Por Josivan Barbosa
Uma pesquisa da Embrapa Trigo (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e da rede técnica das cooperativas do Rio Grande do Sul (RTC/CCGL) mostra ser possível ampliar a produção de trigo no Brasil sem que necessariamente haja aumento de área de plantio. Os resultados do estudo surgem em um momento em que voltam a ganhar corpo as discussões sobre a necessidade de o país produzir mais o cereal. A alta dos preços do milho encareceu a cadeia de carnes – e um pode substituir o outro como matéria-prima para nutrição animal.
Segundo os pesquisadores, associar sementes de boa qualidade com melhor manejo pode reduzir em 20% (ou R$ 415 por hectare) o custo variável da produção do trigo, que é de R$ 2 mil, em média – e a diminuição ocorreu sem afetar a produtividade das lavouras. Se considerados os 900 mil hectares de trigo cultivados no Rio Grande do Sul em 2020, a economia com sementes e fungicidas chegaria a R$ 360 milhões no Estado.
A pesquisa avaliou duas linhas de manejo, uma visando à redução da população de plantas e outra com o uso racional de fungicidas, aproveitando fatores da genética das cultivares. A economia de R$ 415 por hectare é resultado da soma de R$ 140 por hectare em sementes e R$ 275 por hectare em fungicidas. Com o preço de comercialização do ano passado (R$ 70, em média) como parâmetro, a redução de custos corresponde ao valor de seis sacas de trigo por hectare.
A pesquisa atestou o que se conhece na prática: no Estado, por hábito, os triticultores usam mais sementes do que precisam. “Em geral, o produtor tem adotado 150 quilos de sementes de trigo por hectare, mas na soja e no milho o cálculo é efetuado em plantas por metro linear. Queremos mostrar nesse trabalho que a implantação do trigo também deve seguir essa lógica de plantas por metro linear, e não a de quilos por hectare”, afirma Geomar Corassa, engenheiro agrônomo da CCGL.
Os pesquisadores instalaram faixas de população de plantas em 20 áreas diferentes, distribuídas por 17 municípios. A cultivar utilizada foi a BRS Belajoia, instalada nas áreas com três densidades de semeadura: 40, 60 e 80 plantas por metro de fileira. Em cada local, a área total chegou a 3 hectares, destinando um hectare para cada faixa de população.
A pesquisa mostrou que o aumento na densidade de plantas não representou ganhos significativos no rendimento dos grãos, mesmo em diferentes ambientes de produção. A média de rendimentos ficou entre 64 e 67 sacas por hectare, mas os custos quase dobraram, passando de R$ 234 por hectare na densidade de 43 plantas por metro para R$ 415/hectare nas faixas de 76 plantas por metro.
“Quando se usa mais sementes, as plantas têm que crescer mais em busca da luminosidade, isso eleva a tendência de tombamento”, explica Giovani Faé, engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo. Como consequência desse tombamento, costuma-se usar mais fertilizantes nitrogena.
Sementes certificadas
As sementes certificadas e resistentes a doenças reduzem os gastos com insumos. Para a Embrapa, com essa economia, os produtores poderiam investir em outras frentes na lavoura, o que aumentaria a produtividade do trigo e também nas culturas subsequentes, como a soja no verão.
O custo da semente de trigo no Rio Grande do Sul foi, em média, de R$ 2,20 por quilo na safra 2020. Para a população recomendada de 43 plantas por metro, a redução de custos chega a R$ 140 por hectare quando se compara com os 150 kg de sementes por hectare do método tradicional.
No estudo, quatro aplicações de fungicidas ao longo da safra custaram R$ 390 por hectare. Com o monitoramento, foi possível fazer uma única aplicação, ao custo de R$ 115 por hectare.
Produtores de frutas precisam ficar atentos
Diante da possibilidade da União Europeia, principal destino das frutas exportadas pelo nosso Semiárido (Polos de Agricultura Irrigada RN – CE e Vale do São Francisco), rejeitar os nossos produtos exportados em função da questão de relaxamento com a sustentabilidade da Amazônia, os nossos produtores de frutas precisam mostrar para os europeus que as nossas áreas não possuem relação nenhuma com a problemática da região Norte.
Isso precisa ser feito o quanto antes. Depois não adianta chorar o leite derramado.
O Brasil está cada vez mais isolado na comunidade internacional na questão ambiental e o risco agora é de boicote de produtos nacionais pelos consumidores de países em que esse tema ganha mais relevância.
Assim, a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS) precisa divulgar para a Europa e entorno que os produtores de frutas tropicais do Semiarido brasileiro se preocupam com os recursos hídricos, trabalham com manejo adequado dos solos e preservam a vegetação nativa da caatinga e de outros biomas e que desenvolvem ações sociais na região.
É importante compreender que o nosso produtor de frutas já sofre com o retrocesso das negociações do Acordo Comercial Mercosul-UE ocasionado por problemas relacionados à forma como o país encaminha as questões climáticas nos últimos anos e, assim, as negociações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul não avançam por causa do desmatamento.
Sucesso da energia eólica no RN
A Casa dos Ventos fechou um contrato de longo prazo (PPA) com a Energisa Comercializadora para a venda da energia do complexo eólico Rio dos Ventos (RN), que está entrando em operação comercial. O acordo prevê o fornecimento de 20 megawatts (MW) médios de 2023 a 2038.
Com a conclusão da rodada de comercialização da primeira fase de Rio do Vento, a companhia de geração eólica vai focar agora nos acordos para a venda da energia da segunda fase do complexo e do projeto Babilônia (BA).
Outra boa notícia para o RN é que o grupo quer transformar suas usinas eólicas em unidades híbridas, também com geração solar. Com isso, nos próximos dois anos, o portfólio do grupo deve atingir a marca de 1,6 gigawatts (GW) de capacidade eólica e 400 MW de geração solar fotovoltaica.
Além disso, o desenvolvimento de um projeto exclusivamente solar também está nos planos. A companhia avalia diversificar não somente seu portfólio de geração, como também sua atuação geográfica, até o momento concentrada no Nordeste.
Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa
Caro Josivan obrigado por mais elucidativo e fecundo artigo, o qual aoesmo tempo que nos traz luzes acerca das nossas possibilidades agrícola, bem como nosso imenso potencial exportador, também aleta para os efeitos do desgoverno atual e sua política suicida e genocida para com nosso povo e na relação com outros países.
Conforme qualquer pessoa minimamente informada pode inferir, de geo-,política este EXCREMENTISSIMO. e sua quadrilha que tomou de assalto e desgovernado nossos destinos.. EFETIVAMENTE NADA ENTENDE..!!!
Um baraco
FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO
OAB/RN. 7318