. Um forte abraço.
Odemirton fala de saudades.
Saudade só sentimos de momentos felizes. E como foram tantos os momentos felizes do Odemirton.
Crônica de qualidade que destaca MOSSORÓ e mostra ser esta uma terra rica em talentos.
Que no próximo domingo não nos falte a crônica deste escritor que coloca o coração no bico da pena.
Meu dileto Inácio. Tu sabes a admiração que tenho
por você. És meu professor. Obrigado pelos seus
comentários, sempre generosos.
Um fraternal abraço, mestre.
Prof.Odemirton. Dá para escrever um livro recheado de boas recordações. Impossível esquecer o filé à parmegiana do Flávio’s. Fiquei lembrando e considero impossível haver outro igual! Parabéns!
Não consegui chegar ao final da leitura, as lágrimas não permitiram.A saudade é tão grande que me levam as lágrimas.
Oi Naide Maria, meu filho Cyro Rocha, é proprietário do Restaurante Prato dr Ouro aqui em Mossoró, e herdou todo staff dos profissionais da cozinha do Restaurante Flávios, a clientela do restaurante Prato de Ouro é um grande reduto oriundo do Flávios, procuramos adaptar o nosso cardápio as boas qualidades da cozinha do casal Flávio/Augusta. No PRATO DE OURO as solicitações predominantes são o Filé a Parmegiana, Medalhão ao Molho Madeira e o Frango a Cubana. Quando vier à Mossoró, nos faça uma visita. Um abraço
NOTA DO BLOG – Sou cliente da época do Flávio’s e repito a fidelidade no Prato de Ouro, um local muito agradável, em frente à sede do IFRN em Mossoró.
O filé à parmegiana não deve ter outro parecido, a salada russa, o medalhão ao molho madeira…e aquela buchada, hein? Chega. Boa noite e bom apetite a todos.
Sou cliente do Prato de Ouro. Realmente a comida é
de primeira, além, é claro, da boa conversa com Rocha
Neto.
Vale a pena conhecer.
Sou do tempo de algumas citações, tais como: cine Pax, Glenio disco e etc. Parabéns muito bom.
Excelente, amigo. Parabéns.
Meu jovem Odemirton, lendo esta sua belíssima explanação da nossa Mossoró das antigas, fiz-me entrar no túnel do tempo e até parece que eu andava “encangado” com você, simplesmente porque vivi tal e qual do mesmo “modus operandi” da sua narração.
Há alguns anos atrás, li em algum lugar na internet, todos os barzinhos e clubes que eram o “point” do momento das noitadas mossoroenses, nas décadas
’70 e ’80, tais como: cantinho bar, kashinauá, clube Realce e tantos outros, onde tentei reencontrar esta matéria sem sucesso.
Parabéns jovem Odemirton, você me fez voltar no tempo da nossa querida Mossoró.
PS. Para o seu conhecimento, fui vizinho onde morava, creio que o seu avô por nome de sr. Firmino uma casa de esquina no centro na R. Jerônimo Rosado com R. Almino Afonso.
Agora lembrei, alguém lembra se antes do Realce , teve um clube chamado Vida Vida?
Porque na minha mente teve esse clube