Por Valdeci dos Santos Júnior
Carlos Santos, permita-me chamá-lo de amigo, não pela convivência do cotidiano, que certamente não temos, pois nos vemos somente eventualmente, mas sim pela admiração que enho com relação à sua postura jornalística.
Quero expressar expressar publicamente um grito, mas não um grito histérico com “bonitas” retóricas que não levam a canto nenhum, mas sim um grito de angústia e de esperança ao mesmo tempo. Esse grito é em nome da Universidade do Estdo do RN (UERN), que conheço bem, haja vista que sou professor concursado há 20 anos dessa instituição de ensino, que tantos serviços prestou e presta à sociedade potiguar.
Com greves e mais greves vai essa instituição vai se arrastando, sempre com o “pires na mão”, pedindo auxílio aos governantes estaduais para continuar com suas funções de disseminação do ensino, da pesquisa e da extensão. Nos palanques eleitorais pregam sempre sua defesa, mas quando assumem o poder, pregam um tampão nos ouvidos.
Há décadas que os reitores tentam manter uma boa convivência com os governadores (as) eleitos (as) com o objetivo de manterem a instituição funcionando, amparado também pelas lutas sindicais. Mas ao final das contas, vive-se na pindaíba, mendigando recursos.
Isso é vergonhoso para uma instituição que tem quase 1.000 professores e atende mais de 12.000 alunos.
Até quando isso vai continuar? Até quando vão continuar os acordos feitos por governadores oportunistas que jogam a responsabilidades para os outros pagarem? Até quando vão saquear os recursos dos aposentados para “maquiar” o pagamento dos efetivos? Até quando a justiça vai continuar sempre decretando as greves ilegais (mesmo com acordos não cumpridos pelo Estado) e esquecem de olhar o lado da instituição?
Será que um dia encontraremos um candidato ou uma candidata que pregue um discurso em cima de um palanque e cumpra isso quando sentar na cadeira do executivo sem ficar arrumando desculpa esfarrapadas no retrovisor?
Dentro da experiência que tenho na Uern, só vejo uma saída para evitar a eterna e cansativa romaria do “pires na mão”: a autonomia financeira através de decreto estadual e aprovação pela assembléia legislativa.
Mas qual candidato tem coragem de assumir essa proposta publicamente?
E o mais importante: quem irá prometer e cumprir?
Esse grito, tenho certeza não é somente meu, mas de centenas de professores, técnicos e alunos da instituição que já não aguentam mais a irresponsabilidade social que os governantes do executivo adotam com relação à Uern.
Não queremos apontar culpados ou inocentes, mas sim mostrar uma alternativa condizente de resolução desse problema.
Com a palavra, os pré-candidatos ao governo estadual.
Valdeci dos Santos Júnior é professor da Uern
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