Por Dix-sept Rosado Sobrinho
Tibau, 18 de abril de 2014, sexta-feira da Paixão. Aos 132 anos do nascimento de José Bento Monteiro Lobato. Luto pela morte de Gabriel Garcia Marques.!!!!
Carta aberta ao grande Vicente Serejo (ou Por que os sinos não dobram mais em Mossoro).!!!!
Caro cronista
Acusamos o golpe dias após acontecido. Soube pelos jornais impressos de Mossoro que você (permita que apesar da grande admiração que lhe devoto, assim chamá-lo) havia dito que em Mossoró esta se fazendo literatice. E que depois de Dorian Jorge Freire e Jaime Hipolito Dantas, nada do que se faz aqui presta. Sei que você não faria uma afirmação assim sem conhecimento exato!!
Gostaria que fôssemos mais devagar com o andor de Santa Luzia. O jornal impresso que você escreve sua prestigiada coluna, infelizmente, não chega a Mossoro. Deve ser porque Natal agora e uma capital tão de primeiro mundo com Arena das Dunas, literatura padrão FIFA, altos índices de educação e cultura, tão acima dos outros povos potiguares, estes incultos que nem comedores gourmet de camarão são.
Embora apreciem-no, indefeso crustáceo, comido às toneladas, nesta nova guerra dos bárbaros.
É realmente uma infelicidade não termos os seus deliciosos textos diariamente entre nós e só tenha chegado esta sua colocação!!
Um dos livros citados por você, ‘’Cem Poetas’’, saiu pela Coleção Mossoroense, nesta época o nosso editor ainda era Vingt-un Rosado que não aparece por aqui desde que faleceu no ano da graça de 2005, você deve ter sabido ai na capital das Dunas!! Recomendo textos de Airton Cólon, Mario Gerson, Clauder Arcanjo, Genildo Costa, Aldaci de Franca, Paulo Linhares, Benedito Vasconcelos Mendes, Milton Marques de Medeiros, Crispiniano Neto, Rubens Coelho, Gustavo Luz, Cid Augusto, Leontino Filho, David Medeiros, Caio Muniz, Rogério Dias, Conceicão Maciel, Joana Darc Coelho, Antonio Francisco e!muitas e muitos outros.
Certeza você nunca leu nada de Laércio Eugênio, não o ouviu tocar piano ou clarinete ou violão ou sanfona ou outro qualquer instrumento que lhe caia nas mãos. Não viu suas pinturas, suas invenções.
Mossoró tem disso sim e muito mais!! Há uma FEIRA do Livro anual aqui em Mossoró, onde somos chamados para alugar um estande e, como quase nunca temos dinheiro na época, deixamos de participar como instituição que tem mais de 4.500 títulos publicados. Uma iniciativa que devemos aplaudir!!
A literatice de Vingt-un Rosado, ainda como estilista não reconhecido e estudado, foi de maneira precária por mim continuada. Não a parte literária, não a parte cientifica, mas a da saga da Coleção Mossoroense. Da minha parte, com o único “talento” da teimosia. Não tive medo de manter a Coleção Mossoroense e Fundaçãoo Vingt-un Rosado abertas e funcionando, mesmo com todas as sinalizações de que o contrário era o mais fácil.
Dia 11 de abril passado a Fundação Vingt-un Rosado completou 19 anos e em setembro a Coleção Mossoroense, raros 65 anos. Foram muitos salvamentos das modernas fogueiras pelas que passamos e conseguimos, milagrosamente manter os mais de 150 mil exemplares da Coleção que deveria ser admirada e preservada com sinceridade e ações constantes. Enfim, uma política cultural constante, independente do governante reinante.
Não me apego ao cargo de diretor. Mesmo quando há salário, poder, glória. Mas sou misturado de potiguar com mineira. Como bem camarão com pão de queijo, posso não fazer barulho, posso não querer entrar, mas não desisto fácil de uma peleja!!
Do incentivo inicial, pegando como tema “Os Cem Poetas…” muitos continuaram poetas e dos bons. Alguns enveredaram por outros caminhos, certamente que agradecidos pelo incentivo do respeitável patrono da instituição que dirijo ha mais de 19 anos, a Fundação Vingt-un Rosado!
Se tornaram profissionais liberais, funcionários públicos, professores etc. Afinal, a literatura ou a cultura em geral, não deve servir apenas para as rodas de confrarias regadas a cerveja e outras drogas, ou para exposição da empáfia de quem a possui. Reconheça-se, o lado mais importante, qual seja, aperfeiçoar a própria vida e a em comunidade.
