
“Conhecimento que estudante adquire nas aulas não pode ser provado num único dia (Foto ilustrativa de Allan Phablo)
As avaliações formais, aplicadas ao fim de cada bimestre ou trimestre, foram, por séculos, o único meio de avaliação utilizado por escolas na maior parte do mundo – e ainda não. No entanto, esse cenário vem mudando à medida que a escola contemporânea desenvolve métodos mais eficazes para acompanhar em tempo real o processo de aprendizagem.
“Fazer avaliação nunca foi o momento preferido dos estudantes”, brinca a coordenadora de Avaliações da Aprende Brasil Educação, Rita Schane. Ela explica que, ao longo das últimas décadas, os especialistas passaram a compreender melhor as reclamações e dificuldades atribuídas às avaliações. Com isso, refletiram sobre métodos mais eficazes para medir o que estava sendo aprendido e consequentemente, avaliado. “Enquanto educadores, começamos a entender que o conhecimento que o estudante adquire nas aulas não pode ser provado em um único dia, respondendo a uma única avaliação. Isso porque inúmeros fatores podem influenciar aquele momento avaliativo, o que pode invalidar o resultado”, detalha.
Se uma criança não está bem de saúde ou tem algum desconforto físico, se algo aconteceu na vida pessoal – uma discussão, uma situação complexa em casa, uma preocupação – ou se por alguma razão essa criança não conseguiu se alimentar adequadamente no dia da avaliação: tudo isso influencia seu desempenho.
Oferecer caminhos
Uma das maneiras de driblar esse problema é justamente investir na avaliação contínua e formativa. Ou seja, acompanhar, no dia a dia, a evolução dos estudantes frente aos mais variados objetos do conhecimento e habilidades. Isso permite identificar pontos de dúvida e dificuldades assim que aparecem e corrigir a rota antes que o conteúdo abordado se torne ainda mais complexo e o aprendizado dos estudantes, ainda mais difícil. “Avaliar continuamente significa acompanhar cada etapa da aprendizagem do estudante, identificar avanços e dificuldades, mas, principalmente, oferecer caminhos para que ele possa superar os desafios. Com esse tipo de acompanhamento, conseguimos ensinar de forma quase personalizada”, explica.
Além do impacto direto no desempenho acadêmico, a avaliação processual e formativa – popularmente conhecida como avaliação continuada – fortalece o vínculo entre professores e estudantes. O estudante se sente mais apoiado quando percebe que sua trajetória está sendo acompanhada de forma individualizada e diversificada. “Precisamos parar de reduzir nossos estudantes a uma nota no boletim. Ao acompanhá-los mais de perto, eles sentem que não estão sozinhos na jornada do aprender e isso é muito importante porque estamos falando de sujeitos em desenvolvimento, com potencialidades que precisam ser reconhecidas e estimuladas”, ressalta a especialista.
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