Por Marcos Ferreira
Tenho consciência de que lá fora os mossoroenses estão ouriçados por conta das eleições municipais. Aqui, porém, curto a minha solidão, fechado comigo mesmo. Só vou deixar este aconchego para depositar meu voto na urna no fim da tarde, perto do encerramento das votações. É, estou sem ânimo. Nem um pouco a fim de receber na moleira esse poderoso sol de onze horas da manhã. Ficarei aqui no meu tugúrio, como diria o poeta Jomar Rêgo, último dos parnasianos desta urbe.
No meu íntimo, embora a cidade se encontre em estado de ebulição, quase fervendo, este não passa de mais um dia ordinário. O pleito eleitoral não me contagia. É claro que já fiz a minha escolha, sei em quais candidatos, segundo minha preferência e senso de coletividade, devo votar. Ressalto que a escolha, no entanto, não foi tão simples nem fácil. É tarefa dificultosa escolher em quem votar em meio a tantos nomes ruins, oportunistas, arrivistas e bem pouco confiáveis.
De qualquer modo, correndo o risco de eleger os mesmos ou novos picaretas, admito que é preciso exercer esse ato democrático. Sou contra votos brancos e nulos. Ainda que o número dos bons e bem-intencionados indivíduos que disputam nossa confiança seja quase imperceptível a olho nu, penso que existe gente boa nesse meio. Acho que, até certo ponto, é possível separarmos o joio do trio.
Ouço o vaivém dos veículos e o buzinaço que produzem. São apoiadores de candidatos de toda espécie. Muitos podem ser diferenciados pela cor das roupas que vestem. Cada partido, sobretudo em se tratando daqueles que almejam a mais cobiçada cadeira do Palácio da Resistência, tem suas cores definidas. Ao todo são quatro candidatos a prefeito de Mossoró. A contenda destes (como diz o conhecido provérbio) até parece uma briga de foice no escuro. Já do lado daqueles que almejam um assento na Câmara de Vereadores há postulantes para todos os gostos e desgostos.
É isto. Não tenho muito o que dizer sobre as eleições na terra de Santa Luzia. Torço apenas que o estrago (após revelados os vencedores) não represente uma tragédia no que se refere aos “representantes do povo”. Tomara que não. Faz tempo que este município está precisando de uma faxina bem-feita.
Marcos Ferreira é escritor
Infelizmente meu amigo, acredito que a CMM piores mais ainda. Mas alguns poucos novos quadros, darão um mínimo de esperança a nossa urbe.
Forte abraço, sempre bom iniciar a semana com seus textos, reflexões e sinceridade!
Infelizmente meu amigo, acredito que a CMM tenha nomes ainda piores que atualmente. Mas alguns poucos Quadros que entrarão, darão um mínimo de esperança a nossa urbe!
Adoro suas crônicas e como aproveitador da cultura alheia enriqueço meu pobre vocabulário.
Tergúrio (fui ao Aurélio)
Obrigado e um abraçaço
Bom dia Caro Marcos Ferreira, sua crônica aponta algumas coincidências entre nós acerca do processo eleitoral e que dizem respeito ao exercício da cidadania, especialmente no País de Mossoró suposta Terra da Liberdade.
Dado que, igualmente a ti, costumo depositar meu voto entre 16:30 e 17:00 horas, jamais votei branco ou nulo, pois além dos aspectos por ti mencionados, entendo que não devemos esquecer de um fato de extrema importância, a faculdade e o exercício do voto existe na razão direta de que ao longo da história, milhões de pessoas foram presas, torturadas e até mortas para que pudéssemos ter direito ao livre e sagrado exercício do voto.
Então, por qual razão, deveríamos negá-lo e vilipendiá-lo, logo em frente à Urna…?!?
Em, fim, sem mais delongas, no horário acima referenciado, Votarei 13.123 PLÚVIA DO PT P/ VEREADORA e 44 ALYSON BEZERRA P/ PREFEITO.
Entendendo essa última opção, sobretudo no atual contexto político/partidário, como a menos comprometedora e incoerente para com os excluídos e periféricos, historicamente e esquecidos no universo das tramas e interesses sempre sub julgados e manipulados em favor da meia dúzia de sempre que usando e abusando da ignorância de muitos e da palavra Deus, meia dúzia essa que tal e qual um Grande Polvo, seus tentáculos e ventosas que de forma direta e indireta, ainda controlam com mão de ferro os destinos, caminhos e descaminhos do que chamam País de Mossoró/RN.
CAPITCHE…?!?
É importante exercer a cidadania através do voto; já votei branco pra presidente no segundo turno da eleição de 2018. Meu candidato não foi pro segundo turno. Não me arrependi. Sei que se deve escolher o menos ruim quando não identificamos alguém que nos represente. Na última eleição estava bem segura! Igual a você vejo muitos oportunistas onde o povo é apenas um detalhe. É uma verdadeira briga de foice no escuro! Muito boa sua crônica (estou sendo repetitiva). Boa semana!
Mais uma bela página, amigo Ferreira.
Bela e oportuna página, amigo Ferreira.
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come…
E assim caminha a humanidade…
Do jeito que são as pessoas são as criaturas…
Ruim com eles, pior sem eles…
Sei lá, meu amigo. Faço como você: apenas um dia ordinário de domingo. No mais, além de exercer à cidadania, é rezar para que esses senhores públicos (alguns de sempre, outros que vão entrar) tomem consciência de que o bem-comum é o grande segredo de prosperidade social.