Por François Silvestre
“A arte é necessária; não sei pra quê, mas é”, disse Ernst Fischer. Assim pode-se dizer o mesmo da política.
É bem verdade que aqui não se fala de política estritamente eleitoral, partidária ou participativa. Essa sim, pode ser descartada pela vontade ou enfado. Porém, a política, no sentido amplo do conviver familiar ou social, está presente de forma tão indispensável que nem notamos.
Da mesma forma que não percebemos o ar ao respirarmos. Só sentimos sua falta no afogamento ou na asma.
Politizar-se é uma forma de aprimoramento da dignidade. Seja pela participação ostensiva ou pelo simples observar conscientemente. E essa observação consciente se dá pela crítica.
A crítica é o mecanismo instrutivo que liberta. Da lição de Karl Marx: “A crítica não pretende enfeitar as grades, com flores, para atenuar o cárcere. Mas quebrá-las, para a colheita da flor viva”. Inclusive para quebrar amarras ideológicas.
Marx não era marxista.
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Como sempre,o nosso François Silvestre nos brinda com mais uma bela e profunda síntese sobre a necessidade, diria mais, a imprescindibilidade da política na vida de todo e qualquer cidadão.
Aqui ou Antilhas, alhures e plagas próximas e (ou) distantes, emtpos antanhos, atuais e (ou0 nas calendas cada dia mais se afigura indiscutível tais argumentos.
Nesse contexto, temos que, não será obra do deus-mercado ou da livre-iniciativa a criação de oportunidades de geração de renda e de emancipação dos povos do sertão miserável historicamente esquecido. Nem foi resultado do acaso a agressão às democracias do Brasil e do Chile, em 1964 e 1973. Uma administração pública pode assistir passivamente aos conflitos que travam seu Poder Judiciário. Ou pode, como em Diadema e Olinda, preparar seus cidadãos para mediar conflitos, incentivar o diálogo e cultivar a paz.
E se é verdadeiro que o Estado interfere diretamente na vida das pessoas, para o bem ou para o mal, também é fato que a participação das pessoas na política de sua cidade, seu estado e seu país pesa muito nas ações dos governantes. O exercício da democracia não se esgota no processo eleitoral. Os rumos que queremos para nossa vida também podem ser decididos pela vigilância e pela pressão social sobre os eleitos.
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.