segunda-feira - 06/04/2009 - 10:55h

A missão de Leônidas Ferreira em Mossoró

A morte do médico, ex-deputado estadual e ex-secretário de Estado Leônidas Ferreira (DEM) no final de semana, me remete ao passado.  Lembro-me de um caso em especial.

Transporto-me para 1993.

No dia 21 de agosto, o jornal Gazeta do Oeste denunciava suposto caso de favorecimento no governo do prefeito Dix-huit Rosado, envolvendo o presidente da Fundação de Cultura, agitador cultural Gustavo Rosado – seu sobrinho.  A partir daí começaria uma sequência de reportagens sobre o episódio.

Entrevistado pela Rádio Gazeta no dia 24, Gustavo acusa o jornal de “distorcer os fatos”.

No dia 7 de setembro, o prefeito demite o músico Nil Costa, que atuava diretamente com Gustavo. Sindicância constatara a veracidade da denúncia do periódico. Mas não parava por aí esse enredo.

No dia 18 de setembro, Gustavo abre campanha pública contra o diretor da Gazeta do Oeste, jornalista Canindé Queiroz. Irado, ele leva trabalho de panfletagem às ruas e céus da cidade, promovendo uma catilinária contra o jornalista, mas sem responder às acusações que lhe foram imputadas.

É aí em que entra em cena Leônidas Ferreiras, secretário da Casa Civil do então governador José Agripino. No dia 25 de setembro, o secretário desembarca em Mossoró para negociar armistício para pôr fim aos ataques possessos de Canindé contra Gustavo.

O jornalista partira para a descontrução moral. Perdera as estribeiras, que se diga.

Em várias colunas que assinara no período, rotulava Gustavo com apelido preconceituoso e censurável, colocando-o à ridicularização pública. Virou uma pecha.

Meses depois, Gustavo era demitido pelo prefeito, precisamente no dia 11 de janeiro de 2004. Antes disso, ainda obtivera do tio, no dia 22 de setembro, uma nota de solidariedade de todo o secretariado.

Só o titular da Educação, professor Anchieta Alves, recusara-se à curvar a cervical. No dia 1° de outubro daquele ano, Anchieta era retaliado com exoneração do cargo. Mas na Câmara de Vereadores, no dia 8 de outubro, ela ganharia moção de apoio por 14 votos a zero.

Homem de perfil moderado, Leônidas conseguiu pacificar Mossoró, para que o governador pudesse instalar o governo no dia 28 de setembro, período das festividades do dia 30 – data magna do município.

Acompanhei de perto esse período e até participei dele. Sei como foi significativa a palavra do doutor Leônidas naqueles tempos conflituosos. Atuava na Gazeta do Oeste e testemunhei o doutor Leônidas obter êxito em mais essa missão.

Que descanse em paz.

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Comentários

  1. Alcides diz:

    Foi mesmo um bombeiro da situação o Dr. leonidas. Mas o apelido era C.. de ouro né??

  2. José Antonio diz:

    Certamente hoje Canindé o denominaria de “O todo poderoso C. de Ouro”, não abrigo a mínima dúvida. Foi bordão durante várias situações, o próprio Canindé mandar essa cambada (naquela época) tomar nas calipígias.

  3. Amarildo Martins Tavares diz:

    O Dr. Leôniadas Ferreira,que descance em paz,pois o mesmo era um pacificador,amigo e leal,tive o prazer em conhece-lo e conviver um pouco com ele.ouvi muitos conselhos sempre pensando na paz.

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