quinta-feira - 11/12/2008 - 12:59h

“Bilhete fraternal, talvez útil”

Contra pileques, não tenho nada a declarar. Também os tomo, e só Cristo sabe com que desgosto lamento os erros a que eles me levam.

Mas no beber há um mistério, uma sabedoria e, além disso, um certo recolhimento, que nos leva sempre aos copos, com independência e estado de graça.

Não fosse a ameaça futura de ter um fígado transformado em pâte-maison e não pesassem outras ameaças sobre os devotados do álcool, os sábios e doutores aconselhariam que a humanidade bebesse o mais possível – isto, na constatação de não nos ter o Criador concedido nascer bêbados, o que seria, além de nobre, muito mais barato.

Minha jovem amiga, abra uma janela da sua casa – a que dá para o mar ou para a montanha. Procure o mundo e dê-se por perdida. Viva, sem a nervosia de procurar-se a si mesma, porque cada um de nós é um perdido, um ilustre perdido na humanidade vária e numerosa. Viva, que no fim dá certo.

É o seu amigo. A.M.

Antônio Maria, cronista, jornalista, compositor e boêmio em escrita à cantora Maísa.

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Categoria(s): Nair Mesquita

Comentários

  1. Zé Roberto diz:

    Um antigo vendedor de bebidas,Antonio da “Brahama”(que ‘nome’ maravilhoso!),dizia que: “Se for para ficar calado e não conversar umas ‘merdinhas’,preferia não beber”
    Já Olímpio de Doutor,dizia que pra não ficar bêbado,”preferia ficar em casa e tomar suco de laranja ou leite”
    Eu,da minha banda,concordo com ambas declarações.

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