Cito alguns exemplos de jovens que por concurso público, sem bajulação a nenhum poderoso ou poderosa, tornaram-se profissionais de gabarito, alguns Procuradores federais com uma luz do ideal de servir melhor sua pátria, redigindo muito bem seus textos técnicos. Não “continuaram” poetas. E estão constando como poetas neste citado livro. Por incentivo e bonomia do nosso editor da época.
Critérios que não modifiquei com o tempo.
A falta de recursos financeiros e que nos limita nas publicações. Mas nada vai nos fazer deixar de compartilhar da ideia inicial da Coleção Mossororense de publicar sem censura ou preconceito o que nos chega para isto. O leitor, o autor, a continuidade da analise critica é que vai ditar o futuro daquela publicação!!
Os sinos das igrejas de Mossoro não dobram mais como o faziam quando falecia alguém ou quando se iniciavam as missas. São muitos os mortos hoje em dia, jovens em geral, ligados a disputas por pontos de drogas ou em divida com traficantes.
Os puxadores dos sinos precisariam ficar noite e dia pendurados às cordas, as mãos em feridas sangrentas. Que futuro teremos com o pouco interesse pelo que se faz de bom em Mossoró no campo da educação e da cultura?
Esforço e talento quase sempre individual e não reconhecido!!
A posição de polo educacional de Mossoro, indiscutível, não pode ouvir calada uma critica que desconhece seus valores que podem estar mal divulgados, mal apoiados, mal conhecidos, mas não desmerecem o nivel cultural de nosso pais. Dentro e fora das universidades!!
Não há novidade na sua critica, afinal, milhares de escritores iniciaram ou continuaram na Coleção Mossoroense. O grande Oswaldo Lamartine, criticava as capas dos livros, sem cor e criatividade, mas sempre apoiava a Coleção Mossoroense e fazia restrições a algumas publicações ou autores, mas aplaudia os merecedores e publicava bastante sobre e pela Coleção Mossoroense.
O dinheirinho das capas pobres eram revertidos em mais e mais publicações, como você o sabe!!
Recordo, emocionado, o agradecimento de dona Dahlia Freire a Vingt-un Rosado, pois Mossoró republicara Cascudo, num momento em que esquecíamos de honrar a memória de sagrado potiguar universal.
Mossoro, porém, não esquecia a genial obra de Cascudo. O passado cultural de Mossoro merece reverência e respeito. O presente de Mossoró merece respeito e reconhecimento, já que não tem apoio. Mas há flagrante injustiça com os novos mossoroenses.
Corro novo risco de omissão ao lembrar nomes como os de Joao Batista CascudoRodrigues, Rafael Negreiros, Dorian Jorge Freire, Raimundo Soares de Brito, Elder Heronildes, Jaime Hipólito Dantas, Wilson Bezerra de Moura, Rubens Coelho, Geraldo Maia, Tarcisio Gurgel,Paulo Gastao, Kidelmir Dantas e tantos e tantas mais. !! Sempre recebemos muito mais desestimulo e pancadas que apoio, incentivo e reconhecimento!!
Recomendo, resgatar nomes de proa da nossa cultura, pois não concordo que Mossoró, no passado no presente e, certamente, no futuro não deu ou dará sua cota de cultura ao nosso opaco Rio Grande do Norte que tem muito poucas unanimidades culturais ou uma única, a se seguir o seu raciocínio!!
Natal, nossa linda capital, poderia uma vez mais se tornar mais humilde e tentar difundir entre nos os seus novos talentos, me parece também desconhecidos aqui em Mossoró!!
Aproveito para lembrar que novo concurso público estadual sera lançado pela FundaçãoVingt-un Rosado com apoio da COSERN e PETROBRAS e esperamos a participação de todos os potiguares.
Já lhe tinha convidado para participar da comissão editorial e estou renovando este convite !! Estou digitando numa engenhoca nova e não sei onde danado se escondem alguns acentos e sinais gráficos!!
Abraço fraterno.
Carinhosas recomendações aos seus familiares. ! !! !
Dix-sept Rosado Sobrinho é Medico (UFRN), professor do curso medico da UERN (concurso), diretor executivo da Fundacao Vingt-un Rosado (não remunerado).
Obrigada dr. Dix-sept por não se calar e defender os artistas e autores de nossa cidade, da ignorância e leviandade de alguns que se julgam cultos e de uma soberba insuportável! Obrigada mesmo. Os bons não deveriam se calar diante de iniquidades! Grande abraço
Concordo com réplica do Dr. Dix Sept, gostaria apenas acrescentar o nome do poeta Marcos Ferreira.
