É precipitada e inconsistente a corrente de informação que associa a decisão de bloqueio de bens do empresário Edvaldo Fagundes, com alcance de 32 empresas e mais 28 pessoas que seriam “laranjas” de seus negócios, com a campanha eleitoral do ano passado, em Mossoró.
A decisão proferida pela Juíza Federal Emanuela Mendonça Santos Brito, da 8ª Vara Federal, que atendeu a pedido formulado pela União (Fazenda Nacional), gerou bloqueio de bens para cobertura de uma dívida R$ 212.517.491,77, da esfera fiscal (impostos federais).
Sua condenação milionária não é reflexo do prélio eleitoral mossoroense. Mas nem tudo é precipitado e inconsistente.
“Quod non est in actis non est in mundo”, o que não está nos autos não está no mundo. Este é um velho provérbio que vem do Direito Romano, adotado como verdade absoluta por muita gente que estuda e vive no universo jurídico brasileiro. Mas não o leve muito a sério. Faz parte do faz-de-conta desse mesmo mundo.
No caso da condenação imposta ao mega-empresário Edvaldo Fagundes, a situação vivida por ele e seu Grupo Líder tem raiz anterior ao processo eleitoral. Mas seria infantil imaginarmos que sua superexposição não tenha aguçado mais ainda o interesse de organismos federais que lidam com questões fiscais e a lei.
Na reta final de campanha, eleições e pós-eleições, o empresário ganhou dimensão até maior do que a prefeita eleita e empossada Cláudia Regina (DEM) Eclipsou até mesmo a figura da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que também teve participação ativa na disputa.
Edvaldo virou uma celebridade festejada e homenageada pela militância política do esquema vencedor e satanizado pelos perdedores.
Rei Midas
Seria uma versão mossoroense da lenda do rei Midas: no que se mete, ou seja, toca, vira “ouro”.
Ganhou destaque na mídia convencional e nas redes sociais.
Após a campanha, chegou a ser homenageado pelas lideranças e ganhou festa privê da militância em Areia Branca, em que réplicas miniaturizadas dele e de um helicóptero de sua propriedade foram distribuídas como troféus.
Seu nome passou a ser vinculado diretamente à vitória do governismo municipal, ao mesmo tempo em que só aumentou seu prestígio nas entranhas do poder. Trânsito livre por terra, ar e mar.
Prestígio e fama suficientes para alçá-lo à condição de potencial candidato a algum cargo eletivo de peso, logo em 2014.
Enfim, discrição e parcimônia não combinaram com o empresário, que se transformou nos últimos anos em sinônimo de pujança empresarial, ousadia e poder plutocrata.
No campo eleitoral, ele enfrenta ações provocadas pelo Ministério Público que questionam seus investimentos no pleito, desde a utilização de helicóptero e dezenas de carros, a apostas milionárias.
O problema que ele enfrenta caminha para outros desdobramentos.
Veja postagem mais abaixo ou AQUI, que detalha essa questão do ponto de vista judicial.
O abissal e aterrador inconformismo da ala que amargou a inesperada derrota (Sandrismo/Larissismo) deve ter suscitado um acentuado processo de premeditada vindita que culminou nessa rubrica de punibilidade ao empresário, focada em Instituição de fiscalização federal.
“Evitar os impostos é a única actividade que actualmente contém alguma recompensa.”
―John Maynard Keynes (Teórico do Capitalismo)
“A dificuldade real não reside nas novas idéias, mas em conseguir escapar das antigas.”
―John Maynard Keynes (Teórico do Capitalismo)
“São as idéias, não os interesses encapotados, que são perigosas para o bem ou para o mal.”
―John Maynard Keynes
O capitalismo é a crença mais estarrecedora de que o homem mais insignificante dos homens fará a mais insignificante das coisas para o bem de todos.
– Jhon Maynard Keynes