Por Vicente Serejo (Coluna Cena Urbana, Tribuna do Norte)
Está nas redes: uma carreta carregada de livros tombou na rodovia Fernão Dias, em Minas Gerais, sexta-feira (02).
Ao contrário do que acontece com todos os outros tipos de carga, nenhum livro foi saqueado.
É o segundo caso.
A primeira carreta tombou na BR 116, em Manhuaçu, também Minas Gerais.
Convenhamos: é bem Brasil.
Nota do Blog – Dia passado, Zona Norte do Rio de Janeiro, carga de carne roubada foi roubada novamente por uma multidão enfurecida (veja AQUI). Mesmo com a polícia armada de fuzil e protegida por Caveirão (carro blindado), a turba levou na marra a proteína. Há poucos dias, em Mossoró, um caminhão esparramou produtos de limpeza nas proximidades do Hotel Thermas e dezenas de pessoas os saquearam, lotando seus carros simples ou de luxo, com o resultado da pilhagem. Um crime naturalizado.
Bem Brasil!
Acesse nosso Instagram AQUI.
Acesse nosso Threads AQUI.
Acesse nosso X (antigo Twitter) AQUI.
Estupefaciente! Certamente deveríamos nos envergonhar dos saques a cargas de veículos acidentados, mas testemunhar saques de cargas as mais diversas e ver que uma carga de livros é preservada intacta é ainda mais impactante: mostra o pouquíssimo – ou mesmo nenhum – valor que se dá ao saber, ao conhecer.
Nada mais explícito como justificativa pelas escolhas das pessoas, especialmente na política, em sua maioria.
Excelente comentário. Quero acrescentar tb que o lado bom de não ter havido saques, é que os bons leitores que possivelmente tenham assistido ao ocorrido, não são adeptos do saque do bem alheio. Tombou, mas tem dono. E não deve ser levado sem autorização. Um dilema – não gostar de livros, ou, gostar tanto que valoriza os princípios morais a ponto de não subtrair o que é do outro.
Isso é o Brasil, infelizmente.
se fossem carga de bíblia ninguém queria, quanto mais de outro livro, a cultura, arte e o hábito pela leitura aqui no nosso país é quase zero, deveríamos ter um plano para incentivar as pessoas a ler, ir ao teatro, ir a shows de músicas clássicas, ai sim poderíamos quem sabe futuramente melhorar essa situação.