Dix-sept. São muitos os seus talentos. Você é modesto. Todavia, se aponta o talento da teimosia como capaz de perpetuar a Coleção Mossoroense, alma de meu admirável tio Vingt-un Rosado, quero vê-lo como o homem mais teimoso de Mossoró, do Rio grande do Norte! Teime, Dix-sept, teime. Não deixe a brilhante cultura mossoroense ser ofuscada. Mesmo que, em capas simples, há um tesouro em cada publicação.
Sempre o meu abraço afetuoso.
Caro jornalista e blogueiro Carlos Santos,
Uma das razões para o atraso do Rio Grande do Norte continua sendo o “bairrismo” ainda presente na mente e nas ações de muitos que estão na Capital do Estado e de muitos que dirigem, de uma forma de outra, órgãos e instituições que deveriam servir a todo o território potiguar e não apenas à chamada Grande Natal.
Precisamos acabar com a ideia de que só existe vida inteligente até o final da Reta Tabajara. Em Mossoró, Assu, Pau dos Ferros, Patu, Messias Targino, Serra do Mel, Areia Branca, Macau, Tibau, Grossos, Baraúna, Martins, Janduís, Campo Grande, Caicó, Apodi, Santa Cruz, Jaçanã, Alexandria, e em tantos outros lugares desse Estado há muito que se ver em termos de cultura, geografia, história, riquezas naturais, empreendedorismo, natureza exuberante… Precisamos de ações e iniciativas que interliguem esses Municípios e façam desse Estado um só chão, uma só terra, sem divisões bestas e ultrapassadas que não nos levam a nada.
Essa “birra”, manifestada vez por outra em escritos como esse ao qual se referiu o médico Dix-sept Rosado Sobrinho em sua carta, só trás prejuízos ao Estado do Rio Grande do Norte. Não é à toa que muitos potiguares do Oeste preferem buscar alguns alguns bens e serviços em Fortaleza-CE e outros do Seridó vão em busca de Campina Grande-PB ou João Pessoa-PB para o mesmo fim.
Natal, apesar de lindíssima e extremamente agradável, não é a “nova Roma”, como gostava de dizer o jornalista Canindé Queiroz na coluna “Penso, logo…”, do jornal Gazeta do Oeste; e nós, do interior, não somos o resto de tudo.
Na verdade, somos todos, da Capital e do interior, potiguares, com muito orgulho.
Para encerrar, faço minhas as palavras do médico, professor e escritor Dix-sept Rosado Sobrinho e, assim como ele, solidarizo-me com todos os artistas (de diversas artes) mossoroenses que foram atacados pela empáfia e pelo sentimento de “bairrismo” vindos de um escrito lá da Capital.
Alcimar Antônio de Souza
Messias Targino, Médio Oeste do RN
DD. Diretor da Fundação Vingt-Un Rosado,
Me permita: a crítica não fundamentada deixa transparecer a inveja pelo não feito.
Sou areiabranquese, mas, minha vida profissional foi toda em Mossoró, boa parte dela ao lado do saudoso Vingt-Un Rosado, meu diretor da ESAM, a quem, junto com outros colegas, ajudamos na organização da Coleção Mossorense; sabemos muito, quanto foi difícil reunir tantos títulos e publicá-los, mesmo com a capa amarelada ou branca de cartolina. Mas, era o orgulho de registrar a cultura mossoroense que Dr. Vingt-Un tinha em vida.
Congratulo-me com você e todos aqueles que lutam pela manutenção dos registros de nossa cultura, da cultura Mossoroense.
Um abraço, amigo.
Parabéns, Dr. Dix-Sept, por lutar ombreado com os que se irmanam em mostrar que o Rio Grande do Norte existe alem da reta tabajara, de maneira histórica, geográfica e cultural. E nos permita um desabafo de quem só (re)conhece os que lhe somam: afinal, quem é esse tal de Vicente Serejo? Fraternal abraço.
Dr. Dix-Sept li com emoção a sua Carta aberta e estou feliz com o brilhantismo da defesa tão bem pautada, como um texto de amor por Mossoró. do nosso amor Vingt-un, seu pai e meu inspirador. Coitado do RN se não existisse a força cultural de Mossoró. Siga em frente nessa sua força, nessa sua luta. Estaremos ao seu lado ombreando a sua luta. Parabéns e um abraço.
Sou admirador de Vicente Cerejo, um intelectual renomado, um grande analista polico alem de muitos outras qualidades que tem o Cerejo.
Moro em Natal, discordo de muitos comentarios que sao imputados a Mossoro. O mais recente e a tentativa, exitosa, de desestabilizar o gonverno Rosalba, por ser de Mossoro.
Concordo com o Dr. Rosado.
