Por Marcos Ferreira
Preciso (antes que isto pareça uma facécia, uma anedota escatológica da parte deste escriba) dizer que a informação que repercutirei aqui, entre outros veículos da imprensa brasileira, chegou até mim pelo Uol em parceria com a agência Splash Notícias. A bomba arrasa-quarteirão estourou no Mossoró Cidade Junina (MCJ), precisamente na noite do dia 25 deste mês, de acordo com a reportagem. A cantora, instrumentista e compositora Michele Andrade, atração daquele momento, teve que interromper o seu show e ela própria foi atingida por “estilhaços” da referida bomba.
O negócio é o seguinte: alguém soltou um peido terrível perto do palco e muitos que estavam ali foram sufocados. A maioria, claro, arrepiou carreira. Também é claro que ninguém conhece a identidade do autor ou autora da flatulência. O fato é que essa pessoa tem ou estava com o fato podre e tocou o terror.
Somente por higiene auditiva e asseio mental, não ponho os meus pés nesses redutos da manada mossoroense. Quem me falou a respeito desse sucesso foi o meu amigo Marcos Rebouças, que me passou até mesmo um link do ocorrido. De início, como Mossoró é uma vasta piada pronta, imaginei que se tratasse de um conto jocoso. Mas, ao verificar o mencionado link, fiquei de queixo caído.
Percebendo o ruge-ruge e a gritaria, a nossa valorosa Polícia Militar depressa correu para o local da celeuma. Mas o grupamento dos pê-emes nada pôde fazer e ficou em uma situação de risco. Três ou quatro militares se sentiram mal e precisaram ser socorridos pelos próprios colegas de farda, que os conduziram a uma das unidades do Samu de prontidão em local estratégico. A cantora, apesar de zonza por conta da “carniça” empestando o ar, buscou informações da parte da plateia e o público assegurou-lhe que se tratava incrivelmente de um peido, uma bufa violentíssima.
Para o bem de todos e felicidade geral do Mossoró Cidade Junina 2024, ocorreu que o míssil Tomahawk contendo a ogiva gasosa explodiu em espaço aberto e com certo fluxo de vento, apesar da grande concentração de munícipes por metro quadrado. Por um milagre, portanto, aquele rebanho escapou fedendo.
Michele Andrade chegou a dizer que pensou que tinha sido uma briga, um quebra-pau, tamanho foi o desespero das pessoas buscando se salvar da bomba arrasa-quarteirão. O prefeito Allyson Bezerra, ao saber da fetidez, não se acovardou; pegou uma dúzia de acólitos e chaleiras e rumou para a zona nuclear. Diligente, homem de ação e com grande intimidade com outros gases malcheirosos, chamou novamente a polícia e esta fez um cordão de isolamento nas proximidades do palco.
Àquela altura do campeonato, porém, nenhum cristão com um pingo de juízo se atreveu mais a se aproximar do setor radioativo. No fim das contas a cantora pernambucana teve seu show prejudicado. Depois do susto, sã e salva, ela escreveu sobre o insólito acontecimento em sua conta no Instagram: “Já parei o show por vários motivos, mas por causa de um peido foi a primeira vez”, desabafou.
Agora o que nos preocupa é que o autor ou autora da bomba arrasa-quarteirão está por aí e as autoridades (sobretudo sanitárias) não fazem a menor ideia de quem seja. Sem tratamento médico, e a depender do local onde tal personagem volte a soltar mais um peido em ambiente com grande concentração de indivíduos, não se pode descartar a possibilidade de vítimas fatais. Imaginem um peido com esse poder mortífero dentro de um elevador com outras pessoas. É caixão e vela preta.
Marcos Ferreira é escritor
Data máxima vênia Caro Marcos Ferreira, apenas e tão tao somente, mais uma inconteste prova de que o bom gosto musical, a civilidade e educação campeia nesses espaços e momentos ditos festivos e comemorativos no País de MOSSORÓ…!!!
