Por Marcos Pinto
A primeira notícia de um componente desta tradicional família a pisar o solo Apodyense data de 17 de novembro de 1688, quando o Ouvidor Marinho inseriu em vilas os índios Tapuias Paiacus, encarregado para esse fim, na margem esquerda da Lagoa Itaú, antiga denominação da atual Lagoa do Apody. O local em que os índios foram vilados recebeu mais tarde a denominação de “Córrego da Missão de São João Batista.”
Compulsando o livro denominado de “Atestados de Óbitos das Várzeas do Apody 1766-1776” lavrado pelo 1° Cura das Várzeas do Apody, o Pe. João da Cunha Paiva que se encontra sob veneranda guarda do IHGRN- Pasta n°32, encontrei o Sr. João Dantas Marinho residindo na Aldeia do Apody em 1776. Já em 18 de novembro de 1739 o Tenente-Coronel Gaspar Barbosa Marinho recebia a concessão de Carta de Data e Sesmaria, ganhando a doação de três léguas de comprimento por uma de largura nas paragens conhecidas como Riacho do Canto e Riacho dos Quintos, entre duas serras, na Ribeira do Apody. Apesar de incontidas investidas nos liames toponímicos dos sertões do Apody não nos foi possível localizar estas terras como também o elo genealógico deste intrépido desbravador. Em sua petição requerendo esta data de Sesmaria consta que residia no distrito da Ribeira do Apody (vide Sesmaria n°195- 2° Vol – FVR – CM).
Outra vertente da família Marinho encontra-se na descendência do Ten-General Francisco de Souza Falcão e do Capitão Leandro Bezerra da Cunha. De certo temos um filho de Leandro por nome de Gonçalo Marinho Cavalcanti. Na concessão de Carta de Data e Sesmaria ao Tenente-General. Francisco de Souza Falcão, datada de 05/10/1745, consta que o mesmo era morador na Aldeia da Missão do Apody. (vide sesmaria n° 352- 3° vol – FVR –CM – maio de 2000).
Adentrando os liames genealógicos temos de concreto a origem dos Marinho que encontram-se dispersos em Apody e Caraúbas, partindo de documentos oficiais irrefutáveis, tais como inventários, livros de batizados e de óbitos existentes no 1° Cartório do Apody e, na Matriz da mesma cidade.
Sobre Manoel da Costa Travassos: filho do Cel. Carlos de Azevedo do Vale e Isabel Barros de Oliveira (da Bahia). Isabel era filha de João de Barros de Oliveira e Mariana da Costa Travassos.
Nos vetustos inventários Apodyenses de 1830 encontrei referência a este, dando conta de que o mesmo residia na Província da Paraíba, contudo, sem identificar a cidade ou vila. Na contemporaneidade deste ano, encontrei em pesquisa efetuada na “Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (vol. XVII)” que traz a resenha histórica dos municípios do RN e da PB, editada pelo IBGE em 1960, referência a Manoel da Costa Travassos à fls.269, na resenha histórica da cidade de Ingá-PB:
“…afirma Coriolano de Medeiros, no seu “Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba”: “Ingá tem sua história sujeita a controvérsias, de vez que diferem as opiniões a respeito de seus fundadores. Asseguram uns que um certo português Manoel da Costa Travassos obtivera em tempo remoto, permissão para explorar àquelas terras, ali fixando residência, dedicando-se à criação de gado e agricultura.”
Casou-se com Leandra Martins de Macedo, entre os anos de 1745 a 1750, filha de João Marinho de Carvalho (residente no Assu) e Ana Martins de Macedo.
Manoel e Leandra foram pais de:
F.01- Tenente Manoel João de Oliveira – casou-se com Antonia Maria de Jesus, filha do Alferes José Fernandes Pimenta e Josefa Maria da Conceição (segundo o Historiador Raimundo Soares de Brito, em seu célebre livro “Alferes Teófilo Olegário de…, Manoel João residia no sítio “boqueirão do brejo do Apody.”). São pais de:
N.01- Tenente Francisco Marinho de Oliveira
- 02- Joaquina Mariana de Jesus – casada com Vicente Ferreira Pinto (1°)
N.03- Ana Martins de Oliveira- nasceu a 20/05/1776, casou-se com o Sr. Francisco Xavier Cavalcanti no sítio “Brejo do Apody” a 27/11/1805.
N.04- Maria do Ó- nasceu a 13/04/1772, casou-se com Francisco José de Albuquerque em Apody a 08/05/1801.
N.05- José Simões de Oliveira – nasceu a 08/02/1784, casou-se com Ana Borges de Andrade (filha de Gonçalo Borges de Andrade e Maria de Jesus Martins) em 27/09/1803.
Do Tenente Francisco Marinho de Oliveira:
Aqui começa o extenso rol de descendentes com a denominação familiar Marinho. Nasceu o Tenente a 04/07/1794 no sítio “Boqueirão do Brejo do Apody” e faleceu no sítio “Joazeira” – Várzea do Apody, a 04 de Janeiro de 1859.
