Ao longo desta semana o deputado e ex-pastor Antonio Jácome (PMN-RN) foi manchete em quase todos os jornais (impressos e televisivos) e blogs do Estado. O assunto que o levou a ocupar este precioso espaço foi de cunho pessoal e, ao meu ver, de ordem restrita ministerial.
O deputado Antonio Jácome foi, como político, quase uma cria de meu pai, pastor João Gomes. Por esta ligação guardamos, apesar das divergências políticas, linhas de comunicação com familiares seus e mantemos amizades em comum na igreja e no ministério assembleiano.
O assunto tratado no âmbito da Comissão de Pastores que o investigava no princípio das acusações e logo depois na Comissão que definiu pela sua exclusão do colegiado de pastores, no meu entendimento, era um assunto muito delicado.
De posse de todas as informações mantive, em comum acordo com familiares e amigos, uma distância privilegiada. Não noticiei, não comentei. Recebi recomendações da minha genitora, irmã Angelita Gomes, amiga da família Jácome, para me manter na neutralidade sobre o referido assunto. Cumpri com estas e com as minhas próprias determinações.
Era impossível que algo tão maléfico à doutrina exposada pela Igreja fosse abafado e conseguisse escapar da indignação de tantos que já sofreram nas mãos de Antonio Jácome. A Bíblia Sagrada, regra de fé dos verdadeiros cristãos, condena claramente o adultério e o aborto.
Ela também afirma, de forma categórica que não há nada encoberto que não venha a ser revelado. O deputado e ex-pastor Antonio Jácome sabia e sabe de tudo isso, até mesmo porque se credenciou como um dos mais respeitados teólogos da Igreja no RN.
Outro equívoco partiu do próprio deputado. Ao usar a Tribuna da Assembléia e os principais jornais e telejornais do Estado para se pronunciar sobre o assunto agiu impensadamente. Sem uma boa assessoria e sem um grupo político que lhe aconselhe em decisões tropeçou na sua própria fala.
Trouxe à tona um assunto que a cúpula assembleiana já havia encerrado há quase vinte anos atrás. Na época os jornais de Natal denunciaram Antonio Jácome por abuso sexual contra menores, fato apurado por uma Comissão da Igreja que o inocentou. Os novos eleitores do deputado, aqueles de dezesseis e dezoito anos, não tinham notícia desta acusação. Agora já sabem!
Quem lhe chantageia? Pastor Raimundo Santana? Pastor Elinaldo Renovato? Não acredito que nenhum dos dois tenham o interesse em lhe prejudicar ministerial e politicamente. Quem lhe persegue? Pastor Martim Alves, seu correligionário incondicional, confidente e amigo de todas as horas? Também não creio.
Não acredito que a Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Rio Grande do Norte (IEADERN), por meio das centenas de obreiros (pastores, evangelistas, presbíteros e diáconos) e nem tampouco seus quase 60 mil membros (a maioria seus eleitores) tentem lhe perseguir ou chantageá-lo de alguma forma.
Convém repensar sua estratégia de enfrentamento da questão.
É hora de se espelhar no salmista Davi, pastor e rei, homem público como você, vítima das mesmas paixões que lhe atormentam nesse momento e aceitar a disciplina e a correção imposta pela Igreja de forma humilde e aguardar o perdão de Deus.
Essa é a verdade!
Jaílson Gomes é sociólogo e cientista político
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