Prezado Fransueldo Vieira de Araújo,
Bom dia.
É sempre uma honra contar com sua opinião e comentário sobre meus escritos. Grato, portanto, pela deferência e incentivo. O país de Mossoró tem dessas e muitas outras coisas. Umas são boas e outras são muito lamentáveis. Torço que as melhores suplantem as ruins. Porque, como cidadão, também desejo que esta terra ainda encontre o seu ideial.
Abraços e uma ótima semana para você.
Realmenro um Fato inédito que gerou grande repercussão nacional, pena que o autor de tal “flato” não tenha sido identificado, merecia registro no livro dos recorde.
Caro Antonio Fernandes Praxedes Filho,
Bom dia.
Essa história é de “fato” podre quanto hilária. Infelizmente, para o cenário nacional, nossa cidade figura com mais uma página negativa. No mínimo, amigo, embaraçosa. Uma semana com saúde e paz para vocês.
Abraços.
Cês tão muito atrasados, na época de 60.morava em Açu e meu pai tinha uma farmácia que era ponto de encontro resenha matutino e naquele dia estava Dr Noé e percebendo o menino ruim que eu era chamou-me ao seu laboratório é me fez o tal ” flato alemão ” .
Quando chequei na farmácia e abri só um ” poqim: era carniça pura.
Um freguês falou; Seo.Osvaldim trate desse menino, ele tá mal demais
Ainda hoje riu dessa passagem
Meu prezaado Marconi Amorim,
Bom dia.
Tenho conhecimento também desse antigo “peido alemão”. Era mesmo um “flato” terrível. Não sei se foi o caso do Mossoró Cidade Junina. Até agora, para todos os efeitos, o ocorrido foi registrado mesmo como peido, uma bufa poderosa. Desejo uma semana de saúde e paz para você.
Abraços.
Ri demais! Imagino o desespero das pessoas. Como diria meu neto, a pessoa deve ter comido repolho, ovo e comida estragada. Com um olfato privilegiado ele detecta a aproximação de um peido antes que seja liberado!! Vai logo perguntando: quem foi? Ele tem cinco anos! Se ele estivesse em Mossoró ele teria ajudado a encontrar o autor da bomba! Ainda estou rindo. Mas quem estava lá deve ter saído traumatizado. Kkkk
Querida amiga Bernadete,
Acho que, às vezes, o tipo de comida interfere na potência do odor, da flatulência, porém acredidto também que, na maioria das vezes, isso depende do intestino do dito-cujo. Eu como ovo com frequência (na verdade, todo dia) e nunca arrasei meu quarteirão, sequer as narinas dos vizinhos mais próximos. Rsrs.
Forte abraço, saúde e paz para você.
Boa tarde, poeta.
Sua escrita é um espetáculo em qualquer tema, seja romântico, sarcástico ou cômico, como essa “Bomba fétida”. Aqui em casa a gente chorou de tanto rir.
Meu prezado poeta Francisco Nolasco,
Acho que você entendeu perfeitamente o espírito (o principal intuito) do meu texto: escrever uma página muito mais para a gente rir do que para refletir. É fato que a flatulência podre ocorreu, mas levei o caso a pagode. Foi minha única intenção. Grato pelo comentário e estímulo. Uma semana com saúde e paz para você e sua família.
Abraços.
Em meio à incredulidade e gosto pela textualidade deste poeta fui avançando no texto e confesso que um novo medo foi desbloqueado: encontrar-me em recinto fechado com o tal terrorista.
Caro amigo e escritor Ayala Gurgel,
Bom dia.
Você tem razão no seu receio de topar com o “flaticida”. O dito-cujo (ou a autora da bomba arrasa-quarteirão) é de “fato” perigoso. Lembrei-me logo dessa ogiva liberada num elevador com quatro ou cinco pessoas. É tiro e queda. Forte abraço e uma semana de saúde e paz para você e sua consorte, bem longe do “flaticida”.
Abraços.