Acompanhando noticiário sobre a tragédia na Fonte Nova, estádio de futebol em Salvador (BA), transportei-me imediatamente para 2004. Mossoró poderia ter protagonizado – ou não – cena parecida ou pior.
Para quem não lembra por conveniência ou por demência mesmo, assinalo que à ocasião, na iminência de decidir e ganhar um inédito título de campeão estadual de futebol, o Potiguar viu o Estádio Nogueirão ser interditado pela Justiça. O repórter-fotógrafo César Alves fizera a denúncia.
Arquibancadas poderiam ruir.
Enfurecida, uma turba de "valentões" andou prometendo "pegá-lo" e até apedrejar o Jornal de Fato onde atua até hoje. O que ocorre em Salvador agora, poderia ter acontecido em Mossoró.
O alvirrubro terminou atuando no Nogueirão com espaço reduzido nas arquibancadas e sendo campeão. Em seguida, o quadro denunciado por César Alves gerou empenho da Prefeitura de Mossoró para restaurar o "Gigante de cimento do Nova Betânia", como a crônica esportiva o tinha batizado. Até aqui foi coisa para mais de R$ 2.5 milhões.
Um dia, por decência, seria bom que fizessem um reconhecimento público do valor social e humanístico da iniciativa de César Alves. Em Salvador, o Ministério Público chegou a denunciar e pedir providências. Foi ignorado.
Pena que essa força de protesto em nome de causas maiores, nunca tenha motivado a "massa" a impedir a morte de dezenas de crianças por falta de UTI Neonatal, o furto de milhões na atividade pública e a humilhação a dezenas de idosos no Amantino Câmara, que não têm o apoio devido.
Pobre Mossoró! Um dia essa terra ainda vai cumprir seu ideal.
* Veja AQUI o caso de Salvador.
* Veja AQUI, um depoimento de César Alves nos dias 13 e 14 de abril de 2004, ao saite "Photosynt.net," relatando o episódio em Mossoró e seu drama pessoal.
Esse é um exemplo de que a Justiça e o Ministério Público tem que ser ouvido, pois, sem interesses particulares. Na verdade, o que buscam é o interesse e bem coletivos. Ainda não percebeu a OAB ? Que pena.