Casou-se com Josepha Maria da Conceição, filha de Francisco da Costa de Morais e Ignácia Maria da Conceição. Este Francisco de Morais era filho do Capitão Antonio de Morais Bezerra e Maria José da Cunha, fundadores, com Sebastião Machado de Aguiar, da povoação de São Sebastião de Mossoró. (vide “Velhos Inventários do Oeste Potiguar – Marcos Filgueira – CM – séria c – vol. 740 – pág 37 – 1992).
Francisco da Costa Morais faleceu em 1849 e sua esposa Ignácia faleceu em 1854.
Do casamento do Tenente com Josepha tem origem a vastíssima família Morais Marinho, dispersos nas várzeas do Apody como areia no deserto, e Marinho da Mota, d. Josepha Maria da Conceição faleceu no sítio Joazeiro a 08 de maio de 1863.
Francisco Marinho e Josepha são pais de:
F.01- Antonio Marinho de Oliveira:
- Casou-se com Francisca Florentina.
- Residiam no sítio “Boa Vista”, termo do Assu e Freguesia do Campo Grande-RN.
F.02- Carlota Joaquina de Oliveira:
- Casou-se com Joaquim Felício de Souza.
- Residiam no sítio “Cabôclo” – Apody-RN.
F.03- Francisco Marinho de Oliveira Júnior:
- Casou-se com Joana Gomes ou Joana Antonia da Costa
- Residiam no sítio “Joazeiro”.
F.04- Antonia Carolina de Oliveira:
- Nasceu em 1829.
- Em 1859 ainda encontrava-se solteira.
F.05- Augusta Joaquina de Oliveira:
- Casou-se com João Fernandes Vieira, filho de João Fernandes Vieira e Isabel Maria do Espírito Santo.
- Residiam no sítio do Padre (Apody).
F.06- Maria Leopoldina de Oliveira:
- Casou-se com Vicente Ferreira de Freitas.
- Residiam no sítio “Boa Esperança”, termo do Assu, freguesia do Campo Grande-RN.
F.07- Manoel João de Oliveira (2°) – vulgo “Manoel Marinho”
- Repete o nome do avô paterno.
- Nasceu em 1832.
- Em 1859 encontrava-se solteiro com 28 anos.
- Casou-se com Joana Baptista de Oliveira.
- Residiam no sítio “Joazeiro”.
F.08- Martiniano Marinho de Oliveira:
- Nasceu em 1833. Residiam no sítio “Joazeiro”.
- Casou-se com Maria Ferreira da Mota.
F.09- Francisca Joaquina de Oliveira:
- Casou-se com Manuel Daniel de Brito, filho do Capitão Simão Gomes de Brito e Maria Madalena de Medeiros.
- Residiam no sítio “Joazeiro” (Apody).
F.10- João Marinho de Oliveira:
- Nasceu em 1835.
- Casou-se com Antonia Maria de Oliveira.
- Residiam no sítio “Joazeiro”.
F.11-Domingos Marinho de Oliveira:
- Casou-se com Maria Francisca da Conceição ou Mariada Costa da Conceição.
- Residiam no sítio “Joazeiro”.
F.12- José Marinho de Oliveira (1° deste nome):
- Nasceu em 1836.
- Casou-se em 1° núpcias com Antonia Ferreira da Mota (filha de Antonio Manoel da Mota e Josefa Maria da Conceição).
São pais de:
N.1- Pedro José Marinho: casado com Lúcia Maria Conceição.
São pais de:
BN.1 – Francisca Maria da Conceição: casou-se com Raimundo Casado de Oliveira. Faleceu de parto no sítio “Baixa Fechada” a 22/06/1915, aos 27 anos de idade.
São pais de:
TN.1 -Isauro Camilo de Oliveira – nasceu em 1906.
- 2- Maria –
- 3-João.
TN.4-Ricarte.
N.02- Manoel Marinho de Oliveira – casado com Antonia Rufina de Oliveira.
São pais de:
BN.02- Silvério Morais Marinho casado com Guiomar..(do Ceará).
N.03- Maria- casada com Simplício Ferreira Lima.
(obs: o Sr. José Marinho de Oliveira faleceu na “várzea do Junco (Apody)” a 09/01/1908, aos 73 anos de idade. Casara-se em 2° núpcais com a cunhada Francisca da Mota Ferreira, com quem teve 10 filhos).
F.13- Sebastião Balbino de Oliveira ou Sebastião Marinho de Oliveira:
- Nasceu em 1838.
- Residia no sítio “Joazeiro”.
F.14- Francisco das Chagas de Oliveira:
- Nasceu a 22/07/1840.
- Residia no sítio “Joazeiro”.
F.15- Bárbara Maria de Oliveira:
- Nasceu a 04/12/1842.
- Residia no sítio “Joazeiro”.
F.16- Isabel Balbina de Oliveira:
- Nasceu em 1844.
