O ex-governador Cortez Pereira recebia em sua casa uma visita, regando o bate-papo com vinho. Indagado sobre bônus e ônus do poder, lembrava: "No último ano de governo, meu aniversário foi uma multidão. No seguinte à minha saída, éramos apenas eu e minha mulher aqui em casa."
O todo-poderoso Luiz Maria Alves, do Diário de Natal, passou semanas com páginas e páginas do então mais influente veículo de imprensa do RN, acolhendo pêsames pela morte do filho "Edu Heavy".
Seu aniversário também era uma enxurrada de "apreço" e bem-querer. Num dos últimos aniversários, fora do jornal, não tinha mais do que três ou quatro ex-colaboradores em torno de um modesto bolinho à mesa.
Volto a lembrar a sabedoria hindu: "Tudo passa!"
Os acólitos louvam o poder e não o poderoso de plantão. Ensina um provérbio japonês, que eles são como gatos: gostam da casa e não do dono.























Não é só na esfera estadual que isto acontece, pois quando eu era “Diretor do Detran em Mossoró” meu telefone não parava de tocar, os convites erão tantos que eu não dava conta de atender a todos, nunca pensei que tinha tantos “amigos”, mas eu tinha consciencia que era somente pelo cargo que exercia, tanto que no primeiro dia após minha exoneração meu telefone não tocava mais, os convites cessarão e os amigos só os de sempre, por isso não me encanto com cargos públicos sobrevivo o dia a dia, na certeza que “Tudo Passa”.
Quem quiser iludir-se com cargo público demissível ”ad nutum”, ou até mesmo eletivo, que se iluda. Eu não me iludo, mas já me iludi, e lasquei-me. Não vejo nenhum futuro nesses cargos.
Naquele tempo de Cortez Pereira, Luiz Maria Alves, já não prestava. Hoje, a coisa é muito pior. O ocupante desses cargos, quando se torna ”ex”, perde os ”amigos”, os puxa-sacos e vira presidiário. Aí é desmantelo para cinema.