So pederia ao Serejo, para ser prudente em suas afirmacoes.
Desculpe, pelos pecados ortograficos, estou escrevendo de um cel.
Valeu amigão.Apesar de gdes problemas existentes em nossa Mossoró, não merecemod um “cometários” destetipo.Um gde abraço.Paiva
PARABÉNS DR. DIX-SEPT. MANDA BATISTA CALAR A BOCA”! CALA A BOCA , BATIISTA!
Estimado Professor Dix-Sept Rosado.
Subscrevo, com todas as letras, o seu manifesto.
Obviamente, não li direto na fonte (o jornal de Hoje) o trecho atribuído ao jornalista Vicente Serejo. Custei a acreditar da veracidade da autoria da crítica, quando reproduzido o fato apenas em jornais locais. Mas, a partir do seu desabafo, dei o fato como verdadeiro.
Vivemos em tempos difíceis, onde não existe amor nessa cólera coletiva que se esparge por aí (apenas para aproveitar a lembrança de Gabriel Garcia Marquez), preponderando o pedantismo, a arrogancia, o autocultismo e a intolerancia. Até reconheço que nutria admiração pelos escritos de Serejo, mas, pelo visto, “picado pela mosca azul” da vaidade, menospreza até intelectuais mossoroenses que são seus confrades na Academia Norte-Riograndense de Letras.
Ele, decerto, não conhece o que se produz por aqui. Só em respeito aos seus colegas de Academia ele já deveria um pedido de desculpas. O ocupado Vicente Serejo não deve ter tido tempo para ler o Professor Benedito Vasconcelos, Carlos Santos, Geraldo Maia, Mario Gerson, Crispiniano Neto, Clauder Arcanjo, José Nicodemos, Francisco Costa, David Medeiros Leite, Milton Marques, Rubens Coelho e tantos outros.
Comparativos não se fazem. Até porque, teria como comparar nosso Antonio Francisco com algum natalense? Essa cizania não se faz. A cultura se interpenetra socialmente, sem regionalismos. Cultura regional é folclore. Grandes valores e literatos zoneados na capital não são dela nativos. Um exemplo é Valério Mesquita, nascido em Macaíba. Outro, Diógenes da Cunha Lima, meu fraterno amigo, é natural de Nova Cruz. Não cabe essa soberba regionalista.
Tem algum blog da capital que se compare ao de Carlos Santos? Alguém faz análise política com tanta maestria?
Quantos natalenses fazem parte da Academia Brasileira de Literatura de Cordel?
Por aqui, muitos também não conhecem a obra do escritor Vicente Serejo, e por isso nunca vi ninguém desmerecer a sua “literatura”.
Não vamos estimular essa peleja sem futuro!
A grandeza do vosso coração não pode comportar dissensões de menor valia.
Sua tarefa, Dr. Dix-sept Rosado, é outra! Persistir no sonho visionário do Dr. Vingt-Un Rosado.
Gaste energia com a sensibilização dos nossos gestores públicos e do nosso rico empresariado, que ainda não encamparam com o valor devido essa monumental e gigantesca obra cultural que é a Coleção Mossoroense e a Fundação Vingt-Un Rosado.
Sou seu soldado e admirador, Dr. Dix-Sept Rosado.
Conte com a minha insignificante colaboração.
Abraços,
Marcos Araújo
Prezado Dr Dix-Sept Rosado,
Desde a adolescência que leio as crônicas perfeitas de Vicente Serejo. Com o fim do Diário de Natal fui perdendo o contato com o grande escritor. Não sabia das declarações dele em relação à cultura mossoroense.Ainda bem que um homem culto, sereno e elegante como o senhor deu a resposta perfeita ao Mestre Serejo.
Parabéns !
Abraços, Robson Tinoco
Serejo tem talento como cronista e como falador de besteira. Dix-sept falou por todos nós. Nem gaguejou.
Conheço o Vicente Alberto Serejo Gomes, macauense, filho de “seo” Severino e D. Benigna. Conheço-o do Diário de Natal, da TVU, da Gazeta do Oeste e… Sou admirador do Dr. Dix-sept Rosado Sobrinho. Portanto, “briga de cachorro grande”. Fico com o mestre Marcos Araújo, filho de “seo” Ari!
Marcos Araújo. Fenomenal, como sempre. Faço minhas as suas palavras, sendo isso possível. Sou proibida por Clarice Lispector de elogiar o Blog de Carlos Santos, “Nosso” blog, pois faço isso inúmeras vezes. Então, de certo modo, parece que ouço as palavras dela me censurando quando exagero, mesmo coberta de razão. Agora, endossar elogios, posso.
Um grande abraço!