- Residia no sítio “Joazeiro”.
OBS: Estes filhos deixaram vasta descendência em Apody, Caraúbas, Assu e Campo Grande.
OBSERVAÇÃO:
O F.12- José Marinho de Oliveira casou em 2° núpcias com Francisca da Mota Ferreira, irmã de sua 1° esposa, ambas filhas de Antonio Manoel da Mota e Josefa Maria da Conceição. José faleceu no lugar denominado “Várzea do Junco”, zona rural de Apody, a 09/01/1908, aos 73 anos de idade, e sua esposa 2° Francisca faleceu no sítio “Baixa Fechada” a 04/05/1931 aos 81 anos de idade.
José e Francisca são pais de:
N.01- Vicente Marinho de Oliveira – casou com Maria Francisca da Mota.
N.02- Joana Marinho – é a mesma Joana Antonia de Oliveira.
N.03 – Braz Marinho de Oliveira – são pais de Júlio Marinho. Casous-e com Francisca Ferreira da Mota.
N.04 – Rosa Amélia – faleceu em estado de solteira.
N.05 – Maria Conceição de Oliveira – casou com o Sr. José Carlos da Costa, natural da cidade de Almino Afonso- RN, antiga Vila Caieira.
N.06 – Maria Mercês de Oliveira – casou com João Batista da Mota.
N.07 – José Marinho da Mota – casou com sua sobrinha Zulmira Marinho, filha de seu irmão Pedro José Marinho e Lúcia Maria da Conceição.
N.08 – Angélica Francisca da Mota – casou em 1° núpcias com Manoel Antonio da Mota. Casou em 2° núpcias com Pedro Lúcio da Silva Alencar.
N.09 – Maria do Patrocínio – casou com José Antonio da Mota.
São pais de:
BN . 01 – Raimundo Mota: casou com sua prima Camila, filha de Raimundo Marinho e…
N.10 – Ana Marinho: casou com Manoel Matoso do Nascimento. Residiam no Ceará, no lugar denominado “Pereiro”.
Vê-se assim que, a tradicional família Marinho, do Apodi e região Oeste, tem origem no Capitão João Marinho de Carvalho e Ana Martins de Macedo. Apodi tinha vasto relacionamento com o Assu, dado as investidas do terço dos paulistas instalado no Assu desde 1698, com parte instalado em Apodi durante a famosa “Guerra dos Bárbaros”.
Dado que o vastíssimo entrelaçamento com as família Mota e Morais representa a maior família da Vetusta e Histórica Ribeira do Apodi. O respeitável comerciante apodiense estabelecido na Praça de Mossoró, Salvador Marinho costumava enfatizar – em suas costumeiras poucas e boas –
Que “Mota, Morais e ‘Marim’ cada vez mais ruim”.
Marcos Pinto é escritor
Estimado Marcos,
Nasci na cidade serrana de Portalegre, do topo daquela serra de Cantofa e Jandi – duas indias que deram origem a lenda do encantamento das matas da bica da cidade – vê-se a sua cidade ao longe, e aonde a família Marinho teve presença marcante, ao lado da dos Pinto, Araújo, Oliveira, Nogueira e outras mais, que hora me foge a memória. Desde criança curiosa que fui, sempre ouvia falar sobre estas ramificações familiares que tinham a cidade de Apodi como referência.
Seu trabalho em tela neste espaço do BCS inerente a família Marinho, estar supimpa. Parabéns!!
Meu nome é Manoel Domingos Marinho Ferreira sou Neto Manoel Martin Marinho
Tem parentesco meu nesta equipe
Sim, Lourival marinho neto de Francisco marinho.
Meu nome é Omar Marinho de Macedo filho de Joel martins de macedo e luci marinho da silva sou de Recife/PE, meu pai e da cidade de Sape na paraiba e mamãe é Recife/PE. meus avós são
de Timbauba PB. Poderiam me informar se existe parentesco nosso com esta equipe?
Olá
Tudo bem?
Minha amada avó Carmita Marinho dizia ser índia.
Filiação:João Marinho e Maria das Dôres
Algum paretesco na árvore?
Desde já agradeço
Meus cumprimentos.
Olá
Tudo bem?
Minha amada avó Carmita Marinho dizia ser índia.
Filiação:João Marinho e Maria das Dôres
Algum parentesco na equipe?
Desde já agradeço
Meus cumprimentos.
Meu pai não conhece os tios, primos ou quem quer que seja de sua árvore genealógica.
Ele relata que o seu pai(Antônio Marinho) era filho de um primeiro casamento do seu avô junto com uma irmã, e depois, seu avô casou-se com uma cunhada e teve diversos filhos, meu avô é do início dos anos 1900, o avô do meu pai, deve ser dos anos 1870 mais ou menos… ele relata que o Pai dele falava que era da região de Guarabira PB, mas, incerto. Deixo aqui meu relato, abraços
Região de Guarabira e Sapé